Ela finalmente recuperou a consciência, pálida como papel, com umidade brilhando em seus olhos. Ela lutou com todas as suas forças.— Daniel, me solte, o que você está fazendo? Isso é estupro...— Estupro? Somos marido e mulher, é completamente legal, ninguém pode dizer nada contra. Beatriz, você brincou comigo, essa é a consequência! — Daniel riu zombeteiramente.Beatriz olhou para ele, aterrorizada e assustada. Esse era o Daniel que ela conhecia? Naquele momento, ele parecia completamente um vilão.— Me solte... solte... — Ela continuou lutando, arranhando suas mãos, mordendo seu ombro, mas sem sucesso.As roupas se rasgaram ao som. O belo e puro corpo da mulher foi exposto diante dele.Ela era completamente incapaz de resistir, sentindo-se como naquela noite. Seu rosto pálido, seu coração afundando em um abismo, mãos e pés gelados.Ela desistiu de lutar. Fechou os olhos, não querendo ver mais aquele rosto.Daniel a beijava, movendo-se para baixo, até notar que ela não resistia mais
Ele passou a mão no canto da boca e de repente soltou uma risada. — Você tem ficado mais forte recentemente, a maioria das pessoas não seria páreo para você, parece que ensinei bem.Nesse momento, Daniel ainda tinha ânimo para brincar. Ele fechou os olhos e soltou um suspiro aliviado. — Eu concordo com o divórcio.Ao abrir os olhos, seu olhar estava excepcionalmente claro, como se tivesse tomado uma grande decisão. — Beatriz, eu te libero, como você deseja.Beatriz mordeu o lábio, sem dizer nada. Daniel dirigiu o carro de volta para casa.Beatriz se refugiou em seu quarto e pegou a certidão de casamento deles, havia ainda uma cópia com Daniel.Olhando para a foto dos dois, naquela época eles realmente não se conheciam bem, a foto estava muito desajeitada, e eles estavam distantes um do outro.Deveria ela aproveitar esta oportunidade para se divorciar de Daniel? Ele é muito perigoso, nos bons momentos é melhor do que tudo. Mas nos maus momentos, é mais assustador do que qualquer pessoa.
Daniel afastou sua mão, irritado.— Despache-se, minha paciência tem limites. Não me faça mudar de ideia.— Mudar de ideia e pegar tudo de volta?Beatriz perguntou, curiosa. Daniel não respondeu, apenas a encarava. Ela se sentiu desconfortável sob seu olhar e evitou o confronto visual.— Talvez eu deva levar isso e pensar com mais calma?Daniel, por alguma razão, sentia-se extremamente irritado. Ele que havia proposto o divórcio, estava disposto a deixar ir, a facilitar as coisas. Mas não gostava do jeito hesitante de Beatriz, que lhe testava a paciência.— Agora. — Daniel a olhou descontente, autoritário.Beatriz parou e pensou seriamente.Melhor se divorciar.Ela achava Daniel mais perigoso do que qualquer um, e ainda assim, queria sondar seu coração. A atração que sentia por ele era indescritível.Sua profissão, seu senso de missão, sua imagem de herói... tudo isso era profundamente fascinante, irresistível, fazendo-a temer cair no mesmo erro, amar alguém que não deveria. Melhor cor
Afonso provavelmente não tinha visto, do contrário com certeza teria entrado em contato. Ela decidiu ir até lá e explicar a situação pessoalmente, para que pudessem seguir em frente, cada um para o seu lado.Beatriz saiu de casa sem perceber que um carro a seguia, até chegar à porta do tribunal. Afonso, de fato, estava esperando por ela lá.— Como você demorou tanto! — Afonso a olhou de forma sombria, com um olhar extremamente hostil, como se fosse devorá-la. Geralmente, as pessoas esperavam pelo Sr. Silva, nunca o contrário.— Por que você não atendeu o telefone?— Meu celular quebrou.Na verdade, ele mesmo o tinha quebrado. Naquela manhã, Débora havia ligado especialmente para ele, dizendo que entendia como era difícil para ele agradar a família, sabendo que ele era uma pessoa de bom coração, e que ela não o pressionaria a escolher entre ela e sua família difícil. Ela ainda desejou felicidades a ele e a Beatriz.— A Srta. Rocha é tão gentil e bonita, vai cuidar muito bem de você. Afo
