Stéphanie virou o olhar para Melissa. Ao encontrar os olhos de Stéphanie, Melissa engoliu em seco instintivamente. Os olhos dela eram penetrantes e frios. Lúcia puxou a mão de Melissa, dando a ela um sinal para que não se envolvesse. Mas, na cabeça de Melissa, apenas uma coisa passava: o Grupo Amorim era dela, e Lorena simplesmente não tinha nenhum direito sobre ele. — Se Lorena não é filha do meu pai, então ela não tem o direito de ficar com as ações do Grupo Amorim. Ela é uma bastarda. Que direito ela tem de tomar o que pertence à nossa família Amorim? Melissa carregava o rótulo de bastarda há muito tempo e, finalmente, tinha a chance de se livrar dele. Ela já não conseguia pensar em mais nada. Por isso, ao dizer essas palavras, sua voz estava carregada de confiança. Stéphanie semicerrava os olhos friamente enquanto a encarava, sem interrompê-la. Melissa continuou: — Eu sou mais velha que a Lorena, o que prova que foi você quem se intrometeu no relacionamento da m
Inês e Anthony não disseram nada. Apenas entregaram diretamente as fotos recém-reveladas. Lorena pegou as fotos, olhou para elas e, no segundo seguinte... As três pessoas presentes viram as fotos caírem de suas mãos sobre os lençóis brancos. — Sra. Santos, ficamos de vigia durante a maior parte do dia. À tarde, vimos um veículo sair da mansão e o seguimos. Depois, o carro foi para a residência da família Amorim. — Explicou Inês de forma objetiva. — Estas fotos foram tiradas na entrada da mansão dos Amorim. Mas o olhar de Lorena permaneceu fixo na pessoa retratada na foto, que agora repousava sobre os lençóis. Choque, surpresa, alívio e serenidade passaram rapidamente por seus olhos, seguidos por uma expressão difícil de definir, peculiar. Ela já havia imaginado aquele cenário inúmeras vezes, já desconfiara de tantas coisas... Mas, ao se deparar com a verdade, sentiu um instinto quase incontrolável de recuar. O homem ao lado dela lançou um olhar para Inês e Anthony. Os
Sete da noite. Uma visita inesperada apareceu do lado de fora do quarto. — Sr. Yago, sem a permissão do Sr. Guilherme, não posso deixá-lo entrar. — Heitor e os seguranças bloquearam a entrada. Soraya perdeu a paciência e tentou empurrar os homens com as mãos, gritando furiosa: — Saiam da frente! Precisamos falar com Guilherme! Onde ele escondeu meu Félix? O rosto do casal estava sério e sombrio. Félix havia desaparecido. No Ano-Novo, ele prometera que voltaria, mas nunca chegou. As ligações não eram atendidas, e nenhum dos seus subordinados podia ser localizado. Só então eles perceberam que algo grave poderia ter acontecido. Yago tentou usar suas conexões, mas não conseguiu encontrar nenhuma pista. No fim, só conseguiu pensar em Guilherme, já que Félix, nos últimos anos, havia rivalizado em segredo apenas com ele. Yago foi até a antiga mansão da família Santos para falar com Davi, mas este se recusou a recebê-lo, e o casal nem sequer conseguiu entrar na propriedade.
