— Sr. Guilherme, o rastreamento mostra que a trajetória da Sra. Santos está se movendo rapidamente. Emanuel passou o tablet para Guilherme. No dispositivo, um pequeno ponto vermelho se movia velozmente na tela. O homem franziu a testa; sua voz saiu baixa e fria: — Verifique para onde ela está se dirigindo! Emanuel imediatamente se virou, pegando o computador para investigar. Pouco tempo depois, exibiu no monitor o mapa do local para onde Lorena estava indo. — Sr. Guilherme, pela trajetória da Sra. Santos, a dois quilômetros à frente está a Ponte da Liberdade. Debaixo dela, passa um fosso defensivo. Guilherme perguntou: — Quanto tempo até ela chegar? Emanuel respondeu: — Cerca de três ou quatro minutos. Enquanto isso, do outro lado, Lorena dirigia em alta velocidade. Finalmente, ela avistou um carro parado na transversal sobre a Ponte da Liberdade. No entanto, o veículo estava na outra pista. Um som agudo de frenagem brusca trouxe Michele de volta aos seus pe
Ela nunca imaginou que, depois de viver tanto tempo, passaria por algo assim. Quando era criança, nunca tinha sido sequestrada, mas, já idosa, acabou tendo a "sorte" de ser sequestrada pela primeira vez. Ao longo de sua vida, Michele sentia que não havia do que se arrepender. Ela havia se casado com um bom marido, tinha dois filhos excelentes e uma nora inteligente e bonita. Se fosse apontar algo que lamentava, seria o fato de que não poderia assistir ao casamento do filho com a nora. — Mãe, eu prometi ao Guilherme que levaria você para casa em segurança. — Disse Lorena enquanto se abaixava para desamarrar a corda em torno dos pés de Michele. Em seguida, tranquilizou ela. — Não se preocupe, mãe. Não vou deixar que nada aconteça com você. Lorena havia observado tudo atentamente. Percebera que, se encontrasse o ponto certo de tensão no fio que conectava a bomba, esta não explodiria imediatamente. Assim, teria tempo suficiente para tirar Michele de lá com segurança. No entanto, pr
Michele estava contando histórias sobre Guilherme e Thomas, os dois irmãos, quando eram crianças, quando de repente ouviu Lorena dizer: — Mãe, já chega. Lorena desamarrou a corda que prendia os pés de Michele, mas esta não conseguia se mover muito rapidamente, sendo obrigada a erguer os pés devagar e retirá-los por conta própria. — Mãe, agora levante o pé devagar. — Disse Lorena. — E tome cuidado para não encostar na corda que estou segurando. — Ok. — Respondeu Michele. — E você? Lorena inclinou ligeiramente a cabeça, olhando para ela com um leve sorriso reconfortante nos lábios: — Não se preocupe, eu estou bem. Félix, ouvindo a conversa entre as duas através da câmera instalada no capô do carro, não pôde deixar de se surpreender. Ele realmente havia subestimado a capacidade de Lorena. Inteligente, bonita, calma diante de situações difíceis, decidida em suas ações... Mulheres assim eram raras. Que pena... estava prestes a desaparecer. Michele, segurando a respiração
Félix sorriu e disse: — Se você ousar descer do carro agora, minha equipe vai estourar a cabeça dela imediatamente. Nesse momento, Lorena foi ameaçada. Mesmo que corresse o mais rápido que pudesse, ela não seria mais rápida do que a bala de um atirador de elite, e não havia como saber quantos homens Félix tinha posicionado nas sombras. Lorena zombou: — Félix, é esse o seu nível de coragem? Machucar inocentes para alcançar seus objetivos? Félix entendeu o que ela quis dizer, mas não se importou: — O método não importa. O que importa é que o resultado me agrade. Lorena já estava sentada no banco traseiro e não havia muito o que esconder. Cada um de seus movimentos era observado por Félix. — Na verdade, eu vou sentir sua falta. — Félix comentou de repente. — Afinal, você é bem o meu tipo de mulher. Lorena quase revirou os olhos: — Você é um lunático! Sua mão esquerda estava estrategicamente posicionada no ponto cego das câmeras de monitoramento. Sem fazer barulho,
