— Meus homens encontraram vestígios de atividades humanas em três ilhas. Essas três ilhas não estão conectadas; há um padrão: sempre há uma ilha desocupada entre elas. Por enquanto, ainda não podemos descartar onde fica a base real deles. Lorena ouviu, franzindo levemente as sobrancelhas enquanto mergulhava em um pensamento profundo. — Algo está errado. — Disse ela de repente. Caetano olhou para ela. — O que está errado? Ela levantou os olhos para ele. — Me diga: se fosse você, deixaria pistas tão óbvias que permitiriam que alguém te encontrasse nessas ilhas? A organização Base Pioneira era conhecida tanto por sua brutalidade quanto por sua aura de mistério. Se eles conseguiram resistir e retornar tantas vezes, definitivamente não cometeriam um erro tão básico. Caetano estreitou os olhos ligeiramente. — Então você está dizendo que eles estão tentando nos despistar? Lorena hesitou antes de responder: — Não sei se é uma distração, mas tenho certeza de que eles não e
Guilherme voltou depois de duas horas. — Resolveu o problema? — Lorena perguntou a ele. — Sim, resolvido. — O homem tirou o casaco e se sentou ao lado dela. — Foi complicado? — Foi só um problema com os materiais do novo empreendimento. Os materiais foram destruídos, então o lançamento, que estava previsto para os próximos dias, terá que ser adiado. Mas isso não vai afetar nada. Seu marido é rico. — Guilherme explicou de forma direta. Lorena, enquanto xingava Caetano mentalmente, perguntou: — E descobriram quem foi? Guilherme respondeu: — Um curto-circuito no sistema elétrico do armazém causou um incêndio, mas não houve vítimas. Nesse momento, Lorena se arrependeu de não ter dado uma surra em Caetano. Esse comportamento irresponsável realmente merecia uma lição. "Isso é o que ele chama de fazer um movimento no novo projeto? Isso é mais do que um simples movimento!" Depois de almoçarem juntos, Guilherme acompanhou Lorena em uma longa soneca à tarde. Enquanto isso
— Ei, Anthony, acorde, tem gente saindo. Inês, que estava de olho no portão da mansão, finalmente percebeu algum movimento. Ela estendeu a mão e deu um leve tapa no ombro de Anthony, que estava sentado ao volante, descansando com os olhos fechados. Anthony acordou sobressaltado, olhou para frente e confirmou o que Inês dizia. Um carro preto, do tipo van, saía pelo portão principal da mansão. Esperando o carro se afastar o suficiente, Anthony ligou o motor e começou a segui-lo. Na estrada, depois de alguns minutos, Inês começou a sentir que algo estava fora do comum. — Essa estrada me parece familiar... — Ela refletiu, franzindo a testa. — É o caminho para a mansão da família Amorim. Anthony perguntou, atento: — Devo avisar a Sra. Santos sobre isso? Inês respondeu prontamente: — Vamos observar primeiro. A Sra. Santos nos pediu para ficar de olho nas pessoas da Quinta da Lua. Enquanto isso, na mansão da família Amorim, o clima estava longe de ser festivo. A atmosf
Ela fixou o olhar em Daniel e foi direto ao ponto: — Naquela época, eu entrei na família Amorim com uma fortuna de bilhões e ajudei a família a se firmar na Cidade B. O que o senhor me prometeu em troca? Daniel sentiu uma culpa inexplicável e permaneceu em silêncio. Stéphanie soltou uma risada fria: — Se naquela época eu fui capaz de ajudar a família Amorim a se firmar na Cidade B, hoje também sou capaz de derrubá-la! Ao ouvir isso, Daniel imediatamente associou as palavras aos recentes problemas enfrentados pelo Grupo Amorim. — Foi você que mexeu com o Grupo Amorim? — E se foi? E se não foi? — Respondeu Stéphanie, com uma expressão indiferente. Melissa nunca havia tido contato direto com Stéphanie, apenas a conhecia por fotos. Naquele momento, ela enxergou na mulher à sua frente um traço da sombra de Lorena: a mesma frieza altiva. Além disso, Stéphanie exalava uma aura poderosa, que tornava impossível ignorar sua presença. Stéphanie continuou: — Já que vocês nã
