- Imagine se o fosse. – Ri, de forma irônica, não o deixando terminar, tentando não pensar que ele já havia feito aquilo em outras mulheres.- Eu leio... Vejo filmes... E em tudo se aprende um pouco. Depois basta pôr em prática.- E já pôs muito em prática suas leituras eróticas? – Me ouvi perguntando.Pedro gargalhou:- Se quer saber, eu nunca fiz um oral.Sentei-me na cama:- Como assim?- Não fiz... Simples assim. É algo muito pessoal. Acha que eu sairia por aí lambendo a boceta de qualquer mulher?- Você... Lambe muito bem – me ouvi dizendo, me sentindo mais tranquila – Aliás, parece que nasceu para fazer isso.Pedro riu:- Você é estranha, Clara Versiani, amor da minha vida.Ele saiu e fiquei ali, com os braços erguendo levemente meu corpo sobre a cama. Quando Pedro voltou, vi a embalagem do preservativo na sua mão.- Vamos respeitar suas vontades, ok? – rasgou a embalagem enquanto eu o observava atentamente encobrir o pau com a borracha deslizante.- Corre o risco de esta coisa
POV PEDRONão, eu não podia continuar com aquilo. Não queria ser a pior experiência da vida de Clara, principalmente que ficasse em sua mente como o homem que a machucou. Eu a amava demais para querer que fizesse uma imagem ruim de mim.Me afastei, certo de que ela me puxaria de volta. E foi exatamente o que aconteceu.- Eu... Acho que dói muito. - ReclamouAlisei seu rosto:- Clara, eu não quero machucá-la, meu amor. Você sabe da sua dor. Não iremos continuar. Ao menos não agora.- Não quero que fique chateado comigo.- Eu não estou.- Mas... Me trouxe aqui para isto.- Não... – levantei, pondo minha cueca, incrédulo com o pensamento dela – Eu não a trouxe aqui para isto, Clara. O sexo é uma consequência, algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Porque é normal as pessoas quererem... Entende?- Mas... Pagou um quarto, num lugar lindo e...- Tudo isto para ficar com você, porra! – a fiz sentar-se na cama, olhando nos meus olhos – Eu não sei com qual tipo de caras você está acostu
POV CLARAAssim que despertei, senti o calor do sol. Demorei a lembrar que havíamos dormido no deck, de frente para o mar. Espreguicei-me e remexi as pernas, tentando saber se minha boceta ainda doía. Mas não... Estava tudo certo.Olhei ao redor, procurando Pedro, até que o vi vindo na minha direção, usando somente uma bermuda preta, sem camisa, com os pés descalços. Tinha na mão uma bandeja.Sorriu e sentou-se ao meu lado:- Achei que não acordaria nunca mais.- Eu meio que... Gosto muito de dormir até mais tarde, já que raramente consigo.- Hum... Acho que esta reclamação não procede – tocou meu nariz, brincando – Já que você começou a fazer Inglês pela manhã há pouco tempo e as aulas de direção a maioria era à noite. Então aposto que usava suas manhãs para dormir muito.Sorri, suspirando. Se ele soubesse que quando meu pai estava em casa era impossível dormir! Portanto raramente eu podia dormir até tarde.- O que é tudo isto? – Perguntei, observando o tanto de coisas gostosas que e
- Isso... É triste – mencionei – Sinto muito. E... Eu tenho algumas vagas lembranças de quando eu tinha quatro anos. Mas vieram dia destes, do nada na minha memória. – Lembrei da imagem de quando eu estava no carro com meus pais... O vermelho da lataria, o vestido de bolinhas que eu usava...- O problema talvez não tenha sido a morte, mas a forma como ela aconteceu.- E como aconteceu?- Minha mãe sofreu um acidente de carro. Foi bem grave e ela ficou em coma. A chance de ela acordar era mínima. E mesmo que acontecesse, teria sequelas irreversíveis com as quais conviveria para sempre.- Isso... É bem triste.- Mas enfim... Havia uma possibilidade, mínima que fosse.- E... Ela nunca acordou?- Não... Porque meu pai a matou.Senti uma forte pontada no coração e me senti extremamente desconfortável. Embora minha vontade fosse levantar dali e perguntar como ele aguentou passar por aquela dor, temi que não reagisse bem caso eu me movesse do lugar onde estava.Pedro pegou minha mão, desvian
