Após uma pausa de dois dias, a equipe retomou as filmagens com normalidade. As cenas de Felícia precisaram ser regravadas, mas ninguém reclamou; todos colaboraram bastante. O talento de Noemi como atriz era evidente. Desde que entrou para o elenco, começou a filmar suas cenas e passou em todas elas na primeira tomada. Bonita, generosa e sem qualquer sinal de mau humor. Ela interpretava uma personagem secundária, uma verdadeira tagarela, com muitas falas para memorizar, mas nunca errava uma linha, demonstrando uma habilidade impressionante para decorar os diálogos. Todos a elogiavam em segredo: "Não é à toa que ela é a diva do cinema." Quando Dedé viu Noemi caracterizada para o papel, ele também ficou surpreso, sentindo que ela era a escolha perfeita. Depois de resolver seus compromissos, Lorena foi ao set para visitá-la, até desmarcando um jantar com Guilherme só para ir vê-la. Noemi tinha acabado de terminar a primeira parte das filmagens e ainda não havia trocado de rou
O homem sentado à sua frente seguiu o olhar dele na mesma direção. Pois é, não é que era mesmo? Isso o fez lembrar de uma hora atrás, quando essa mulher lhe disse ao telefone: — Mais tarde tenho uma reunião, então não posso almoçar com você, tá? Resolva sozinho.O homem fixou o olhar naquela silhueta familiar, estreitando os olhos. "Então, essa é a tal reunião que ela mencionou? Veio 'se reunir' em um restaurante ocidental? Pequena mentirosa. E ainda esconde um almoço com uma amiga?" Sentados à sua frente, Pietro e João perceberam claramente que o homem do outro lado estava um pouco diferente, como se exalasse uma aura estranha. De repente, eles se lembraram que, do nada, ele os havia chamado para almoçar juntos naquela tarde. — Guilherme, não me diga que a Lorena te deu um bolo e por isso você nos chamou para almoçar? — Pietro ergueu uma sobrancelha e perguntou. Desde que ele havia se casado, nunca mais tinha tomado a iniciativa de chamá-los para almoçar. Guilherme
Ao ver o homem com a expressão séria e sem dizer nada, ela ficou ainda mais intrigada. Mas também percebeu que ele estava bravo com ela. Será que era porque ela voltou um pouco tarde?Ela havia mandado uma mensagem para ele, avisando que chegaria mais tarde.— Você está bravo? — Ela resolveu se sentar na beira da cama, piscando os olhos grandes e brilhantes enquanto o encarava.O homem se manteve impassível, franzindo levemente as sobrancelhas e soltou um resmungo frio.— Não.Lorena parou por um momento. "Isso é o que ele chama de não estar bravo?"Ele havia até resmungado para ela...Ela mordeu o lábio, curvando os lábios num leve sorriso, e disse:— Eu não sabia que o Sr. Guilherme tinha o hábito de mentir descaradamente.— Há muitas coisas que você não sabe.O homem estava irritado, um pouco frustrado e de mau humor por ter sido ignorado nos últimos dias.Lorena ergueu levemente as sobrancelhas, percebendo um traço de descontentamento. Rapidamente, ela revisou mentalmente o que t
Como diz o velho ditado, quando o sentimento está no auge, é como lenha seca na fogueira, ainda mais quando se trata de um casal legítimo.Banheira, pia...Todos os lugares deixavam marcas difíceis de justificar.Assim começava um espetáculo de paixão desenfreada.O homem trabalhava intensamente, cultivando com carinho seu pequeno pedaço de paraíso.Na escuridão de uma noite fria de inverno, sons ofegantes ecoavam pelo quarto, como o canto do dragão e da fênix. A lua, tímida diante da cena, parecia se esconder atrás das nuvens, mostrando apenas metade de seu rosto....Na manhã seguinte.Na mesa de café da manhã.Thomas comia enquanto lançava olhares furtivos ao casal sentado em frente a ele.Ao ver a expressão satisfeita do irmão, cujo rosto exalava contentamento, Thomas o desprezou em silêncio. Afinal, na noite anterior, parecia que uma tempestade havia passado por ali.Foi então que ele notou algumas marcas insinuantes no queixo bem definido do irmão, como se quisesse que todos viss
