Os lábios de Damiano e Victoria se tocaram, finalmente, os lembrando da sensação viciante que os invadiu quando sentiram um ao outro pela primeira vez.Dessa vez, Victoria estava por baixo do corpo de Damiano, o agarrando com as suas pernas, tentando o trazer ainda para mais perto, como se já não estivessem juntos o suficiente durante o contato.Sentir ele daquela forma era ainda mais tentador, e o calor que a consumia fazia parecer como se sua pele estivesse pegando fogo.Ele não conseguia dizer uma palavra sequer, completamente tomado pelas sensações inebriantes ao sentir que finalmente estava a tocando novamente.Porém, por mais que fosse incrivelmente fácil continuar e terminarem o que tanto desejam começar, Victoria se lembrou do real motivo de tê-lo chamado até o local.Mesmo sentindo sua falta, não podia ignorar que o acontecera com Catarina era muito mais urgente do que qualquer desejo que eles sentissem um pelo outro.— Espera. — Victoria cessou os beijos interruptos que havi
Damiano estava completamente desolado. Era como se todo o seu chão tivesse se despedaçado contra os seus pés.Durante muito tempo, ele enxergou seu pai com devoção. Mesmo ele sendo cruel e tirano com seus próprios filhos, ele ainda conseguia enxergá-lo de maneira respeitosa e terna. Demorou muito tempo até que ele começou a ter real consciência da pessoa que seu pai realmente era, e mesmo assim, ele continuou em uma negação constante, tentando se forçar a acreditar que ele agia da maneira que deveria agir, independente do que pensassem ou achassem correto.Ele era um homem íntegro, rígido o suficiente e descente. Pelo menos essa foi a imagem que foi se desfazendo aos poucos, conforme ele foi enxergando o que sua família realmente fazia.Durante a adolescência, ele passou a acompanhá-lo em reuniões, serviços e até mesmo boates parceiras, lugares onde uma criança não deveria estar, e mesmo assim, Dominique nunca se importou o suficiente para deixá-los de fora de um negócio tão pesado e
Damiano deixou Catarina ainda sentindo o seu coração apertado ao pensar na dor que sua irmã estava sentindo. Ele se culpou, mesmo sem precisar, como se ele pudesse ter impedido algo que aconteceu enquanto ele estava fora.Não haveria o que fazer, independente do que sentia, estava feito.O que podia fazer para ajudá-la, era se manter ao seu lado, e tentar compensar seus anos de ausência como o irmão que nunca foi. Não sabia se isso iria ser o suficiente, mas ele precisava tentar. Tinha que tentar, caso contrário, jamais se perdoaria por permitir que sua irmã se perdesse aos poucos em sua própria mente.Ele estava parado em frente a sua porta, encostado na estrutura de madeira, sentindo como se o seu corpo estivesse prestes a desmoronar. No entanto, precisava deixar claro para Victoria o quanto se sentia grato ao ver a maneira como ela insistiu para ajudar Catarina.Dentre tantas pessoas, como ele, seu pai, e os funcionários que a cercam, ela foi a única que teve sensibilidade para se
Damiano sentia como se sua cabeça estivesse prestes a explodir. Uma chave simplesmente girou uma peça importante em sua mente, que estava emperrada como uma velha engrenagem, o impedindo de ter a completa percepção de tudo que realmente acontecia embaixo do seu nariz.Ele havia finalmente decifrado o esquema de seu pai, e pensou como agiu de maneira cega durante todos esses anos. Se sentia completamente indignado diante de algo tão perceptível. Era inacreditável como se manteve com os olhos fechados diante de algo tão óbvio, e somente agora, ele entendeu como todo o mecanismo funcionava.Precisou Victoria dizer as palavras certas para elar finalmente conseguisse juntar todo o quebra cabeça em sua mente, percebendo o quanto havia ficado alheio diante de tantos absurdos que aconteciam bem embaixo do seu nariz.São leilões. Homens e mulheres poderosos, que dão lances para con