Pedro me deu um beijo casto nos lábios e sorriu:- Vamos ficar aqui para sempre?Assenti, sem pensar duas vezes.- Podemos fazer uma cabana no meio das árvores. Eu pesco e você cozinha.- Deve haver cocos também.- Podemos trabalhar no Hotel.- E à noite contemplarmos as estrelas e dormirmos juntinhos...- Usando camisinha, mesmo na nossa cabana no meio do mato. – Debochou.- Claro que sim! Camisinha sempre! – Gargalhei. – Eu amo você, Pedro. E se pudesse, tirava toda esta dor de dentro de você.- Você já cura a minha dor... Todos os dias, acredite.- Se eu morrer quando voltarmos para Laranjeiras, por favor, sempre lembre de mim. Nunca esqueça do que vivemos aqui.- Por que... Está falando isto? Alguém a ameaçou?- Não... É que... Nunca se sabe o que o destino nos reservou. – Tentei emendar – Só para deixar bem claro o quanto foi bom para mim este tempo com você, longe do mundo inteiro.Na verdade, eu tinha medo de meu pai saber a verdade, que eu não havia ido no passeio da escola. E
Não consegui prestar muita atenção à nossa volta, mas não havia muitas mulheres e os surfistas que não estavam dentro do mar ficavam sentados contemplando-o enquanto conversavam- Voto no banheiro. – Falei.- E eu no mato. – Pedro disse, me puxando para os fundos do quiosque de madeira onde alugavam as pranchas.Não precisava se embrenhar para dentro da mata. Não havia janela naquela direção e exceto pelo fato de ter uma estrada acima, se não fosse por um carro ou outro passando distante, ninguém nos notaria.Pedro tentou andar em direção às árvores, num lugar mais reservado, mas o puxei, escorando-me na madeira rústica do quiosque:- Não... Quero aqui. Não aguento mais... – Sussurrei, retirando sua camisa e talvez entendendo a questão do “retirar a roupa do outro” que no quarto, na noite anterior, achei completamente sem sentido, mas que naquele momento parecia extremamente relevante.Passei as mãos levemente pelo seu peito, chegando na região abaixo do umbigo, onde havia o meu “mapa
Quando voltamos a prancha estava no mesmo lugar, jogada na areia. E pelo visto os desconhecidos da praia não notaram nossa ausência, assim como não notavam nossa presença.Eu já havia tocado numa prancha, na loja de surf Huxley, onde o dono era Patrick, meu ex amor, a pessoa com a qual eu achava que iria casar, ter meus filhos Laís e Lucas e viver “feliz para sempre”.Cá estava eu no mar, pela primeira vez com uma prancha de surf que usaria, junto de Pedro, o garoto esquisito e rabugento que conheci na minha festa de aniversário no Baccarath, meses antes, numa confusão de camarotes. E o mais louco de tudo: ele era a pessoa que eu amava. E com a qual queria viver o resto da minha vida.Aquele “menino” de 18 anos havia me feito esquecer Patrick Huxley, o homem pelo qual perdi longos anos achando que deveria fazê-lo notar-me e amar-me, implorando, mendigando um sentimento que jamais existiu dentro dele.E sim, Patrick Huxley tinha razão... Nossa diferença de idade era muita. Mas eu não e
- Pode me beijar antes? – Me ouvi pedindo, de forma sincera, parecendo necessitar de um beijo dele.Pedro virou o rosto na minha direção. Estávamos ambos deitados nas espreguiçadeiras, de frente para o mar, sob o sol da tarde.- Irei beijá-la... Até cansar. – A voz dele foi fraca, enquanto a boca vinha na direção da minha.- Só pare... Quando o ar acabar. – Sorri, pegando seu rosto entre minhas mãos, entreabrindo os lábios para ele.Pedro me beijou daquele jeito perfeito, ensaiado por toda uma vida e talvez outras passadas. Quando eu estava nos braços dele, parecia que o mundo não existia mais. Éramos somente nós dois.De início o beijo foi romântico, apaixonado, cheio de amor. Mas não acabou daquela forma. Aliás, ele não acabava nunca. Recuperávamos o ar dentro do próprio beijo e continuávamos, numa fúria incontida, uma volúpia inexplicável.O senti levantando da espreguiçadeira e pegando-me no colo, fazendo-me agarrar-me ao seu pescoço, sem deixar de corresponder àquele beijo em nen