— De que forma ela era incrível? — Bento tinha acabado de perguntar quando ouviu a voz fria do homem o interrompendo. — De que forma ela era incrível...? — Bento murmurou, tentando se lembrar. — Bom, todos, tanto os meninos quanto as meninas, admiravam ela. Na época, o número de pessoas que tentaram conquistar Ângela daria para dar dez voltas ao redor da nossa escola. Mas, sabe...— Sabe o quê? — O homem virou ligeiramente a cabeça para encará-lo. — Ângela não aceitou nenhum deles. — Bento continuou. — Depois eu ouvi dizer que ela contou para todos os rapazes que a cortejaram que já tinha alguém no coração. E que só se casaria com essa pessoa. Reginaldo sentiu um calafrio inexplicável. "Ela já tinha alguém no coração? Quem poderia ser?" — Quem? — Isso eu não sei. — Bento respondeu. — Tio Reginaldo, você pode perguntar à Lavínia? Ela sabe muito mais do que eu. Bento empurrou essa responsabilidade para sua irmã mais nova. Lavínia, por sua vez, foi sorrateiramente até Monte
— Só se você quiser começar o treinamento assim que suas férias acabarem! — O homem lançou uma frase seca e cortante. — Presidente Reginaldo, eu não quero, não! — Dessa vez, ele respondeu rapidamente. — Fale! — Então, Presidente Reginaldo, é comida caseira, mas o dono do restaurante de comida caseira é um pouco... especial... Ian estava realmente em apuros. Antes, quando o Presidente Reginaldo não tinha desconfiado, ele ainda conseguia enrolar. Mas agora... Ele realmente não entendia como isso tinha ido parar na conversa de repente. Mordendo os lábios, decidiu contar tudo de uma vez: — É a Sra. Araújo. Reginaldo ficou completamente surpreso. Embora já tivesse suspeitas, a confirmação ainda o deixou impactado. Depois que Ian terminou de falar, não ouviu nenhuma resposta do outro lado da linha. Mas o chefe também não desligou o telefone, e Ian não tinha coragem de encerrar a ligação por conta própria. Após um longo silêncio, veio uma voz do outro lado: — Por que não
Porque alguém pagou.Lorena nunca havia transferido tanto dinheiro em toda a sua vida. E aqueles que recebiam as transferências dela ficavam todos surpresos, até mesmo desconfiando se a conta não teria sido hackeada. Sebastião estava largado no sofá de casa quando o celular vibrou algumas vezes, e o ícone de notificação apareceu na tela. Ele abriu a mensagem e viu que era de um contato salvo como "Lorena". Assim que leu as palavras relacionadas à transferência bancária na mensagem, ele imediatamente clicou para abrir. — Estou vendo direito mesmo? — Sebastião murmurou para si mesmo e então contou cuidadosamente a sequência de zeros na quantia. Depois de contar, ele pensou consigo: "Será que a Lorena finalmente se tocou? Ou será que hackearam a conta dela?" Na mesma hora, ele abriu o aplicativo de chamadas de voz e tentou ligar para ela, mas assim que o telefone tocou uma vez, a chamada foi recusada. Ele então tentou ligar diretamente, mas, mais uma vez, a chamada foi rec
Mas ela reagiu rapidamente: — Ah, foi em casa que eu troquei a sacola daquela loja. — Lavínia Araújo! — O homem olhou para ela, incrédulo com sua teimosia, e gritou novamente seu nome completo. — Minha paciência tem limite! — Tio, não adianta gritar meu nome completo. — Por causa da sua melhor amiga, ela decidiu se sacrificar. — Eu realmente não sei onde está a Ângela. Mesmo que o senhor me espanque agora, eu não vou saber! — Você... — Você o quê?! — Uma voz rouca, marcada pelo tempo, mas que ainda conservava autoridade, ecoou na sala de estar. — Ano novo, e você aí, com essa cara feia, mostrando pra quem? Hein? Pedro se apoiava em sua bengala enquanto descia a escada do segundo andar, com uma expressão severa e séria. — Vovô. Assim que Lavínia ouviu a voz de Pedro, soube que seu salvador havia chegado. Ela imediatamente se virou e correu em direção à escada, subindo rapidamente e segurando o braço de Pedro para descer com ele. Reginaldo fechou o rosto, permanecendo
Não importava o que Pedro dissesse, por mais duras que fossem suas palavras. Reginaldo, além de franzir levemente as sobrancelhas, não demonstrava nenhuma outra expressão, tampouco retrucava; ele apenas comia em silêncio. Lavínia admirava a paciência de seu tio. Por um breve momento, ela até achou que ele era um tanto digno de pena, com aquele ar de solidão. Enquanto isso, a atmosfera na antiga mansão da família Santos era completamente oposta à da família Araújo. Embora houvesse poucas pessoas, cada uma delas exibia um sorriso no rosto. A casa estava decorada com uma forte essência de Ano Novo. Lorena sentiu que fazia muito, muito tempo desde que experimentara um Ano Novo tão cheio de significado e alegria. E tudo isso foi proporcionado por aquele homem ao seu lado. Guilherme havia levado Lorena de volta e avisado a antiga mansão com antecedência. Por isso, Michele pediu à cozinha que preparasse pratos leves. Quando Lorena viu os pratos na mesa, imediatamente compreendeu.
