Alana Miller...
A festa não passa de um borrão, as pessoas, vem me cumprimentar e minha vontade é sair correndo, porém, meu carrasco já está sob minha posse. — Alana, vamos já está na hora de viajarmos. — Ele fala ao meu ouvido. — Para onde vamos — pergunto. — Nossa lua de mel. Escutar isso me causou arrepios, nesta viagem iria acontecer algo que não teria mais volta. Entregaria minha virgindade que guardei por tanto tempo para uma pessoa especial, para esse velho asqueroso que me comprou como um objeto. Claro! Aqui está a continuação do capítulo: Eu queria gritar, mas minha voz parecia presa na garganta. O peso do momento me esmagava. As palavras "lua de mel" saíram de seus lábios como uma sentença. Ele não era meu marido; era meu carcereiro, meu algoz. Senti sua mão áspera em meu braço, guiando-me como se eu fosse uma criança desobediente. O calor das luzes da festa contrastava com o frio que me percorria por dentro. Meus passos eram pesados, como se cada um me levasse para um abismo do qual eu não conseguiria sair. — Vamos, Alana, não temos o dia todo. — Sua voz era firme, quase impaciente. Olhei ao redor, procurando rostos conhecidos, algum sinal de que alguém notava minha angústia. Mas todos pareciam cegos, indiferentes. Sorrisos falsos e conversas superficiais preenchiam o ambiente. Ninguém via a menina assustada por trás do vestido de noiva. Entramos na limusine, e ele se acomodou ao meu lado, seu perfume forte e enjoativo preenchendo o espaço confinado. Meu estômago revirou. Olhei pela janela, vendo as luzes da cidade ficando para trás enquanto nos afastávamos. — Você deveria estar animada. — Ele comentou, cruzando as pernas. — Muitas garotas dariam tudo para estar no seu lugar. Engoli em seco. Minha boca estava seca, mas minhas mãos suavam. Não respondi. — É melhor você começar a se acostumar, Alana Ferraz. — Sua voz tinha um tom de aviso. Fechei os olhos, tentando afastar a sensação de desespero. Eu precisava pensar. Precisava encontrar uma maneira de escapar. A ideia de entregar algo tão íntimo, tão meu, para ele, me causava náuseas. — Não vai falar nada? — Ele perguntou, inclinando-se para mais perto. — Estou cansada. — Menti, mantendo meu olhar fixo na paisagem escura do lado de fora. — hoje o dia foi cansativo. Ele riu, uma risada baixa e cruel. — Cansada... Bem, você vai precisar de energia mais tarde. Meu corpo ficou tenso. Cada palavra dele era como uma faca perfurando minha pele. Eu queria gritar, mas sabia que isso só o satisfaria. A viagem parecia interminável. Quando finalmente paramos, estávamos diante de um heliporto, com luzes douradas iluminando a fachada. Ele desceu primeiro, estendendo a mão para mim. Relutante, aceitei, sabendo que não havia escolha naquele momento. — Bem-vinda ao início da nossa nova vida, Alana. — Ele disse, com um sorriso que me fez estremecer. — Nossa noite de nupcias iniciará quando chegarmos ao Havai. Enquanto atravessávamos o caminho até o helicóptero, algo dentro de mim começou a se agitar. Não era coragem, ainda não. Mas era um fio de determinação. Eu não sabia como, mas precisava encontrar uma maneira de fugir. Assim que ele iniciou o voo, eu tive a certeza que uma parte de mim morria naquele momento, fiz toda viagem no mais profundo silencio, pois queria a todo custo esquecer quem eu era e o que representava minha permanência aqui. Uma hora depois o helicóptero aterrissou, e o medo se fez presente novamente, agora seria inevitável, entramos no carro e seguimos para o luxuoso hotel. Assim que a porta do quarto se fechou atrás de nós, senti a realidade me engolir por completo. Era agora ou nunca. — Preciso de um momento. — Disse, com a voz trêmula, enquanto caminhava até o banheiro. Ele me olhou por um instante, avaliando, mas assentiu. Fechei a porta e tranquei-a, meu coração batendo como um tambor. Olhei meu reflexo no espelho, tentando encontrar a garota que um dia fui, aquela que ainda existia em algum lugar dentro de mim. Respirei fundo e comecei a vasculhar o banheiro. Eu precisava de algo, qualquer coisa que pudesse me ajudar. Tesouras, lâminas, até mesmo um telefone. Qualquer coisa que pudesse ser uma arma ou uma saída. "Você vai sair dessa", pensei, enquanto continuava minha busca frenética. Eu não sabia como, mas uma coisa era certa: não deixaria aquele homem destruir o que restava de mim. Infelizmente não encontrei nada que pudesse me ajudar, e o Anthony estava ficando sem paciência, dava para perceber pelas batidas dele na porta. As batidas na porta ficaram mais intensas, cada uma ecoando como um lembrete de que o tempo estava contra mim. Anthony estava perdendo a paciência. — Alana! Abra essa porta agora! — Sua voz era autoritária, e o som dela fazia meu estômago revirar. Respirei fundo, tentando