Mas ela reagiu rapidamente: — Ah, foi em casa que eu troquei a sacola daquela loja. — Lavínia Araújo! — O homem olhou para ela, incrédulo com sua teimosia, e gritou novamente seu nome completo. — Minha paciência tem limite! — Tio, não adianta gritar meu nome completo. — Por causa da sua melhor amiga, ela decidiu se sacrificar. — Eu realmente não sei onde está a Ângela. Mesmo que o senhor me espanque agora, eu não vou saber! — Você... — Você o quê?! — Uma voz rouca, marcada pelo tempo, mas que ainda conservava autoridade, ecoou na sala de estar. — Ano novo, e você aí, com essa cara feia, mostrando pra quem? Hein? Pedro se apoiava em sua bengala enquanto descia a escada do segundo andar, com uma expressão severa e séria. — Vovô. Assim que Lavínia ouviu a voz de Pedro, soube que seu salvador havia chegado. Ela imediatamente se virou e correu em direção à escada, subindo rapidamente e segurando o braço de Pedro para descer com ele. Reginaldo fechou o rosto, permanecendo
Não importava o que Pedro dissesse, por mais duras que fossem suas palavras. Reginaldo, além de franzir levemente as sobrancelhas, não demonstrava nenhuma outra expressão, tampouco retrucava; ele apenas comia em silêncio. Lavínia admirava a paciência de seu tio. Por um breve momento, ela até achou que ele era um tanto digno de pena, com aquele ar de solidão. Enquanto isso, a atmosfera na antiga mansão da família Santos era completamente oposta à da família Araújo. Embora houvesse poucas pessoas, cada uma delas exibia um sorriso no rosto. A casa estava decorada com uma forte essência de Ano Novo. Lorena sentiu que fazia muito, muito tempo desde que experimentara um Ano Novo tão cheio de significado e alegria. E tudo isso foi proporcionado por aquele homem ao seu lado. Guilherme havia levado Lorena de volta e avisado a antiga mansão com antecedência. Por isso, Michele pediu à cozinha que preparasse pratos leves. Quando Lorena viu os pratos na mesa, imediatamente compreendeu.
Aurora piscou os grandes olhos e disse com uma voz doce e infantil: — Tia Lorena, eu gosto de você. Lorena ficou ligeiramente surpresa, mas logo sorriu. Estendeu a mão e apertou a bochecha gordinha dela. — Eu também gosto do nosso adorável Aurora. Por outro lado, Guilherme franziu levemente as sobrancelhas. Ele sentia que as coisas não eram tão simples assim. Logo depois, todos ouviram novamente a voz infantil de Aurora: — Tia Lorena, isso é pra você. Ela estendeu suas pequenas mãos, segurando uma caixinha, e a entregou para Lorena. Lorena olhou para a caixinha e depois para Aurora, perguntando suavemente: — O que é isso? — É todo o meu dinheiro. — Aurora estalou os lábios e, com uma voz animada, explicou. — Acabei de ouvir meu primo dizendo que, quando você gosta de alguém, precisa dar tudo o que tem de valor para essa pessoa. Lorena hesitou por um momento. — E mais! — Aurora continuou, empolgada. — Quando eu crescer, vou casar com a tia Lorena. A pequeno fal
— Eu não vou sair. Ela fez um biquinho, resmungando. O homem, ao ouvir isso, levantou ligeiramente a cabeça e voltou a olhar para ela. Com sua voz grave e magnética, ele perguntou: — E o que você quer discutir? Ela respondeu: — Me empresta a Inês e o Anthony, tá bom? Inês e Anthony geralmente ficavam na mansão. Às vezes, Inês saía com ela, mas, desde que Lorena foi hospitalizada, Inês permaneceu na mansão o tempo todo. O homem arqueou levemente as sobrancelhas e, com um sorriso divertido, disse: — Eu já sou seu, e você ainda precisa me pedir para os emprestar? Lorena sorriu levemente: — Verdade, né? Logo, Inês e Anthony apareceram no quarto do hospital. Ambos saudaram em coro: — Sra. Santos, Sr. Guilherme. O homem, sentado no sofá enquanto trabalhava, deu um leve aceno de cabeça. Lorena estendeu a mão para chamá-los: — Venham aqui. Os dois se aproximaram da cama, olhando para ela com uma expressão confusa. Inês, ao olhar para Lorena, se sentiu um pou
