José perguntou a Isabel:- Encontrou?Isabel se virou para ele e disse:- Sr. Silva, você acredita em mim?José semicerrava os olhos, tentando entender o significado daquelas palavras.- Eu realmente não estou tentando evitar o divórcio. Eu perdi minha identidade. - Isabel levantou a mão em um gesto solene. - Eu juro, realmente a perdi.José olhou para o rosto arrependido de Isabel, sentindo uma mistura de emoções.- Me dê dois dias para fazer uma segunda via da identidade. Quando estiver pronta, nos divorciamos. - Isabel juntou as mãos em súplica.José a observou em silêncio por alguns momentos antes de responder:- Tudo bem.Isabel assentiu, sentindo um inexplicável alívio:- Tudo bem.- Quer que eu te leve para o trabalho? - Ele perguntou.Isabel balançou a cabeça:- Eu vou de carro. - E dizendo isso, desceu do carro.José observou a figura frágil de Isabel se afastar e de repente a chamou:- Isabel.- Sim! - Ela respondeu com uma voz clara e melodiosa, muito agradável aos ouvidos.
Diante do telefonema de Clara, o silêncio de Isabel já tinha revelado a resposta.- Diga, você está com pena? - Clara pressionou.Isabel encheu um copo de água e suspirou:- Não estou com pena. É a minha identidade que está.Clara ficou intrigada:- Identidade?- No momento crucial, a identidade sumiu. Não tem jeito, só vou conseguir me divorciar depois que eu fizer a segunda via. - Isabel tomou um gole de água, se aproximando da janela e olhando para fora com um olhar cansado.Clara suspirou:- O casamento de vocês foi complicado desde o começo, até mesmo o divórcio é difícil.Isabel não pôde deixar de rir, porque era verdade, como podia ser tão difícil assim se divorciar?Se não fosse pelo divórcio hoje, ela nem teria percebido que havia perdido a identidade.- Bela, daqui a alguns dias eu vou a uma festa, quer ir comigo?Isabel semicerrava os olhos:- Que tipo de festa?- Uma festa do mundo do entretenimento, com grandes diretores e estrelas. Também estarão presentes alguns investid
O homem segurava a faca, vestindo roupas rasgadas, e seus sapatos pretos estavam furados. Sua barba estava por fazer e a pele era queimada de sol.- Aqui é um hospital, não faça tumulto. - Isabel o lembrou friamente.- Eu não ligo para onde estamos, faça a papelada de alta da minha esposa, agora! - O homem olhou furiosamente para Isabel, parecendo uma fera.- Coloque a faca no chão. - Isabel fixou o olhar na faca em sua mão.O hospital estava cheio de pessoas e, com tantos espectadores, qualquer ferimento seria difícil de lidar.- Faça a papelada de alta da minha esposa! - O homem gritou.- Está bem. - Isabel assentiu, concordando prontamente.Todos olharam para Isabel, surpresos por ela concordar em dar alta a Nadia.- Nina. - Isabel chamou.Nina se aproximou:- Estou aqui.Isabel disse:- Faça a papelada de alta para Nadia.Nina franziu a testa, confusa:- Para realmente vai dar alta a ela? Você está falando sério?- Sim, faça a papelada de alta. - Isabel respondeu seriamente.Nina a
Isabel rolou agilmente para o lado, fazendo com que a adaga nas mãos de Isaac errasse o alvo. Ele cerrou os dentes, com as veias saltando em sua testa, e praguejou:- Não se esconda!Isabel não era tola, claro que iria se esconder. Isaac lançou um olhar feroz para ela, enquanto Isabel se levantava lentamente, deixando cair a agulha de prata da manga, prendendo ela entre os dedos. Vendo que não conseguiria se aproximar de Isabel, Isaac de repente olhou para Nadia. Ela hesitou por um momento, e Isaac agarrou seu braço, puxando ela para frente e colocando a adaga contra seu pescoço.- Nos deixe sair, ou eu a mato! - Gritou Isaac para Isabel.Isabel ficou mais uma vez chocada com aquele homem.- Isaac, ela é sua esposa. Vocês compartilharam a mesma cama por anos! - Lembrou Isabel.Mas Isabel se esqueceu de que, para Isaac, Nadia não passava de uma ferramenta para gerar filhos! E, como não podia ter filhos, era uma ferramenta que merecia morrer!Que triste.- Pare de falar e nos deixe sair