Yago não era nenhum idiota. Mesmo que ele não tivesse entendido completamente o que aquilo significava naquele momento, uma semente de desconfiança havia sido plantada em seu coração. O casal fez uma pequena cena no hospital, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Por outro lado, Yago saiu de lá com uma expressão de preocupação. Soraya o observava, mas não teve coragem de dizer nada; ambos estavam visivelmente inquietos. No quarto do hospital. Lorena, embora ainda estivesse imersa no fato de Stéphanie ter "voltado dos mortos", não perdeu uma única palavra do que havia acontecido lá fora. — Quem diria que o ilustre Sr. Guilherme também aprendeu a mentir? — Disse ela, fitando o homem de pernas longas que acabava de entrar no quarto, com um tom descontraído de provocação. O homem, ao ver que ela estava bem o suficiente para fazer piadas, instintivamente estendeu a mão e acariciou sua cabeça. — Ele realmente não está comigo. — Respondeu ele. — É mesmo? — Ela soltou um mu
Américo desceu do carro e, de repente, viu de relance o rosto de Lorena na diagonal. Instintivamente, exclamou em voz alta. Melissa ouviu e imediatamente direcionou o olhar para a mesma direção. Ela viu Lorena com um sorriso de felicidade estampado no rosto, sendo carregada nos braços, como uma princesa, por um homem alto. E esse homem não era ninguém menos que Guilherme, conhecido como o imperador dos negócios e um prodígio lendário. Esse homem extraordinário exalava, de dentro para fora, uma aura de elegância e nobreza, acompanhada de uma presença intimidadora. Cada movimento dele parecia estar impregnado de um magnetismo que cativava qualquer um ao redor. Ambos os cônjuges eram incrivelmente atentos. Quase ao mesmo tempo, perceberam que estavam sendo observados. Melissa cruzou o olhar com Lorena. Naquele instante, o coração de Melissa estremeu. Lorena realmente estava bem. Então Félix havia falhado. Não era de se admirar que Melissa não tivesse conseguido entrar
Eles chegaram ao Restaurante Glicínia antes do casal da família Junqueira e do pai e filho da família Amorim. Agora, as duas famílias também haviam acabado de chegar. Melissa, por já ter um grande plano em mente, estava de ótimo humor. Só de pensar nisso, se sentia feliz, e o sorriso em seu rosto, neste momento, era genuíno. O casal da família Junqueira estava preocupado durante o caminho, imaginando se o filho deles ficaria desconfortável ao passar um tempo a sós com Melissa. Mas, pelo que parecia agora, os dois estavam sorrindo. Aparentemente, eles estavam se dando muito bem. No passado, o casal já havia apresentado muitas pretendentes a Américo, tentando arranjar um casamento para ele, mas nenhuma das candidatas havia conseguido manter o relacionamento. Além disso, Américo nunca gostou de nenhuma delas. Melissa era a única com quem ele parecia satisfeito. Por isso, o casal entrou em contato com a família Amorim. Embora algumas coisas tivessem acontecido com Melissa, para
— Norberto, você quer perguntar por que ela descobriu a verdade, mas não veio me procurar, não é? — Stéphanie falou, antecipando a dúvida dele. Norberto respondeu: — Srta. Stéphanie, dê um pouco mais de tempo para a Srta. Lorena digerir isso. Ela provavelmente só está tendo dificuldade em aceitar. Stéphanie olhou pelas janelas panorâmicas para a vegetação do lado de fora, como se já tivesse previsto aquele desfecho. Um sorriso amargo e breve passou por seu rosto: — Eu já devia ter imaginado. Não seria fácil para ela aceitar essa verdade. Norberto disse: — Mas, ao longo desses anos, a Srta. Lorena nunca desistiu de buscar a verdade. Isso mostra que ela se importa com você, Srta. Stéphanie. Stéphanie respondeu: — Às vezes, não saber a verdade e descobrir a verdade são dois estados completamente opostos. Norberto não soube o que dizer por um momento. — Afinal, eu escondi muitas coisas dela. — Stéphanie sabia bem qual era o ponto que deixava Lorena tão conflituosa ago
Guilherme estreitou levemente os olhos, e um som grave e monossilábico escapou de sua garganta: — Está bem. Lorena acenou para ele com o dedo, exibindo uma expressão misteriosa: — Venha aqui, vou te contar. Guilherme a acompanhou, caminhando em sua direção. Então, ela ordenou: — Se curve, se abaixe. Mais uma vez, o homem obedeceu sem questionar. Lorena aproximou o rosto do ouvido dele e murmurou algumas palavras. Imediatamente, o corpo do homem ficou visivelmente mais rígido. A mulher travessa rapidamente recuou, mantendo distância. Antes mesmo que ela pudesse se acomodar no lugar, Guilherme já estava sobre ela, se movendo como uma sombra escura, envolvendo ela completamente. — Ficou corajosa, foi? A voz rouca e magnética do homem tinha um tom baixo e levemente abafado. Com braços fortes, ele se apoiou de ambos os lados do corpo dela, olhando para ela de cima com uma postura dominante. — Eu sou uma paciente agora. — Disse Lorena com firmeza, como se tivesse