A cada dia que passava eu estava mais certo do que tinha feito, me privar do amor até conhecer Emma foi a melhor coisa que fiz, pois a danada havia me pegado de jeito, eu estava completamente apaixonado e muito feliz por ser correspondido.Ela era a mais linda e complexa das mulheres, ok todas as mulheres são complexas, mas ela tinha uma coisa diferente. Cada dia ao seu lado era como uma nova descoberta.Apesar dos problemas que tivemos, estavamos bem agora, usamos isso para nos aproximar e conhecer melhor um ao outro, nos abrir mais e deixar a confiança entre nós crescer.Mas eu ainda sentia que algo a prendia, como se ela não estivesse pronta para me contar. Algo a estava segurando.Não que ela soubesse que eu já havia notado isso, se ela não estava preparada para me contar eu respeitaria seu tempo, não iria forçá-la a nada.— Vai ficar me encarando assim até quando? — ela falou chamando minha atenção de volta para o momento.— Estava aqui pensando, que tal viajarmos esse fim de sem
— Nossa não vai nem perguntar como estou, nem dizer que sentiu saudade?— Você sabe muito bem a resposta, agora que tal me dizer logo o que veio fazer aqui ou me dar licença. — fui direto, ela sabia que não teria chances mais ali. Não depois do que tinha causado, mostrando que não poderíamos nem ser amigos.— Ui nervosinho, tudo isso é porque já descobriu o segredo da sua amada? — questionou e deu uma pausa para observar minha reação. — Não, não, você nem mesmo sonha. — continuou com o enigma depois de me analisar. — Ela não vai te contar nunca, não até ser tarde de mais.— Você não está falando coisa com coisa, Angel. — resmunguei irritado com aquela conversa sem sentido. — Você bebeu?— Não, mas talvez nós dois devêssemos beber um pouco, você vai precisar.— Angel, já chega! — falei determinado a sair, me virei já abrindo a porta do carro, mas ela foi mais rápida e entrou na frente.— Ela é tudo o que você sempre quis esquecer, tudo aquilo que você sempre fugiu, é isso que ela repre
— Acho que vocês precisam conversar. — minha mãe disse saindo da sala sendo seguida por Lise.Eu não esperava que ele aparecesse por aqui hoje, já estava tentando contar tudo a ele há um bom tempo, sempre que olhava para aqueles olhos me lembrava da dor que vi no dia em que me contou de sua mãe, e desistia não querendo que aquela dor voltasse, mas acabou sendo inevitável.— Entra. — eu pedi e Guilherme não hesitou. — Eu fui ao médico hoje, por isso os adesivos no meu braço.— Foi a Angel? — ele perguntou apressado.— O que? — perguntei confusa. — Não. Eu fui Fazer exames que já estavam marcados.— E porque você não me avisou que ia? Me disse que ia ficar com Lise.— Por que ai eu teria que dizer quais exames iria fazer e o motivo de precisar fazê-los. — ele continuou me olhando sem entender.— Então mentiu pra mim por que não queria me dizer algo. Eu pensei que você tinha passado o dia na floricultura, tem noção de como fiquei com medo quando Angel me procurou dizendo que você estava
Eu me encontrava em um estado de espírito onde quase nada me incomodava.Estava surpresa que as flores ainda não tivessem morrido graças ao desânimo que Lise e eu estávamos.Duas semanas, duas malditas semanas, sem notícias de Guilherme. Pelo que parecia o tempo que ele precisava era mais do que alguns dias.Sua irmã também não voltou a me mandar mensagem, o que me levou a acreditar que ele havia contado toda a verdade pra família e que eles também me odiava agora.Tudo o que eu podia fazer era sentar e esperar.Para melhorar meus exames haviam chegado e pela bagunça que estavam eu já podia imaginar a merda que viria por aí. No fim das contas tinha sido melhor que Guilherme tivesse ido embora, já que eu começaria a maratona de hospitais, exames, testes, até que soubéssemos o que seria melhor a se fazer no meu novo estado.Não que alguém mais soubesse, eu havia lido o maldito papel e jogado no fundo do meu guarda roupa, ninguém precisava sofrer junto comigo dessa vez. Já bastava todo o