— Afonso, eu estou grávida de um mês. Eu não vou interromper esta gravidez, quero ter esse bebê. Este é apenas o meu filho, não tem nada a ver com você...— O que você está dizendo? Nosso filho, como pode não ter nada a ver comigo? Se você não tivesse desmaiado no aeroporto, você planejava nunca me contar? Sua tola, você sabe o quão difícil é para uma mãe solteira, como você vai aguentar?Ao ouvir isso, Débora começou a chorar.— Eu não tenho escolha... Se você me permitir manter este filho, já estarei mais do que satisfeita, não ousaria pedir mais. Não importa o quão difícil, eu vou proteger nosso filho.No momento apropriado, Beatriz tossiu levemente, fazendo com que Débora finalmente a notasse, empalidecendo imediatamente. Ela saiu da cama e ajoelhou-se no chão.— Srta. Rocha, por favor, deixe-me manter este filho. Eu não vou voltar para o meu país, nem vou usar a criança para reivindicar qualquer propriedade, só quero manter uma lembrança, por favor, me conceda esse desejo.— Por q
— Você deveria pensar bem em como fazer com que Afonso não descubra o que você fez. — Beatriz disse sorrindo, e o rosto de Débora ficou ainda mais pálido. Ela se levantou, olhando profundamente para Afonso. — Afonso, você pode me acompanhar até em casa?— Claro.Agora, o olhar de Afonso para Beatriz também era muito complexo. Ela realmente o amava profundamente, até mesmo disposta a se humilhar, pedindo à avó para não os pressionar mais.Afonso seguiu Beatriz escada abaixo.Beatriz foi até a frutaria ao lado, escolhendo cuidadosamente uma cesta de frutas, e também comprou um buquê de flores.— Leve isso para cima. Embora ela não tenha se machucado, cair enquanto está grávida deve ter sido assustador, você precisa realmente consolá-la.— Eu não sabia... que você tinha um lado tão generoso.— Ah, as pessoas mudam, eu também quero o seu bem, não é?Beatriz quase sentiu náuseas ao dizer isso, mas se conteve.— Afonso, já que você me deixou por ela, você tem que persistir, não pode desistir
A respiração do homem estava desordenada, rápida, ardendo contra o peito dela. Era uma sensação formigante, como uma pluma sendo soprada para cima e para baixo.O rosto dela começou a queimar incontrolavelmente, e as orelhas lentamente se tornaram vermelhas.O olhar de Daniel era sombrio e profundo, como o de um lobo fixado em sua presa, pronto para devorá-la a qualquer momento.— Está nervosa?— Me solta, — ela disse, irritada.— Dê-me um beijo, e eu te solto.— Você... Daniel, você não tem vergonha? Quem é que está desconfortável aqui?— Eu posso aguentar.— Você...— E ficamos assim, nesse impasse.Beatriz olhou pela janela, notando os olhares curiosos dos transeuntes, claramente um espetáculo indecoroso sob a luz do dia.Ela baixou a cabeça, consumida pela vergonha e raiva.A autocontenção de Daniel era assustadora; mesmo nesse momento, ele permanecia imperturbável, embora o desejo em seus olhos fosse tempestuoso, pronto para transbordar. Mas ele observava com certeza de vitória, a
— Não é de verdade... — Beatriz murmurou baixinho, sem conseguir evitar.Daniel imediatamente ficou com uma expressão fria no rosto. Ela, assustada, fez uma careta e não ousou falar mais nada.Daniel a levou de volta, mas não deixou Bruna completamente desamparada, enviou alguém para segui-la.Depois de muito tempo longe da capital, Bruna não tinha muitos amigos fixos, o único lugar que veio à mente foi a Vila Silva.Afinal, ela já havia tido um relacionamento com Afonso. Mas foi tudo brincadeira, nenhum deles levou a sério.— Afonso, meu irmão não me quer mais...— O que aconteceu?Afonso não nutria grandes expectativas por Bruna. Quando seus pais enviaram Débora para o exterior, ele se entregou ao desespero, tornando-se mulherengo, flertando com quem aparecesse. Bruna e ele tiveram um breve romance, mas ele sempre a viu como uma irmã, sem chegar ao ponto de prejudicar a irmã de um grande amigo.— Meu irmão... ele trouxe uma cunhada para mim, eu não quero uma cunhada, eu não gosto del