Sinto algo macio sob mim e quando abro os olhos dou de cara com Vega dormindo profundamente, nesse momento acordo de uma vez só, eu havia sido posta na cama em algum momento, talvez vencida pelo cansaço eu nem percebi, minh mente volta a ação e eu penso logo em algum meio de saída, me mexo com cuidado até que saio da cama e ao ficar de pé vejo uma chave perto do travesseiro dele, sorrateiramente eu vou até lá e sem respirar pego a chave, vou o mais rápido que posso até a porta e viro a chave o mais silenciosamente possível, ouvindo ela abrir eu me animo mas assim que abro a porta vejo um enorme lobo que me encara fixamente.
Ele rosna me fazendo recuar e eu ouço atrás de mim uma voz rouca de sono.
Vega- Eu não brigaria com ele se fosse você, Garul ! Venha aqui ! Me virei vendo o lobo passar por mim e ir em direção a Vega sentado na cama com seu rosto carregando uma expressão de puro sono, mas ainda com seu olhar astuto. Vega- Indo passear logo cedo é ?Nyele- Não devo satisfações a você, vou a onde quero quando quero.Vega- Garul. O lobo veio até mim e me rodeou, o olho nos olhos, minha mãe me dizia que a família dela tinha como mascote lobos e outros animais selvagens, eles eram e são até hoje ligados a natureza mas eu nunca tive uma ligação desse tipo. Encarei o lobo sem medo, me abaixei, estendi minha mão e para minha surpresa ele abaixou a cabeça e fez como se para receber carinho, eu o afago e ele se aproxima mais de mim.Vega- Impressionante, ele não gosta muito dos outros, nem dos meus companheiros que estão com ele a um tempo.Nyele- Deve ser porque eu tenho genes bons.Vega- Pode ser...ou talvez uma fera reconheca a outra. -ele sorri de canto e pende a cabeça como se para me analisar- Venha conversar mais perto.Nyele- Não.Vega- Prefere que eu vá até aí ? Não respondi, abri mais a porta e passei por Garul indo até o convés vazio, fui para correr mas Vega me pegou pela mão e me levou para dentro, mantenho-me firme e o vejo falar com o lobo, que sai pela porta que logo se fecha.Vega- Você ficou incrivelmente bela nesse vestido.Nyele- Obrigada. -disse secamente.Vega- Não seja assim, temos assuntos para conversar. Ele passa por mim e se senta encostado na cabeceira da cama, faz menção para que eu me sente junto dele, devagar eu me sento distante dele no pé da cama.Vega- Vai ser assim o tempo todo ? Eu posso ser um cara legal, já pensou nisso ?Nyele- Se fosse, eu não estaria aqui e seu nome não seria dito seguido por olhares preocupados e portas fechadas.Vega- Isso é resultado do trabalho, não posso impedir que coisas assim sejam evitadas, podem não gostar de mim, mas garanto que a Baía da Hidra está melhor em minhas mãos do que nas mãos de outros que conheço, confie em mim, mas deixemos isso de lado, quero falar sobre o porquê de estar aqui.Nyele- Ótimo, estou saltitando de curiosidade para descobrir.Vega- Seu humor é tão cativante quanto uma facada, mas eu adoro isso em você, continuando, o assunto é, eu escolhi você como minha companheira, espero que goste do mar, vai passar bastante tempo nele.Nyele- Obrigada pela oferta, mas eu recuso, deve ser ótimo estar do lado de um monte de músculos mas eu dispenso. -eu me levanto e vou até a porta em passos firmes, em um momento eu ouço o barulho da cama e no outro ele está trás de mim segurando a maçaneta falando muito próximo de mim.
Vega- Isso não foi uma proposta, seu pai já recebeu seu dote e ele me deu sua mão, não tem volta um acordo comigo.
Nyele- Só que eu não fiz acordo nenhum, se ele recebeu o pagamento por uma mão em casamento que seja a mão dele, eu não aceito, vou embora.
Vega- Pois tente, estamos em mar aberto, então a não ser que seja uma sereia, não vai conseguir voltar, pense bem, eu não sou uma opção ruim, será a líder de todos os piratas ao meu lado.
Nyele- Ainda assim não, por que não arranja alguém que te queira ? Deve ter alguma mulher louca para estar com você, é só procurar bem.
