Isabel estreitou os olhos e deu um passo à frente. Ela queria ouvir o que ele tinha a dizer.Heitor olhou para o rosto de Isabel que se aproximava e sentiu um nó na garganta. Isabel estava muito perto.Ele mexeu os lábios e encontrou o olhar de Isabel, que tinha olhos lindos. Heitor franziu ligeiramente as sobrancelhas e engoliu seco. Isabel... Os olhos dela lembravam os da mãe quando jovem.Heitor baixou a voz, com as sobrancelhas cerradas, seu rosto duro parecia ainda mais atraente.Ele avisou Isabel:- De qualquer forma, não tenha mais contato com a minha irmã! Se você tiver algo contra ela, venha direto a mim!Heitor cuidava muito de Carolina, pois acreditava que, tratando bem a filha dos outros, sua própria irmã, que estava fora, também seria bem tratada pelas pessoas que a acolhessem.Maísa... Sua irmã de sangue.Se Maísa pudesse voltar para casa, ele a mimaria ainda mais do que Carolina! Ele certamente não levantaria a voz para Maísa e daria a ela o melhor do mundo!- Isabel, se
- Desculpe... - A mulher chamou Isabel.Isabel ficou parada ao pé da cama, olhando para ela, sem qualquer emoção nos olhos. Se ontem ela ainda sentia pena, hoje, restava apenas indiferença.A mulher estava com o rosto cheio de hematomas, a testa envolta em gaze. Seus braços também estavam cobertos de ataduras, mostrando o quão brutalmente aquele homem a havia agredido.Isabel pensou em como a mulher havia defendido aquele homem ontem e sentiu uma profunda tristeza.O que ela ganhou com isso? Apenas uma violência ainda mais cruel por parte daquele homem!- Dra. Isabel, não me culpe. Eu não tenho escolha, dependo dele para sobreviver. - Ela falou com a voz trêmula e cada palavra parecia aumentar a dor em seu rosto machucado.Isabel franziu a testa, e a mulher continuou:- Sem ele, eu vou morrer, você pode entender isso?Isabel balançou a cabeça. Desculpe, mas ela não podia entender.- Eu preciso dele para me tratar. Se eu perder ele, realmente estarei sem saída. Na verdade, ele... ele é
De repente, o tempo ficou nublado na Cidade A, parecendo que ia chover. Isabel saiu do departamento de internação e viu um carro preto estacionado na entrada, ao lado de um homem vestindo terno e gravata.- Isabel. - Ele acenou para Isabel, com um sorriso gentil e elegante.- Sr. Mello, há quanto tempo não nos vemos! Tem estado ocupado ultimamente? - Isabel se aproximou dele.Daniel respondeu:- Acabei de voltar de uma viagem de negócios.Isabel deu uma olhada no carro e viu a mala de Daniel.- Nem sequer deixou sua bagagem?- Estava com saudades da Srta. Isabel, então vim direto para o hospital. - Ele disse diretamente.Isabel não pôde deixar de olhá-lo mais uma vez e então sorriu.- Aceitaria jantar comigo? - Ele perguntou.Isabel assentiu:- Claro.Daniel, num gesto cavalheiresco, abriu a porta do carro para Isabel. Após entrar no carro, Daniel entregou um presente a Isabel:- Para você.- Não precisava...- Não se preocupe, na época em que você salvou meu pai, eu não lhe dei nada
Mayara estava prestes a agradecer à pessoa por tê-la tirado de uma situação embaraçosa, mas quando viu que era Isabel, sua expressão desmoronou imediatamente.Isabel avaliou Mayara, entre o grupo de damas elegantes, sua aparência era bastante superior. Além disso, seu vestuário era muito elegante.Ela parecia ter uma predileção especial por vestidos de gala, pois nas últimas vezes que se encontraram, estava sempre usando um.Os traços de Mayara eram lindos, mesmo aos cinquenta anos, ela ainda era deslumbrante.Ela resmungou:- Você também está aqui?- Não é estranho, a Cidade A é tão pequena. Os restaurantes bons são poucos! - Isabel sorriu suavemente.Mayara arqueou a sobrancelha, olhando para a mesa de Isabel. Sozinha?- Srta. Isabel está tão solitária, até para jantar tem que vir sozinha. - Mayara torceu a boca, provocando. - Diferente da minha filha, que sempre tem o Sr. Silva para acompanhá-la em jantares e passeios.O coração de Isabel acelerou por um momento. Seu sorriso ficou u
