Ele franziu a testa e seu olhar para Isabel se tornou visivelmente mais complexo.Isabel sabia que as palavras da avó o deixaram em uma posição difícil. Ela também temia que José entendesse mal, pensando que ela estava encenando tudo isso para tentar mantê-lo.- Eu não faria uma exigência tão desrespeitosa, pode ficar tranquilo. - Isabel sorriu gentilmente, tentando acalmá-lo.Mas quanto mais Isabel tentava explicar com tanta naturalidade, mais ele se sentia irritado.Com um estrondo, a porta do quarto foi fechada com força.Isabel abaixou a cabeça e o sorriso lentamente desapareceu de seu rosto.Marina suspirou:- Bela, você não percebeu que ele hesitou? Isso significa que, na verdade...- Vovó, há mais alguma coisa? - Isabel interrompeu Marina abruptamente.Ela temia ouvir Marina dizer que José na verdade não queria o divórcio.Desde o dia em que se casou com José, sua avó dizia: "Zé vai acabar se apaixonando por você, é só uma questão de tempo!"Essas palavras, que ela ouviu repetid
Isabel ergueu o rosto e olhou para ele mais uma vez.A expressão dele estava sombria e a mão que segurava o cigarro estava fechada com força.Isabel realmente achava o cheiro do cigarro insuportável, como se não conseguisse se livrar dele de jeito nenhum. Claro, ela não estava falando apenas do cheiro do cigarro, mas também de si mesma.Isabel sorriu e disse suavemente:- José, desculpa.Depois de dizer isso, ela finalmente sentiu que estava verdadeiramente aliviada.José abaixou o olhar, sua garganta se mexeu. Ele apagou o cigarro e disse:- O que eu disse lá dentro, vou repetir.Ele franziu a testa e em seus olhos havia uma paciência e seriedade que nunca teve com Isabel. Ele repetiu:- O que você quiser, eu farei.Isabel assentiu firmemente:- Certo, vamos nos divorciar.A mão de José pressionou o cigarro com força e, em seguida, ele assentiu:- Tudo bem. Quando? - José perguntou.- Hoje não vai dar, à tarde tenho uma cirurgia com Aurora. Que tal amanhã de manhã? Pode ser? - Isabel
À noite, Isabel comprou uma grande quantidade de lanches e voltou para casa.Hugo bebia chá e observou sua filha, vestida com um pijama, comendo batatas fritas na sala de estar, muito intrigado.Era raro ver Isabel tão relaxada, parecia um pouco estranho.- O que você está fazendo? - Hugo semicerrou os olhos. - Tem alguma boa notícia?Isabel estava prestes a dizer a Hugo que iria se divorciar de José no dia seguinte. No entanto, ao lembrar que nunca conseguia finalizar o divórcio e que isso sempre fazia todos ficarem cheios de expectativas para depois se desapontarem, decidiu que só mostraria o certificado de divórcio depois que estivesse com ele em mãos.Isabel nunca esteve tão ansiosa para pegar o certificado de divórcio.Ela mesma se perguntava se estava ficando louca.- Nada demais, apenas aprendi algumas coisas durante a cirurgia com Aurora esta tarde e estou bastante feliz. - Isabel se sentou educadamente e continuou a comer suas batatas fritas.Hugo semicerrou os olhos, estalou
José perguntou a Isabel:- Encontrou?Isabel se virou para ele e disse:- Sr. Silva, você acredita em mim?José semicerrava os olhos, tentando entender o significado daquelas palavras.- Eu realmente não estou tentando evitar o divórcio. Eu perdi minha identidade. - Isabel levantou a mão em um gesto solene. - Eu juro, realmente a perdi.José olhou para o rosto arrependido de Isabel, sentindo uma mistura de emoções.- Me dê dois dias para fazer uma segunda via da identidade. Quando estiver pronta, nos divorciamos. - Isabel juntou as mãos em súplica.José a observou em silêncio por alguns momentos antes de responder:- Tudo bem.Isabel assentiu, sentindo um inexplicável alívio:- Tudo bem.- Quer que eu te leve para o trabalho? - Ele perguntou.Isabel balançou a cabeça:- Eu vou de carro. - E dizendo isso, desceu do carro.José observou a figura frágil de Isabel se afastar e de repente a chamou:- Isabel.- Sim! - Ela respondeu com uma voz clara e melodiosa, muito agradável aos ouvidos.
