O silêncio que se seguiu foi pesado. Júlia não sabia como reagir. Ela estava acostumada a ter a última palavra, mas agora, as coisas eram diferentes.Robert, sentindo a tensão diminuir um pouco, se virou para sua mãe, ainda na cama.— Mãe... — ele disse, com um tom mais suave. — Eu estou aqui agora. Vamos lidar com isso juntos. Eu sei que foi difícil, mas nós vamos superar.Sua mãe olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas, e, pela primeira vez, algo no rosto dela suavizou.— Eu não queria que você me deixasse, Robert... não queria que isso acontecesse.Ele pegou sua mão, com um sorriso pequeno, mas sincero.— Eu estou aqui, mãe. E você não vai me perder.Angie observou o momento com um olhar compreensivo, e deu um passo atrás para dar espaço a Robert e sua mãe. Ela sabia que, agora, o que importava era a cura — para ele, para a mãe dele e, de alguma forma, para todos os envolvidos.Júlia, por sua vez, percebeu que, apesar de seus esforços, não tinha mais controle sobre a vida d
Depois da conversa tensa com sua mãe, Robert se sentou em um canto da sala, tentando processar tudo o que havia acontecido. O conflito entre o que ele queria e as pressões externas estavam esmagando-o. Ele sabia que precisava manter-se firme em sua decisão, mas uma parte dele ainda estava presa ao vínculo com a mãe e à memória de Júlia. Ele não podia negar que a relação deles tinha sido importante, mas, ao mesmo tempo, sabia que precisava cortar os laços para seguir em frente.Angie, que havia permanecido ao lado dele durante todo o momento, notou a expressão de exaustão no rosto de Robert. Ela se aproximou, colocando uma mão em seu ombro.— Robert, você fez a coisa certa. Não precisa se sentir culpado por escolher o que é melhor para você. Ninguém pode viver a vida dos outros, nem sua mãe, nem a Júlia. Você tem que pensar no seu próprio futuro, e isso é o que importa agora.Ele olhou para ela, seu olhar um pouco distante, como se estivesse se distanciando ainda mais do que estava aco
Nos dias seguintes ao encontro tenso no hospital, Robert tentou se isolar um pouco, na esperança de conseguir processar tudo o que havia acontecido. Mas a obsessão de Júlia parecia estar cada vez mais presente. Ela não apenas se aproximava de sua mãe, Evelyn, tentando ganhar seu apoio, mas também começou a aparecer nas redondezas, em lugares onde ele frequentava, em encontros casuais que ele nunca imaginou que seriam tão manipulativos.Um dia, enquanto Robert estava no trabalho, ele recebeu uma mensagem de texto de sua mãe, que estava começando a ficar mais preocupada com o que estava acontecendo entre eles.Mensagem de Evelyn:“Robert, eu conversei com a Júlia. Ela está tão desesperada, e... eu não sei o que fazer. Ela diz que ainda tem esperanças e está realmente sofrendo. Você não pode simplesmente deixá-la assim, meu filho...”Robert apertou o celular nas mãos, a raiva crescendo. Ele sabia que sua mãe, apesar de suas boas intenções, ainda estava sendo manipulada por Júlia
Nos dias seguintes, as coisas se tornaram cada vez mais difíceis para Robert e Angie. Júlia parecia não ter limites. Ela estava presente em todos os lugares que Robert frequentava, mesmo que ele tentasse evitar. Ela começou a aparecer nos restaurantes que ele costumava frequentar com os amigos, enviava presentes para sua mãe, tentando se mostrar arrependida e vítima. E a cada passo que ela dava, o peso sobre Robert e sua relação com Angie só aumentava.Uma tarde, enquanto Robert e Angie estavam tomando café em um pequeno bistrô no centro da cidade, um mensageiro apareceu à porta, entregando uma carta. Robert olhou para a embalagem e logo soube que era de Júlia. Ele hesitou por um momento, mas Angie, percebendo o olhar de Robert, o incentivou a abrir.Com um suspiro profundo, ele rasgou o envelope e retirou a carta. As palavras de Júlia estavam escritas com uma caligrafia perfeita, mas o conteúdo não deixava dúvidas de suas intenções.“Robert,Eu sei que você acha que pode me esquecer,
