Capitulo 7

Miguel Ferraz...

Sempre tive a fama de playboy, mas na realidade é uma forma que encontro para me desprender da realidade, meu pai, só liga para os negócios depois que perdeu minha mãe, meu tio não pensa em nada que não seja seu próprio ego. Tornou-se uma pessoa egoísta que só pensa em si.

Embora ele acredite que temos muito em comum, não vejo semelhança alguma em nós. Estou mais uma vez no Havaí, meu pai pensa que estou pegando várias garotas quando, na verdade, quero encontrar alguém que me faça viver o amor que eu via nos meus pais.

Estou entediado em meu quarto quando saio para caminhar as margens da piscina quando vejo uma linda garota, mas ela esta chorando. Fico observando-a de longe até criar coragem de me aproximar.

— Você está bem? — pergunto e quando ela me olha fico ainda mais impressionado com sua beleza.

Ela porem me fala que se sente enjaulada. Fico imaginando o que aconteceu para que ela se sinta dessa forma.

Depois que ela foi embora, lembro que apesar de termos um breve conversa, não perguntei seu nome, nem falei o meu.

Se bem que se ela souber do meu nome vai se assustar pelo que falam de mim nas mídias e se afastará. Volto para meu quarto e aquela garota não sai da minha cabeça, queria fazer de tudo para que ela não derramasse uma lágrima sequer.

Acordei com o som irritante do celular vibrando sobre o criado-mudo. Peguei o aparelho ainda sonolento, os olhos semicerrados tentando se ajustar à luz da tela. Era uma chamada de vídeo conjunta. Suspirei ao ver os nomes: meu pai e meu tio Anthony. Nada bom poderia vir disso.

Atendi, jogando-me de volta contra os travesseiros.

— Miguel, finalmente! — A voz autoritária de Anthony ecoou pelo telefone antes mesmo de eu dizer qualquer coisa. — Não vou perdoar sua ausência no casamento. Era um evento importante para a família!

— Casamento? — Perguntei, fingindo confusão enquanto coçava a cabeça. – Ah, sim. Esse evento que aconteceu enquanto eu estava de férias, cercado de gatinhas. Queriam que eu fizesse o quê? Comparar a um lugar onde a única mulher que poderia me interessar estava vestida de noiva, se tornando minha tia?

Eles gargalham. Anthony tinha uma risada alta e exagerada, enquanto meu pai apenas soltou um riso curto, provavelmente mais pela ironia da situação do que pela piada em si.

— Você é impossível, Miguel. — Meu pai comentou, balançando a cabeça.

— Sou realista, isso sim. — Retruquei, cruzando os braços.

— Não muda, hein, Miguel! — Meu pai disse, se divertindo. — Você só pensa em diversão. Mas, olha, quando conhecer a Alana, você se comporta, viu?

Eu franzi a testa, confuso.

— Alana? Quem é ela?

Meu tio, com um sorriso irônico, se inclinou para frente.

— Alana é a minha esposa, meu sobrinho. Linda, não? Só que, mesmo sendo um pedaço de mulher, já está casada com outro. Então, já sabe, se comporta.

Eu senti uma pontada no peito, embora soubesse que ele estava apenas brincando.

Eu fiquei em silêncio por um momento, tentando processar o que ele acabara de dizer. meus pensamentos me levou a garota que encontrei na piscina ontem à noite? A mesma que estava chorando, com aquele olhar perdido e desesperado?

— Não se preocupe, Miguel. — A voz do meu tio me trouxe de volta à realidade. — Quando você a conhecer, vai ver que, apesar de linda, é uma mulher difícil. Vá se divirta nas suas férias. Só não vá se apaixonar, porque, o mundo já perdeu um Ferraz.

Eu senti uma onda de raiva e frustração se acumulando dentro de mim. Meu tio não sabia o que estava dizendo, nem o que estava por trás de tudo aquilo. Para ele, sua esposa era apenas um objeto, mais uma conquista, mais uma peça para exibir.

— Não se preocupe, tio. — Eu disse, tentando esconder a frustração na minha voz. — Eu vou me comportar, como sempre faço.

Meu pai deu uma risada curta, mas a preocupação estava estampada em seu rosto. Sabia que, por mais que eu dissesse que iria "me comportar", algo dentro de mim estava diferente. Algo tinha mudado quando vi aquela garota. Ela era diferente.

A chamada terminou, e eu fiquei ali, sozinho, pensando sobre tudo. O que eu faria agora? Será que iria encontrar aquela garota novamente, queria protegê-la. Ela parecia tão triste, tão perdida.