Diante do telefonema de Clara, o silêncio de Isabel já tinha revelado a resposta.- Diga, você está com pena? - Clara pressionou.Isabel encheu um copo de água e suspirou:- Não estou com pena. É a minha identidade que está.Clara ficou intrigada:- Identidade?- No momento crucial, a identidade sumiu. Não tem jeito, só vou conseguir me divorciar depois que eu fizer a segunda via. - Isabel tomou um gole de água, se aproximando da janela e olhando para fora com um olhar cansado.Clara suspirou:- O casamento de vocês foi complicado desde o começo, até mesmo o divórcio é difícil.Isabel não pôde deixar de rir, porque era verdade, como podia ser tão difícil assim se divorciar?Se não fosse pelo divórcio hoje, ela nem teria percebido que havia perdido a identidade.- Bela, daqui a alguns dias eu vou a uma festa, quer ir comigo?Isabel semicerrava os olhos:- Que tipo de festa?- Uma festa do mundo do entretenimento, com grandes diretores e estrelas. Também estarão presentes alguns investid
O homem segurava a faca, vestindo roupas rasgadas, e seus sapatos pretos estavam furados. Sua barba estava por fazer e a pele era queimada de sol.- Aqui é um hospital, não faça tumulto. - Isabel o lembrou friamente.- Eu não ligo para onde estamos, faça a papelada de alta da minha esposa, agora! - O homem olhou furiosamente para Isabel, parecendo uma fera.- Coloque a faca no chão. - Isabel fixou o olhar na faca em sua mão.O hospital estava cheio de pessoas e, com tantos espectadores, qualquer ferimento seria difícil de lidar.- Faça a papelada de alta da minha esposa! - O homem gritou.- Está bem. - Isabel assentiu, concordando prontamente.Todos olharam para Isabel, surpresos por ela concordar em dar alta a Nadia.- Nina. - Isabel chamou.Nina se aproximou:- Estou aqui.Isabel disse:- Faça a papelada de alta para Nadia.Nina franziu a testa, confusa:- Para realmente vai dar alta a ela? Você está falando sério?- Sim, faça a papelada de alta. - Isabel respondeu seriamente.Nina a
Isabel rolou agilmente para o lado, fazendo com que a adaga nas mãos de Isaac errasse o alvo. Ele cerrou os dentes, com as veias saltando em sua testa, e praguejou:- Não se esconda!Isabel não era tola, claro que iria se esconder. Isaac lançou um olhar feroz para ela, enquanto Isabel se levantava lentamente, deixando cair a agulha de prata da manga, prendendo ela entre os dedos. Vendo que não conseguiria se aproximar de Isabel, Isaac de repente olhou para Nadia. Ela hesitou por um momento, e Isaac agarrou seu braço, puxando ela para frente e colocando a adaga contra seu pescoço.- Nos deixe sair, ou eu a mato! - Gritou Isaac para Isabel.Isabel ficou mais uma vez chocada com aquele homem.- Isaac, ela é sua esposa. Vocês compartilharam a mesma cama por anos! - Lembrou Isabel.Mas Isabel se esqueceu de que, para Isaac, Nadia não passava de uma ferramenta para gerar filhos! E, como não podia ter filhos, era uma ferramenta que merecia morrer!Que triste.- Pare de falar e nos deixe sair
- Nadia, eu disse que iria te tratar e eu vou te curar. - Isabel se virou para os médicos do lado de fora, chamando. - Aurora, Nadia está ferida.- Dra. Isabel, obrigada. Mesmo que eu morra, não tem problema. - A voz de Nadia era suave e delicada.Naquele momento, Isabel sentiu uma imensa compaixão por ela. Quem não gostaria de ser uma mulher bonita e elegante? Mas a vida a empurrou para se tornar uma simples camponesa.Isaac foi levado pela polícia. No entanto, o coração de Isabel ainda estava apreensivo, incapaz de se acalmar. Ela sempre considerou Nadia uma pessoa fraca, desprezando essa fraqueza. Mas, quando Isaac avançou contra ela, Nadia, essa pessoa aparentemente fraca, se colocou na sua frente.Enquanto via os médicos levarem Nadia, a testa de Isabel se contraiu de forma visível.- Isabel, você está bem? - A voz de Aurora chegou aos seus ouvidos.Isabel levantou a cabeça, os olhos um pouco perdidos.Aurora franziu a testa e ajudou Isabel a se levantar:- Você está assustada?-