Eles a haviam seguido por tantos anos que ele e Mauro conheciam bem os hábitos dela. Ao chegar naquele lugar, ele não ficou decepcionado, mas isso também não era algo bom, pois encontrou manchas de sangue. O coração de Tadeu estava completamente focado em encontrar rastros de Lorena, a ponto de não perceber que, enquanto agia sorrateiramente, uma pessoa o seguia de perto. Heitor estava atrás dele o tempo todo. O comportamento furtivo de Tadeu, além do fato de ele não estar vestindo o uniforme da equipe de resgate, chamou sua atenção. No momento em que Tadeu se agachou para examinar os vestígios no chão, Heitor se aproximou e colocou a mão sobre o ombro dele. — Quem é você? — Perguntou Heitor. Tadeu estava prestes a reagir, mas, ao virar o rosto, viu quem era. Ele conhecia Heitor, mas Heitor não o conhecia. Sabendo que não podia revelar sua identidade, Tadeu respondeu: — Vá avisar o Sr. Guilherme que a senhora dele já chegou à margem. Ela não está mais na água. Peça para
Normalmente, quando alguém se machuca e realiza um tratamento simples, não é comum deixar um rastro de sangue como o que vemos agora. Esse rastro contínuo de sangue só pode indicar uma coisa: a pessoa ferida tem um corte que não para de sangrar, um tipo de hemorragia que não consegue ser estancada. — Não se preocupe. Pelo rastro de sangue, o ferimento não parece ser muito grave. Murilo tentou acalmar enquanto seguia logo atrás. ... — O que fazemos? O corte na perna dessa menina não para de sangrar! O que vamos fazer agora? Uma mulher vestida de forma simples, segurando uma toalha azul, se ajoelhava ao lado de uma cama de madeira, o rosto cheio de preocupação. Metade da toalha já estava completamente manchada de vermelho. Eles estavam tentando estancar o sangramento na perna de Lorena havia mais de vinte minutos, mas não obtinham nenhum resultado. Um homem de pele escura, também vestido de forma humilde, demonstrava no rosto tanto preocupação quanto desamparo. Ele não sa
Uma porta foi violentamente arrombada por alguém do lado de fora. As pessoas dentro da casa levaram um susto enorme. Pietro e os outros mal conseguiam acompanhar o ritmo de Guilherme. Ele era rápido demais, parecia que seus passos eram movidos pelo vento. O carro ainda não tinha parado completamente, e ele já havia saído. No carro, ele checou a localização da casa dos aldeões e não precisava de ninguém para guiá-lo. Ele chegou e, sem nem bater na porta, arrombou-a, como se não pudesse esperar nem mais um segundo. Para ele, cada instante de atraso era um tormento. Naquele momento, ele havia se esquecido até das regras mais básicas de etiqueta. Tudo o que preenchia sua mente e coração era a preocupação com duas pessoas. A família Almeida, composta por três pessoas, olhava assustada e perplexa para o homem que havia invadido sua casa e destruído sua porta. O homem tinha uma presença imponente. Era alto e bem vestido, claramente não parecia ser alguém de origem humilde. Além di
— Desculpe, nosso Sr. Guilherme estava muito preocupado com nossa Sra. Santos e com a mãe dele, então pode ter agido de forma impulsiva. — Emanuel olhou, visivelmente constrangido, para a porta de madeira, que estava em um estado lamentável, prestes a desabar. — Não se preocupem, nós vamos compensar vocês por isso. Disse Emanuel educadamente. — Além disso, agradecemos muito por terem salvado nossa Sra. Santos e a mãe do Sr. Guilherme. Se precisarem de algo, não hesitem em pedir. O casal da família Almeida trocou um olhar incerto, sem saber o que dizer naquele momento. Emanuel continuou: — Sem problemas, vocês podem pensar com calma e entrar em contato comigo quando quiserem. — Ele entregou seu cartão de visitas. — Aqui está o meu cartão, com o número do meu telefone. O marido estendeu a mão, pegou o cartão, olhou rapidamente e, embora não soubesse que tipo de empresa era, assentiu com a cabeça. ... No helicóptero. Guilherme segurava Lorena em seus braços, com o rosto
