De repente, outro som ecoou. Um disparo de arma de fogo reverberou pelo túnel. Após terminar de falar, Lorena desviou a arma em sua mão ligeiramente para o lado e atirou rapidamente no chão. Todos se assustaram, inclusive Giovane, que estava mais próximo. As suspeitas que alguns tinham sobre Lorena desapareceram instantaneamente. Ela realmente estava disposta a atirar. — Na saída do túnel! — Gritou um dos subordinados de Giovane. Ao ouvir isso, Lorena franziu as sobrancelhas e disse a Tadeu: — Vá para a saída do túnel e traga ele. Tadeu respondeu: — Sim. Com Giovane em poder deles, seus homens só puderam assistir impotentes enquanto Lorena o levava embora. Lorena dirigia enquanto Tadeu estava no banco de trás com Giovane. — Zéfero, nós vamos simplesmente deixar Giovane com eles? — Perguntou um homem, olhando para outro, de cabelo curto. A pessoa chamada Zéfero era a mesma que havia respondido às perguntas de Lorena antes. — Na saída do túnel estão Ezequiel e
Após Lorena desligar o telefone, Giovane se virou para Tadeu, que estava ao seu lado, e perguntou: — Esse Guilherme que ela mencionou agora há pouco... é qual Guilherme? Tadeu, que obviamente sabia que Lorena era casada, lançou um olhar de desdém para Giovane: — O que você acha? Quantas pessoas no mundo têm coragem de carregar esse nome? — Ele deu uma risadinha, provocador. — Seja confiante, é exatamente quem você está pensando: o Sr. Guilherme da família Santos. Em seguida, ele olhou para Lorena, que estava no banco do motorista, e fez um gesto com o queixo, indicando ela: — Ela é a esposa legítima do Sr. Guilherme da família Santos. Boom! As palavras de Tadeu explodiram na mente de Giovane como uma granada. Ele sentiu como se seus ouvidos tivessem sido atingidos, causando um zumbido incessante. Ele murmurou, tremendo: — Mas... aquela pessoa disse que ela era apenas um membro distante da família Santos... Ergueu a cabeça e, sob a fraca iluminação, era possível ver
Félix fugira antes do previsto. Assim que soube disso, Jerônimo ligou imediatamente para Guilherme. — Félix fugiu antes do esperado. A voz fria de Guilherme respondeu sem hesitação: — O encontre. Vivo ou morto. — Entendido. — Respondeu Jerônimo, direto e sem rodeios. Enquanto isso, em um quarto escuro de um porão, estava o próprio Félix, sentado calmamente em frente a vários monitores. Ele assistia às imagens exibidas nas telas com grande interesse, quase como se estivesse se divertindo. Em uma das telas, se via Jerônimo entrando na mansão de Félix acompanhado de alguns homens. Não demorou muito para que eles saíssem de lá, aparentemente sem encontrar o que procuravam. Outra câmera mostrava o interior de um carro, onde Michele estava. Michele tinha os pés e as mãos amarrados, e sua boca estava coberta com fita adesiva preta. Apesar da situação, seu semblante permanecia sereno, quase impassível, com apenas um toque de desconforto evidente. Ao observar aquilo, Félix
— Sr. Guilherme, o rastreamento mostra que a trajetória da Sra. Santos está se movendo rapidamente. Emanuel passou o tablet para Guilherme. No dispositivo, um pequeno ponto vermelho se movia velozmente na tela. O homem franziu a testa; sua voz saiu baixa e fria: — Verifique para onde ela está se dirigindo! Emanuel imediatamente se virou, pegando o computador para investigar. Pouco tempo depois, exibiu no monitor o mapa do local para onde Lorena estava indo. — Sr. Guilherme, pela trajetória da Sra. Santos, a dois quilômetros à frente está a Ponte da Liberdade. Debaixo dela, passa um fosso defensivo. Guilherme perguntou: — Quanto tempo até ela chegar? Emanuel respondeu: — Cerca de três ou quatro minutos. Enquanto isso, do outro lado, Lorena dirigia em alta velocidade. Finalmente, ela avistou um carro parado na transversal sobre a Ponte da Liberdade. No entanto, o veículo estava na outra pista. Um som agudo de frenagem brusca trouxe Michele de volta aos seus pe
