Daniel afastou sua mão, irritado.— Despache-se, minha paciência tem limites. Não me faça mudar de ideia.— Mudar de ideia e pegar tudo de volta?Beatriz perguntou, curiosa. Daniel não respondeu, apenas a encarava. Ela se sentiu desconfortável sob seu olhar e evitou o confronto visual.— Talvez eu deva levar isso e pensar com mais calma?Daniel, por alguma razão, sentia-se extremamente irritado. Ele que havia proposto o divórcio, estava disposto a deixar ir, a facilitar as coisas. Mas não gostava do jeito hesitante de Beatriz, que lhe testava a paciência.— Agora. — Daniel a olhou descontente, autoritário.Beatriz parou e pensou seriamente.Melhor se divorciar.Ela achava Daniel mais perigoso do que qualquer um, e ainda assim, queria sondar seu coração. A atração que sentia por ele era indescritível.Sua profissão, seu senso de missão, sua imagem de herói... tudo isso era profundamente fascinante, irresistível, fazendo-a temer cair no mesmo erro, amar alguém que não deveria. Melhor cor
Afonso provavelmente não tinha visto, do contrário com certeza teria entrado em contato. Ela decidiu ir até lá e explicar a situação pessoalmente, para que pudessem seguir em frente, cada um para o seu lado.Beatriz saiu de casa sem perceber que um carro a seguia, até chegar à porta do tribunal. Afonso, de fato, estava esperando por ela lá.— Como você demorou tanto! — Afonso a olhou de forma sombria, com um olhar extremamente hostil, como se fosse devorá-la. Geralmente, as pessoas esperavam pelo Sr. Silva, nunca o contrário.— Por que você não atendeu o telefone?— Meu celular quebrou.Na verdade, ele mesmo o tinha quebrado. Naquela manhã, Débora havia ligado especialmente para ele, dizendo que entendia como era difícil para ele agradar a família, sabendo que ele era uma pessoa de bom coração, e que ela não o pressionaria a escolher entre ela e sua família difícil. Ela ainda desejou felicidades a ele e a Beatriz.— A Srta. Rocha é tão gentil e bonita, vai cuidar muito bem de você. Afo
— Afonso, eu estou grávida de um mês. Eu não vou interromper esta gravidez, quero ter esse bebê. Este é apenas o meu filho, não tem nada a ver com você...— O que você está dizendo? Nosso filho, como pode não ter nada a ver comigo? Se você não tivesse desmaiado no aeroporto, você planejava nunca me contar? Sua tola, você sabe o quão difícil é para uma mãe solteira, como você vai aguentar?Ao ouvir isso, Débora começou a chorar.— Eu não tenho escolha... Se você me permitir manter este filho, já estarei mais do que satisfeita, não ousaria pedir mais. Não importa o quão difícil, eu vou proteger nosso filho.No momento apropriado, Beatriz tossiu levemente, fazendo com que Débora finalmente a notasse, empalidecendo imediatamente. Ela saiu da cama e ajoelhou-se no chão.— Srta. Rocha, por favor, deixe-me manter este filho. Eu não vou voltar para o meu país, nem vou usar a criança para reivindicar qualquer propriedade, só quero manter uma lembrança, por favor, me conceda esse desejo.— Por q
— Você deveria pensar bem em como fazer com que Afonso não descubra o que você fez. — Beatriz disse sorrindo, e o rosto de Débora ficou ainda mais pálido. Ela se levantou, olhando profundamente para Afonso. — Afonso, você pode me acompanhar até em casa?— Claro.Agora, o olhar de Afonso para Beatriz também era muito complexo. Ela realmente o amava profundamente, até mesmo disposta a se humilhar, pedindo à avó para não os pressionar mais.Afonso seguiu Beatriz escada abaixo.Beatriz foi até a frutaria ao lado, escolhendo cuidadosamente uma cesta de frutas, e também comprou um buquê de flores.— Leve isso para cima. Embora ela não tenha se machucado, cair enquanto está grávida deve ter sido assustador, você precisa realmente consolá-la.— Eu não sabia... que você tinha um lado tão generoso.— Ah, as pessoas mudam, eu também quero o seu bem, não é?Beatriz quase sentiu náuseas ao dizer isso, mas se conteve.— Afonso, já que você me deixou por ela, você tem que persistir, não pode desistir