Lorena terminou uma reunião pela manhã e, deliberadamente, foi encontrar Guilherme para almoçarem juntos.Desde que, dois anos atrás, ela conseguiu salvar a empresa que sua mãe lhe deixou da beira da falência, o Grupo X estava funcionando novamente, até mesmo de forma mais sólida do que antes.Enquanto dirigia para o Grupo JM, refletia sobre como sua vida ultimamente parecia estar tranquila e em paz, até mesmo feliz.Após a morte de sua mãe e com sua avó internada em uma casa de repouso, muitas vezes ela ficava sozinha.Mas, recentemente, ele apareceu. Em apenas três meses, sua vida se tornou cheia, feliz e satisfatória, porque agora ela tinha sua própria família.Por causa desse homem, ela voltou a sentir o que é ter um lar.Ela queria passar o resto da vida ao lado dele e dos filhos que seriam só deles.Pensando nisso, o carro chegou ao prédio do Grupo JM.Ela estacionou o carro em uma vaga na rua.Estava prestes a soltar o cinto de segurança quando ouviu algumas pessoas do lado de f
— Sra. Santos, para onde vamos? — Perguntou Inês, no carro.— Para o subúrbio. — Respondeu Lorena rapidamente.— Certo.Inês olhou pelo retrovisor e viu o caminhão logo atrás, perseguindo elas sem trégua.Na estrada, todos podiam ver um carro de luxo, edição limitada, sendo seguido de perto por um caminhão discreto. Ambos estavam em alta velocidade, passando tão rápido que pareciam apenas sombras.O carro de Guilherme também os seguia de perto.No carro, Lorena fez uma ligação.Do outro lado, atenderam rapidamente.Ela disse imediatamente:— Querido, peça para liberarem o caminho que leva ao subúrbio agora.Assim que terminou de falar, ouviu Guilherme repetindo suas palavras.Em seguida, a voz dele soou grave, com uma preocupação perceptível:— Você está machucada?— Não. — Respondeu ela, sentindo um calor no coração e falando em voz baixa. — Não se preocupe.Guilherme soltou um suspiro de alívio. Ele tinha visto quando ela entrou no carro de Inês, mas não conseguira ver claramente se
À frente, uma fileira de viaturas policiais apareceu, bloqueando o meio da estrada.Nos segundos em que César se distraiu, o carro em que Lorena e as outras estavam deu uma guinada e ficou de frente para o caminhão que vinha perseguindo elas.Lorena estava no banco do motorista, com o rosto sereno e as mãos firmemente agarradas ao volante.Inês levou um susto. O que a Sra. Santos pretendia fazer?A uma curta distância, Gustavo e os demais observavam a cena, um pouco atônitos. Salvador, perplexo, perguntou:— Gustavo, o que ela vai fazer?A apenas dez metros à frente estavam as barreiras de pregos que eles haviam colocado.Gustavo franziu o cenho, com uma expressão sombria.— Ela deve estar usando a si mesma como isca. Quando o caminhão estiver prestes a atingi-las, ela se desviará, fazendo o caminhão passar diretamente sobre os pregos e o forçando a parar.Salvador ficou um pouco confuso.— Mas isso exige muita habilidade ao volante. E se ela não conseguir desviar a tempo? Acabou pra e
Ela estava atordoada. Ao virar a cabeça para olhar para a outra pessoa, ouviu o som de um motor acelerando. Antes que pudesse reagir, seu corpo se inclinou a noventa graus e, em seguida, o som agudo de pneus derrapando encheu seus ouvidos. Logo depois, o carro aterrissou, e ela foi lançada para frente.Sentiu como se tudo tivesse terminado antes mesmo de começar. No máximo, teve aquela sensação de frio na barriga, como se o coração lhe tivesse subido à garganta... e só.Em comparação, a outra pessoa envolvida parecia muito mais calma.Lorena soltou o cinto de segurança, se virou para ela e, dando um leve sorriso, deu um tapinha em seu ombro:— Hoje à noite a gente pode comer uma feijoada para acalmar os nervos.Inês engoliu em seco e assentiu, ainda meio atônita.— Ah, tudo bem.Assim que Lorena colocou um pé para fora do carro, foi envolvida por um abraço quente e firme, com um perfume familiar pairando ao redor de seu nariz.O homem a segurava com tanta força que parecia querer fundi