Félix sorriu e disse: — Se você ousar descer do carro agora, minha equipe vai estourar a cabeça dela imediatamente. Nesse momento, Lorena foi ameaçada. Mesmo que corresse o mais rápido que pudesse, ela não seria mais rápida do que a bala de um atirador de elite, e não havia como saber quantos homens Félix tinha posicionado nas sombras. Lorena zombou: — Félix, é esse o seu nível de coragem? Machucar inocentes para alcançar seus objetivos? Félix entendeu o que ela quis dizer, mas não se importou: — O método não importa. O que importa é que o resultado me agrade. Lorena já estava sentada no banco traseiro e não havia muito o que esconder. Cada um de seus movimentos era observado por Félix. — Na verdade, eu vou sentir sua falta. — Félix comentou de repente. — Afinal, você é bem o meu tipo de mulher. Lorena quase revirou os olhos: — Você é um lunático! Sua mão esquerda estava estrategicamente posicionada no ponto cego das câmeras de monitoramento. Sem fazer barulho,
O riso de Félix ecoou novamente, acompanhado por suas palmas. Lorena fingiu não ouvir e, com paciência, disse: — Quando se aposta em dois, um deles sempre acerta. Espero que você cumpra o que prometeu. Félix respondeu: — Mas eu nunca prometi nada. Apenas deixei você falar. Lorena franziu a testa, fingindo estar irritada. Claro, ela sabia que ele jamais cumpriria algo assim. — Você está brincando comigo?! O riso sombrio de Félix soou mais uma vez: — Esse presente, independentemente do que aconteça, eu vou entregá-lo hoje. Nesse momento, um som ensurdecedor veio do alto, seguido por um vento forte. Era o barulho característico de um helicóptero se aproximando. Ao mesmo tempo, Michele, que estava fora da zona de segurança, mudou de expressão instantaneamente. Um instante depois, ela correu em direção à zona de segurança. Ela gritou: — Lorena, saia do carro rápido! Michele não tinha visto o helicóptero, mas sim dois caminhões enormes vindo em direção ao carro onde
No momento em que Lorena segurou a mão de Michele, ela não tinha mais escolha: só podia levar a sogra e pular no Rio Esperança. Atrás delas havia um mar de chamas que poderia pulverizá-las, e à frente, o profundo e insondável Rio Esperança. Ela escolheu a segunda opção. Apesar dos perigos imprevisíveis que o rio representava, ainda existia uma pequena esperança. Lorena estava disposta a apostar nessa mínima chance. Afinal, na primeira opção, talvez nem mesmo uma fagulha de esperança existisse. Com o impacto da colisão do carro, a explosão da bomba e os franco-atiradores escondidos, proteger Michele era algo que Lorena sabia não ser capaz de garantir. Mas ela também não estava disposta a se render ao destino. Depois que ambas caíram na água, Lorena continuou segurando firmemente a mão de Michele. A força da explosão e a súbita sensação de queda fizeram com que Michele perdesse a consciência assim que atingiu o rio. Lorena, com o pouco de lucidez que ainda tinha, cerrou o
— Guilherme, para onde você vai? — Pietro segurou Guilherme a tempo, o impedindo de seguir em frente. João, junto com Emanuel e Heitor, já havia descido com a equipe de resgate. Ele permanecera acima para vigiar Guilherme, pois naquele estado ninguém ousaria deixá-lo descer. — Me largue! — O olhar afiado de Guilherme perfurou Pietro como uma lâmina. — Eu vou descer! — Não pode. — Pietro insistiu, preocupado. — Fique tranquilo. Lá embaixo estão profissionais, além do João e dos outros. Guilherme apertou os lábios pálidos. — Não me obrigue a repetir. Uma aura gélida emanava de seu corpo, penetrando até os ossos e fazendo o couro cabeludo formigar e as costas gelarem. — Irmão, eu desço. Você e papai fiquem aqui em cima esperando. — Thomas, geralmente irreverente e relaxado, mostrava agora uma rara seriedade. Guilherme empurrou a mão de Pietro com força, deixando apenas uma frase: — Cuide do papai! — Então, avançou a passos largos na direção do caminho onde a equipe de re
