Alana Miller Ferraz
Chego em casa, minha cabeça girando, só posso estar ficando louca, o que pensei quando dei a cópia da chave do apartamento para o Miguel? Será que terei coragem de trair o Anthony? Será que o Miguel, realmente foi sincero em suas palavras?Balanço a cabeça para afastar tais pensamentos. Entro em meu quarto e o silêncio dentro dele é reconfortante, sigo para o banheiro e enquanto tiro minhas roupas para me preparar para o banho, lembro dos beijos que troquei com Miguel, deixo minha mente vagar por cada momento que compartilhamos no Havaí, e hoje quando ele me beijou, senti que havia algo diferente, como se uma bolha imaginaria nos envolvesse e nos protegesse do caos que é o mundo ao nosso redor.Saio de meus pensamentos com mãos me envolvendo, ao abrir os olhos vejo através do espelho que são as mãos do Anthony, de imediato me afasto.— Posso me unir a você durante o banho? — Ele está estranho, talvez realmente queira mudar. LogAlana Miller FerrazAcordo e não encontro o Anthony mais na cama, o que me dá um certo alívio. Me levanto, faço minhas higienes matinais e sigo para o closet onde troco minha roupa, me arrumo pensando no Miguel, sei o quanto isso é errado e perigoso.Mesmo assim quando estou com ele as coisas tendem a serem tão naturais, ontem mesmo quando nos beijamos, não nos preocupamos em sermos pegos. Mesmo sabendo o quão perigoso é o Anthony.Lembrar dele me causa arrepios e como se o chamasse em pensamentos, ele surge por trás de mim, se aproxima e deposita um beijo no alto da minha cabeça.— Bom dia, amada esposa.— Bom dia, Anthony. Onde foi tão cedo? E a que deve o bom humor? — E se aproxima deposita um selinho em meus lábios.— Alana, sai mais cedo para caminhar, e encontrei o Miguel dorminho em uma das cadeiras na beira da piscina. Quando perguntei o que estava acontecendo, ele me respondeu que não conseguia dormir por está pensando e
Miguel Ferraz... Meu tio adora me provocar, e usa isso para atingir a Alana, vou lutar para te-la comigo. Depois de uma conversa intensa no corredor que dá acesso aos quartos não me contive e a beijei novamente varias vezes, não me importei de ser flagrado naquele momento, mas agora me dou conta do quão perigoso é esse jogo. Se meu tio descobre, ele é capaz de nos matar, e não é no sentido figurado da palavra. Pego meu celular e ligo para meu pai. Que por mais que seja parecido com meu tio, ele sempre foi sensato. — Oi, filho, como está a estadia na casa do seu tio? — Difícil pai, ele quer que me case com a Brenda Albuquerque, mas não me casarei por negócios. — Filho, te entendo que tenha se encantado com essa garota lá no Havaí, mas qual a possibilidade de encontrá-la já que não sabem nada um do outro a não ser os apelidos ridículos que resolveram chamar um com o outro. — Ai, é que tá pai. Eu
Alana Miller FerrazCada garfada que o Anthony levava a boca, meu coração martelava, enquanto minha cabeça pensava uma forma de escapar, de sair sem ser percebida e como o destino quisesse me ajudar, o celular do Anthony toca, vejo sua expressão ao atender, não está muito agradável, então quando ele desliga e me olha:— Alana, algo que estava tentando adiar não pode continuar assim se não perderei muito dinheiro e uma parte das empresas então terei que ir ao Japão, termina uma transição que iniciei bem antes do nosso casamento e terei que passar um mês longe de você. Você ficará bem?— Não fale como se importasse Anthony, você nunca se importou. Afinal, sou mais uma de suas propriedades.— Alana, estou disposto a mudar e digo mais, quando voltar iremos para uma lua de mel a sua altura.— Anthony, já falei uma vez e torno a dizer, você pode ter meu corpo, mas nunca vai ter meu coração, você abriu uma ferida que é difícil de ser cicatrizada. Anthony,
Alana MillerEu sempre achei que minha vida fosse perfeita. Meu nome é Alana Miller, e durante vinte e dois anos, fui à preferida de meus pais. Cresci em uma mansão em um bairro elegante, cercada de jardins impecáveis, empregados sempre solícitos e a constante impressão de que o mundo conspirava para que eu fosse feliz. Minha mãe dizia que eu tinha herdado sua beleza, e meu pai fazia questão de ressaltar que minha inteligência era meu maior dom. Eu acreditava neles. Como não acreditar? Eles me amavam, e o amor deles parecia suficiente para blindar minha existência contra qualquer sofrimento.Minhas manhãs eram sempre regadas a cafés elaborados na sala de jantar iluminada pelo sol, onde meu pai lia o jornal e minha mãe discutia as próximas festas beneficentes que iríamos organizar. Eu passava meus dias entre aulas de música, arte e idiomas, além de frequentar os melhores círculos sociais. Todos pareciam me admirar, e eu, confesso, gostava disso. Gostava de ser notada, de ser admirada,
