Amber ouvia as palavras de Nataniel com muita atenção, assim que terminou a conversa pôs o telefone no gancho e se dirigiu ao encontro do jovem.
Em sua bicicleta ela logo chegou até a região de Lagoona Park, o bairro mais sofisticado de Granada, com praças, jardins e um lago de águas azuis podia se sentir o ar de natureza sem perder a sofisticação. A jovem chegou até o casarão e Nataniel já a esperava no portão com uma bolsa grande e preta sobre os ombros.
– Amber, chegou rápido! – E continuou. – A tarefa tem haver com seu amigo que está doente, eu andei pensando e notei que talvez não devessemos sair procurando o Pesadelo por aí, essas energias se enraízam como se fossem uma planta trepadeira e ele está bem na nossa frente o tempo todo!
– Você está me dizendo que o Pesadelo está se nutrindo do Billy? – para Amber fora fácil deduzir naquele momento, não podia acreditar que problema e causador estavam diante dos seus olhos o tempo todo. Como não havia percebido?
Dentro da van os três sorriam aliviados, conseguiram se livrar das sombras que estavam envoltas em Billy. Em seguida foram rumo à casa de Amber, pois todos se reuniriam lá mais tarde.Amber já havia contactado a Filipe e a Mary que estavam cientes de tudo que estava acontecendo. Ela também avisou a seu irmão Ber que o “povo” como ela apelidou seus amigos, iria se reunir em sua casa para tratar destes assuntos que eram infelizmente do interesse de todos.Segundo Nataniel primeiro viria o Pesadelo, depois seres muito piores! Essa guerra silenciosa era no mínimo estranha, e a solução que tinham em mente também tinha de ser ou não funcionaria.A ideia era simples, pegar um atalho. Se o Pesadelo havia dado tanto trabalho o que diria de seus futuros sucessores? Queriam tentar algo antes que a próxima entidade chegasse até Granada e Nataniel tinha algo em mente.Todos já se encontravam na casa de Amber, ela falou a todos o que havia acontecido e teriam que decid
Todos corriam pelas escadas em direção ao casarão, já haviam deixado Billy em casa a salvo, recuperado e pronto para causar um espanto positivo quando seus pais chegassem. A realidade é que mesmo com medo a curiosidade despertava neles, como uma leve e tênue projeção, era algo mais instintivo do que qualquer outra coisa! Ber estava ali para olhar sua irmã, Mary e Filipe por sua incredulidade e medo ao mesmo tempo, já Amber tinha a curiosidade sobre seus punhos, ela simplesmente tinha a vontade de compreender o que estava acontecendo sob o fino véu do sobrenatural.Quando entraram e ficaram de encontro à sala com duas macas e um grande rádio todos estranharam, pois imaginavam Amber e Nataniel num ônibus dando adeus da janelinha. Agora poderiam ter uma vaga impressão do que seria a viagem para o universo do meio.Na mesa ao lado havia um prato com cubos de açúcar e uma chaleira generosamente grande, a sala não tinha nenhuma lógica a não ser que pertencesse a um médico in
Depois de andarem quilômetros naquela estrada de terra, sentiam o desgaste de olhar tantos rostos perdidos, o curioso partia de que todos ali estavam no meio de algo que fora nitidamente interrompido.Viam-se rostos chorosos, sorrisos corados, e pessoas de todos os credos e etnias. Mas nenhum rosto conhecido ainda. Coltrane começava a desconfiar que Nataniel pudesse ter ido parar além-florestas e estradas e estar vagando perto do lago congelado como ele dissera a Amber a alguns segundos. Pararam de procurar por ele afinal cada segundo valia nesta corrida contra o tempo.Eles iriam partir naquele momento, em direção à cidade dos mortos, lugar que ficava abaixo de uma montanha gelada.Segundo Coltrane era lá que vagavam as almas perdidas, e ele dificilmente errava o “alvo”! Amber achava estranho cruzar esta terra a pé, mas não cogitava nada, isto até ver o meio de transporte maluco que Fábio insistia ser a melhor forma de cruzar o universo do meio.Quando A
