Theo
Eu a vi correndo em direção à porta e chamei seu nome, mas Mari não escutou. Em seu rosto havia uma expressão magoada, dilacerada. Não pensei duas vezes, corri em seu encalço. Estava caindo o mundo do lado de fora, o que antes era uma chuvinha se transformou em uma tormenta.
Marina estava atravessando a rua em meio àquela chuva torrencial. Entrei na água fria e agarrei-a pelo braço antes que chegasse ao outro lado. Ela virou e me olhou assustada. Mas não foi isso que me surpreendeu e sim o ódio em seus olhos direcionado a mim, como eu já conhecia bem.
— Mari, ficou louca? O que está fazendo aqui fora nessa chuva? — gritei.
— Eu vou embora e nunca mais quero te ver, seu estúpido!
— O que está acontecendo? Por que está falando assim comigo?
Ela estreitou os olhos e disse quase hist&ea
MarinaSaímos daquele dilúvio e fomos para o meu apartamento. Theo disse que ainda tínhamos o que conversar, não queria deixar nenhuma ponta solta. Encharcados pisamos dentro de casa, que estava em absoluto silêncio. Verifiquei se Edu estava em seu quarto, mas estava vazio. Entrei e peguei uma roupa seca para o Theo.Ele estava encostado no batente da janela do meu quarto, observando a noite do lado de fora. Sentindo minha presença, virou e caminhou em minha direção. Colocou as mãos espalmadas em meu rosto e com o polegar acariciou meus lábios.— Me desculpe por tudo que te fiz passar, Mari. Por toda dor e sofrimento. Eu sempre te amei, fui um tolo total. Não quero te ver sofrendo nunca mais, principalmente se for eu o causador.Olhei nos olhos desse homem que conhecia muito bem: meu amigo, namorado, o amor da minha vida.— Foi a pior tortura que a
TheoEm meio ao sonho e a realidade, sentia um corpo quente e suave se mexendo ao meu lado. Mãos suaves passearam por minha barriga e peito, unhas arranharam levemente. Lábios carnudos desciam de meu pescoço até o ombro lambendo e mordiscando. Seguiu pela linha da minha coluna mudando para meu quadril.Era o sonho mais real que tive na vida, quando ela pegou em minha ereção — que já estava pronta —, abri os olhos. Se eu não estivesse deitado ia cair para trás. Marina estava com os cabelos bagunçados, um sorriso satisfeito em seu rosto e seus lindos lábios estavam em torno de mim.— Linda, o que você está fazendo aí? Você quer me matar? — gemi em meio às palavras.Ela olhou para cima e balançou a cabeça. Percebi que não ia parar tão cedo. Marina movimentou sua cabeça, enquanto
MarinaTatiana estava me esperando em uma lanchonete perto do meu apartamento. Theo ficou na praça em frente, se visse algum movimento estranho iria lá e me tiraria de perto dela. Ele estava preocupado com o que poderia acontecer.Nossa noite de amor foi linda, as lembranças assolavam minha mente a todo o momento, só pensava nele nu na minha cama. Ah, o homem era a perdição.Tati já estava numa mesa de canto com os olhos na janela, observava seu irmão no banco da praça. Ela virou para mim e baixou a cabeça. Sentei à sua frente e a olhei fixamente.— Pra que você me chamou aqui, Tatiana?Ela olhou para os lados, visivelmente envergonhada.— Eu queria pedir desculpas por ontem — sussurrou.— O quê? Não te escutei, fala mais alto. — Na verdade, eu escutei, mas não iria perder essa chance.