Ela nunca imaginou que, depois de viver tanto tempo, passaria por algo assim. Quando era criança, nunca tinha sido sequestrada, mas, já idosa, acabou tendo a "sorte" de ser sequestrada pela primeira vez. Ao longo de sua vida, Michele sentia que não havia do que se arrepender. Ela havia se casado com um bom marido, tinha dois filhos excelentes e uma nora inteligente e bonita. Se fosse apontar algo que lamentava, seria o fato de que não poderia assistir ao casamento do filho com a nora. — Mãe, eu prometi ao Guilherme que levaria você para casa em segurança. — Disse Lorena enquanto se abaixava para desamarrar a corda em torno dos pés de Michele. Em seguida, tranquilizou ela. — Não se preocupe, mãe. Não vou deixar que nada aconteça com você. Lorena havia observado tudo atentamente. Percebera que, se encontrasse o ponto certo de tensão no fio que conectava a bomba, esta não explodiria imediatamente. Assim, teria tempo suficiente para tirar Michele de lá com segurança. No entanto, pr
Michele estava contando histórias sobre Guilherme e Thomas, os dois irmãos, quando eram crianças, quando de repente ouviu Lorena dizer: — Mãe, já chega. Lorena desamarrou a corda que prendia os pés de Michele, mas esta não conseguia se mover muito rapidamente, sendo obrigada a erguer os pés devagar e retirá-los por conta própria. — Mãe, agora levante o pé devagar. — Disse Lorena. — E tome cuidado para não encostar na corda que estou segurando. — Ok. — Respondeu Michele. — E você? Lorena inclinou ligeiramente a cabeça, olhando para ela com um leve sorriso reconfortante nos lábios: — Não se preocupe, eu estou bem. Félix, ouvindo a conversa entre as duas através da câmera instalada no capô do carro, não pôde deixar de se surpreender. Ele realmente havia subestimado a capacidade de Lorena. Inteligente, bonita, calma diante de situações difíceis, decidida em suas ações... Mulheres assim eram raras. Que pena... estava prestes a desaparecer. Michele, segurando a respiração
Félix sorriu e disse: — Se você ousar descer do carro agora, minha equipe vai estourar a cabeça dela imediatamente. Nesse momento, Lorena foi ameaçada. Mesmo que corresse o mais rápido que pudesse, ela não seria mais rápida do que a bala de um atirador de elite, e não havia como saber quantos homens Félix tinha posicionado nas sombras. Lorena zombou: — Félix, é esse o seu nível de coragem? Machucar inocentes para alcançar seus objetivos? Félix entendeu o que ela quis dizer, mas não se importou: — O método não importa. O que importa é que o resultado me agrade. Lorena já estava sentada no banco traseiro e não havia muito o que esconder. Cada um de seus movimentos era observado por Félix. — Na verdade, eu vou sentir sua falta. — Félix comentou de repente. — Afinal, você é bem o meu tipo de mulher. Lorena quase revirou os olhos: — Você é um lunático! Sua mão esquerda estava estrategicamente posicionada no ponto cego das câmeras de monitoramento. Sem fazer barulho,
O riso de Félix ecoou novamente, acompanhado por suas palmas. Lorena fingiu não ouvir e, com paciência, disse: — Quando se aposta em dois, um deles sempre acerta. Espero que você cumpra o que prometeu. Félix respondeu: — Mas eu nunca prometi nada. Apenas deixei você falar. Lorena franziu a testa, fingindo estar irritada. Claro, ela sabia que ele jamais cumpriria algo assim. — Você está brincando comigo?! O riso sombrio de Félix soou mais uma vez: — Esse presente, independentemente do que aconteça, eu vou entregá-lo hoje. Nesse momento, um som ensurdecedor veio do alto, seguido por um vento forte. Era o barulho característico de um helicóptero se aproximando. Ao mesmo tempo, Michele, que estava fora da zona de segurança, mudou de expressão instantaneamente. Um instante depois, ela correu em direção à zona de segurança. Ela gritou: — Lorena, saia do carro rápido! Michele não tinha visto o helicóptero, mas sim dois caminhões enormes vindo em direção ao carro onde