Aquela manhã ainda estava confusa em minha mente. A conversa com meu pai e meu tio só me deixou mais irritado, e eu não consegui tirar a imagem daquela garota da cabeça. O jeito como ela parecia presa, como se algo a estivesse sufocando, me inquietava de uma forma que eu não entendia.

Levantei da cama, sem saber muito bem o que fazer. Eu não queria me envolver, não queria ser o playboy que todos pensavam que eu era. Mas, ao mesmo tempo, algo em mim estava pedindo para agir, para quebrar essa fachada e encontrar algo mais. Algo que fosse real.

Eu sabia que minha vida não era a mais saudável. Eu tinha fugido para o Havaí para tentar encontrar alguma coisa, mas o que exatamente eu procurava? Não era só diversão, nem mulheres bonitas, nem festas. Era algo mais profundo. Eu queria saber o que havia da superfície, além do que meu pai e meu tio me impunham. E aquela garota parecia ser uma chave para isso.

Fui até a piscina, tentando achar algum sinal de que ela ainda estaria lá, mas não vi nada. Talvez fosse tarde demais, talvez ela já tivesse ido embora. Eu sabia que tinha sido um encontro fugaz, um daqueles momentos que você deixa passar sem perceber o quão importante poderia ser. Mas não ia ser assim dessa vez. Eu precisava tentar, pelo menos.

Fiquei ali, na beira da piscina, olhando para a água cristalina. Meu reflexo me encarava de volta, um homem que parecia ter tudo e, ao mesmo tempo, nada. Fui interrompido pelos passos apressados de alguém se aproximando. Me virei, e lá estava ela. A garota.

Eu senti um choque. Como ela havia aparecido tão de repente? Estava ainda mais linda de perto, o rosto sereno, mas com algo de vulnerável. Ela me viu e hesitou por um momento, mas não fugiu. Não dessa vez.

— Oi... — falei, um pouco inseguro, tentando não parecer tão perdido quanto me sentia. — Eu… estava pensando em você.

Ela levantou as sobrancelhas, surpresa, mas não disse nada. Seu olhar era curioso, mas também cauteloso.

— Pensando em mim? — ela repetiu, sua voz suave, quase como se fosse um desafio. — Não acho que seja uma boa ideia.

Eu franzi a testa, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo.

— Eu só… — comecei, sem saber como continuar. — Eu só quero saber o que aconteceu. O que te fez chorar ontem?

Ela olhou para o chão, seu olhar distante, e eu soube que não era uma pergunta fácil. Talvez ela não quisesse falar, talvez fosse doloroso demais. Mas eu não podia simplesmente deixá-la ir embora sem tentar.

— Eu não sei se quero falar sobre isso — ela disse, com um suspiro profundo. — Não é algo que eu compartilho facilmente.

Eu a observei, sentindo a tensão entre nós. Ela estava fechada, e eu podia ver que algo em sua vida a havia marcado de uma maneira que ela ainda não sabia como lidar.

— Eu entendo — respondi, tentando ser compreensivo. — Mas… eu não sou como as outras pessoas que você conhece. Não estou aqui para fazer perguntas ou invadir sua privacidade. Só quero que você saiba que, se precisar de alguém, pode contar comigo.

Ela me encarou, como se estivesse avaliando minhas palavras, buscando algum sinal de sinceridade. Eu esperava que ela visse que não estava mentindo. Eu queria ajudá-la, de alguma forma. Não queria que ela se sentisse sozinha, presa em sua própria dor.

O silêncio entre nós foi longo, e eu podia ver que ela estava lutando consigo mesma, como se quisesse confiar em mim, mas não sabia se podia. Eu não sabia se ela acreditava em mim, mas sentia que precisava fazer algo para quebrar essa barreira.

Ela respirou fundo e finalmente falou, sua voz quase um sussurro.

— Talvez… talvez a gente possa conversar mais tarde. Eu… preciso de tempo.

Eu assenti, respeitando o espaço dela. Não iria forçar nada. Mas, de alguma forma, eu sabia que esse encontro não seria o último. Algo em mim dizia que, mais cedo ou mais tarde, nós nos entenderíamos. Eu queria ajudar, queria saber o que a fazia se sentir tão aprisionada.

— Claro — respondi, com um sorriso suave. — Eu vou estar por aqui.

Ela deu um pequeno sorriso, o primeiro que vi, e, por um momento, parecia que algo havia suavizado dentro dela. E eu sabia que, de algum jeito, a nossa história estava apenas começando.

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