Como era de se esperar, às três da manhã, Lorena teve febre alta. Depois de mais de uma hora de cuidados, a febre finalmente baixou. Murilo não foi embora, principalmente porque Guilherme não o deixou sair. — Agora está tudo bem. Quando a febre passa, ela provavelmente acordará amanhã. — Murilo lançou um olhar para o homem que não saiu de perto da cama. — Mas, quando acordar, ela estará muito fraca. Parece que vocês vão passar o Ano Novo no hospital. Por enquanto, ela não poderá receber alta. Quem poderia imaginar que, tão perto do Ano Novo, algo assim aconteceria? Félix escolheu justamente esse momento para agir, de uma forma simplesmente... nojenta. Murilo já estava de saída quando algo lhe veio à mente. — Ah, sim. De onde veio o sangue para a transfusão de Lorena? Como vocês conseguiram tão rápido? De onde foi trazido? Guilherme, ao ouvir isso, ergueu a cabeça, franzindo as sobrancelhas e lançando a ela um olhar. Murilo ficou surpreso: — Não foi você quem mandou traz
Félix não era tolo, e assim que Guilherme falou, ele entendeu imediatamente o que aquilo significava. "Mas isso é impossível, como ele poderia...?" Jerônimo, ao vê-lo tão miserável, resolveu fazer um gesto de bondade e explicou: — Seus homens foram interceptados por nós no meio do caminho. A pessoa que veio te avisar era um dos meus. Como você acha que nós te atraímos até aqui? — Disse Jerônimo, com um sorriso frio curvando os lábios. Félix não conseguiu mais sorrir; sua expressão ficou tão desagradável quanto a de alguém que tivesse engolido uma mosca. Os olhos negros e afiados de Guilherme o encaravam, e sua voz soava extremamente fria: — Antes, eu te mantive vivo porque você tinha alguma utilidade. Mas você nunca deveria ter tocado em quem não devia! Agora, não há mais motivo para te poupar. — Félix tentou abrir a boca para falar, mas Guilherme o interrompeu com um sorriso gelado no olho e nos lábios enquanto continuava. — Você acha que os seus segredos estavam bem escon
O homem lançou a ela um olhar indiferente e disse calmamente: — Ódio é uma coisa, mas eu tenho meus próprios métodos. — Em seguida, soltou uma risada fria. — Você não é bem capaz? Até teve a ousadia de tocar nos meus homens. Pois bem, vamos ver do que você é capaz. Se conseguir sair vivo da boca dele, talvez eu até considere deixar você ir. Terminando de falar, se virou e saiu do pequeno quarto. Por mais que Félix o chamasse insistentemente, ele o ignorou completamente, como se não tivesse ouvido nada. Jerônimo levou a mão ao ouvido, fingindo limpá-lo: — Chega, chega... — Disse, impaciente. — Pode gritar à vontade, não vai adiantar nada. Nesse momento, Félix estava realmente em pânico, completamente desorientado. Ele olhou para Jerônimo com um tom de súplica e disse: — Somos irmãos de longa data... Me dá logo um fim rápido. Jerônimo pressionou a língua contra a bochecha, fazendo um estalo, e respondeu com desdém: — Quem é seu irmão? Eu não tenho um irmão como você. Nã
— Querida? Querida? — Guilherme a chamou duas vezes seguidas. Lorena ouviu de repente uma voz familiar ao lado de seu ouvido. Só então reagiu, movendo os olhos. A primeira coisa que viu foi aquele rosto tão conhecido. Ela abriu a boca seca. Sua voz saiu rouca e debilitada, quase irreconhecível. — Querida. Guilherme não desviou o olhar dela nem por um segundo. Ao ouvi-la chamá-lo, sentiu uma onda de emoção tomar conta de si, aquecendo seus olhos. Com as duas mãos, segurou delicadamente o rosto dela e, em seguida, se inclinou para beijar sua testa. — Estou aqui. — Disse baixinho, com imensa ternura na voz. Ele apertou o botão ao lado da cama, e não demorou muito para que Murilo entrasse no quarto acompanhado de sua equipe. Ao ver Lorena acordada, Murilo suspirou de alívio. Além de ser a esposa de seu grande amigo, ela também era a melhor amiga de sua namorada. No dia anterior, ele precisou fazer de tudo para tranquilizar Lavínia, prometendo que Lorena acordaria no dia se