Aurora piscou os grandes olhos e disse com uma voz doce e infantil: — Tia Lorena, eu gosto de você. Lorena ficou ligeiramente surpresa, mas logo sorriu. Estendeu a mão e apertou a bochecha gordinha dela. — Eu também gosto do nosso adorável Aurora. Por outro lado, Guilherme franziu levemente as sobrancelhas. Ele sentia que as coisas não eram tão simples assim. Logo depois, todos ouviram novamente a voz infantil de Aurora: — Tia Lorena, isso é pra você. Ela estendeu suas pequenas mãos, segurando uma caixinha, e a entregou para Lorena. Lorena olhou para a caixinha e depois para Aurora, perguntando suavemente: — O que é isso? — É todo o meu dinheiro. — Aurora estalou os lábios e, com uma voz animada, explicou. — Acabei de ouvir meu primo dizendo que, quando você gosta de alguém, precisa dar tudo o que tem de valor para essa pessoa. Lorena hesitou por um momento. — E mais! — Aurora continuou, empolgada. — Quando eu crescer, vou casar com a tia Lorena. A pequeno fal
— Eu não vou sair. Ela fez um biquinho, resmungando. O homem, ao ouvir isso, levantou ligeiramente a cabeça e voltou a olhar para ela. Com sua voz grave e magnética, ele perguntou: — E o que você quer discutir? Ela respondeu: — Me empresta a Inês e o Anthony, tá bom? Inês e Anthony geralmente ficavam na mansão. Às vezes, Inês saía com ela, mas, desde que Lorena foi hospitalizada, Inês permaneceu na mansão o tempo todo. O homem arqueou levemente as sobrancelhas e, com um sorriso divertido, disse: — Eu já sou seu, e você ainda precisa me pedir para os emprestar? Lorena sorriu levemente: — Verdade, né? Logo, Inês e Anthony apareceram no quarto do hospital. Ambos saudaram em coro: — Sra. Santos, Sr. Guilherme. O homem, sentado no sofá enquanto trabalhava, deu um leve aceno de cabeça. Lorena estendeu a mão para chamá-los: — Venham aqui. Os dois se aproximaram da cama, olhando para ela com uma expressão confusa. Inês, ao olhar para Lorena, se sentiu um pou
— Meus homens encontraram vestígios de atividades humanas em três ilhas. Essas três ilhas não estão conectadas; há um padrão: sempre há uma ilha desocupada entre elas. Por enquanto, ainda não podemos descartar onde fica a base real deles. Lorena ouviu, franzindo levemente as sobrancelhas enquanto mergulhava em um pensamento profundo. — Algo está errado. — Disse ela de repente. Caetano olhou para ela. — O que está errado? Ela levantou os olhos para ele. — Me diga: se fosse você, deixaria pistas tão óbvias que permitiriam que alguém te encontrasse nessas ilhas? A organização Base Pioneira era conhecida tanto por sua brutalidade quanto por sua aura de mistério. Se eles conseguiram resistir e retornar tantas vezes, definitivamente não cometeriam um erro tão básico. Caetano estreitou os olhos ligeiramente. — Então você está dizendo que eles estão tentando nos despistar? Lorena hesitou antes de responder: — Não sei se é uma distração, mas tenho certeza de que eles não e