Depois de desligar o telefone, ela contou tudo no pequeno grupo que tinha com mais duas pessoas. Logo, Lavínia sugeriu uma ideia: — E se criarmos uma oportunidade para o meu tio trair? Assim, teríamos provas para o divórcio, não é?Lorena estava com Guilherme naquele momento. Sem se importar com a presença dele, ela colocou o áudio de Lavínia no viva-voz. Aquela sugestão de Lavínia, cheia de indignação e sacrifício, ecoou diretamente nos ouvidos dos dois. Lorena estava bebendo água e, ao ouvir, parou por um instante. Que ideia absurda Lavínia havia inventado! Guilherme lançou um olhar para ela, levantando levemente as sobrancelhas. Ela também o olhou de volta e, instintivamente, quis saber sua opinião: — O que você acha? Dá para fazer? Ela perguntou puramente por curiosidade. Afinal, os dois eram bons amigos, e Guilherme provavelmente tinha uma noção de quão fácil seria enganar Reginaldo. Guilherme hesitou por um momento. Naquele instante, ele simplesmente não con
Era de dia. Os negócios no clube ainda não tinham começado por completo. Mas Inês conseguia perceber que, assim que chegasse a noite, o lugar se transformaria em um cenário de luzes, bebidas e luxo, um espetáculo de cores vermelhas e verdes. Ao mesmo tempo, era evidente que aquele era o mundo dos ricos, um ambiente de opulência e decadência que pessoas comuns jamais poderiam imaginar experimentar. Na recepção, o atendente fez uma ligação. Pouco depois, as duas viram uma mulher caminhando em sua direção. Ela usava um vestido curto e justo de cor vermelha, os longos cabelos ondulados balançando suavemente enquanto andava. Bastava um único olhar para se perder nos olhos profundamente sedutores da mulher, cheios de uma sensualidade irresistível. Seu rosto era uma combinação perfeita de charme e provocação, uma beleza que parecia atingir a alma. Era o tipo de mulher que exalava perigo por todos os poros, e qualquer desatenção ao seu redor podia levar alguém à ruína total. He
Lorena entrou diretamente no banheiro assim que passou pela porta. Hebe e Inês não sabiam o que ela pretendia fazer. Não perguntaram nem a impediram, apenas ficaram de lado, esperando. Um minuto depois, Lorena reapareceu segurando uma bacia de tamanho médio, cheia de água, cuja origem ninguém conseguia imaginar. Hebe teve um leve espasmo no canto do olho. Inês alterou discretamente a expressão. No quarto. Sobre a cama branca e impecável estava deitado um homem bonito, completamente esparramado de maneira nada elegante. Apenas os braços claros estavam visíveis, e a musculatura definida e forte era tão atraente que fazia qualquer um esquecer sua postura descuidada. O homem bonito dormia profundamente, a ponto de mexer a boca como se mastigasse algo, exibindo um leve sorriso bobo. Era impossível adivinhar o que ele sonhava em plena luz do dia. Hebe o observou com desgosto, levando a mão ao rosto em sinal de irritação. Lorena, com o rosto inexpressivo e ainda segurando a
Depois de terminar de falar, ela se virou agilmente e saiu do quarto. Assim que ela saiu, Inês, naturalmente, também a seguiu. Hebe deu apenas um passo, como se algo lhe tivesse ocorrido. Parou, virou levemente o corpo e lançou um olhar sedutor na direção dele. Seus olhos encantadores estavam carregados de uma provocação intrigante: — Quer que eu te ajude? O olhar de Caetano escureceu. Ele semicerrou os olhos de formato felino, e sua voz, cheia de uma raiva contida, soou cortante: — Saia! Hebe não se abalou. Deu um leve resmungo de desdém e respondeu friamente: — Se você tem coragem, mostre sua raiva para ela. Mostrar sua raiva para mim não faz diferença. — Depois de dizer isso, ela jogou o cabelo ondulado para trás com um movimento de cabeça e saiu do quarto com passos elegantes e cheios de atitude. Todo mundo sabia que Caetano não tinha medo de nada nem de ninguém. Ele era implacável em suas ações, cruel e sem escrúpulos. Mas o que poucos sabiam era que havia uma
