Na sala de repouso. Isabel empurrou a porta e avistou um homem sentado no sofá.Ele vestia um terno preto e estava inclinado sobre uma revista, as pernas longas relaxadas. Elegante e distinto. Cada gesto dele exalava uma aura de nobreza.Isabel bateu na porta e entrou. José ergueu a cabeça e encontrou o olhar sereno de Isabel.- Algum problema? - Sua voz era calma e distante, lembrando a José mais uma vez que o relacionamento entre eles havia terminado.Ela disse que não amava mais e estava tudo bem para ela. Era uma atitude desapegada. Mas ele ainda se perguntava, aquela pessoa que o salvou anos atrás, seria Isabel?José apontou para a mesa de centro. Foi então que Isabel notou o acordo de divórcio sobre a mesa. - Isabel, redigi um novo acordo de divórcio. Conforme você mencionou ontem à noite, vou te dar metade dos bens.Isabel ficou surpresa por um momento. Ela se inclinou para pegar o acordo de divórcio sobre a mesa.Ele já havia assinado, assim como na noite em que se casaram, qu
Terminadas as palavras, ela saiu.A porta da sala de repouso se fechou e imediatamente as mãos de Isabel se fecharam em punho. Ela se encostou na porta, seu coração batendo descontroladamente, como se algo estivesse a prendendo, a sufocando.Ela pensou que estava completamente insensível em relação a José. Ela pensou que realmente não o amava mais. Na verdade, tudo isso era autoengano!Quando ele mencionou o divórcio novamente, seu coração deu um salto. Este casamento, afinal de contas, estava terminando. Isabel respirava pesadamente, tentando controlar suas emoções.Mas ela nem mesmo percebeu a lágrima furtiva que escorreu de seus olhos.Isabel rapidamente foi se ocupar com o trabalho. Ela precisava se manter ocupada para não ser dominada pela tristeza.Na sala de repouso, José segurava firmemente o acordo de divórcio. Ele levantou a mão, apertando as têmporas, respirando pesadamente.Ele estava prestes a se divorciar de Isabel, mas não se sentiu nem um pouco aliviado. Depois de um te
- Documentos. - Ele virou a cabeça para lembrar Isabel.Isabel então colocou suas coisas para baixo.A atendente levantou os olhos e olhou para os dois, dizendo:- Vocês dois têm certeza de que querem se divorciar? Quando um casal está junto, não há problema que não possa ser resolvido. Na verdade...- Nós já decidimos. - Isabel interrompeu.Entre eles havia, sim, um problema que não podia ser resolvido. Ele não a amava e esse era o maior problema. José não disse nada, apenas olhou para a atendente. Ele parecia uma pessoa fria e de difícil acesso. Nesse momento, com a expressão séria, parecia ainda mais assustador.A atendente, temendo prolongar a conversa, lembrou aos dois:- O divórcio tem um período de reflexão de um mês. Mesmo que façam os trâmites hoje, não podem se divorciar imediatamente. Precisarão voltar daqui a um mês.- Tudo bem. - Responderam em uníssono.Isabel pensou que essa talvez fosse a vez em que ela e José estavam mais em sintonia. A atendente os observou por um mom
- Ouvi sua avó dizer que, há seis meses, ele já se queixava de dor no coração de vez em quando. Mas como era ocasional, não deram muita importância... - A voz de Hugo também estava trêmula.- Estou quase chegando, quase... - Isabel sentia sua mente completamente vazia.Ela conseguia salvar a vida de outras pessoas, mas quando seu avô estava doente, ela perdia completamente o controle.- José, mais rápido. - Isabel pediu a José.José olhou para ela. Seus olhos estavam vermelhos e havia lágrimas em seu rosto. Sua aflição era evidente.O cartório ficava a trinta minutos de carro do Hospital Santo Antônio. Cada semáforo parecia uma eternidade para Isabel. Ela fechou os olhos, respirando profundamente, mas seu coração não conseguia se acalmar.Seu avô não podia estar em perigo, ele simplesmente não podia! Se algo acontecesse com ele, o que seria da família?Ela não conseguia imaginar a vida sem seu avô.Enquanto Isabel estava mergulhada em sua angústia, sentiu de repente uma mão quente segu
José apertou a mão de Isabel, sinalizando para ela não se preocupar. Jorge tirou a máscara e olhou para todos, dizendo com pesar:- A situação não é boa.Ao ouvir isso, Isabel deu um passo para trás. José imediatamente segurou sua cintura, puxando ela para seus braços.- O que quer dizer com isso? - A voz de Rafaela tremia de choro.- O paciente ainda está em reanimação. Houve um choque há pouco e a condição é instável. Este é o aviso de risco de vida. - Jorge entregou um documento. - A senhora quer que vocês assinem.As palavras de Jorge soaram como uma bomba aos ouvidos de Isabel.Hugo, tentando se acalmar, assinou o documento enquanto perguntava:- Tem alguma chance?Jorge suspirou:- Não posso garantir.Essas palavras soaram como uma sentença de morte para o avô. Isabel sentiu as pernas tremerem, enquanto as memórias com seu avô passavam pela sua mente como um filme.Hugo caiu sentado no banco. José rapidamente se aproximou, chamando:- Sogro!Hugo acenou, indicando que estava bem.