controlar o pânico que ameaçava me dominar. Não havia saída, não havia ferramentas, e meu corpo tremia. Olhei ao redor mais uma vez, mas o banheiro era apenas isso: um banheiro. Nenhuma arma, nenhuma rota de fuga. Eu precisava de tempo. — Só mais um minuto! — Gritei, tentando soar firme, mas minha voz vacilou no final. — Não me teste, Alana. — Ele rosnou. Minhas mãos suavam enquanto me encostava na pia. Eu precisava pensar. E rápido. Ele estava do lado de fora, esperando, e eu sabia que ele não hesitaria em arrombar a porta se fosse necessário. De repente, algo chamou minha atenção. Uma ideia absurda, mas era tudo o que eu tinha. Peguei o sabonete líquido na pia e o derramei no chão, espalhando-o com o pé. O chão ficou escorregadio. Não era uma solução perfeita, mas era o suficiente para tentar ganhar alguns segundos preciosos. Eu destranquei a porta com as mãos trêmulas e a abri devagar. Anthony estava lá, com a expressão sombria e impaciente. Ele me olhou de cima a baixo, como se tentasse decifrar o que eu estava tramando. — Finalmente. — Ele disse, empurrando a porta e entrando no banheiro. — O que diabos você estava fazendo aqui tanto tempo? Antes que ele pudesse perceber, dei um passo para trás, forçando-o a entrar mais no banheiro. Ele pisou no chão escorregadio, e, como eu esperava, perdeu o equilíbrio. Seu corpo pesado caiu com um baque surdo no piso. — M*****a garota! — Ele rugiu, tentando se levantar. Eu sabia que tinha apenas um momento para agir. Saí correndo do banheiro e peguei minha bolsa, que estava jogada sobre a cama. Corri para a porta do quarto, mas ela estava trancada. Meu coração disparou. Anthony apareceu na porta do banheiro, com o rosto vermelho de raiva. Ele mancava ligeiramente, mas ainda parecia perigoso. — Você acha que pode fugir de mim? — Ele disse, com um sorriso cruel. — Isso só vai piorar as coisas para você. Minhas mãos tremiam enquanto tentava destrancar a porta, mas a chave não estava lá. Ele devia tê-la guardado consigo. Eu estava encurralada. — Por favor, Anthony... — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro. — Eu não quero isso. Ele deu um passo à frente, e eu recuei. — Não importa o que você quer, Alana. Você é minha agora. — Sua voz era fria, calculada. Meu olhar caiu sobre uma pequena luminária na mesa ao lado da cama. Era pesada o suficiente. Sem pensar duas vezes, corri até ela, agarrando-a com as duas mãos. — Não se aproxime! — Gritei, erguendo a luminária. Ele parou, surpreso. Seus olhos se estreitaram, e por um momento, vi algo que parecia... diversão? — Você tem coragem, eu dou isso a você. — Ele disse, cruzando os braços. — Mas coragem não vai te levar a lugar algum, querida. Eu sabia que ele estava certo. Eu não tinha para onde ir, não tinha como escapar daquele quarto, mas algo dentro de mim não queria desistir. Não podia desistir. — Você pode achar que me controla agora, mas um dia, Anthony, você vai se arrepender de cada segundo que me fez passar ao seu lado. Minha voz estava mais firme do que eu esperava, e por um instante, ele pareceu surpreso. Mas logo sua expressão voltou ao mesmo sorriso frio e calculista. — Vamos ver quanto tempo essa sua rebeldia dura. — Ele disse, caminhando em direção à poltrona e se sentando. — Vou te dar uma escolha, Alana. Você pode largar isso e vir até aqui por vontade própria, ou eu posso fazer isso do jeito difícil. Eu não respondi. Apenas continuei segurando a luminária, sentindo seu peso nas mãos, enquanto tentava desesperadamente pensar em uma saída. Eu não sabia como, mas prometi a mim mesma que essa história não terminaria aqui.Alana Miller Ferraz...Por mais que tentasse resistir, o Anthony era mais forte e mais astuto que eu, num momento de deslise ele chegou por trás e me desarmou.— Agora você não me escapa. — Ele fala me jogando na cama e deixando em pedaços o vestido que me cobria. — Você é minha Alana, e agora vai me pertencer por inteiro.Meu corpo inteiro se arrepiava como se repelisse tudo que estava por vir e já destruída, apenas fechei os olhos me deixando levar por esse momento infernal. A cada investida dele era como se uma parte de mim fosse arrancada.Após satisfeito ele se levantou, seguiu até o banheiro, e quando saiu de lá já arrumado me olha e fala:— Aqui está dinheiro o suficiente para você comprar algo para comer, o restaurante do hotel já está fechado, mas lá fora tem algumas lanchonetes. Vou sair, não me espere, irei em busca de alguém que me satisfaça, já que minha querida esposa só sabe reclamar.Esperei ele sair, e desmoronei no choro, me arrastei até o banheiro, tinha que tirar o
