Arrogantemente ele me encara. Ele quer realmente que eu lide com isso. Com o fato que amanhã ele verá outra mulher. Ele me puxa para os seus braços novamente. Eu não digo nada. Não há nada a dizer.Eu aceitei essa situação.Deito-me quieta ao seu lado. Aquele prazer gostoso se foi e apesar da minha exaustão, não consigo dormir. Sinto um grande pesar no meu coração me fazendo questionar se um dia ele vai enfrentar o pai dele e impor sua vontade. Limpo as lágrimas afastando as lembranças.Deus! Tão ingênua! Ele usou de grande habilidade para me manter cativa usando meus próprios sentimentos enquanto ele me enchia de promessas que resolveria a nossa situação.Bem, agora acabou...Eu tomei uma decisão, eu me escolhi, já que ele não me escolheu.MuratQuem disse que homem não chora? Penso limpando minhas lágrimas quem caem sem que eu consiga contê-las. Meu pai diz que não.Allah! Quando criança engolia meu choro quando ele me repreendia, não chorava na frente dele. Aos poucos fui me to
Não sei se serei feliz, viajando, vivendo em hotéis...Entendo que tocar bem piano não passou de um plano para Murat se orgulhar de mim, eu me sentir útil. Aos poucos resolvi me empenhar como uma forma de ter uma profissão e de pressioná-lo. Sim, muito antes do pai dele falar comigo eu tinha esse objetivo no meu coração. Entrar para a orquestra caso ele não reagisse, não resolvesse nossa situação, mas claro que não era isso que eu queria. Lá no fundo, eu queria que ele optasse por mim...Bem, isso não aconteceu...Ouço então três batidas da batuta e isso me faz afastar meus pensamentos.Concentre-se!Minutos depois me deixo levar pela música, tentando me concentrar ao máximo e demonstro porque entrei na orquestra universitária de Londres, porque sou a nova pupila do maestro Paul Guy Cole. Concentrada nas complicadas notas musicais entrei na linda melodia tentando alcançar a perfeição sonora e acho que consigo, pois ao final o maestro sorri satisfeito para todos.Fomos então obrigado
MuratConsegui!Consegui finalmente agendar com o CEO da grande rede de Hipermercados que vendem os nossos televisores. Mas nem isso consegue alegrar meu dia, ainda exibo uma carranca de amargura em meu rosto.Meu pai anda estranho, parece mais animado, como se minhas frustrações lhe enviassem sinais que andarei nos eixos e entrarei no jogo dele. Mal sabe ele que depois desse cliente ele verá um novo Murat. Um que tomará as rédeas de sua vida.Faz uma semana que Ester saiu da minha vida e ainda sinto como se um elefante estivesse sentado no meu peito. Essa dor, esse aperto de angústia não me deixam. Revivo o tempo todo os momentos que tivemos juntos, cenas no apartamento criados por ela, que eu mesmo incentivei.Lembro do dia que dispensamos Tereza e depois de tomarmos uma taça de vinho em frente a lareira da sala, tiramos nossas roupas, aquela ansiedade de sentir um o corpo do outro. Aquela urgência que nos deixavam O crepitar do fogo, as nossas respirações ofegantes, nossos gemid
Os olhos de Ahmed correm o contrato e a cor vai fugindo do seu rosto conforme ele vai lendo. Ele se segura no sofá para não cair e eu fico firme para não ir até lá e ajudá-lo a se sentar.Só falta o velho enfartar agora. Penso ofegante, angustiado, preocupado.Meu pai se senta e rasga o contrato. Eu tenho a frieza de rir.—Você não acha que te dei original, acha? Isso é a cópia. E isso é um dos clientes. Eu tenho trinta deles.—Você tramou nas minhas costas e me apunhalou sem dó.—E você? Estava pronto a me puxar o tapete. Eu só me antecipei a situação.Meu pai se levanta do sofá, suas forças parecem renovadas. Ele pega um vaso que voa na minha direção. Eu me esquivo na última hora, o vaso se arrebenta no chão.—Saia agora da minha casa! Da minha vida! Da nossa família! Eu não tenho mais filho.—Ahmed! Você está louco! —Minha mãe diz se levantando do sofá. —Sua obstinação por fazer Murat seguir os costumes só tem destruído nossa família! Não percebe?—O quê? Você está a favor desse...
