— Você deveria pensar bem em como fazer com que Afonso não descubra o que você fez. — Beatriz disse sorrindo, e o rosto de Débora ficou ainda mais pálido. Ela se levantou, olhando profundamente para Afonso. — Afonso, você pode me acompanhar até em casa?— Claro.Agora, o olhar de Afonso para Beatriz também era muito complexo. Ela realmente o amava profundamente, até mesmo disposta a se humilhar, pedindo à avó para não os pressionar mais.Afonso seguiu Beatriz escada abaixo.Beatriz foi até a frutaria ao lado, escolhendo cuidadosamente uma cesta de frutas, e também comprou um buquê de flores.— Leve isso para cima. Embora ela não tenha se machucado, cair enquanto está grávida deve ter sido assustador, você precisa realmente consolá-la.— Eu não sabia... que você tinha um lado tão generoso.— Ah, as pessoas mudam, eu também quero o seu bem, não é?Beatriz quase sentiu náuseas ao dizer isso, mas se conteve.— Afonso, já que você me deixou por ela, você tem que persistir, não pode desistir
A respiração do homem estava desordenada, rápida, ardendo contra o peito dela. Era uma sensação formigante, como uma pluma sendo soprada para cima e para baixo.O rosto dela começou a queimar incontrolavelmente, e as orelhas lentamente se tornaram vermelhas.O olhar de Daniel era sombrio e profundo, como o de um lobo fixado em sua presa, pronto para devorá-la a qualquer momento.— Está nervosa?— Me solta, — ela disse, irritada.— Dê-me um beijo, e eu te solto.— Você... Daniel, você não tem vergonha? Quem é que está desconfortável aqui?— Eu posso aguentar.— Você...— E ficamos assim, nesse impasse.Beatriz olhou pela janela, notando os olhares curiosos dos transeuntes, claramente um espetáculo indecoroso sob a luz do dia.Ela baixou a cabeça, consumida pela vergonha e raiva.A autocontenção de Daniel era assustadora; mesmo nesse momento, ele permanecia imperturbável, embora o desejo em seus olhos fosse tempestuoso, pronto para transbordar. Mas ele observava com certeza de vitória, a
— Não é de verdade... — Beatriz murmurou baixinho, sem conseguir evitar.Daniel imediatamente ficou com uma expressão fria no rosto. Ela, assustada, fez uma careta e não ousou falar mais nada.Daniel a levou de volta, mas não deixou Bruna completamente desamparada, enviou alguém para segui-la.Depois de muito tempo longe da capital, Bruna não tinha muitos amigos fixos, o único lugar que veio à mente foi a Vila Silva.Afinal, ela já havia tido um relacionamento com Afonso. Mas foi tudo brincadeira, nenhum deles levou a sério.— Afonso, meu irmão não me quer mais...— O que aconteceu?Afonso não nutria grandes expectativas por Bruna. Quando seus pais enviaram Débora para o exterior, ele se entregou ao desespero, tornando-se mulherengo, flertando com quem aparecesse. Bruna e ele tiveram um breve romance, mas ele sempre a viu como uma irmã, sem chegar ao ponto de prejudicar a irmã de um grande amigo.— Meu irmão... ele trouxe uma cunhada para mim, eu não quero uma cunhada, eu não gosto del
As lágrimas de Bruna se acumularam instantaneamente nos olhos, olhando para Beatriz com relutância: — Desculpe...Ela falou em alto e bom som, claramente contra a sua vontade, e então correu chorando para o andar de cima, trancando-se no quarto com um estrondo. Beatriz olhou para Daniel, impotente.— Por que insistir nisso? Eu não preciso desse tipo de desculpa falsa, isso só vai fazer com que ela me odeie mais.— Ela não pode ser mimada, se tornará incontrolável. Vai ser difícil para você agora, mas ela vai se corrigir depois.— Eu vou descansar no quarto...Ela estava prestes a subir as escadas, quando foi interrompida por ele. — Suas coisas já foram todas transferidas para a minha casa.— Ah?— Bruna vai relatar ao vovô, não se preocupe, eu providenciei uma cama dobrável, não vai atrapalhar.— Isso também serve.Beatriz não disse muito, foi até o quarto principal e viu suas coisas arrumadas meticulosamente. Ao ver o cobertor que parecia um bloco de tofu, ela quase riu.Ela estava us