Isabel estava com os olhos vermelhos, as mãos pendendo ao lado das pernas, um pouco desorientada.- Onde você estava? - A voz dele era grave, com um olhar avaliativo.- Fui tomar um ar no pavilhão. - A voz de Isabel era suave, não parecia estar mentindo.- O avô já está bem. - José informou.Isabel se aproximou de José, seus olhos expressando desculpas:- Desculpe por te causar problemas.- Por que está dizendo isso? - Ele franziu a testa, não gostando da formalidade de Isabel para com ele.Embora estivessem prestes a se divorciar, ele ainda era seu marido. Com o avô dela em apuros, ele não poderia ficar de braços cruzados.Assim como no aniversário da avó, Isabel também tinha participado.- Sobre o divórcio, eu... - Isabel hesitou.José a interrompeu:- Não precisa se apressar, vamos falar sobre isso quando seu avô melhorar.Isabel levantou os olhos, ainda vermelhos. Ao olhar para ele, parecia um cervo assustado, frágil e adorável. Ela mordeu o lábio, abaixando a cabeça envergonhada.
Isabel ficou sem palavras. Hugo raramente falava alto com ela, mas quando se tratava de José, ele sempre perdia a calma.José franziu as sobrancelhas e, em um tom baixo, disse:- É culpa minha, não culpe ela.- Claro que é sua culpa! Minha filha tão boa se casou com você, foi injusto para você? - Hugo olhou para José, cheio de recriminação.José olhou para Isabel, seus olhos negros cheios de emoções confusas. Isabel segurou o braço de Hugo, evitando o olhar de José, sinalizando para que Hugo parasse de repreendê-lo.A movimentação no hospital era intensa. Afinal, José era o presidente do Grupo Silva, uma figura importante na Cidade A. Ser repreendido assim por Hugo não era bom para sua imagem.Hugo, irritado, exclamou:- Mesmo agora, você ainda o defende! Esqueceu a dor que ele te causou? Você quase perdeu sua vida...Antes que Hugo pudesse terminar, Isabel o interrompeu:- Já chega, papai!As palavras de Hugo cessaram abruptamente. José olhou para os dois, seus olhos se estreitaram.“
Quando a porta do elevador se abriu, Isabel saiu imediatamente.José olhou para a figura teimosa de Isabel, sentindo uma leve dor no coração, como se algo o tivesse espetado.Na entrada da ala hospitalar, Isabel parou. Se virando para José, colocou as mãos educadamente à sua frente e disse gentilmente:- Sr. José, eu o acompanho até aqui. Desculpe por incomodá-lo a manhã toda.- Hmm. - José a olhou por mais um momento.Ele quis dizer que, se Isabel precisasse de algo, poderia ligar para ele.Antes que pudesse falar, ouviu uma voz familiar ao lado:- Bela.José e Isabel se viraram para olhar. Viram Daniel se aproximando com um buquê de flores e presentes.- Sr. José também está aqui? - Daniel olhou para José, com uma expressão de surpresa.- Está surpreso? - José olhou friamente para Daniel, seu tom gélido.Eles estavam competindo pela mesma propriedade recentemente.- Sim. Eu pensava que o Sr. José só tinha a Srta. Carolina em mente e não se importava com os assuntos da ex-mulher. - Da