Miguel Ferraz...Sempre tive a fama de playboy, mas na realidade é uma forma que encontro para me desprender da realidade, meu pai, só liga para os negócios depois que perdeu minha mãe, meu tio não pensa em nada que não seja seu próprio ego. Tornou-se uma pessoa egoísta que só pensa em si.Embora ele acredite que temos muito em comum, não vejo semelhança alguma em nós. Estou mais uma vez no Havaí, meu pai pensa que estou pegando várias garotas quando, na verdade, quero encontrar alguém que me faça viver o amor que eu via nos meus pais.Estou entediado em meu quarto quando saio para caminhar as margens da piscina quando vejo uma linda garota, mas ela esta chorando. Fico observando-a de longe até criar coragem de me aproximar.— Você está bem? — pergunto e quando ela me olha fico ainda mais impressionado com sua beleza. Ela porem me fala que se sente enjaulada. Fico imaginando o que aconteceu para que ela se sinta dessa forma. De
Alana MillerEu sempre achei que minha vida fosse perfeita. Meu nome é Alana Miller, e durante vinte e dois anos, fui à preferida de meus pais. Cresci em uma mansão em um bairro elegante, cercada de jardins impecáveis, empregados sempre solícitos e a constante impressão de que o mundo conspirava para que eu fosse feliz. Minha mãe dizia que eu tinha herdado sua beleza, e meu pai fazia questão de ressaltar que minha inteligência era meu maior dom. Eu acreditava neles. Como não acreditar? Eles me amavam, e o amor deles parecia suficiente para blindar minha existência contra qualquer sofrimento.Minhas manhãs eram sempre regadas a cafés elaborados na sala de jantar iluminada pelo sol, onde meu pai lia o jornal e minha mãe discutia as próximas festas beneficentes que iríamos organizar. Eu passava meus dias entre aulas de música, arte e idiomas, além de frequentar os melhores círculos sociais. Todos pareciam me admirar, e eu, confesso, gostava disso. Gostava de ser notada, de ser admirada,
Alana MillerO vestido estava impecavelmente pendurado na porta do armário, como se fosse uma obra de arte. Um tom de azul profundo que me lembrava as noites estreladas que eu costumava observar quando era pequena. Suspirei, encarando-o como se fosse uma armadura para o que estava por vir. Hoje seria o dia em que eu conheceria Anthony Ferraz, o homem que, dentro de poucas semanas, se tornaria meu marido. Um completo estranho, com idade suficiente para ser meu pai.— Alana, você ainda não está pronta? — A voz da minha mãe me trouxe de volta à realidade. Ela apareceu na porta, com os cabelos perfeitamente presos em um coque e um olhar que mesclava ansiedade e esperança. — As pessoas já estão chegando. Anthony deve estar aqui a qualquer momento.Balancei a cabeça, tentando dissipar o turbilhão de pensamentos. — Já estou indo, mãe. — Respondi mesmo sem vontade.Ela me observou por um instante, como se pudesse enxergar a confusão por trás da minha expressão. Mas, em vez de dizer algo, ape
Anthony Ferraz Eu olhei para o celular, hesitei por um momento, mas sabia que não tinha outra escolha. Era hora de dar a notícia. Apertei o botão de chamada e coloquei o telefone no ouvido, esperando que ele atendesse. Sabia que, a qualquer momento, o tom irônico e cínico do meu irmão, Gabriel, tomaria conta da conversa. — Alô? — Ele atendeu, a voz abafada, como se tivesse acabado de acordar. Gabriel sempre foi mais desleixado com o horário, mas, ao menos, ele sabia que eu não ligaria sem um motivo. — Gabe, preciso te contar uma coisa. — Respirei fundo, tentando manter o tom calmo. — O que foi, Anthony? Algo grave? — O tom dele agora estava mais atento, mas não conseguia disfarçar o ceticismo. Gabriel nunca acreditou que eu fosse capaz de fazer algo "fora do script". — Eu vou casar novamente. — A frase soou mais pesada do que eu imaginava. Talvez por ser a terceira vez,e que dessa vez não fosse tão simples quanto as anteriores. Houve um silêncio do outro lado. Não era o silêncio
Alana Miller Olhei-me no espelho pela milésima vez. O vestido branco que cobria meu corpo parecia mais uma prisão do que um símbolo de pureza. A renda, as pérolas, o véu… nada disso me faz sentir como uma noiva sonhada. Era como se fosse cada centímetro do tecido, o peso de uma decisão que não ficou mais pesada. O reflexo que eu via não era o meu, mas o de alguém que havia sido comprado. Fechei os olhos, tentando ignorar o aperto no peito, mas ele só aumentou. Meu pai sempre disse que o dinheiro era a solução para todos os problemas. Quando ele me contou sobre o acordo com Anthony Ferraz, ainda não consegui entender completamente. A dívida dele com o homem mais rico da cidade, que sempre me pareceu intocável, fora finalmente salgado, mas não de uma maneira qualquer. Ele me deu como garantia. Me deu como moeda de troca. "Alana, isso é uma oportunidade, filha. O Ferraz pagou as dívidas, e agora ele quer você. Você tem que fazer isso. Isso é o melhor para todos nós", meu pai falou co