O homem sentado à sua frente seguiu o olhar dele na mesma direção. Pois é, não é que era mesmo? Isso o fez lembrar de uma hora atrás, quando essa mulher lhe disse ao telefone: — Mais tarde tenho uma reunião, então não posso almoçar com você, tá? Resolva sozinho.O homem fixou o olhar naquela silhueta familiar, estreitando os olhos. "Então, essa é a tal reunião que ela mencionou? Veio 'se reunir' em um restaurante ocidental? Pequena mentirosa. E ainda esconde um almoço com uma amiga?" Sentados à sua frente, Pietro e João perceberam claramente que o homem do outro lado estava um pouco diferente, como se exalasse uma aura estranha. De repente, eles se lembraram que, do nada, ele os havia chamado para almoçar juntos naquela tarde. — Guilherme, não me diga que a Lorena te deu um bolo e por isso você nos chamou para almoçar? — Pietro ergueu uma sobrancelha e perguntou. Desde que ele havia se casado, nunca mais tinha tomado a iniciativa de chamá-los para almoçar. Guilherme
Ao ver o homem com a expressão séria e sem dizer nada, ela ficou ainda mais intrigada. Mas também percebeu que ele estava bravo com ela. Será que era porque ela voltou um pouco tarde?Ela havia mandado uma mensagem para ele, avisando que chegaria mais tarde.— Você está bravo? — Ela resolveu se sentar na beira da cama, piscando os olhos grandes e brilhantes enquanto o encarava.O homem se manteve impassível, franzindo levemente as sobrancelhas e soltou um resmungo frio.— Não.Lorena parou por um momento. "Isso é o que ele chama de não estar bravo?"Ele havia até resmungado para ela...Ela mordeu o lábio, curvando os lábios num leve sorriso, e disse:— Eu não sabia que o Sr. Guilherme tinha o hábito de mentir descaradamente.— Há muitas coisas que você não sabe.O homem estava irritado, um pouco frustrado e de mau humor por ter sido ignorado nos últimos dias.Lorena ergueu levemente as sobrancelhas, percebendo um traço de descontentamento. Rapidamente, ela revisou mentalmente o que t
Como diz o velho ditado, quando o sentimento está no auge, é como lenha seca na fogueira, ainda mais quando se trata de um casal legítimo.Banheira, pia...Todos os lugares deixavam marcas difíceis de justificar.Assim começava um espetáculo de paixão desenfreada.O homem trabalhava intensamente, cultivando com carinho seu pequeno pedaço de paraíso.Na escuridão de uma noite fria de inverno, sons ofegantes ecoavam pelo quarto, como o canto do dragão e da fênix. A lua, tímida diante da cena, parecia se esconder atrás das nuvens, mostrando apenas metade de seu rosto....Na manhã seguinte.Na mesa de café da manhã.Thomas comia enquanto lançava olhares furtivos ao casal sentado em frente a ele.Ao ver a expressão satisfeita do irmão, cujo rosto exalava contentamento, Thomas o desprezou em silêncio. Afinal, na noite anterior, parecia que uma tempestade havia passado por ali.Foi então que ele notou algumas marcas insinuantes no queixo bem definido do irmão, como se quisesse que todos viss
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?""Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?""Amor à primeira vista?"A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais."Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:— Está sem trabalho ultimamente?Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:— Não, não.Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta
Ala do hospital.Lorena cruzou os braços, encostada preguiçosamente na parede do corredor, com uma perna dobrada contra a parede.Ela só se endireitou quando uma figura alta apareceu em sua frente.Assim que ficou de pé, a voz fria de Felipe soou em seus ouvidos:— Lorena, você me decepcionou demais! Quando você se tornou tão fria e cruel? Como ousou jogar sua irmã na água, sabendo que ela não sabe nadar? Por que insiste em colocá-la em perigo repetidamente?Lorena estreitou os olhos amendoados, que pareciam envoltos em uma camada de gelo. Ela levantou as pálpebras e fixou o homem à sua frente.Quando Felipe viu o olhar frio dela, hesitou por um momento. Seus olhos brilhantes, como névoa se dissipando, exalavam uma frieza e um orgulho que o deixavam muito desconfortável.— Você simplesmente não muda. Mel sempre te protegeu e defendeu, mesmo antes de desmaiar, ainda estava te defendendo. Você não sente remorso? Sua consciência foi devorada por cães?Quanto mais Felipe falava, mais irrit
— Não precisa se preocupar com isso. Além disso, avise a todos que teremos uma reunião em dez minutos.A voz fria e clara de Lorena transmitiu essas duas frases simples.Henrique já estava ao lado de Lorena há quatro anos, e o estilo de trabalho dela sempre foi direto ao ponto, sem palavras desnecessárias e sem fazer nada inútil.— Sim, Presidente Lorena.Em dez minutos, Lorena revisou vários documentos rapidamente e tomou decisões ágeis.Sala de reuniões.Lorena entrou vestida com um traje profissional branco simples, uma calça social justa de perna larga e calçando sapatos de salto alto bege. Ela emanava uma aura fria de rainha.Todos os presentes estavam nervosos, mal ousando respirar. Eles já haviam testemunhado os métodos de Lorena e temiam a jovem presidente. Ela sempre agia de forma decidida e direta.— Departamento de Marketing, como estão os resultados da fase de testes preliminares do perfume Série do Tempo? — Lorena perguntou friamente, com um olhar afiado para o gerente de