— Quando isso aconteceu? Por que só está me contando agora? No carro, Caetano mantinha um rosto sombrio e tenso. Normalmente, ele era conhecido por seu jeito despojado e selvagem, mas, naquele momento, a natureza feroz e cruel de sua alma emergiu, exalando violência e brutalidade. Hebe respondeu: — Valentino acabou de receber a informação. O pessoal do mercado negro sempre registra e reporta os pedidos para mim, mas a parte gerida por Tomás é composta por pessoas arrogantes, que só ligam para dinheiro, não para as regras. Eles nem se preocupam em relatar nada. Desta vez, o líder é Giovane, o irmão mais novo de Tomás. Ela nunca imaginou que, um dia, o pessoal do mercado negro ousaria atacar Lorena. — Malditos! Assim que eu voltar, o primeiro que vou acabar é o Tomás! Caetano dirigia pessoalmente e já havia acelerado o carro até o limite. Na estrada, só se via um borrão vermelho que passava como um raio. Enquanto isso, o carro de Lorena já havia sofrido um segundo impacto
Guilherme franziu as sobrancelhas repentinamente. Ele podia controlar os movimentos de Félix, mas eventos inesperados ainda escapavam ao seu domínio, como desta vez. Anteriormente, ele havia mantido Félix por perto porque ainda tinha utilidade, mas, no fim das contas, estava criando um tumor maligno! Pietro e João olharam para aquele rosto sempre impassível e atraente de Guilherme, que, naquele momento, trazia em suas sobrancelhas uma sombra de ira que parecia vir do próprio rei do inferno. Seus olhos negros como ônix estavam envoltos por uma camada de frieza que parecia capaz de penetrar ossos e corações. — Será que ele está querendo encenar outra explosão? — Pietro perguntou com desconfiança. Desta vez, Félix foi inteligente. Ele não usou as próprias mãos, mas manipulou outras pessoas para agir em seu lugar. Na última vez, o caso de Edson também foi provocado por ele. No fim, tudo sempre levava de volta a Félix. Agora, ele tinha mirado diretamente em Lorena. — Algo nã
A luz amarelada do túnel refletia na lataria do carro, enquanto as paredes sombrias projetavam as sombras das silhuetas dos veículos que passavam em alta velocidade. A perseguição frenética entre os carros e o rugido ensurdecedor dos motores ecoavam pelo teto do túnel, perturbando o coração de qualquer um que ouvisse. As luzes intermitentes do túnel iluminavam o rosto estranhamente calmo de Lorena em flashes irregulares. Naquele momento, para quem a observava, ela parecia estar encurralada: lobos à frente e tigres atrás, enfrentando o vento contrário à beira de um precipício. Mas ninguém sabia que Lorena era uma especialista em romper impasses nas situações mais difíceis. Dentro dela residia uma força inabalável, destemida, firme como o gelo no inverno. Essa força estava gravada em seus ossos, e ela nunca temeu os desafios que surgiam no caminho. Os carros no túnel não mostravam sinais de parar. O alvo deles era claro: o veículo preto no centro. Lorena lançou um olhar pel
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?""Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?""Amor à primeira vista?"A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais."Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:— Está sem trabalho ultimamente?Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:— Não, não.Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta
Ala do hospital.Lorena cruzou os braços, encostada preguiçosamente na parede do corredor, com uma perna dobrada contra a parede.Ela só se endireitou quando uma figura alta apareceu em sua frente.Assim que ficou de pé, a voz fria de Felipe soou em seus ouvidos:— Lorena, você me decepcionou demais! Quando você se tornou tão fria e cruel? Como ousou jogar sua irmã na água, sabendo que ela não sabe nadar? Por que insiste em colocá-la em perigo repetidamente?Lorena estreitou os olhos amendoados, que pareciam envoltos em uma camada de gelo. Ela levantou as pálpebras e fixou o homem à sua frente.Quando Felipe viu o olhar frio dela, hesitou por um momento. Seus olhos brilhantes, como névoa se dissipando, exalavam uma frieza e um orgulho que o deixavam muito desconfortável.— Você simplesmente não muda. Mel sempre te protegeu e defendeu, mesmo antes de desmaiar, ainda estava te defendendo. Você não sente remorso? Sua consciência foi devorada por cães?Quanto mais Felipe falava, mais irrit
— Não precisa se preocupar com isso. Além disso, avise a todos que teremos uma reunião em dez minutos.A voz fria e clara de Lorena transmitiu essas duas frases simples.Henrique já estava ao lado de Lorena há quatro anos, e o estilo de trabalho dela sempre foi direto ao ponto, sem palavras desnecessárias e sem fazer nada inútil.— Sim, Presidente Lorena.Em dez minutos, Lorena revisou vários documentos rapidamente e tomou decisões ágeis.Sala de reuniões.Lorena entrou vestida com um traje profissional branco simples, uma calça social justa de perna larga e calçando sapatos de salto alto bege. Ela emanava uma aura fria de rainha.Todos os presentes estavam nervosos, mal ousando respirar. Eles já haviam testemunhado os métodos de Lorena e temiam a jovem presidente. Ela sempre agia de forma decidida e direta.— Departamento de Marketing, como estão os resultados da fase de testes preliminares do perfume Série do Tempo? — Lorena perguntou friamente, com um olhar afiado para o gerente de