Ela não tinha uma filha assim!Se a filha dela se atrevesse a agir assim, ela arrancaria as pernas dela!Pensando nisso, Mayara suspirou.Ela nem sabia como Maísa havia se transformado ao longo dos anos, se tornara uma dama refinada ou alguém agressiva e desagradável como Isabel?- Você tem algum problema com a Sra. Soares? - Daniel perguntou curioso a Isabel.- Eu não me dou bem com a filha dela, como ela poderia me tratar bem?Não era só Mayara, mas também o irmão de Carolina, Heitor. A família Soares parecia ter uma hostilidade geral contra ela.Daniel arqueou uma sobrancelha. De repente, ele apoiou os braços na mesa e disse de maneira misteriosa:- Isabel, eu sei de um segredo da família Soares. Quer ouvir?Isabel tomou um gole d'água. Um segredo da família Soares? Ela puxou a orelha, indicando que estava interessada em ouvir.Daniel sorriu e disse:- Não há garota que não goste de ouvir fofocas.- Não foi você quem quis contar? - Isabel deu de ombros.Daniel se inclinou mais perto
- Sr. Silva? - A enfermeira chamou suavemente por José.José se virou, emanando uma aura indescritível de opressão. A enfermeira engoliu em seco e entregou os medicamentos a José:- Aqui está o seu remédio.José respondeu com um aceno, sem esquecer de lançar um olhar para a sala de emergência, e baixou a voz:- O que está acontecendo?- Ah, o pai do Sr. Mello teve um ataque cardíaco. - Explicou a enfermeira.José franziu a testa. "O pai de Daniel teve um ataque cardíaco, por que Isabel está lá? Será que depois daquele banquete, ela se tornou a médica particular da família Mello?"Ao pensar nisso, José não pôde deixar de soltar um riso frio. Isabel sabia realmente tratar doenças? E a família Mello confiava mesmo nela!- Sr. Silva, o senhor precisa cuidar mais do seu estômago. Deve comer as refeições nos horários certos. - A enfermeira aconselhou.José franziu novamente a testa, respondeu com um aceno e se virou para sair. As palavras da enfermeira sempre o faziam se lembrar de Isabel.N
Os olhos de Isabel se estreitaram, e ela correu rapidamente, agarrando Nadia junto com o homem. O corpo de Nadia pendia na beira da parede:- Me solte! - Ela chorava e gritava.Isabel segurou o braço esquerdo de Nadia, enquanto o homem segurava o braço direito. Nadia esfregava o braço esquerdo incessantemente, e o pulso de Isabel estava prestes a sangrar.Isabel parecia entorpecida, incapaz de sentir dor. Ela tinha apenas um pensamento: "Nadia não pode morrer".A outra mão do homem protegeu o pulso de Isabel. Isabel se virou e, ao ver seu rosto, ficou paralisada por um instante.- Não fique parada, venha ajudar! - Ele rosnou para trás.Os lábios de Isabel tremeram. Era José...As pessoas que estavam atrás deles se aproximaram rapidamente. José segurou a mão de Isabel, deixando que a parede arranhasse as costas de sua mão. Juntos, com esforço conjunto, conseguiram puxar Nadia para cima.Nadia chorava copiosamente, gritando furiosa:- Por que me salvaram? Minha vida não vale nada, seria
Isabel levantou a cabeça, seu olhar pousou no dorso da mão de José. A mão dele estava sangrando.Isabel não pôde deixar de encará-lo:- Você não é igual?- Mas fazendo o bem, não se pergunta pelo futuro. - José de repente estava na posição onde Nadia estava antes.O coração de Isabel tremeu. Ele se virou de repente e perguntou a Isabel:- Isabel. Você se lembra que já falou que queria pular de um prédio?Isabel ficou em silêncio.- Provavelmente você não se lembra. Que tal eu te ajudar a lembrar? - José arqueou uma sobrancelha e se agachou.Com um sorriso no canto da boca, ele disse:- Ano passado, uma noite, você me mandou uma mensagem. Disse que estava doente e que, se eu não voltasse, você pularia do prédio e me deixaria cuidar do seu corpo.O rosto de Isabel ficou sombrio. Ela realmente havia dito essas palavras. Naquela época, ela era tão tola! Por José, ela diria qualquer coisa louca.Mas, felizmente, ela ainda prezava por sua vida. Não apostou sua própria vida de verdade, senão,