- Nadia, eu disse que iria te tratar e eu vou te curar. - Isabel se virou para os médicos do lado de fora, chamando. - Aurora, Nadia está ferida.- Dra. Isabel, obrigada. Mesmo que eu morra, não tem problema. - A voz de Nadia era suave e delicada.Naquele momento, Isabel sentiu uma imensa compaixão por ela. Quem não gostaria de ser uma mulher bonita e elegante? Mas a vida a empurrou para se tornar uma simples camponesa.Isaac foi levado pela polícia. No entanto, o coração de Isabel ainda estava apreensivo, incapaz de se acalmar. Ela sempre considerou Nadia uma pessoa fraca, desprezando essa fraqueza. Mas, quando Isaac avançou contra ela, Nadia, essa pessoa aparentemente fraca, se colocou na sua frente.Enquanto via os médicos levarem Nadia, a testa de Isabel se contraiu de forma visível.- Isabel, você está bem? - A voz de Aurora chegou aos seus ouvidos.Isabel levantou a cabeça, os olhos um pouco perdidos.Aurora franziu a testa e ajudou Isabel a se levantar:- Você está assustada?-
Isabel levantou a cabeça, se apoiando no próprio ombro. Para sua surpresa, viu Marina e Lívia, ambas apressadas e com os olhos cheios de preocupação.- Bela, o que aconteceu? Assim que vimos a notícia, viemos imediatamente! - Marina estava visivelmente preocupada, examinando Isabel de cima a baixo.Isabel olhou para as duas e pensou na família que chegou para vê-la logo após o incidente. Comparada a Nadia, ela se sentia verdadeiramente sortuda.- Avó, estou bem. - Isabel abriu os braços, quase pronta para pular da cama de tão animada.- Eu vi nas notícias que você foi feita refém, fiquei apavorada! - Marina deu um leve toque na testa de Isabel. - Você é uma menina travessa!Lívia, ao ver que Isabel estava bem, também soltou um suspiro de alívio.- Avó, Lívia, desculpem por preocupá-las. Sinto muito. - Isabel fez uma cara de triste, brincando com a situação.As duas se entreolharam e riram:- Até numa situação dessas, você continua a mesma!- Ah, eu não faço isso porque sei que vocês me
Isabel se sentiu novamente cheia de felicidade. Ela se recostou na cabeceira da cama, olhando pela janela. Se...Isso a faria ainda mais feliz....À noite, Isabel pretendia voltar para casa, mas Jorge foi visitá-la e insistiu em fazer um exame completo, determinando que ela ficasse no hospital por mais dois dias. Felizmente, Nadia estava fora de perigo.Isabel estava sozinha no quarto do hospital, extremamente entediada. Não havia nada de errado com ela, mas não a deixavam sair. Ela estava sendo observada de perto, como um animal protegido.Seu celular vibrou com uma nova mensagem de Lívia: "Bela, os bolinhos de carne estão a caminho!"Pensar nos bolinhos de carne feitos por sua sogra fez Isabel se sentir um pouco menos entediada. Ela lavou algumas frutas e preparou duas xícaras de chá, esperando a chegada de Marina e Lívia.Quando bateram na porta do quarto, Isabel imediatamente disse:- Entre!Se virando alegremente, Isabel ficou surpresa ao ver quem entrou.José?Ele carregava uma
Ele não disse nada, apenas a encarou.Isabel se sentiu um pouco desconfortável sob aquele olhar fixo e baixou a cabeça para comer o bolinho de carne. Depois de um tempo, levantou os olhos novamente e percebeu que ele ainda a observava.- Olhando para mim, você consegue se sentir satisfeito? Coma a sua comida, pare de me olhar! - Isabel rapidamente pegou um bolinho de carne e colocou na tigela dele.Ele baixou a cabeça, olhou para o bolinho de carne na tigela e franziu a testa.Isabel de repente pareceu lembrar de algo e rapidamente retirou o bolinho de carne da tigela dele.José ficou confuso.O que ela estava fazendo? Praticando o uso de talheres?- Eu me esqueci, você não gosta que os outros coloquem comida para você. - Isabel resmungou enquanto enchia a boca.José permaneceu em silêncio, soltando por fim um suspiro.- Antes, você não era tão obediente. - Ele disse com uma voz grave, como se estivesse refletindo sobre algo.- Porque antes eu era sua esposa e as esposas podem fazer o