Capitulo 8

Alicia Miller Ferraz...

Mais uma noite ao lado de Anthony Ferraz, vulgo meu marido, na verdade, meu dono. Anthony, casou-se comigo simplesmente pelo fato de ser uma mulher bela, para aumentar ainda mais seu ego. Não há sentimentos, e cada momento que ele me toca é como uma parte de mim morresse e acredito que se continuar por muito tempo ao seu lado esquecerei de quem sou, na verdade.

Novamente, o Anthony, me deixa plantada no quarto e sai, me arrumo e sigo para a área da piscina e lá está ele, o rapaz da noite passada, me aproximo chamando sua atenção e ele simplesmente solta que estava pesando em mim.

— Pensando em mim? — Repeti — Não acho que seja uma boa ideia.

Ele franziu a testa, tentando entender o que queria dizer com aquilo, mas preferi apenas deixar assim.

— Eu só… — ele começou a falar, mas acredito que ele não sabia como continuar. — Eu só quero saber o que aconteceu. O que te fez chorar ontem?

Olhei para o chão, tentando encontra as palavras certas, não posso simplesmente falar tudo que está acontecendo.

— Eu não sei se quero falar sobre isso — disse, com um suspiro profundo. — Não é algo que eu possa compartilhar facilmente.

Ele me observa e fala por fim:

— Eu entendo — respondeu. — Mas… eu não sou como as outras pessoas que você conhece. Não estou aqui para fazer perguntas ou invadir sua privacidade. Só quero que você saiba que, se precisar de alguém, pode contar comigo.

Para não ser tão arredia, pergunto se podemos nos encontrar mais tarde, ele aceita de bom grado e após esse acordo fico me perguntando o que fiz? Ele já falou que estava pensando em mim e o que faço dou esperanças. E se o Anthony voltar?

O rapaz aceitou meu convite com um sorriso que parecia iluminar a noite ao meu redor, mas, ao mesmo tempo, acendeu um alerta em minha mente. Eu me virei, fingindo tranquilidade, e comecei a caminhar de volta para o quarto. A cada passo, a dúvida crescia como uma tempestade silenciosa dentro de mim. O que eu estava fazendo?

Anthony não voltava para o quarto antes das duas ou três da manhã, mas ele tinha olhos e ouvidos em todos os lugares. Ele era o tipo de homem que controlava tudo, e mesmo quando não estava por perto, sua presença pairava como uma sombra.

Fechei a porta do quarto atrás de mim, o som ecoando em meus ouvidos como um martelo batendo na culpa que já começava a se formar. Olhei para o espelho. Quem era aquela mulher que me encarava? A maquiagem impecável, o vestido elegante… uma casca perfeita para esconder a confusão que rugia por dentro.

"Você sabe que isso é um erro", sussurrei para mim mesma, mas a lembrança do olhar do rapaz, da preocupação genuína em sua voz, fez meu coração acelerar. Não era algo que eu estava acostumada. Não com Anthony, que tratava cada gesto como uma moeda de troca.

Caminhei até a cama, mas não consegui me sentar. Meu corpo inteiro parecia inquieto, dividido entre o medo e a curiosidade. E se ele fosse diferente? E se…

Balanço a cabeça, tentando afastar os pensamentos perigosos. A realidade é que eu não tinha o direito de sequer imaginar isso. Anthony me tirou tudo, mas ainda assim, ele era meu marido. Ele tinha o controle. E se descobrisse que eu estava… flertando com outro homem, mesmo que sem intenção?

Respirei fundo, tentando me acalmar. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Brenda, uma amiga de confiança, apenas para me distrair. "Como você está?" escrevi, esperando por uma resposta rápida. Mas o celular permaneceu em silêncio, assim como o quarto ao meu redor.

Foi então que me dei conta: eu estava sozinha. Totalmente sozinha.

Fechei os olhos e senti as lágrimas se acumularem novamente. Não, eu não podia continuar assim. Alguma coisa precisava mudar.

Respirei fundo e me olhei mais uma vez no espelho. A estava impecável, o vestido ajustado perfeitamente ao meu corpo. Era um disfarce ideal para a confusão que rugia dentro de mim. Eu sabia que o encontro com o rapaz era uma aposta arriscada, mas, ao mesmo tempo, era como se algo dentro de mim estivesse querendo por aquilo. Uma pequena faísca de liberdade.

Peguei minha bolsa e me dirigi à porta do quarto, determinado a sair antes que qualquer resquício de bom senso me fizesse recuar. Porém, assim que girei a maçaneta, meu coração congelou.

Anthony estava ali, encostado no batente da porta, com aquele olhar frio que me fazia sentir um nó no estômago. Ele não deveria estar aqui. Nunca voltava antes das três da manhã.

— Aonde você pensa que vai? — ele disse, a voz baixa, mas as autoridades.

Hesitei por um segundo, buscando desesperadamente uma resposta.

— Eu só… ia ao restaurante comer e tomar um pouco de ar — menti, tentando parecer tranquilo.

Ele inclinou a cabeça, analisando-me como um predador que observa sua presa. Sua mão segurou a porta, impedindo que eu passasse.

— Vestida assim? — Ele deu um sorriso invejado, que não chegava aos olhos. — Não parece que você está indo só tomar ar.

— Eu me arrumei porque… porque queria me sentir bem comigo mesma. — Minha voz saiu trêmula, e eu sabia que ele percebeu.

Ele deu um passo para mais perto, invadindo meu espaço pessoal. Eu recuei instintivamente, mas a parede atrás de mim não me dava escapatória.

— Você acha que pode me enganar, Alicia? — ele sussurrou, o tom ameaçador escondido por uma falsa tranquilidade. — Eu te conheço melhor do que você mesmo.

Tentei manter a calma, mas minhas mãos tremiam levemente.

— Eu não estou fazendo nada de errado, Anthony. Só quero um pouco de paz.

Ele riu, mas era um som vazio, desprovido de qualquer humor.

— Paz? Você tem tudo o que precisa aqui. — Ele passou uma das mãos e acariciou meu rosto, mas o gesto era frio, quase mecânico. — Você é minha esposa, Alicia. Meu mundo. Não precisa de mais nada além de mim. Lembre-se que sou seu dono adorável esposa.

Eu engoli em seco, sentindo a raiva e o medo de se misturar dentro de mim. Como ele poderia dizer isso, quando era tão óbvio que eu não passava de um troféu para ele?

— Por favor, Anthony… — sussurrei, sem saber exatamente o que eu estava pedindo. Talvez ele me deixe em paz. Talvez ele me deixe sair. Talvez ele percebesse o quanto eu estava sufocando.

Mas ele apenas recuou um passo, ainda com aquele sorriso ameaçador nos lábios.

— Não se esqueça de quem você é, Alicia — ele disse, virando-se para sair. — E de quem eu sou.

Ele fechou a porta atrás de si, e eu senti como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Encostei na parede, tentando recuperar o fôlego. As lágrimas vieram sem aviso, queimando meu rosto.

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