Pela manhã sentia minha cabeça e meus olhos pesados, não tinha como saber que horas eram já que o quarto estava um breu, mas provavelmente não era tão cedo já que Guilherme não estava mais na cama.Eu não fiz nenhum movimento para levantar, tinha a impressão de que tudo poderia desmoronar se eu o fizesse, fiquei imóvel na cama e com os olhos fechados, tentando não pensar em nada do que tinha acontecido, tentando fingir que nada daquilo era verdade, querendo estar em outra realidade.Até que senti a cama afundar ao meu lado.— Bom dia. — sua voz rouca era convidativa para que eu abrisse meus olhos. Mas as coisas já não eram as mesmas.— Bom dia. — murmurei contra o travesseiro ainda sem olhá-lo, senti minha garganta dolorida, provavelmente pelo choro constante do dia anterior.— Você tem que se levantar pra comer. — e um grande silêncio se fez, levou um longo tempo até que ele o quebrou com um suspiro pesado. — Já passa do meio dia, vamos Emma. Mesmo que seja só um café. — ele falou me
Me acomodei no pequeno quarto com vista para o mar e me deixei absorver a paisagem a minha frente.As águas claras estavam calmas vindo até a areia e voltando para onde pertenciam, enquanto as crianças que estavam na beira da areia riam com às pequenas ondulações que as alcançava e corriam atrás querendo mais.Aquilo me fez lembrar da minha própria inocência, sempre querendo mais do que poderia ter realmente.Me deixei levar pela sensação maravilhosa e totalmente nova de me entregar ao amor e quis mais e mais daquele sentimento que arrebatou o coração. Me esquecendo que a qualquer momento toda a felicidade poderia ser tirada de mim.E como uma mãe que repreende o filho por chegar muito perto da água e o traz de volta a terra firme, a vida me trouxe de volta e não ia importar o quanto eu chorasse ou esperneasse, ela não traria Guilherme de volta, não me daria saúde, não me devolveria meu irmão.Eu teria que engolir o choro e encarar o que tinha pela frente, teria que fazer uma escolha
Tentei me manter calma durante o restante do dia, mas eu estava eufórica com a ideia, cheguei até a olhar alguns vídeos no YouTube para lembrar o básico e não passar vergonha.No dia seguinte eu acordei com o céu ainda escuro, troquei de roupa e fui em direção a praia. Parecia uma criança descobrindo o mundo, meu coração estava acelerado, minhas mãos suando e eu estava com um frio na barriga.— Ela veio! — Joe gritou me cumprimentando quando cheguei.— Não pensamos que você tinha falado a sério.— Foi por isso que trouxeram uma prancha sobrando? — questionei sorrindo enquanto encarava Matheus apoiado em uma prancha reserva.— Você sabe, para o caso de aparecer alguma moça linda querendo pegar uma onda. — Joe murmurou colocando o braço ao redor dos meus ombros.— Ok, vamos começar com isso! — Matheus afirmou me tirando de perto do irmão e me passando a prancha e começando com as instruções.Não foi fácil como eu pensei que seria, eram três professores e eles sabiam como ensinar sem se
Lá estava ela, a mulher que fazia meu coração disparar e minhas mãos soarem, a feiticeira que tinha encantado meu corpo a responder apenas seus estímulos.Emma de certa forma parecia ainda mais linda, seu rosto assim como o corpo estava todo bronzeado, seus olhos mais vivos do que eu me lembrava.Atravessei a areia, correndo em sua direção, não me importei se ainda estava de calça jeans e tênis, eu só queria abraçá-la.Mas antes que eu a alcançasse um homem a agarrou, a girou e os dois começaram a dançar, embalados pelo ritmo lento do violão.Então era isso? Ela tinha encontrado outro para me substituir tão rápido? Não que me surpreende-se, Emma é linda de mais, só ficaria solteira se quisesse. E eu terminei com ela, eu a empurrei para os braços de outro.Parei alguns passos de distância e fiquei observando os dois dançarem, como se fossem muito íntimos, quando ele a curvou sobre seu braço ela finalmente me notou ali.Por um segundo a fagulha ardeu dentro de mim, a esperança que ela a