Stéphanie virou o olhar para Melissa. Ao encontrar os olhos de Stéphanie, Melissa engoliu em seco instintivamente. Os olhos dela eram penetrantes e frios. Lúcia puxou a mão de Melissa, dando a ela um sinal para que não se envolvesse. Mas, na cabeça de Melissa, apenas uma coisa passava: o Grupo Amorim era dela, e Lorena simplesmente não tinha nenhum direito sobre ele. — Se Lorena não é filha do meu pai, então ela não tem o direito de ficar com as ações do Grupo Amorim. Ela é uma bastarda. Que direito ela tem de tomar o que pertence à nossa família Amorim? Melissa carregava o rótulo de bastarda há muito tempo e, finalmente, tinha a chance de se livrar dele. Ela já não conseguia pensar em mais nada. Por isso, ao dizer essas palavras, sua voz estava carregada de confiança. Stéphanie semicerrava os olhos friamente enquanto a encarava, sem interrompê-la. Melissa continuou: — Eu sou mais velha que a Lorena, o que prova que foi você quem se intrometeu no relacionamento da m
Inês e Anthony não disseram nada. Apenas entregaram diretamente as fotos recém-reveladas. Lorena pegou as fotos, olhou para elas e, no segundo seguinte... As três pessoas presentes viram as fotos caírem de suas mãos sobre os lençóis brancos. — Sra. Santos, ficamos de vigia durante a maior parte do dia. À tarde, vimos um veículo sair da mansão e o seguimos. Depois, o carro foi para a residência da família Amorim. — Explicou Inês de forma objetiva. — Estas fotos foram tiradas na entrada da mansão dos Amorim. Mas o olhar de Lorena permaneceu fixo na pessoa retratada na foto, que agora repousava sobre os lençóis. Choque, surpresa, alívio e serenidade passaram rapidamente por seus olhos, seguidos por uma expressão difícil de definir, peculiar. Ela já havia imaginado aquele cenário inúmeras vezes, já desconfiara de tantas coisas... Mas, ao se deparar com a verdade, sentiu um instinto quase incontrolável de recuar. O homem ao lado dela lançou um olhar para Inês e Anthony. Os
Sete da noite. Uma visita inesperada apareceu do lado de fora do quarto. — Sr. Yago, sem a permissão do Sr. Guilherme, não posso deixá-lo entrar. — Heitor e os seguranças bloquearam a entrada. Soraya perdeu a paciência e tentou empurrar os homens com as mãos, gritando furiosa: — Saiam da frente! Precisamos falar com Guilherme! Onde ele escondeu meu Félix? O rosto do casal estava sério e sombrio. Félix havia desaparecido. No Ano-Novo, ele prometera que voltaria, mas nunca chegou. As ligações não eram atendidas, e nenhum dos seus subordinados podia ser localizado. Só então eles perceberam que algo grave poderia ter acontecido. Yago tentou usar suas conexões, mas não conseguiu encontrar nenhuma pista. No fim, só conseguiu pensar em Guilherme, já que Félix, nos últimos anos, havia rivalizado em segredo apenas com ele. Yago foi até a antiga mansão da família Santos para falar com Davi, mas este se recusou a recebê-lo, e o casal nem sequer conseguiu entrar na propriedade.
Yago não era nenhum idiota. Mesmo que ele não tivesse entendido completamente o que aquilo significava naquele momento, uma semente de desconfiança havia sido plantada em seu coração. O casal fez uma pequena cena no hospital, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Por outro lado, Yago saiu de lá com uma expressão de preocupação. Soraya o observava, mas não teve coragem de dizer nada; ambos estavam visivelmente inquietos. No quarto do hospital. Lorena, embora ainda estivesse imersa no fato de Stéphanie ter "voltado dos mortos", não perdeu uma única palavra do que havia acontecido lá fora. — Quem diria que o ilustre Sr. Guilherme também aprendeu a mentir? — Disse ela, fitando o homem de pernas longas que acabava de entrar no quarto, com um tom descontraído de provocação. O homem, ao ver que ela estava bem o suficiente para fazer piadas, instintivamente estendeu a mão e acariciou sua cabeça. — Ele realmente não está comigo. — Respondeu ele. — É mesmo? — Ela soltou um mu