Lorena olhou para ele com calma, falando em um tom descontraído: — Então eu mesma espalho a notícia. Eles certamente vão vir me procurar, e assim economizo trabalho. As pupilas de Caetano se contraíram levemente enquanto ele a encarava, incrédulo. Que audácia! Ela estava usando a própria vida como ameaça contra ele. Ela também o observou por um instante, sem pressa, como se tivesse certeza de que ele iria ajudá-la. Encostada no sofá, esperava pacientemente por sua resposta. Afinal, encontrar a Base Pioneira era algo que só ele poderia fazer. Caso contrário, ela nem teria vindo procurá-lo, já que não era exatamente algo simples. Hebe, por outro lado, continuava como espectadora, assistindo a tudo em silêncio enquanto "comia pipoca". Em sua mente, contou trinta segundos. E, assim como imaginado, no trigésimo segundo, Caetano cedeu. Ele bufou com frieza e disse, irritado: — Certo, eu procuro. Eu devo ter te devido algo numa vida passada! Hebe deu de ombros com um olhar
Na volta, era Inês quem estava dirigindo o carro. De repente, Lorena sentiu uma leve dor na cintura, provavelmente indicando que sua menstruação estava prestes a chegar. Nesse momento, o celular ao lado começou a tocar. Ela deu uma olhada no visor e viu que era Carina, a organizadora do Concurso Internacional de Perfume em todas as edições. Assim que atendeu, dizendo apenas: — Alô. Do outro lado veio uma voz feminina muito animada e descontraída, mas com um sotaque em mandarim que soava bastante peculiar, respondeu: — Querida Lorena, e então, o que decidiu sobre o assunto que comentei com você da última vez? Lorena ficou em silêncio por alguns segundos, tentando se lembrar sobre o que Carina tinha falado. Ela não se recordava de nada em especial e assumiu que fosse mais um convite para participar da competição. Então respondeu: — Se for para competir, não estou interessada. Carina não pareceu surpresa e manteve seu tom caloroso: — Isso não importa. Você é a ren
Na sala de estar. Gustavo estava sentado reto no sofá. — Gustavo? Lorena ficou um pouco surpresa ao vê-lo. — Sra. Santos, peço desculpas por aparecer sem avisar e incomodá-la. — Gustavo se levantou ao ouvir a voz dela e a encarou enquanto falava. Lorena se sentou no sofá em frente a ele e perguntou: — Pode sentar. A propósito, como está sua irmã? Desde que Felícia sofreu o acidente no set de filmagem, ela havia sido levada para casa pela família uma semana depois, e as duas não se viram mais. No entanto, Lorena tinha ouvido Lavínia mencionar que Felícia já conseguia andar novamente. Gustavo voltou a se sentar e esboçou um leve sorriso educado: — Ela está bem agora, mas precisa de repouso. Ele era o típico homem de aparência robusta e ensolarada, com cabelos curtos bem arrumados que combinavam perfeitamente com seu estilo. Suas feições eram bem delineadas e elegantes. — Que bom saber disso. E você veio me procurar por alguma razão específica? — Perguntou ela. Em
Ao ouvir isso, Gustavo franziu ligeiramente as sobrancelhas e, instintivamente, quis perguntar: — Então, os pulsos e tornozelos dele? Eles descobriram que, assim que a notícia negativa sobre o Grupo X veio à tona, o problema foi resolvido no mesmo dia. Porém, naquela mesma tarde, Túlio desapareceu por vários dias, até que encontraram o corpo dele. Na época, os pulsos e tornozelos de Túlio estavam machucados de uma forma que não parecia ser resultado de uma queda de viaduto. O legista afirmou que, possivelmente, os pulsos e tornozelos dele foram quebrados enquanto ele ainda estava vivo e depois realinhados, mas sem tempo suficiente para cicatrizar completamente. Até hoje, não conseguiram identificar quem foi que quebrou os pulsos e tornozelos de Túlio de forma tão brutal, apagando completamente qualquer vestígio. Lorena levantou os olhos lentamente para Ângela, escondendo um leve brilho nos olhos escuros e exibindo uma expressão tranquila. Com os lábios pintados de vermelho