TheoEu já ia bater na porta quando ela abriu me surpreendendo. Marina estava com um sorriso lindo, toda eufórica. Puxou-me para a sala e me encostou à parede, atacando como uma mulher faminta. Agarrei-me ao seu corpo perfeito e a beijei com avidez. Mari soltou um gemido e mordeu meu lábio inferior. Cara, ela estava impossível.De súbito se afastou e me encarou com os olhos divertidos. Seus lábios estavam vermelhos e inchados. Passou o polegar pelo meu maxilar escorregando até minha boca, capturei seu dedo com os dentes e mordi sinuosamente. Ela ofegou e retirou o dedo.— Você demorou, eu estava morrendo aqui.— Tive que me segurar para não vir antes, morri de saudades, já estou dependente do seu corpo. — Marina sorriu preguiçosamente.Edu entrou na sala parecendo perdido. Cumprimentou-me com um aceno, pegou uma maçã na b
MarinaLogo cedo recebi uma mensagem de texto da Tatiana, perguntando se podia ficar conosco no intervalo. Admito, ainda estava com um pé atrás. Mas quem era eu para julgar? Respondi que sim, encontraria com ela na árvore.Nem deu tempo de comer alguma coisa, estava atrasada e corri para a rua, pelo jeito Edu já tinha ido. No portão do campus vi Cibele conversando com Lipe e sorriam um para o outro, ela parecia diferente. Um pouco atirada? Eu deveria estar enganada.Me aproximei e os cumprimentei. Lipe ficou ali alguns segundos, depois se despediu para conversar com um amigo. Cibele estava com uma cara melhor, mas ainda assim estranha.— E aí, Ci. Como foi o final de semana?— Legal. — Sorriu amarelo. — Você sabe, Mari. Acho que me enganei a respeito do Edu. Não estava realmente apaixonada por ele, gostava mais da ideia de ser importante para alguém.
TheoOlhar o rosto do meu pai depois de meses sem vê-lo, me deixou meio abobado. Apesar de tudo o que passei nas mãos desse homem, ainda o amava.Ele nos olhava com a decepção estampada no rosto, observou Tatiana e fez uma careta.— Vejo que decidiu mesmo seguir os passos de seu irmão, até vestida como uma qualquer você está.Tati comprimiu os lábios e seus olhos ficaram marejados, ela virou a cabeça de lado desviando o olhar.— O que você quer, pai?Meu pai era um cara bonito para sua idade, sempre praticava exercício físico, para ele aparência era tudo o que importava.— Não posso visitar meus filhos em sua nova faculdade?Dei uma risada amarga. Como se eu fosse acreditar que ele se importava com nosso bem-estar. Meu pai olhou Marina de cima a baixo e levantou as sobrancelhas.— Vej
Marina Quando Theo me deixou em casa, fui direto ao banheiro tomar um banho, não foi nada legal enfrentar seu pai. Que cara odioso! Não podia imaginar o que deve ter sido para eles crescerem com um homem assim. Meu pai sempre foi muito atencioso e me apoiou em tudo o que quis fazer. Terminei o banho e voltei para o quarto. Edu ainda não tinha voltado. Coloquei meus fones e deitei na cama. Envolvida com a música em meus ouvidos, adormeci. Senti uma mão quente em meu braço e me virei em sua direção. Estava tendo um sonho tão bom com o Theo, que pensei ter conjurado sua presença. Peguei sua mão e beijei a palma, ele tentou se desvencilhar. Não entendi o porquê, então o puxei pelo braço e o fiz deitar ao meu lado. Ele caiu desajeitado e tentou pular da cama. Eu o agarrei tentando com que ele ficasse quieto. — Marina, o que você está fazendo? — Edu gritou. Puta merda! Abri meus olhos de uma vez só, dei de cara com um Edu de o
TheoUma semana se passou desde a visita do meu pai. Ainda estava chateado por tudo que ele disse, mas tentei aliviar a tensão trabalhando e mostrando que não precisava nada do que vinha da sua parte.Eu e Marina estávamos mais ligados do que nunca. Sempre que dava estávamos agarradinhos e nos amando. Chegou, enfim, o dia da prova de natação. Nós iríamos de van a uma cidade a três horas de distância, tinha um ginásio aquático olímpico onde ocorriam as competições e o melhor era no litoral.Na porta da universidade todos estavam em expectativa da partida, Marina e Cibele já estavam a postos. Aproximei-me e a abracei por trás dando um beijo em sua bochecha. Ela se virou para mim, sorriu e continuou a conversar com Cibele.O professor chegou e entramos no carro, loucos para cair na piscina e ganhar, sentei no último banco