O riso de Félix ecoou novamente, acompanhado por suas palmas. Lorena fingiu não ouvir e, com paciência, disse: — Quando se aposta em dois, um deles sempre acerta. Espero que você cumpra o que prometeu. Félix respondeu: — Mas eu nunca prometi nada. Apenas deixei você falar. Lorena franziu a testa, fingindo estar irritada. Claro, ela sabia que ele jamais cumpriria algo assim. — Você está brincando comigo?! O riso sombrio de Félix soou mais uma vez: — Esse presente, independentemente do que aconteça, eu vou entregá-lo hoje. Nesse momento, um som ensurdecedor veio do alto, seguido por um vento forte. Era o barulho característico de um helicóptero se aproximando. Ao mesmo tempo, Michele, que estava fora da zona de segurança, mudou de expressão instantaneamente. Um instante depois, ela correu em direção à zona de segurança. Ela gritou: — Lorena, saia do carro rápido! Michele não tinha visto o helicóptero, mas sim dois caminhões enormes vindo em direção ao carro onde
No momento em que Lorena segurou a mão de Michele, ela não tinha mais escolha: só podia levar a sogra e pular no Rio Esperança. Atrás delas havia um mar de chamas que poderia pulverizá-las, e à frente, o profundo e insondável Rio Esperança. Ela escolheu a segunda opção. Apesar dos perigos imprevisíveis que o rio representava, ainda existia uma pequena esperança. Lorena estava disposta a apostar nessa mínima chance. Afinal, na primeira opção, talvez nem mesmo uma fagulha de esperança existisse. Com o impacto da colisão do carro, a explosão da bomba e os franco-atiradores escondidos, proteger Michele era algo que Lorena sabia não ser capaz de garantir. Mas ela também não estava disposta a se render ao destino. Depois que ambas caíram na água, Lorena continuou segurando firmemente a mão de Michele. A força da explosão e a súbita sensação de queda fizeram com que Michele perdesse a consciência assim que atingiu o rio. Lorena, com o pouco de lucidez que ainda tinha, cerrou o
— Guilherme, para onde você vai? — Pietro segurou Guilherme a tempo, o impedindo de seguir em frente. João, junto com Emanuel e Heitor, já havia descido com a equipe de resgate. Ele permanecera acima para vigiar Guilherme, pois naquele estado ninguém ousaria deixá-lo descer. — Me largue! — O olhar afiado de Guilherme perfurou Pietro como uma lâmina. — Eu vou descer! — Não pode. — Pietro insistiu, preocupado. — Fique tranquilo. Lá embaixo estão profissionais, além do João e dos outros. Guilherme apertou os lábios pálidos. — Não me obrigue a repetir. Uma aura gélida emanava de seu corpo, penetrando até os ossos e fazendo o couro cabeludo formigar e as costas gelarem. — Irmão, eu desço. Você e papai fiquem aqui em cima esperando. — Thomas, geralmente irreverente e relaxado, mostrava agora uma rara seriedade. Guilherme empurrou a mão de Pietro com força, deixando apenas uma frase: — Cuide do papai! — Então, avançou a passos largos na direção do caminho onde a equipe de re
— Policial Juvêncio, policial Juvêncio... — O rádio no ombro de Juvêncio começou a chiar. — Acabamos de resgatar um casaco feminino e um par de sapatos a 500 metros rio abaixo. Juvêncio respondeu: — Entendido, estarei aí em breve. Guilherme e os outros também ouviram a comunicação. Ele foi o primeiro a dar passos rápidos, embarcando em um dos barcos de resgate. Pietro e João o seguiram de perto, e o policial Juvêncio não teve escolha senão acompanhá-los. Pelo protocolo, os familiares não podiam participar das operações de resgate, mas... aqueles homens eram figuras de grande influência. Juvêncio não teve coragem de contrariá-los. Mais vinte minutos se passaram, mas nenhum progresso foi feito. Enquanto isso, em uma mansão, Norberto entrou com o rosto carregado de preocupação e visivelmente apressado. Subiu imediatamente para o segundo andar. — Srta. Lorena, algo grave aconteceu... Norberto estava completamente desnorteado depois de receber o telefonema de seu filho, Ta