Vega- Eu não quero qualquer uma, quero você, por muito tempo colhi informações sobe você e por isso não me resta a dúvida, é você quem vai estar do meu lado, mas se acha que consegue fugir eu não vou impedir sua tentativa, será divertido vê-la agir.
Ele abre a porta e por um momento eu travo não acreditando que ele esteja me deixando ir, mas sem exitar muito eu sigo para a borda do navio e seguida por Vega e olhares surpresos dos piratas que estavam já na ativa eu me inclino para o mar, vejo as águas brilhantes com o reflexo do mar, penso no que estou fazendo e tomo a coragem necessária para pular.A água está gelada, mas eu não me abalo e sigo na direção contrária a do navio mas antes de pegar uma grande distância eu ouço Vega falar.
Vega- Vamos ver até onde você vai, cuidado com os tubarões e a correnteza minha rainha. Já nadava a algum tempo, meus nervos ardiam e eu estava começando a ficar cansada, não sabia exatamente quanto tempo estava nadando mas isso não me preocupava no momento, tudo que eu queria era um lugar para descansar e por um golpe do destino eu avisto uma ilha próxima e nado ainda mais rápido para chegar. Faltava pouco, me esforcei o máximo que pude e em poucos minutos eu estava em terra firme, saí da água, o vestido pesava em mim, foi uma péssima ideia usá-lo nessa situação, mas como eu não tinha outra roupa...Sentia a areia grudando em meus pés, olhei em volta e parecia meio deserta, andei em direção as árvores e por um tempo eu não encontrei nada nem ninguém, mas logo achei um tipo de vila com muitos piratas, eu só podia ter a maior sorte do mundo pensei comigo mesma, saí das garras de um, para ficar na de dezenas, mas talvez não acontecesse nada, fui tentando contornar ficando perto das árvores, no entanto, de repente sinto uma mão pegar meu pulso e me viro para encontrar um homem, ele era grande e parecia bêbado, ele me puxou para dentro da vila atraindo olhares de outros homens, ele era forte, provavelmente eu não conseguiria me soltar, mas continuaria tentando, pensando em lugares frágeis eu chuto onde dói e quando ele se curva em dor eu corro sem ver muito para onde é e acabo esbarrando em outro homem que fala em alto e bom tom.Homem- Olhem só o que temos aqui, uma intrusa e o que fazemos com intrusas como essa aqui ? Todos os homens que estavam perto riram ou gargalharam de modo repugnante, eu mais que depressa me preparei para o que viesse, pronta para correr ou bater.Homem- Você não tem chance, hoje você é a sobremesa???- Só se for em sonho, largue a garota. Olhei para quem dizia e me surpreendi.Era uma mulher que tinha falado, ela era um pouco mais velha que eu, devia ter uns 22 anos, era branca com cabelos negros, muito bonita e estava cercada por homens que pareciam protegê-la, ela se aproxima e o homem que me segurava rosna.Homem- Não se intrometa, eu a achei.Mulher- Solte-a ela não te pertence, assim como não pertence a ninguém aqui.Homem- Acha que manda em mim ?Mulher- Não, só acho que eu tenho mais homens e mais chances de quebrar seu nariz, agora deixe ela.Homem- Um dia você irá se arrepender. Dito isso ele me jogou para ela, que me segura carinhosamente pelos ombros, começa a caminhar e me levar junto, eu resisto um pouco mas ela me dá um sorriso calmo e sincero, então vou com ela. Nós fomos parar em um grande navio atracado na costa oposta da que eu c
Acordo de manhã sentindo uma respiração quente no meu pescoço e me viro devagar para ver Vega deitado sobre o travesseiro com o rosto próximo ao meu, seus cabelos longos pareciam fios de ouro iluminados pelo sol que entrava pela janela e sua expressão era suave, ele parecia tranquilo como uma criança, nada de sarcasmo, ironia ou zombaria em sua face, apenas a tranquilidade que o sono dava a todos, por um momento me dei conta de que estava tempo demais observando ele de perto, então me recomponho, levanto e vou ao banheiro pronta para um banho. Assim que termino e paro olhando para o vestido já não mais tão utilizável, batidas ecoam na porta.Vega- Tem um vestido novo para você na cama, vou resolver algumas coisas, quando estiver pronta me encontre no convés. Espero alguns momentos e então espio para ver se h&aacu
