O celular de Lorena começou a tocar. Ela avisou Guilherme e desligou a ligação. — Alô. — Lorena, o número que você me deu teve sua última localização rastreada em uma área afastada. Vou te enviar a localização exata no seu celular. — Certo. Depois de desligar o telefone, Lorena verificou o endereço e o encaminhou imediatamente para Guilherme, pedindo que ele enviasse alguém para investigar. Assim que recebeu a mensagem, Guilherme instruiu Arthur a ir com sua equipe imediatamente. Logo depois, o telefone de Guilherme tocou novamente. Lorena estava prestes a atender, mas, pelo canto do olho, percebeu algo pelo retrovisor. Ela notou... Vários carros pretos haviam começado a segui-la de repente. Não eram poucos, exatamente cinco. Dois flanqueando cada lado, além de um bloqueando a retaguarda. Sua rota de fuga havia sido completamente cortada. Lorena era muito experiente com carros modificados. Bastava um olhar para identificar se um veículo tinha sido alterado ou não, já
Desde o momento em que foi levada até agora, ela não demonstrou o menor sinal de pânico, se mantendo extremamente calma. A única pessoa por quem ela estava preocupada era Lorena. — Lorena, não se preocupe comigo. Eu já vivi muito e tenho mais experiência do que você. — Sarah falou em um tom tranquilo e descontraído. Ao ouvir a voz suave e carinhosa de Sarah, o coração de Lorena apertou. Ao mesmo tempo, ela entendeu a mensagem que sua avó queria passar. Sarah queria que ela, se precisasse realmente tomar uma decisão, não hesitasse em deixá-la para trás. Afinal, ela já havia vivido o suficiente. Um brilho frio surgiu nos olhos de Lorena. Ela jamais imaginou que eles seriam tão desumanos a ponto de envolver uma senhora de mais de setenta anos. Ela havia tomado todas as precauções para romper qualquer conexão entre ela e sua avó, justamente para evitar que, caso algo acontecesse, Sarah fosse envolvida. Não havia como eles descobrirem isso, a menos que alguém tivesse contado. De
— Quando isso aconteceu? Por que só está me contando agora? No carro, Caetano mantinha um rosto sombrio e tenso. Normalmente, ele era conhecido por seu jeito despojado e selvagem, mas, naquele momento, a natureza feroz e cruel de sua alma emergiu, exalando violência e brutalidade. Hebe respondeu: — Valentino acabou de receber a informação. O pessoal do mercado negro sempre registra e reporta os pedidos para mim, mas a parte gerida por Tomás é composta por pessoas arrogantes, que só ligam para dinheiro, não para as regras. Eles nem se preocupam em relatar nada. Desta vez, o líder é Giovane, o irmão mais novo de Tomás. Ela nunca imaginou que, um dia, o pessoal do mercado negro ousaria atacar Lorena. — Malditos! Assim que eu voltar, o primeiro que vou acabar é o Tomás! Caetano dirigia pessoalmente e já havia acelerado o carro até o limite. Na estrada, só se via um borrão vermelho que passava como um raio. Enquanto isso, o carro de Lorena já havia sofrido um segundo impacto
Guilherme franziu as sobrancelhas repentinamente. Ele podia controlar os movimentos de Félix, mas eventos inesperados ainda escapavam ao seu domínio, como desta vez. Anteriormente, ele havia mantido Félix por perto porque ainda tinha utilidade, mas, no fim das contas, estava criando um tumor maligno! Pietro e João olharam para aquele rosto sempre impassível e atraente de Guilherme, que, naquele momento, trazia em suas sobrancelhas uma sombra de ira que parecia vir do próprio rei do inferno. Seus olhos negros como ônix estavam envoltos por uma camada de frieza que parecia capaz de penetrar ossos e corações. — Será que ele está querendo encenar outra explosão? — Pietro perguntou com desconfiança. Desta vez, Félix foi inteligente. Ele não usou as próprias mãos, mas manipulou outras pessoas para agir em seu lugar. Na última vez, o caso de Edson também foi provocado por ele. No fim, tudo sempre levava de volta a Félix. Agora, ele tinha mirado diretamente em Lorena. — Algo nã