A porta se abriu, e ao ver aquela figura imponente, ela instintivamente endireitou as costas, não querendo parecer desleixada.— Como foi no hospital? O arranhão foi grave?— Ela tem uma condição congênita de distúrbio da coagulação sanguínea, então normalmente somos muito cuidadosos em casa, temendo que o sangue não pare.— É tão grave? Eu... eu não a empurrei...— Eu sei.— Você... sabe?Foi a vez de Beatriz ficar atônita, achando que teria que explicar por um longo tempo, até que sua garganta secasse. Mas, inesperadamente, Daniel disse que sabia.— Naquele momento, eu estava preocupado com a situação dela, ela precisava de atendimento médico imediato, não havia tempo para falar com você detalhadamente.— Entendo... então agora está tudo bem?— Já está tudo bem, foi um susto, mas ainda precisamos ter cuidado. — Daniel esfregou o espaço entre as sobrancelhas, cansado.— Você já se lavou?— Fez a higiene pessoal.— Então vá dormir mais cedo, vou fazer minha higiene.Depois que Daniel t
— Vou pedir ao motorista para te levar para outro lugar, tudo estará preparado para você, qualquer coisa me ligue. — Daniel falou calmamente.Ao ouvir isso, Bruna ficou pasma, ela jamais esperava que a pessoa a se mudar seria ela. Ela sempre ficou aqui! Mas desde que o irmão conseguiu uma nova cunhada, ele não se importava mais com ela. Ela estava extremamente magoada, as lágrimas caindo incessantemente.— Irmão, você vai me mandar embora?— Estou fazendo isso para te proteger, se você continuar se machucando por qualquer coisa, significa que você e sua cunhada não podem viver juntas, estou fazendo isso pelo seu bem.— Eu... — Bruna desabou: — Não há incompatibilidade, eu que fui descuidada, vou prestar mais atenção daqui para frente.O irmão sempre se importou com sua saúde, ela pensou que poderia derrubar Beatriz, mas acabou se prejudicando. Ela só podia ceder.— Então peça desculpas para sua cunhada, você se machucou e assustou ela.— Eu pedir desculpas? Eu que me machuquei!— Então
Ela era a primeira mulher a satisfazer suas necessidades?— Beatriz! — A voz do homem mudou de tom, e Beatriz percebeu que havia ido longe demais. A toalha estava claramente erguida de forma notável.— Eu... estava apenas curiosa...— Você sabe, a curiosidade matou o gato.O homem deu um passo em sua direção, encurralando-a contra o balcão. Atrás dela, um mostruário de vidro exibia relógios caros e joias. Sua espinha gelou, assim como seu coração.— O que você vai fazer?— Não olhe, me ajude.— Por que não posso olhar?— Porque é... sujo.— Eu não quero ajudar...— Por favor.Daniel sussurrou em seu ouvido, contendo seu desejo. Esse sussurro soou como um pedido de socorro, fazendo o coração de Beatriz vacilar, rendendo-se ao charme daquele contraste.Daniel, por fora, parecia destemido e orgulhoso, invencível. Mas nessa questão, ele era tímido e hesitante, como um jovem inocente explorando cautelosamente.Daniel temia que ela espiasse e pegou uma faixa de seda para cobrir seus olhos. E
— Eu acho, você não quer dormir comigo. — A voz de Daniel era extremamente rouca.— Por quê?— Eu sou obsessivo, sombrio, assustador, não sou como você pensa. Acho que você não quer se envolver com alguém como eu. Então, qual o problema de mantermos este tipo de relação? Você se casa comigo, mas eu não te toco de verdade. Se você decidir se casar novamente no futuro, será mais fácil lidar com seu próximo marido. Beatriz, exceto por Afonso, se você encontrar alguém que goste e que realmente a ame, estou disposto a deixá-la ir.— Por que Afonso não pode?— Eu não o respeito. — Daniel disse com desdém ao mencionar Afonso.Ele sempre discordou da visão de amor de Afonso, Afonso não era digno de Beatriz.— Então, como você realmente é?— Eu disse, a curiosidade matou o gato. — Daniel falou de uma posição superior, visivelmente descontente.Beatriz podia adivinhar o que ele queria dizer, mas também achava impossível, Daniel, uma pessoa tão honrada e justa, como poderia ser obsessivo, sombrio