- A cidade A é mesmo pequena. - Isabel suspirou novamente.A cidade A deveria ser grande, mas por que ela sempre encontrava aqueles que não queria ver?O homem soltou uma risada fria, se aproximou lentamente e parou ao lado de Isabel para lavar as mãos.Isabel pegou duas folhas de papel para secar os dedos. Suas mãos eram muito bonitas, com um tom rosado.José desviou o olhar, com a voz abafada:- Isabel, pare com isso.- O que quer dizer com isso, Sr. Silva? - Isabel inclinou a cabeça.José encontrou seu olhar. Sob a luz quente e amarelada, seu rosto parecia ainda mais branco e bonito. Seus olhos tinham um tipo de sedução indescritível.- Você sabe do que estou falando. - José estava perdendo a paciência.Essa farsa com Daniel precisava acabar!- Não sou inteligente, não entendi. - Isabel desviou o olhar, continuando a secar as mãos.José soltou um grunhido e questionou:- Isabel, você acha que isso vai chamar minha atenção?- Eu não estou tentando chamar sua atenção, Sr. Silva, não t
José segurou o pulso de Isabel, girando ela diretamente e empurrando ela contra a parede. A tatuagem de borboleta nas costas de Isabel apareceu instantaneamente diante dos olhos de José. A testa de José tremeu, como se o rosto nebuloso de uma menina tivesse passado por sua mente. Sua respiração ficou inexplicavelmente pesada.Isabel estava com o corpo pressionado contra a parede e, não conseguindo se conter, virou a cabeça e lançou um olhar furioso a José, lutando enquanto gritava:- Me solta!José olhou fixamente para a tatuagem de borboleta de Isabel, engolindo em seco. Ele apertou ainda mais o pulso dela, a voz abafada:- Como você se machucou?Isabel xingou ele:- Me solta ou vou te bater!José levantou os olhos para Isabel. Seus cílios eram densos e longos, e no banheiro mal iluminado, os contornos do homem eram um pouco indistintos.- Me responda! - Ele gritou, irritado.Isabel virou a cabeça, com o braço preso por ele, se sentindo completamente humilhada por aquela posição. José
Parecia que, desde que José foi sequestrado, Carolina ficava doente a cada dois dias.- Vamos. - Disse Daniel.Isabel respondeu com um aceno de cabeça. Diante do elevador, os dois permaneceram em silêncio. O olhar de Daniel pousou no ombro e no pescoço de Isabel:- E esse machucado, como aconteceu?Isabel hesitou por um momento. Será que ele ouviu a conversa dela com José?- Desculpe, não foi intencional. Só vi Carolina na porta e fiquei curioso, então ouvi sem querer. - Daniel explicou.Isabel balançou a cabeça, não se importava mais.- Quando era pequena, caí da varanda e me machuquei com um vaso. - Isabel respondeu casualmente.Daniel observou seus olhos e perguntou:- Sério?- Claro, eu nunca minto. - Isabel ergueu aquele rosto bonito, com uma expressão séria.Daniel sorriu imediatamente.Isabel deu uma leve tossida, inexplicavelmente se sentindo culpada.- Nunca mente... - Ele riu baixo, repetindo as palavras de Isabel.Quem sabe quantas vezes ela disse que o amava, apenas para fa
- Zé, o que você está fazendo aqui? - Marina ficou surpresa ao ver José.Ela e Lívia haviam agido às escondidas, quem teria avisado José?- Vovó, fui eu quem o chamou. - Isabel respondeu rapidamente.Do lado de fora do escritório, um grupo de pessoas olhava curiosamente para dentro, ansiosas para ver o desenrolar da situação.Até que José fechou a porta e as pessoas do lado de fora suspiraram:- Ai, o que será que eles vão discutir? Até o José apareceu!...- Vovó, mãe. Vou levar vocês para casa. - José tentou levantar Marina.Marina imediatamente empurrou José, cruzou os braços e se virou, soltando um resmungo frio:- Não vou voltar!- Aqui é um hospital, Isabel está trabalhando. Vovó, tenha um pouco de consideração. - José falou em tom baixo, tentando lembrar Marina.Marina olhou para o neto, visivelmente chateada e protestou:- Se você conseguisse resolver seus problemas amorosos, eu não precisaria estar aqui!- Isso mesmo! - Lívia concordou, a reprovação evidente em sua voz.José s