A luz amarelada do túnel refletia na lataria do carro, enquanto as paredes sombrias projetavam as sombras das silhuetas dos veículos que passavam em alta velocidade. A perseguição frenética entre os carros e o rugido ensurdecedor dos motores ecoavam pelo teto do túnel, perturbando o coração de qualquer um que ouvisse. As luzes intermitentes do túnel iluminavam o rosto estranhamente calmo de Lorena em flashes irregulares. Naquele momento, para quem a observava, ela parecia estar encurralada: lobos à frente e tigres atrás, enfrentando o vento contrário à beira de um precipício. Mas ninguém sabia que Lorena era uma especialista em romper impasses nas situações mais difíceis. Dentro dela residia uma força inabalável, destemida, firme como o gelo no inverno. Essa força estava gravada em seus ossos, e ela nunca temeu os desafios que surgiam no caminho. Os carros no túnel não mostravam sinais de parar. O alvo deles era claro: o veículo preto no centro. Lorena lançou um olhar pel
— Srta. Lorena, não imaginei que você tivesse esse trunfo na manga. Muito bem. — Giovane falou entre dentes, soltando algumas risadas frias. — Mas não se esqueça: sua avó ainda está em minhas mãos. — Chega de conversa fiada! — Respondeu Lorena, fria como gelo. — Que tal fazermos um acordo? Solte minha avó, e eu vou com vocês. Afinal, sou eu quem vocês querem. "Se tiverem capacidade para me levar." É claro que ela não diria isso em voz alta. Com a firmeza de quem estava no controle, Lorena soltou o cinto de segurança, abriu a porta do carro e desceu. Giovane ficou atônito por um momento. Ela realmente cederia assim, tão facilmente? — O que foi? Não tem coragem? — Sua provocação foi direta e certeira. — Vocês, um bando de homens, estão com medo de uma única mulher? Giovane era exatamente o tipo de homem que não suportava ser provocado. Nunca, em toda a sua vida, alguém o desafiara daquela forma. Ele ergueu os olhos, fitando a mulher que já estava fora do carro, parada ao
Giovane disse: — Você acha que a família Amorim se colocaria contra o pessoal do mercado negro por sua causa? Seu marido não passa de um ramo insignificante da família Santos. Você acha que ele ousaria enfrentar a gente do mercado negro? Que ridículo... Lorena franziu levemente as sobrancelhas. "Eles são do mercado negro? Então Félix não usou os próprios homens dele." Depois que Giovane terminou de falar, Lorena soltou algumas risadas frias. Era óbvio que eles realmente não sabiam que Guilherme era seu marido. No começo, quando ele a chamou de Sra. Santos, ela achou que o homem sabia e, mesmo assim, tinha coragem de ameaçá-la. Isso seria um ato ousado. Mas quem diria que ele acabaria dizendo que Guilherme era um ramo menor da família Santos. Parece que Félix também não contou a verdade para os homens que contratou. — Então, além de serem um bando de covardes, vocês ainda são covardes sem cérebro. — O canto dos lábios de Lorena se curvou em um sorriso zombeteiro enquanto el
Giovane exclamou surpreso: — O quê? Ele ficou atordoado. Ela teve a ousadia de chamar o Sr. Caetano pelo nome. Lorena abaixou levemente o olhar, estalou a língua e, num tom sarcástico e pausado, respondeu: — Não esperava que alguém criado pelo Caetano fosse do tipo "músculos fortes e cérebro fraco". As palavras dela o desconcertaram por um momento. Quando Giovane abriu a boca para mandá-la se calar, sentiu de repente algo pressionando sua cintura. Estava prestes a se mover quando ouviu a voz fria da mulher ao seu lado: — Eu aconselho você a não se mexer. Se minha mão escorregar e a arma disparar, sua cintura estará arruinada. Giovane olhou imediatamente para baixo, na direção de sua cintura. Uma pequena pistola dourada estava pressionada contra ele. Ele conhecia aquela arma. Era uma Desert Eagle dourada. "Impossível! Como uma mulher poderia usar uma arma, ainda mais uma Desert Eagle dourada?" A dúvida nos olhos dele não escapou ao olhar atento de Lorena. — Você pod