Lorena ainda estava um pouco tonta, mas sabia do que eles estavam falando. Guilherme liberou uma das mãos, pegou o celular ao lado e abriu o WhatsApp, acessando o vídeo enviado por Murilo. Guilherme não reconheceu, mas Lorena sim. Bastou uma olhada de relance para que ela identificasse a silhueta no vídeo. Era Norberto. Então, as várias vezes que alguém havia providenciado sangue para ela a tempo tinham sido obra dele. Ela já havia investigado antes, mas nunca conseguiu descobrir nada útil. Então, por que dessa vez ele não se escondeu? "O que ele está tentando fazer?" Originalmente, o plano que Félix havia preparado era algo que ela pretendia usar a seu favor, aproveitando a oportunidade para se machucar um pouco e atrair a pessoa por trás de tudo. Mas o que ela não previu foi que Félix envolveria sua sogra e até colocaria um atirador na situação. Saltar do Rio Esperança foi sua única escolha naquele momento. Só pulando teria uma chance mínima de sobreviver. Ela não esp
— Lavínia, em público! Que comportamento é esse? Desça agora! Lavínia, que acabara de pular para o ombro largo de Murilo, ouviu uma voz familiar e fria vinda da porta do quarto. Ela estava deitada sobre o ombro de Murilo, e, ao ouvir a voz, levantou os olhos na direção da porta... Droga! Tio! Mas o chão estava gelado, e ela não queria descer. Pietro brincou: — Reginaldo, não seja tão severo, afinal, são todos da família, qual o problema? Na verdade, Reginaldo não aprovava o relacionamento de Lavínia com Murilo, mas... Ele não conseguia nem resolver seus próprios problemas, então não tinha energia para se preocupar com os dela. Mas, ao flagrá-los, a situação era outra. — Vou dizer mais uma vez: desça! — Reginaldo, com uma expressão fechada e os olhos estreitados, fez um aviso firme. Lavínia, pela primeira vez, ousou responder ao tio: — Não vou. Não estou de sapatos, meus pés estão frios. Se você me abraçar, eu desço. A veia nas têmporas de Reginaldo pulsou.
Desaparecer completamente sem deixar rastros.Pietro e João não eram tolos, logo perceberam que algo estava errado. Parecia que ainda não haviam encontrado nada.Ambos se perguntaram em silêncio: "Se soubesse disso, nunca teria sido tão idiota antes!"Quem diria que Ângela, que parecia uma coelhinha indefesa, na verdade era uma coelhinha com espinhos?Quando se enfurece, é realmente implacável.Pietro deu uma sugestão para ele:— Já que Lorena se machucou e Ângela tem uma boa relação com ela, não deveria ela vir visitá-la? Ele sabia que Reginaldo entenderia o que ele queria dizer.Reginaldo olhou para ele e, em seguida, deu a ela um tapinha no ombro, se levantando e saindo.— Você realmente adora assistir a bagunça, né? — João lançou um olhar de soslaio para ele.Pietro respondeu: — Estou apenas ajudando.João revirou os olhos e, sem querer continuar a conversa, se virou rapidamente e bateu na porta do quarto. Ele tinha vindo falar com Guilherme sobre assuntos sérios.Guilherme aca
— Oi, Lavínia, aconteceu alguma coisa com a Lorena? Ângela ligou para Lavínia para confirmar a notícia, pois não conseguia falar com a Lorena.— Como você soube? — Lavínia perguntou. Ela tinha decidido não contar nada a Ângela para não deixá-la preocupada à toa, especialmente estando grávida e correndo o risco de encontrar o tio dela. Isso seria um desastre. A pergunta de Lavínia foi uma resposta indireta.Ângela, preocupada, perguntou: — E ela, como está agora? Quero ir vê-la.Lavínia explicou a situação e disse também que Lorena já havia acordado. Ao ouvir a explicação de Lavínia, Ângela ficou em choque. Às vezes parecia uma explosão de fogo, outras, um salto no Rio Esperança... o que havia acontecido, afinal?— Não se preocupe, não vá lá. Você ainda está com o barrigão, e além disso, ela tem alguém da família cuidando dela, então não precisa de mais ninguém. — Lavínia disse, com clareza. Quando soube que Lorena estava bem, Lavínia se sentiu muito mais tranquila. E, com o