— Policial Juvêncio, policial Juvêncio... — O rádio no ombro de Juvêncio começou a chiar. — Acabamos de resgatar um casaco feminino e um par de sapatos a 500 metros rio abaixo. Juvêncio respondeu: — Entendido, estarei aí em breve. Guilherme e os outros também ouviram a comunicação. Ele foi o primeiro a dar passos rápidos, embarcando em um dos barcos de resgate. Pietro e João o seguiram de perto, e o policial Juvêncio não teve escolha senão acompanhá-los. Pelo protocolo, os familiares não podiam participar das operações de resgate, mas... aqueles homens eram figuras de grande influência. Juvêncio não teve coragem de contrariá-los. Mais vinte minutos se passaram, mas nenhum progresso foi feito. Enquanto isso, em uma mansão, Norberto entrou com o rosto carregado de preocupação e visivelmente apressado. Subiu imediatamente para o segundo andar. — Srta. Lorena, algo grave aconteceu... Norberto estava completamente desnorteado depois de receber o telefonema de seu filho, Ta
Eles a haviam seguido por tantos anos que ele e Mauro conheciam bem os hábitos dela. Ao chegar naquele lugar, ele não ficou decepcionado, mas isso também não era algo bom, pois encontrou manchas de sangue. O coração de Tadeu estava completamente focado em encontrar rastros de Lorena, a ponto de não perceber que, enquanto agia sorrateiramente, uma pessoa o seguia de perto. Heitor estava atrás dele o tempo todo. O comportamento furtivo de Tadeu, além do fato de ele não estar vestindo o uniforme da equipe de resgate, chamou sua atenção. No momento em que Tadeu se agachou para examinar os vestígios no chão, Heitor se aproximou e colocou a mão sobre o ombro dele. — Quem é você? — Perguntou Heitor. Tadeu estava prestes a reagir, mas, ao virar o rosto, viu quem era. Ele conhecia Heitor, mas Heitor não o conhecia. Sabendo que não podia revelar sua identidade, Tadeu respondeu: — Vá avisar o Sr. Guilherme que a senhora dele já chegou à margem. Ela não está mais na água. Peça para
Normalmente, quando alguém se machuca e realiza um tratamento simples, não é comum deixar um rastro de sangue como o que vemos agora. Esse rastro contínuo de sangue só pode indicar uma coisa: a pessoa ferida tem um corte que não para de sangrar, um tipo de hemorragia que não consegue ser estancada. — Não se preocupe. Pelo rastro de sangue, o ferimento não parece ser muito grave. Murilo tentou acalmar enquanto seguia logo atrás. ... — O que fazemos? O corte na perna dessa menina não para de sangrar! O que vamos fazer agora? Uma mulher vestida de forma simples, segurando uma toalha azul, se ajoelhava ao lado de uma cama de madeira, o rosto cheio de preocupação. Metade da toalha já estava completamente manchada de vermelho. Eles estavam tentando estancar o sangramento na perna de Lorena havia mais de vinte minutos, mas não obtinham nenhum resultado. Um homem de pele escura, também vestido de forma humilde, demonstrava no rosto tanto preocupação quanto desamparo. Ele não sa
Uma porta foi violentamente arrombada por alguém do lado de fora. As pessoas dentro da casa levaram um susto enorme. Pietro e os outros mal conseguiam acompanhar o ritmo de Guilherme. Ele era rápido demais, parecia que seus passos eram movidos pelo vento. O carro ainda não tinha parado completamente, e ele já havia saído. No carro, ele checou a localização da casa dos aldeões e não precisava de ninguém para guiá-lo. Ele chegou e, sem nem bater na porta, arrombou-a, como se não pudesse esperar nem mais um segundo. Para ele, cada instante de atraso era um tormento. Naquele momento, ele havia se esquecido até das regras mais básicas de etiqueta. Tudo o que preenchia sua mente e coração era a preocupação com duas pessoas. A família Almeida, composta por três pessoas, olhava assustada e perplexa para o homem que havia invadido sua casa e destruído sua porta. O homem tinha uma presença imponente. Era alto e bem vestido, claramente não parecia ser alguém de origem humilde. Além di