Nossos corpos estavam exaustos, suados e fundidos. Não nos demos o trabalho nem mesmo de se afastar, Guilherme continuou dentro de mim, apenas nos virou de lado.— Como você me achou aqui? — foi a primeira coisa que escapou dos meus lábios.— Eu sabia que você estaria em um lugar onde se sentisse segura, iria procurar estar perto do seu irmão. — ele murmurou me conhecendo tão bem. — Eu te amo Emma, e nada vai mudar isso. — suas últimas palavras fizeram um reboliço dentro de mim.Eu não me cansaria de ouvir aquilo de sua boca nunca.— Eu também te amo. — corri meus dedos em suas costas, traçando um caminho invisível pela pele suada. — Você não tem ideia do quanto esperei que me falasse essas palavras novamente.Deixei que seus lábios descessem sobre os meus de forma firme e sedenta, do mesmo jeito que eu me sentia, enquanto isso seus braços me puxavam mais para si me mantendo apertada contra seu corpo.— Eu senti tanto sua falta. — Guilherme murmurou entre um beijo e outro.Eu estava f
Eu viajei no dia seguinte, mesmo com o coração apertado por deixar Guilherme para trás e por não falar com meus pais.Era o melhor a se fazer, mais cedo ou mais tarde eu teria que encará-los, ass como eles iriam ter que aceitar minha decisão.Eu estava adorando o campeonato, ver Joe e Ian competindo e torcer por eles era maravilhoso. Mas tinha que reclamar que tinha ganhado três fiscais de saúde.Os três não me davam mais paz, eu precisava a todo instante estar comendo, checando minha pressão e Deus me livre, se eu ficasse com cara feia.Era por isso que eu estava sozinha no meu quarto, colocando pra fora tudo o que tinha comido no café da manhã.Ia demorar mais uma semana para o campeonato acabar.Mas ainda estava longe a curtição na ilha, tinha uma infinidade de coisas para fazer e lugares para ver.— Emma! — ouvi a voz de Matheus gritando na porta. — Anda mulher, sai desse banheiro, os meninos já estão na praia!Dei descarga no vaso com pressa e me sentei ali, tentando recuperar mi
Eu voltei no mesmo dia para o Brasil e precisei insistir com todos os meninos e com Guilherme, que eu não precisava de escolta e podia muito bem voltar sozinha. Do contrário Matheus estaria na minha cola, me seguindo até o aeroporto internacional. — Não conseguiu me deixar longe por muito tempo, não é? — murmurei quando cheguei perto de Guilherme. Seu sorriso era contagiante e eu só conseguia pensar o quanto tinha sentido falta disso essas semanas, aquele dia que passamos na praia, depois de fazer as pazes, não tinha sido o suficiente para matar a saudade. — Nem se eu quisesse! — ele me pegou em seu colo quando pulei, suas mãos seguraram meu bumbum no mesmo instante que minhas pernas enrolaram sua cintura. — Senti sua falta, pandinha. Tomei sua boca, o puxando o lábio inferior antes de deslizar minha língua na sua. Seus dedos apertaram minha bunda com mais força e eu me forcei a manter o decoro, quando na verdade só queria arrancar aquelas roupas e me perder com ele. — Também sen
Despertei sentindo beijos em meu pescoço e meu corpo se aconchegou contra o calor do seu.Mas eu não queria abrir os olhos, eu sabia que seria um longo dia, ia precisar encarar o hospital e fazer todos os exames novamente, e por fim enfrentar nossas famílias, contando tudo o que está acontecendo.— Sei que você está acordada, amor. — sua voz rouca soou contra minha pele. — Ficar fingindo não vai ajudar em nada.Antes que eu pudesse reagir ele me virou levando as mãos a minha cintura e me fazendo cócegas. Não consegui segurar a risada que explodiu de mim, enquanto me contorcia tentando escapar dele.— Guilherme... Para... Seu idiota! — falei entre as gargalhadas. — Eu vou te matar!— É assim que eu gosto de te ver, desse jeitinho, sorrindo. — ele disse quando parou, então se sentou sobre seus joelhos ao meu lado e me encarou olho no olho. — Não precisa ficar preocupada, eu vou estar com você o tempo todo.Eu sentia toda a confiança que ele queria me passar e tentei relaxar, Guilherme t