Na entrada da sala de cirurgia. — Heitor, traga o Benjamin para mim! O homem exalava uma aura gelada e assustadora. Seus olhos negros como tinta eram profundos e frios, como um buraco negro capaz de sugar qualquer coisa, envoltos por uma perigosa imprevisibilidade. Heitor respondeu: — Sim, Sr. Guilherme. Em menos de meia hora, Benjamin foi levado diretamente do escritório para o hospital. Ele estava em uma reunião quando, de repente, um grupo de homens vestidos de preto invadiu, não disse uma palavra, o segurou e o arrastou para fora da sede do Grupo Amorim. Quando perguntou quem eram, ninguém lhe respondeu. O grupo simplesmente o levou direto para o hospital. Benjamin estava completamente perplexo, até que viu aquele homem poderoso, Guilherme. As pupilas de Benjamin se contraíram levemente. — Sr. Guilherme, o senhor... me chamou? Guilherme não perdeu tempo com palavras desnecessárias e ordenou friamente: — O leve para tirar sangue. — Sim, Sr. Guilherme. Ben
Ele estava prestes a perguntar algo indiscreto, mas foi interrompido por João. Foi então que Pietro se lembrou de que Lorena ainda estava na sala de cirurgia. Pouco tempo depois, Reginaldo chegou, acompanhado por Lavínia. Quando Reginaldo a viu, seus olhos instintivamente procuraram algo atrás dela, mas não encontraram a figura familiar que buscava. Enquanto isso, Nicolas e Thomas, que haviam acompanhado Michele para uma série de exames, se recusaram a voltar ao quarto e decidiram se juntar ao grupo. — Guilherme, como está a Lorena? — Perguntou Michele. Guilherme olhou para Michele, que usava um uniforme hospitalar azul listrado e estava sentada em uma cadeira de rodas. Pela primeira vez, seus olhos frios exibiram um traço de ternura. — A enfermeira acabou de sair e disse que a pressão dela estabilizou. — Respondeu Guilherme, franzindo levemente as sobrancelhas antes de acrescentar. — Mãe, me desculpe. Michele ficou ligeiramente surpresa. Guilherme raramente usava essa pa
Como era de se esperar, às três da manhã, Lorena teve febre alta. Depois de mais de uma hora de cuidados, a febre finalmente baixou. Murilo não foi embora, principalmente porque Guilherme não o deixou sair. — Agora está tudo bem. Quando a febre passa, ela provavelmente acordará amanhã. — Murilo lançou um olhar para o homem que não saiu de perto da cama. — Mas, quando acordar, ela estará muito fraca. Parece que vocês vão passar o Ano Novo no hospital. Por enquanto, ela não poderá receber alta. Quem poderia imaginar que, tão perto do Ano Novo, algo assim aconteceria? Félix escolheu justamente esse momento para agir, de uma forma simplesmente... nojenta. Murilo já estava de saída quando algo lhe veio à mente. — Ah, sim. De onde veio o sangue para a transfusão de Lorena? Como vocês conseguiram tão rápido? De onde foi trazido? Guilherme, ao ouvir isso, ergueu a cabeça, franzindo as sobrancelhas e lançando a ela um olhar. Murilo ficou surpreso: — Não foi você quem mandou traz
Félix não era tolo, e assim que Guilherme falou, ele entendeu imediatamente o que aquilo significava. "Mas isso é impossível, como ele poderia...?" Jerônimo, ao vê-lo tão miserável, resolveu fazer um gesto de bondade e explicou: — Seus homens foram interceptados por nós no meio do caminho. A pessoa que veio te avisar era um dos meus. Como você acha que nós te atraímos até aqui? — Disse Jerônimo, com um sorriso frio curvando os lábios. Félix não conseguiu mais sorrir; sua expressão ficou tão desagradável quanto a de alguém que tivesse engolido uma mosca. Os olhos negros e afiados de Guilherme o encaravam, e sua voz soava extremamente fria: — Antes, eu te mantive vivo porque você tinha alguma utilidade. Mas você nunca deveria ter tocado em quem não devia! Agora, não há mais motivo para te poupar. — Félix tentou abrir a boca para falar, mas Guilherme o interrompeu com um sorriso gelado no olho e nos lábios enquanto continuava. — Você acha que os seus segredos estavam bem escon