Ele olhou para Amber e Nataniel, sentindo vergonha de si mesmo.Havia negligenciado a verdade dele e de todos, sempre que se lembrava do seu passado tinha menos memórias era como se pertencesse ao universo do meio e não mais ao mundo real.Ainda com receio ele começou do início, sua vida, sua morte:– Eu vivia só no casarão, meus pais haviam brigado e os via juntos cada vez em menor frequência. Mesmo com tantas arrumadeiras, empregados, sentia-me só. Adorava a negligência deles por parte, para poder me aventurar, entre o povo comum, conheci pessoas maravilhosas que tinham uma vida contrastante em relação à minha.Garotas interessantes que jamais poderia conhecer. Elas me adoravam! Talvez pelo fato de ouvi-las coisa que outros garotos não faziam. Pegava sempre a estrada principal e entre um carro ou charrete passava divinamente dos limites do casarão.Conheci muitos amigos, jovens que tinha o prazer de conversar. Não eram como os filhos de juízes e
Talvez Amber temesse tantas coisas, as quais não compreendia o simples, o básico, o material. Talvez o fossem a fórmula mais excêntrica e complexa com que já tinha se deparado.Fazia três dias que sua mãe havia viajado, mas para ela fazia semanas. Ao acordar notou que hoje era seu aniversário, bom o dia verdadeiro pelos amenos. Ao ver da janela o sol e o céu límpido totalmente azulado pensou em andar. Passear por Granada, afinal de contas agora ela não parecia tão ruim assim!A cidade era bonita, e para falar a verdade Amber nunca havia parado para pensar nisso. É muito mais fácil se queixar-se do que tem e não do que deseja ter.Agora a cidade aparentava estar mais leve! Não havia Pesadelo ou Morarch para ameaçar a cidade e a eles, poderiam tentar prosperar em paz. Ela e seus amigos, Filipe, Rosemary e seu irmão Ber partiram da casa de Nataniel se despedindo com um sorriso no rosto. Despertando-os para a realidade própria de cada um e seu caminho.Ber fo
28 de março de 1997...– Querido diário adoraria saber o porquê de chover tanto hoje, aqui em Granada quase não chove, apesar do Frio rotineiro dos pampas. Parece até que a natureza se voltou contra nós meros seres humanos. Já faz dois dias que chove sem parar, era tão bom se ela cessase – Estava escrito no primeiro parágrafo de uma das páginas do diário de Amber.Havia escrito noite passada, antes de cair-se no mais profundo sono.Olhou o despertador que tilintava o alarme das seis da manhã. O atingiu com toda a força das mãos.– A hora não me importa no momento, estou só em meu quarto e ainda é manhã. Posso descansar mais um pouco antes de ir para a escola. Seis da manhã que nada, Ber e Elizabeth que tomem café da manhã sem mim, isso se Ber acordar. – Foi o que viera a seguir dos parágrafos.Redondamente enganada estava Amber, pois não teria mais paz e tampouco liberdade para continuar por mais alguns minutos em seus sonhos.Sua mãe entrou no qu
A noite havia recaído sob a cabeça de Amber que lia em sua escrivaninha o livro "Alice no país das maravilhas" de Louis Carrol, sua mãe Elizabeth ainda não havia chegado e tampouco seu irmão Ber. E era assim que Amber passava seu tempo livre, se prendia sobre as teias soltas da literatura.– Nossa como é instigante o gato que tem a capacidade de evaporar e desaparecer acho que já vi um sorriso assim antes! Habilidades fantasiosas como esta seriam muito úteis no nosso dia a dia.As vezes Amber inseria contextos fantásticos no mundo real. Obviamente de brincadeira, mas seria interessante se suas invenções pudessem andar por aí, e claro, se todos os visse.Amber achava os livros da saga de Alice fascinantes isto porque retratavam universos paralelos, em sua maioria as resoluções vinham de algo completamente sem sentido. Mas o que a deixava mais familiarizada era o gato de sorriso debochado, ele evaporava, criava o caos e saia de fininho sem nem ser culpado por joga
Como em qualquer outro dia Amber estava na escola pela manhã. Estava sentada em sua carteira pensando na discussão da noite passada e no visitante estranho que tivera.Os outros alunos haviam saído da sala, isto devido á troca de professores, um saía e o outro ainda não chegava, então os alunos se aproveitam para perambular pelos corredores da pequena escola. Só estavam em sala ela, Filipe o seu colega geek que criava o computador como bicho de estimação, o aluno novo e Marina a aluna que até o presente inicio de segundo bimestre não fedia nem cheirava. Eis então que o aluno novo se aproxima para conversar com Amber.Por mais que estivesse cansada da noite anterior e com uma forte dor de cabeça ela procurava mostrar atenção ao seu colega e se reclinava para ouvi-lo. Esperando sua voz ser finalmente emitida.Para Amber era difícil prestar atenção no que ele dizia, sua boca se movia, mas não se ouvia nada, Amber achava impossível não correr os olhos pelos moviment