Eu já não sabia em que parte era eu ou em que parte era o magnetismo do fogo, só seguia as sensações que o momento provocava, como mágica, não havia a apatia ou o cansaço de antes, tudo estava focado na música e no que ela trazia.
O navio balançava muito e ainda era noite, Vega havia colocado os braços a minha volta, ele dormia tranquilamente, seu rosto era calmo e belo, estávamos de frente um para o outro, eu delicadamente me levanto apoiando nos cotovelos e fico o fitando, em um movimento impensado estendo minha mão para acariciar seu rosto, tiro uma mecha que caia sobre seus olhos e rapidamente recuo minha mão a fechando, o que eu estou fazendo ? O que é esse aperto em meu peito ? Eu não posso acreditar que posso estar tendo algum tipo de afeição por ele, isso é impensável, depois de tudo que ele fez, me comprou, prendeu e quis forçar um casamento, não pode estar acontecendo isso comigo, não em relação a ele, eu devo estar ficando louca, preciso pensar direito. Eu saio com cuidado da cama para n&atild
Acordei e Vega não estava, não me importei e fui até a porta, quando a abro os marujos já estavam ativos e o sol estava a pino, devia ser o meio do dia, eu caminho um pouco e sinto uma presença em minhas pernas, era Garul que me pedia carinho, ele não era pequeno então não precisei me abaixar ou curvar para fazer sua vontade, pois sua cabeça chegava na minha cintura quando estava nas quatro patas.Nyele- Oi garotão. Eu continuo a andar e ele fica ao meu lado como se me guardasse, enquanto eu caminhava e cumprimentava os homens eles faziam o mesmo, mas quando viam meu acompanhante se afastavam, eu rio e então vou a borda onde mais cedo eu e Vega tínhamos nos beijado, essa lembrança me fez
Já fazia algum tempo que ele tinha saído, eu estava sentada no chão perto do lobo quando batidas são ouvidas.Nyele- O que é agora Vega ?Mitras- Sou eu, Mitras, é hora do jantar. -ele diz com cuidado. Eu me levanto e vou até a porta, a abro e o vejo sorridente, eu abro um pequeno sorriso, ele faz um aceno com a cabeça me incentivando a sair, eu respiro fundo e saio, olho para a lua e as águas escuras do oceano, isso me causa um sentimento estranho, mas Mitras me tira dos meus pensamentos.Mitras- Venha, todos estão lá embaixo.Nyele- Palavra errada.Mitras- Vocês brigaram ?Nyele- A culpa foi dele, ele foi um idiota, insenc&ia
Eu estava muito sonolenta e com uma rajada fria e forte do vento me desequilibro, pensei que fosse morrer mas cai em braços grandes, estava tão cansada que não vi quem era, vi somente fios dourados e então apaguei. Acordei na cama de Vega, não sentia mais as ondas nem nenhum movimento do mar, mas o cheiro permanecia, eu me levanto e olho pela janela, estávamos atracados em um porto, eu só via névoa então resolvi sair e ver melhor, ao abrir a porta o navio estava imerso em névoa, não via ninguém então voltei ao quarto e fui tomar um banho, encontrei pendurado na parede do banheiro um vestido e após o banho eu o coloquei.
Eu mantinha o passo acelerado, não prestava atenção por onde passava e por isso acabei trombando em alguém, quando ele se virou eu vi um olhar hipnotizante.
Eu fui me vestir e olhei o vestido, era verde como meus olhos, será que o Vega escolheu para mim ? Passei a mão por ele e contornei com os dedos seus detalhes em ouro, eram feitos a mão, definitivamente lindo. Fui tomar banho e deixei que a água quente da banheira me relaxasse, demorei um pouco e então sai, não sabia o que me esperava no salão mas fui mesmo assim me arrumar, eu iria mostrar a todos que não sou uma ovelhinha em meio a leões, mas sim a rainha que o Vega tanto fala, pois se eles rugem eu ordeno e abaixo a juba de qualquer um deles, então eu cuidadosamente coloquei o vestido e as jóias, meu cabelo estava razoavelmente úmido e por isso consegui emoldurar os cachos naturais que ele geralmente tem, eu passo cor nos lábios os deixando vermelhos e então ouço baterem na porta, quando abro encontro Vega vestido formalmente, estava lindo, seus cabelos em uma meticulosa trança caiam sobre um lado de seus omb
Vega- Você não se atreveria.Nyele- Sim, eu me atreveria, me atreveria a sair daqui e nunca mais ver você, a tentar ser feliz -nessa hora as malditas lágrimas começaram a sair tentando levar consigo minha raiva e frustração e embaçaram minha visão- e mesmo sem saber como sair daqui sozinha eu tentaria achar um jeito de voltar para casa e estaria o tempo todo torcendo para o meu pai não me dar embora novamente, por que se isso acontecesse eu não teria mais uma casa, e pensando bem eu sei que eu nunca seria capaz de te trair como você faz comigo, por que eu não sou assim e não vai ser você nem ninguém que vai mudar meu caráter. Eu estava com o rosto todo molhado e a voz tremida, tentava parar de chorar e secar o rosto, mas parecia dif&iacu
Acordei e Vega ainda estava dormindo, sai devagar de seus braços e fui em direção ao banheiro. Deixei a água morna me relaxar e pensamentos da noite passada vieram a mente, suas mãos quentes em mim, ele foi maravilhoso, só de lembrar senti minha temperatura aumentar e então saí do banheiro envolta em uma toalha, quando olho para a cama me deparo com Vega descoberto e me viro desconcertada.Nyele- Por favor vista alguma coisa.Vega- Você é realmente uma graça -ele ri e eu o ouço se levantando, fecho meus olhos e logo ele me vira para si segurando suavemente meu rosto- você já me viu assim, qual o problema ?Nyele- Eu ainda não me acostumei, então por favor se vista.Vega- Minha linda...não se preocupe, farei como me pede, mas em algum mome