— As cicatrizes, como não me lembrei delas. — Damiano sorriu fraco, encarando o solo abaixo de seus olhos escuros. — É engraçado ter demorado tanto tempo para me perguntar sobre elas. — respondeu.— Eu não quis ser inconveniente. — Victoria rebateu.Desde o momento em que seus olhos fitaram as costas nuas de Damiano, Victoria soube que algo terrível teria causado as marcas que agora estavam eternizadas em sua pele. Dessa forma, não poderia deixar de ser cuidadosa ao questioná-lo sobre algo que parecia tão sensível para o mais velho.Mesmo sem ter dito qualquer palavra sobre o assunto que envolvia as questões levantadas, Damiano deixava claro através da sua expressão desconfortável o incomodo que sentia ao ser pressionado a dizer qualquer coisa que o traga de volta lembranças ruins.E essa, de fato, era a pior de todas que já havia vivenciado.Mesmo tendo se passado anos desde o ocorrido, ele nunca conseguia tocar no assunto sem sentir seu coração apertar de uma maneira que parecia que
Carl os observava com a diversão explícita em seu rosto, apesar de estar levemente irritado por Damiano não ter demonstrado algum abalo ao notar sua presença. No entanto, os olhos surpresos e assustados de Victoria foram o suficiente para que ele se sentisse completamente satisfeito ao causar tamanho desconforto a ela devido à cena completamente desnecessária.No dia em que Victoria conseguiu ligar para Damiano através do celular de Catarina, ele percebeu que algo estranho estava acontecendo embaixo do seu nariz. Com isso, ele aproveitou para observar melhor toda a movimentação da casa.Não demorou um dia até perceber que seus palpites estavam certos, já que ele notou como o filho de Dominique parecia incomodado ao ouvir os planos do seu pai envolvendo a ruiva.Mesmo assim, ele permaneceu quieto. Agiu de maneira silenciosa, para conseguir tirar o proveito da situação completamente sozinho, da forma que queria. Porém, alguém que costuma exaltar a sua própria esperteza tende a menosprez
Damiano nunca foi uma pessoa que apreciou ou cultivou a organização em qualquer quesito da sua vida. Sempre alheio com os acontecimentos que sucediam uns aos outros, ele costumava deixar que a vida se encarregasse de qualquer coisa que viesse em seguida. Sem se preocupar com o fato de receber baque atrás de baque, um mais forte que o outro.Suas expectativas, em certo ponto, se tornaram inexistentes, tal como sua vontade de explorar de mais do que a vida tinha a oferecer.Em sua curta existência, não havia a excitação de um jovem para conhecer lugares ou pessoas novas, não havia a audácia e até o mínimo de interesse que alguém precise para despertar em si a vontade de viver intensamente, como a maioria das pessoas de sua idade costumam desejar.Monótona, fria e completamente esquecível. Era assim que ele descrevia a sua vida e até a si, antes de tudo aco
Os passos de Damiano e Victoria estavam satisfatoriamente sincronizados um com o outro. Eles andavam rapidamente através dos extensos corredores da mansão dos Mazzini, e os pés de Victoria vez ou outra pareciam se embolar pela velocidade com que Damiano a guiava através dos cômodos.Ele sentia de maneira intensa o frenesi que corria em seu corpo e a adrenalina que tomava conta da sua mente ao pensar que agora seu pai poderia ter conhecimento do que ele mais tentou esconder desde que havia saído para sua viagem até Londres. E pensar que o seu segredo estava nas mãos de um homem como Carl, não ajudava a diminuir tensão que os consumia, já que a ruiva estava tão nervosa quanto ele.Era difícil saber que Dominique já não a colocava em posição de prioridade quando se tratava de cuidar do seu próximo local de moradia. E imaginar que ele poderia usá-la para controlar Damiano só tornou tudo mais desesperador.Ela sentia a mão fria do moreno a segurar de maneira firme, mais firme do que realme