Alana MillerO vestido estava impecavelmente pendurado na porta do armário, como se fosse uma obra de arte. Um tom de azul profundo que me lembrava as noites estreladas que eu costumava observar quando era pequena. Suspirei, encarando-o como se fosse uma armadura para o que estava por vir. Hoje seria o dia em que eu conheceria Anthony Ferraz, o homem que, dentro de poucas semanas, se tornaria meu marido. Um completo estranho, com idade suficiente para ser meu pai.— Alana, você ainda não está pronta? — A voz da minha mãe me trouxe de volta à realidade. Ela apareceu na porta, com os cabelos perfeitamente presos em um coque e um olhar que mesclava ansiedade e esperança. — As pessoas já estão chegando. Anthony deve estar aqui a qualquer momento.Balancei a cabeça, tentando dissipar o turbilhão de pensamentos. — Já estou indo, mãe. — Respondi mesmo sem vontade.Ela me observou por um instante, como se pudesse enxergar a confusão por trás da minha expressão. Mas, em vez de dizer algo, ape
Anthony Ferraz Eu olhei para o celular, hesitei por um momento, mas sabia que não tinha outra escolha. Era hora de dar a notícia. Apertei o botão de chamada e coloquei o telefone no ouvido, esperando que ele atendesse. Sabia que, a qualquer momento, o tom irônico e cínico do meu irmão, Gabriel, tomaria conta da conversa. — Alô? — Ele atendeu, a voz abafada, como se tivesse acabado de acordar. Gabriel sempre foi mais desleixado com o horário, mas, ao menos, ele sabia que eu não ligaria sem um motivo. — Gabe, preciso te contar uma coisa. — Respirei fundo, tentando manter o tom calmo. — O que foi, Anthony? Algo grave? — O tom dele agora estava mais atento, mas não conseguia disfarçar o ceticismo. Gabriel nunca acreditou que eu fosse capaz de fazer algo "fora do script". — Eu vou casar novamente. — A frase soou mais pesada do que eu imaginava. Talvez por ser a terceira vez,e que dessa vez não fosse tão simples quanto as anteriores. Houve um silêncio do outro lado. Não era o silêncio
Alana Miller Olhei-me no espelho pela milésima vez. O vestido branco que cobria meu corpo parecia mais uma prisão do que um símbolo de pureza. A renda, as pérolas, o véu… nada disso me faz sentir como uma noiva sonhada. Era como se fosse cada centímetro do tecido, o peso de uma decisão que não ficou mais pesada. O reflexo que eu via não era o meu, mas o de alguém que havia sido comprado. Fechei os olhos, tentando ignorar o aperto no peito, mas ele só aumentou. Meu pai sempre disse que o dinheiro era a solução para todos os problemas. Quando ele me contou sobre o acordo com Anthony Ferraz, ainda não consegui entender completamente. A dívida dele com o homem mais rico da cidade, que sempre me pareceu intocável, fora finalmente salgado, mas não de uma maneira qualquer. Ele me deu como garantia. Me deu como moeda de troca. "Alana, isso é uma oportunidade, filha. O Ferraz pagou as dívidas, e agora ele quer você. Você tem que fazer isso. Isso é o melhor para todos nós", meu pai falou co
Alana Miller...A festa não passa de um borrão, as pessoas, vem me cumprimentar e minha vontade é sair correndo, porém, meu carrasco já está sob minha posse.— Alana, vamos já está na hora de viajarmos. — Ele fala ao meu ouvido.— Para onde vamos — pergunto.— Nossa lua de mel.Escutar isso me causou arrepios, nesta viagem iria acontecer algo que não teria mais volta. Entregaria minha virgindade que guardei por tanto tempo para uma pessoa especial, para esse velho asqueroso que me comprou como um objeto. Claro! Aqui está a continuação do capítulo:Eu queria gritar, mas minha voz parecia presa na garganta. O peso do momento me esmagava. As palavras "lua de mel" saíram de seus lábios como uma sentença. Ele não era meu marido; era meu carcereiro, meu algoz.Senti sua mão áspera em meu braço, guiando-me como se eu fosse uma criança desobediente. O calor das luzes da festa contrastava com o frio que me percorria por dentro. Meus passos eram pesados, como se cada um me levasse para um abis