Isabel olhou para José e perguntou a si mesma se ainda o amava de verdade. Talvez, ainda houvesse um pouco de amor. Mas era um amor misturado com uma sensação de não querer desistir.Ela fixou seu olhar naquele rosto bonito e não pôde deixar de lembrar do tempo em que tinha acabado de se casar com ele.Clara perguntou-lhe:- Isabel, você o ama tanto assim? Está disposta a ser tratada com frieza por ele depois do casamento, só para se casar com ele?Naquela época, ela respondeu com firmeza:- Eu o amo, eu o amarei por toda a vida, não posso viver sem ele.Mas agora, ela já não tinha coragem de dizer que o amava com tanta certeza.Isabel esboçou um sorriso e, dessa vez, decidiu que viveria com dignidade diante de José.José se sentiu incomodado ao ser observado por ela e seu sorriso parecia uma lâmina que inexplicavelmente feriu seu coração.Isabel abriu levemente os lábios e disse suavemente:- Vovó, eu realmente não o amo mais...Ao ouvir isso, o coração de José se contraiu repentiname
Ele franziu a testa e seu olhar para Isabel se tornou visivelmente mais complexo.Isabel sabia que as palavras da avó o deixaram em uma posição difícil. Ela também temia que José entendesse mal, pensando que ela estava encenando tudo isso para tentar mantê-lo.- Eu não faria uma exigência tão desrespeitosa, pode ficar tranquilo. - Isabel sorriu gentilmente, tentando acalmá-lo.Mas quanto mais Isabel tentava explicar com tanta naturalidade, mais ele se sentia irritado.Com um estrondo, a porta do quarto foi fechada com força.Isabel abaixou a cabeça e o sorriso lentamente desapareceu de seu rosto.Marina suspirou:- Bela, você não percebeu que ele hesitou? Isso significa que, na verdade...- Vovó, há mais alguma coisa? - Isabel interrompeu Marina abruptamente.Ela temia ouvir Marina dizer que José na verdade não queria o divórcio.Desde o dia em que se casou com José, sua avó dizia: "Zé vai acabar se apaixonando por você, é só uma questão de tempo!"Essas palavras, que ela ouviu repetid
Isabel ergueu o rosto e olhou para ele mais uma vez.A expressão dele estava sombria e a mão que segurava o cigarro estava fechada com força.Isabel realmente achava o cheiro do cigarro insuportável, como se não conseguisse se livrar dele de jeito nenhum. Claro, ela não estava falando apenas do cheiro do cigarro, mas também de si mesma.Isabel sorriu e disse suavemente:- José, desculpa.Depois de dizer isso, ela finalmente sentiu que estava verdadeiramente aliviada.José abaixou o olhar, sua garganta se mexeu. Ele apagou o cigarro e disse:- O que eu disse lá dentro, vou repetir.Ele franziu a testa e em seus olhos havia uma paciência e seriedade que nunca teve com Isabel. Ele repetiu:- O que você quiser, eu farei.Isabel assentiu firmemente:- Certo, vamos nos divorciar.A mão de José pressionou o cigarro com força e, em seguida, ele assentiu:- Tudo bem. Quando? - José perguntou.- Hoje não vai dar, à tarde tenho uma cirurgia com Aurora. Que tal amanhã de manhã? Pode ser? - Isabel
À noite, Isabel comprou uma grande quantidade de lanches e voltou para casa.Hugo bebia chá e observou sua filha, vestida com um pijama, comendo batatas fritas na sala de estar, muito intrigado.Era raro ver Isabel tão relaxada, parecia um pouco estranho.- O que você está fazendo? - Hugo semicerrou os olhos. - Tem alguma boa notícia?Isabel estava prestes a dizer a Hugo que iria se divorciar de José no dia seguinte. No entanto, ao lembrar que nunca conseguia finalizar o divórcio e que isso sempre fazia todos ficarem cheios de expectativas para depois se desapontarem, decidiu que só mostraria o certificado de divórcio depois que estivesse com ele em mãos.Isabel nunca esteve tão ansiosa para pegar o certificado de divórcio.Ela mesma se perguntava se estava ficando louca.- Nada demais, apenas aprendi algumas coisas durante a cirurgia com Aurora esta tarde e estou bastante feliz. - Isabel se sentou educadamente e continuou a comer suas batatas fritas.Hugo semicerrou os olhos, estalou