Acordei sentindo falta de ar e qundo abro os olhos Vega está com os braços em volta de mim e me aperta como se fosse um urso, eu tento me libertar de seu aperto mas assim que me movo ele reage apertando mais e suspira em meus ouvidos, sabendo que tentar sair seria uma tentativa em vão eu resolvo ser mais prática.Nyele- Vega, acorde, está me apertando.Vega- Só mais uns minutos, está cedo. -ele parecia não estar acordado mesmo falando.Nyele- Acorde ! Eu digo mais alto e me mexo com mais vigor, então ele acorda em um pulo e eu sinto o ar voltando para os meus pulmões, respiro fundo e lanço um olhar de reprovaç&
Eu respiro fundo pesando os prós e contras e então respondo.Nyele- Só se você estiver confortável com isso.Vega- Não gosto de falar sobre isso, mas quero que você saiba, já que vai ficar comigo, quero que confie em mim e se sinta a vontade comigo.Nyele- Então estou aqui escutando. Vega se vira para mim tirando seu cabelo de minhas mõs com cuidado, algumas mechas caem em seu ombro moldando seu corpo, ele me olha no fundo dos olhos como se sondasse minha mente.Nyele- Está tudo bem, pode falar.Vega- Bom, vamos começar pelo início de tudo, Vega não é meu real nome, fui nomeado de Vicenzo Castillo, eu nasci na Espanha em meio a realeza, digamos que eu era um príncipe, minha mãe morreu em meu nascimento, fui "criado" por meu pai, ele nunca demonstrou afet
Sem saber como saí do navio eu me vejo em um lugar escuro e cheio de poeira, ando descalço e sinto um calor insupotável preencher o ambiente, meus olhos ardem com algo e eu tento mantê-los abertos até que vejo uma luz, ouço batidas fortes, como se pedras se chocassem e ao continuar eu chego em uma câmara cheia de homens de muitas idades, todos cobertos por poeira preta que em sua pele suada virava algo grudento, um homem o qual eu presumo ser o carceireiro os incomoda frequentemente com açoites e palavras duras para que não tivéssem descanso, indignada eu avanço contra ele sem pensar, mas assim que ele se vira para mim parece não me ver e me atravessa, eu olho em volta assustada e percebo que ninguém alí podia me ver, o que estava acontcendo ? Eu estava em um sonho ? Pensando em todas as possibilidades eu vejo um garoto da minha idade mais ou menos, seu corpo é
Eu já não sabia em que parte era eu ou em que parte era o magnetismo do fogo, só seguia as sensações que o momento provocava, como mágica, não havia a apatia ou o cansaço de antes, tudo estava focado na música e no que ela trazia.
O navio balançava muito e ainda era noite, Vega havia colocado os braços a minha volta, ele dormia tranquilamente, seu rosto era calmo e belo, estávamos de frente um para o outro, eu delicadamente me levanto apoiando nos cotovelos e fico o fitando, em um movimento impensado estendo minha mão para acariciar seu rosto, tiro uma mecha que caia sobre seus olhos e rapidamente recuo minha mão a fechando, o que eu estou fazendo ? O que é esse aperto em meu peito ? Eu não posso acreditar que posso estar tendo algum tipo de afeição por ele, isso é impensável, depois de tudo que ele fez, me comprou, prendeu e quis forçar um casamento, não pode estar acontecendo isso comigo, não em relação a ele, eu devo estar ficando louca, preciso pensar direito. Eu saio com cuidado da cama para n&atild
Acordei e Vega não estava, não me importei e fui até a porta, quando a abro os marujos já estavam ativos e o sol estava a pino, devia ser o meio do dia, eu caminho um pouco e sinto uma presença em minhas pernas, era Garul que me pedia carinho, ele não era pequeno então não precisei me abaixar ou curvar para fazer sua vontade, pois sua cabeça chegava na minha cintura quando estava nas quatro patas.Nyele- Oi garotão. Eu continuo a andar e ele fica ao meu lado como se me guardasse, enquanto eu caminhava e cumprimentava os homens eles faziam o mesmo, mas quando viam meu acompanhante se afastavam, eu rio e então vou a borda onde mais cedo eu e Vega tínhamos nos beijado, essa lembrança me fez