Robert estava se sentindo exausto e frustrado. A conversa com sua mãe, Evelyn, ainda ecoava em sua mente, e ele sabia que ela estava sendo influenciada por Júlia. A mulher com quem ele pensava que tinha um futuro não era a pessoa que ele imaginava. Sua mãe parecia cega para as manipulações de Júlia, e isso o deixava em um dilema profundo. Ele queria convencê-la, mostrar que Júlia não era a pessoa que ela pensava ser. Mas, para fazer isso, ele precisava de provas.Por isso chegou a essa decisão .Angie ficou olhando para ele sem saber como reagir , não sabia se chorava , se ficava com medo , então falou :_Você não acha que é cedo demais ?._Angie a única certeza que eu tenho é que não posso te perder , essa situação com Julia está insuportável e temo que ela faça algo para nos separar e antes disso acontecer , eu tenho que tomar medida para te proteger também , se você aceitar eu prometo que não te pressiono , vou esperar o seu tempo. Angie sabia que ele estava falando a verdade entã
Angie estava completamente apaixonada. Com apenas dezoito anos, ela via em Mark tudo o que sempre quis em um homem. Era o auge da juventude, e ela acreditava firmemente que ele era o amor da sua vida. Estava no segundo ano do ensino médio e já imaginava o futuro ao lado dele. Seus planos eram claros: terminar os estudos e se casar com Mark logo em seguida. Ele era o seu “para sempre”. Ao chegar em casa, sua mãe a aguardava na porta, com um olhar atento. _Meu pai já está em casa ?. Perguntou . -Não filha , ele ainda está no trabalho . Angie franziu a testa, sua paciência já se esgotando com a rotina interminável de trabalho do pai. — Que homem sem coração é esse chefe do papai? Ele é obcecado pelo trabalho e faz os outros de escravo. — A indignação de Angie transpareceu na voz, sua frustração evidente. Natália, tentando manter a calma, parou um momento e olhou para a filha, com uma expressão que mesclava compreensão e preocupação. — Filha, não diga isso. O senhor Robert é um bom
Ela já havia conversado com Mark sobre seus sentimentos em relação a Clara . Mark sempre a tranquilizava, dizendo que conhecia Clara desde antes de Angie e que nunca houve nada além de amizade entre eles. Ele tentava convencê-la de que não havia motivo para ciúmes, mas Angie não conseguia afastar a sensação de desconforto. Para ela, a conexão entre os dois parecia mais intensa do que ele admitia, e isso a deixava insegura. Apesar das palavras de Mark, a presença de Clara a fazia sentir que havia algo mais ali, algo que ela não conseguia ignorar. A conversa que tiveram não parecia suficiente para acalmar suas preocupações, e a dúvida continuava a pairar sobre sua mente enquanto tentava se concentrar na noite com os amigos. Angie tentava se convencer de que estava apenas vendo coisas e que seus ciúmes eram a verdadeira fonte de sua insegurança em relação a clara. Ela se repetia que não havia motivos para rivalizar com a amiga de Mark, que, segundo ele, era apenas uma boa amiga. No enta
Angie não conseguia acreditar no que via. As palavras pareciam não fazer sentido, e o mundo ao seu redor havia se tornado irreconhecível. Ela segurava o celular com as mãos trêmulas, os olhos fixos na tela, onde uma foto a encarava com uma frieza cruel. Mark, seu namorado, estava ali, claramente beijando clara . O sorriso de Clara, tão familiar e tão sedutor, estava estampado junto ao rosto de Mark, e a cena a fez gelar por dentro. A dor foi imediata, como uma faca cortando fundo. Era como se o ar tivesse sumido. Clara... A mesma Clara que Angie sempre desconfiara que tinha sentimentos por Mark, mas ele sempre havia insistido com um sorriso tranquilizador: “É só uma amiga, Angie, você está exagerando.” Ele tinha dito isso tantas vezes, e ela acreditara, mesmo com aquele aperto no peito sempre que Suzy estava por perto. Mas agora, ali, naquela foto, não havia mais espaço para dúvidas. Mark a havia mentido, e Clara... sempre esteve ali, mais perto do que Angie jamais imaginou. Angi