No dia seguinte levanto-me cedo.Minha rotina consiste em tomar o café da manhã no restaurante com os concertistas e geralmente com Paul e então saíamos todos para o ensaio. Fazemos esse percurso a pé, Paul de carro.Foi um alívio hoje quando Paul não participou do café da manhã, pude relaxar. Karen se sentou ao meu lado, ela toca flauta. Ela é bem alta, com vários centímetros acima dos meus 1,70m. O cabelo loiro é liso, seus olhos azuis. Ela começa a falar com uma empolgação tão grande sobre a estreia que eu começo a me sentir nervosa.Geralmente não penso muito no assunto para não acontecer isso. Prefiro me preocupar perto das coisas acontecerem.Uma garota se aproxima de nós, e ocupa a cadeira do meu outro lado. Eu não me lembro o nome dela. Ela é violinista.Calada, só ouvi elas conversarem e não tentei acompanhar a conversa.Deus! Tantos ensaios e ainda sim o que mais se ouve entre os concertistas é que eles não se sentem prontos. Todos estão muito nervosos. Não sei se é por Mur
—Isso eu não sei. Perdoe-me por ter aceitado o dinheiro em troca de silêncio, mas quando vi que Ester não queria que você soubesse da vinda de seu pai aqui, eu aceitei. Ela queria que você tomasse uma decisão por você mesmo... não por se sentir pressionado a isso.Eu balanço a minha cabeça e a encaro.—Você tem assistido meu sofrimento todo esse tempo que estou aqui e só me conta agora? Por que esperou todos esses dias para me contar?Ela me olha angustiada:—Por medo de perder o emprego. Eu gosto muito de trabalhar aqui, mas não posso mais ver o senhor nesse estado. O senhor precisava saber. —Ela limpa as lágrimas. —Sinto muito. Vou fazer minhas malas.Eu me levanto do sofá.—Você ficará.Ela me olha em choque.—Oh, senhor Çelik. Obrigado! —Ela estende o dinheiro. —Tome o dinheiro.Eu aperto os lábios e balanço a cabeça.—Não quero, fique com ele.—E agora? O que o senhor fará?—Parar de me sentir vítima e tomar uma atitude. Vou atrás de Ester. Vou atrás da minha mulher.Tereza se em
Assinto para ele e faço conforme ele disse sem nem mesmo pensar sobre o assunto. Na minha mente só fica piscando a imagem de Murat me aplaudindo, o semblante sério.Paul me dá seu braço e o seguro sob os olhares femininos atentos de cobiça sou conduzida por ele. Atravessamos os camarins até alcançar o lado de fora. Uma limusine nos espera com a porta aberta. Gentilmente ele me faz entrar primeiro e então ocupa o grande assento ao meu lado. Pega a minha mão e a beija.—Você foi divina...Eu forço um sorriso. —Obrigada.Viro a cara para o vidro. Fico quietinha no banco enquanto sinto a mão de Paul alisando a minha, meus pensamentos em Murat, cheia de questões não resolvidas.Que novidade há nisso? Com Murat sempre foi assim, nada é normal, tudo é complicado.Então me lembro do tal investidor.Será?Não pode ser!Viro a minha cabeça para Paul que sorri para mim, pois eu o peguei em fragrante me observando.—Você sabe quem é esse CEO?—Sim, claro que sei.Um pico de adrenalina por causa
Murat me dá um sorriso sexy, aquele que me faz enxergar que ele é pura perfeição. Enviado ao mundo para confundir as mulheres, raptar seus corações, devastá-los.Um filme se passa na minha cabeça. Seus braços me trazendo mais para ele. Os lábios dele nos meus, me provocando, me excitando.Antes de dar um gemido audível, eu me viro, e me afasto deles.—Deus! Murat Alakurt Kemal Çelik entre nós e você teve a honra de conhecê-lo de perto —Karen diz extasiada.—Sim.—Deus! Ele é mais lindo e charmoso pessoalmente.—Muito — digo, quase demostrando meu enfado.—Onde esse homem vai tem jornalistas no pé dele perguntando se ele está com alguém, quando o dono da Teleimagem contrairá casamento. Ele é muito arisco e discreto. Ninguém sabe nada direito de sua vida pessoal. Parece que ele não se mistura com mulheres de outras culturas. Só que também nunca viram ele com turca. Eu solto o ar. Estou com sede e cansada, mas antes de me virar e ir atrás de algum suco, vejo várias concertistas se aprox