A respiração do homem estava desordenada, rápida, ardendo contra o peito dela. Era uma sensação formigante, como uma pluma sendo soprada para cima e para baixo.O rosto dela começou a queimar incontrolavelmente, e as orelhas lentamente se tornaram vermelhas.O olhar de Daniel era sombrio e profundo, como o de um lobo fixado em sua presa, pronto para devorá-la a qualquer momento.— Está nervosa?— Me solta, — ela disse, irritada.— Dê-me um beijo, e eu te solto.— Você... Daniel, você não tem vergonha? Quem é que está desconfortável aqui?— Eu posso aguentar.— Você...— E ficamos assim, nesse impasse.Beatriz olhou pela janela, notando os olhares curiosos dos transeuntes, claramente um espetáculo indecoroso sob a luz do dia.Ela baixou a cabeça, consumida pela vergonha e raiva.A autocontenção de Daniel era assustadora; mesmo nesse momento, ele permanecia imperturbável, embora o desejo em seus olhos fosse tempestuoso, pronto para transbordar. Mas ele observava com certeza de vitória, a
— Não é de verdade... — Beatriz murmurou baixinho, sem conseguir evitar.Daniel imediatamente ficou com uma expressão fria no rosto. Ela, assustada, fez uma careta e não ousou falar mais nada.Daniel a levou de volta, mas não deixou Bruna completamente desamparada, enviou alguém para segui-la.Depois de muito tempo longe da capital, Bruna não tinha muitos amigos fixos, o único lugar que veio à mente foi a Vila Silva.Afinal, ela já havia tido um relacionamento com Afonso. Mas foi tudo brincadeira, nenhum deles levou a sério.— Afonso, meu irmão não me quer mais...— O que aconteceu?Afonso não nutria grandes expectativas por Bruna. Quando seus pais enviaram Débora para o exterior, ele se entregou ao desespero, tornando-se mulherengo, flertando com quem aparecesse. Bruna e ele tiveram um breve romance, mas ele sempre a viu como uma irmã, sem chegar ao ponto de prejudicar a irmã de um grande amigo.— Meu irmão... ele trouxe uma cunhada para mim, eu não quero uma cunhada, eu não gosto del
As lágrimas de Bruna se acumularam instantaneamente nos olhos, olhando para Beatriz com relutância: — Desculpe...Ela falou em alto e bom som, claramente contra a sua vontade, e então correu chorando para o andar de cima, trancando-se no quarto com um estrondo. Beatriz olhou para Daniel, impotente.— Por que insistir nisso? Eu não preciso desse tipo de desculpa falsa, isso só vai fazer com que ela me odeie mais.— Ela não pode ser mimada, se tornará incontrolável. Vai ser difícil para você agora, mas ela vai se corrigir depois.— Eu vou descansar no quarto...Ela estava prestes a subir as escadas, quando foi interrompida por ele. — Suas coisas já foram todas transferidas para a minha casa.— Ah?— Bruna vai relatar ao vovô, não se preocupe, eu providenciei uma cama dobrável, não vai atrapalhar.— Isso também serve.Beatriz não disse muito, foi até o quarto principal e viu suas coisas arrumadas meticulosamente. Ao ver o cobertor que parecia um bloco de tofu, ela quase riu.Ela estava us
A porta se abriu, e ao ver aquela figura imponente, ela instintivamente endireitou as costas, não querendo parecer desleixada.— Como foi no hospital? O arranhão foi grave?— Ela tem uma condição congênita de distúrbio da coagulação sanguínea, então normalmente somos muito cuidadosos em casa, temendo que o sangue não pare.— É tão grave? Eu... eu não a empurrei...— Eu sei.— Você... sabe?Foi a vez de Beatriz ficar atônita, achando que teria que explicar por um longo tempo, até que sua garganta secasse. Mas, inesperadamente, Daniel disse que sabia.— Naquele momento, eu estava preocupado com a situação dela, ela precisava de atendimento médico imediato, não havia tempo para falar com você detalhadamente.— Entendo... então agora está tudo bem?— Já está tudo bem, foi um susto, mas ainda precisamos ter cuidado. — Daniel esfregou o espaço entre as sobrancelhas, cansado.— Você já se lavou?— Fez a higiene pessoal.— Então vá dormir mais cedo, vou fazer minha higiene.Depois que Daniel t