— Meus homens encontraram vestígios de atividades humanas em três ilhas. Essas três ilhas não estão conectadas; há um padrão: sempre há uma ilha desocupada entre elas. Por enquanto, ainda não podemos descartar onde fica a base real deles. Lorena ouviu, franzindo levemente as sobrancelhas enquanto mergulhava em um pensamento profundo. — Algo está errado. — Disse ela de repente. Caetano olhou para ela. — O que está errado? Ela levantou os olhos para ele. — Me diga: se fosse você, deixaria pistas tão óbvias que permitiriam que alguém te encontrasse nessas ilhas? A organização Base Pioneira era conhecida tanto por sua brutalidade quanto por sua aura de mistério. Se eles conseguiram resistir e retornar tantas vezes, definitivamente não cometeriam um erro tão básico. Caetano estreitou os olhos ligeiramente. — Então você está dizendo que eles estão tentando nos despistar? Lorena hesitou antes de responder: — Não sei se é uma distração, mas tenho certeza de que eles não e
Guilherme voltou depois de duas horas. — Resolveu o problema? — Lorena perguntou a ele. — Sim, resolvido. — O homem tirou o casaco e se sentou ao lado dela. — Foi complicado? — Foi só um problema com os materiais do novo empreendimento. Os materiais foram destruídos, então o lançamento, que estava previsto para os próximos dias, terá que ser adiado. Mas isso não vai afetar nada. Seu marido é rico. — Guilherme explicou de forma direta. Lorena, enquanto xingava Caetano mentalmente, perguntou: — E descobriram quem foi? Guilherme respondeu: — Um curto-circuito no sistema elétrico do armazém causou um incêndio, mas não houve vítimas. Nesse momento, Lorena se arrependeu de não ter dado uma surra em Caetano. Esse comportamento irresponsável realmente merecia uma lição. "Isso é o que ele chama de fazer um movimento no novo projeto? Isso é mais do que um simples movimento!" Depois de almoçarem juntos, Guilherme acompanhou Lorena em uma longa soneca à tarde. Enquanto isso
— Ei, Anthony, acorde, tem gente saindo. Inês, que estava de olho no portão da mansão, finalmente percebeu algum movimento. Ela estendeu a mão e deu um leve tapa no ombro de Anthony, que estava sentado ao volante, descansando com os olhos fechados. Anthony acordou sobressaltado, olhou para frente e confirmou o que Inês dizia. Um carro preto, do tipo van, saía pelo portão principal da mansão. Esperando o carro se afastar o suficiente, Anthony ligou o motor e começou a segui-lo. Na estrada, depois de alguns minutos, Inês começou a sentir que algo estava fora do comum. — Essa estrada me parece familiar... — Ela refletiu, franzindo a testa. — É o caminho para a mansão da família Amorim. Anthony perguntou, atento: — Devo avisar a Sra. Santos sobre isso? Inês respondeu prontamente: — Vamos observar primeiro. A Sra. Santos nos pediu para ficar de olho nas pessoas da Quinta da Lua. Enquanto isso, na mansão da família Amorim, o clima estava longe de ser festivo. A atmosf
Ela fixou o olhar em Daniel e foi direto ao ponto: — Naquela época, eu entrei na família Amorim com uma fortuna de bilhões e ajudei a família a se firmar na Cidade B. O que o senhor me prometeu em troca? Daniel sentiu uma culpa inexplicável e permaneceu em silêncio. Stéphanie soltou uma risada fria: — Se naquela época eu fui capaz de ajudar a família Amorim a se firmar na Cidade B, hoje também sou capaz de derrubá-la! Ao ouvir isso, Daniel imediatamente associou as palavras aos recentes problemas enfrentados pelo Grupo Amorim. — Foi você que mexeu com o Grupo Amorim? — E se foi? E se não foi? — Respondeu Stéphanie, com uma expressão indiferente. Melissa nunca havia tido contato direto com Stéphanie, apenas a conhecia por fotos. Naquele momento, ela enxergou na mulher à sua frente um traço da sombra de Lorena: a mesma frieza altiva. Além disso, Stéphanie exalava uma aura poderosa, que tornava impossível ignorar sua presença. Stéphanie continuou: — Já que vocês nã