Mesmo estando nervoso meu pai conseguiu dirigir até o hospital com calma, minha mãe gritou como uma histérica com as mulheres da recepção, que não tinham nenhuma notícia para dar.Então tudo o que nos mandaram fazer foi sentar e esperar por respostas.— Acho que deveríamos ligar para vovó. — eu disse para ninguém em particular, quando já não aguentava ficar ali sentada esperando. Meu pai me deu um sorriso triste mas de verdadeiro incentivo.Eu não sei por que, mas eu estava no automático, não tinha chorado ou me alterado até o momento, só estava quieta observando tudo.Vovó chegou não muito tempo depois e conseguiu acalmar minha mãe, ela era mais forte do que nós para controlar minha mãe, tinha feito isso quando vovô morreu.Eu andava pela sala de espera tentando não pensar em nada do que estava acontecendo. Apenas continuava em um estado inerte, como se nada daquilo tivesse me abalado ou me atingido.Não lembrava há quanto tempo eu estava sem rezar, mas era a segunda vez que eu fazia
Pela manhã sentia minha cabeça e meus olhos pesados, não tinha como saber que horas eram já que o quarto estava um breu, mas provavelmente não era tão cedo já que Guilherme não estava mais na cama.Eu não fiz nenhum movimento para levantar, tinha a impressão de que tudo poderia desmoronar se eu o fizesse, fiquei imóvel na cama e com os olhos fechados, tentando não pensar em nada do que tinha acontecido, tentando fingir que nada daquilo era verdade, querendo estar em outra realidade.Até que senti a cama afundar ao meu lado.— Bom dia. — sua voz rouca era convidativa para que eu abrisse meus olhos. Mas as coisas já não eram as mesmas.— Bom dia. — murmurei contra o travesseiro ainda sem olhá-lo, senti minha garganta dolorida, provavelmente pelo choro constante do dia anterior.— Você tem que se levantar pra comer. — e um grande silêncio se fez, levou um longo tempo até que ele o quebrou com um suspiro pesado. — Já passa do meio dia, vamos Emma. Mesmo que seja só um café. — ele falou me
Me acomodei no pequeno quarto com vista para o mar e me deixei absorver a paisagem a minha frente.As águas claras estavam calmas vindo até a areia e voltando para onde pertenciam, enquanto as crianças que estavam na beira da areia riam com às pequenas ondulações que as alcançava e corriam atrás querendo mais.Aquilo me fez lembrar da minha própria inocência, sempre querendo mais do que poderia ter realmente.Me deixei levar pela sensação maravilhosa e totalmente nova de me entregar ao amor e quis mais e mais daquele sentimento que arrebatou o coração. Me esquecendo que a qualquer momento toda a felicidade poderia ser tirada de mim.E como uma mãe que repreende o filho por chegar muito perto da água e o traz de volta a terra firme, a vida me trouxe de volta e não ia importar o quanto eu chorasse ou esperneasse, ela não traria Guilherme de volta, não me daria saúde, não me devolveria meu irmão.Eu teria que engolir o choro e encarar o que tinha pela frente, teria que fazer uma escolha
Tentei me manter calma durante o restante do dia, mas eu estava eufórica com a ideia, cheguei até a olhar alguns vídeos no YouTube para lembrar o básico e não passar vergonha.No dia seguinte eu acordei com o céu ainda escuro, troquei de roupa e fui em direção a praia. Parecia uma criança descobrindo o mundo, meu coração estava acelerado, minhas mãos suando e eu estava com um frio na barriga.— Ela veio! — Joe gritou me cumprimentando quando cheguei.— Não pensamos que você tinha falado a sério.— Foi por isso que trouxeram uma prancha sobrando? — questionei sorrindo enquanto encarava Matheus apoiado em uma prancha reserva.— Você sabe, para o caso de aparecer alguma moça linda querendo pegar uma onda. — Joe murmurou colocando o braço ao redor dos meus ombros.— Ok, vamos começar com isso! — Matheus afirmou me tirando de perto do irmão e me passando a prancha e começando com as instruções.Não foi fácil como eu pensei que seria, eram três professores e eles sabiam como ensinar sem se