— Não é de verdade... — Beatriz murmurou baixinho, sem conseguir evitar.Daniel imediatamente ficou com uma expressão fria no rosto. Ela, assustada, fez uma careta e não ousou falar mais nada.Daniel a levou de volta, mas não deixou Bruna completamente desamparada, enviou alguém para segui-la.Depois de muito tempo longe da capital, Bruna não tinha muitos amigos fixos, o único lugar que veio à mente foi a Vila Silva.Afinal, ela já havia tido um relacionamento com Afonso. Mas foi tudo brincadeira, nenhum deles levou a sério.— Afonso, meu irmão não me quer mais...— O que aconteceu?Afonso não nutria grandes expectativas por Bruna. Quando seus pais enviaram Débora para o exterior, ele se entregou ao desespero, tornando-se mulherengo, flertando com quem aparecesse. Bruna e ele tiveram um breve romance, mas ele sempre a viu como uma irmã, sem chegar ao ponto de prejudicar a irmã de um grande amigo.— Meu irmão... ele trouxe uma cunhada para mim, eu não quero uma cunhada, eu não gosto del
As lágrimas de Bruna se acumularam instantaneamente nos olhos, olhando para Beatriz com relutância: — Desculpe...Ela falou em alto e bom som, claramente contra a sua vontade, e então correu chorando para o andar de cima, trancando-se no quarto com um estrondo. Beatriz olhou para Daniel, impotente.— Por que insistir nisso? Eu não preciso desse tipo de desculpa falsa, isso só vai fazer com que ela me odeie mais.— Ela não pode ser mimada, se tornará incontrolável. Vai ser difícil para você agora, mas ela vai se corrigir depois.— Eu vou descansar no quarto...Ela estava prestes a subir as escadas, quando foi interrompida por ele. — Suas coisas já foram todas transferidas para a minha casa.— Ah?— Bruna vai relatar ao vovô, não se preocupe, eu providenciei uma cama dobrável, não vai atrapalhar.— Isso também serve.Beatriz não disse muito, foi até o quarto principal e viu suas coisas arrumadas meticulosamente. Ao ver o cobertor que parecia um bloco de tofu, ela quase riu.Ela estava us
A porta se abriu, e ao ver aquela figura imponente, ela instintivamente endireitou as costas, não querendo parecer desleixada.— Como foi no hospital? O arranhão foi grave?— Ela tem uma condição congênita de distúrbio da coagulação sanguínea, então normalmente somos muito cuidadosos em casa, temendo que o sangue não pare.— É tão grave? Eu... eu não a empurrei...— Eu sei.— Você... sabe?Foi a vez de Beatriz ficar atônita, achando que teria que explicar por um longo tempo, até que sua garganta secasse. Mas, inesperadamente, Daniel disse que sabia.— Naquele momento, eu estava preocupado com a situação dela, ela precisava de atendimento médico imediato, não havia tempo para falar com você detalhadamente.— Entendo... então agora está tudo bem?— Já está tudo bem, foi um susto, mas ainda precisamos ter cuidado. — Daniel esfregou o espaço entre as sobrancelhas, cansado.— Você já se lavou?— Fez a higiene pessoal.— Então vá dormir mais cedo, vou fazer minha higiene.Depois que Daniel t
— Vou pedir ao motorista para te levar para outro lugar, tudo estará preparado para você, qualquer coisa me ligue. — Daniel falou calmamente.Ao ouvir isso, Bruna ficou pasma, ela jamais esperava que a pessoa a se mudar seria ela. Ela sempre ficou aqui! Mas desde que o irmão conseguiu uma nova cunhada, ele não se importava mais com ela. Ela estava extremamente magoada, as lágrimas caindo incessantemente.— Irmão, você vai me mandar embora?— Estou fazendo isso para te proteger, se você continuar se machucando por qualquer coisa, significa que você e sua cunhada não podem viver juntas, estou fazendo isso pelo seu bem.— Eu... — Bruna desabou: — Não há incompatibilidade, eu que fui descuidada, vou prestar mais atenção daqui para frente.O irmão sempre se importou com sua saúde, ela pensou que poderia derrubar Beatriz, mas acabou se prejudicando. Ela só podia ceder.— Então peça desculpas para sua cunhada, você se machucou e assustou ela.— Eu pedir desculpas? Eu que me machuquei!— Então
Ela era a primeira mulher a satisfazer suas necessidades?— Beatriz! — A voz do homem mudou de tom, e Beatriz percebeu que havia ido longe demais. A toalha estava claramente erguida de forma notável.— Eu... estava apenas curiosa...— Você sabe, a curiosidade matou o gato.O homem deu um passo em sua direção, encurralando-a contra o balcão. Atrás dela, um mostruário de vidro exibia relógios caros e joias. Sua espinha gelou, assim como seu coração.— O que você vai fazer?— Não olhe, me ajude.— Por que não posso olhar?— Porque é... sujo.— Eu não quero ajudar...— Por favor.Daniel sussurrou em seu ouvido, contendo seu desejo. Esse sussurro soou como um pedido de socorro, fazendo o coração de Beatriz vacilar, rendendo-se ao charme daquele contraste.Daniel, por fora, parecia destemido e orgulhoso, invencível. Mas nessa questão, ele era tímido e hesitante, como um jovem inocente explorando cautelosamente.Daniel temia que ela espiasse e pegou uma faixa de seda para cobrir seus olhos. E
— Eu acho, você não quer dormir comigo. — A voz de Daniel era extremamente rouca.— Por quê?— Eu sou obsessivo, sombrio, assustador, não sou como você pensa. Acho que você não quer se envolver com alguém como eu. Então, qual o problema de mantermos este tipo de relação? Você se casa comigo, mas eu não te toco de verdade. Se você decidir se casar novamente no futuro, será mais fácil lidar com seu próximo marido. Beatriz, exceto por Afonso, se você encontrar alguém que goste e que realmente a ame, estou disposto a deixá-la ir.— Por que Afonso não pode?— Eu não o respeito. — Daniel disse com desdém ao mencionar Afonso.Ele sempre discordou da visão de amor de Afonso, Afonso não era digno de Beatriz.— Então, como você realmente é?— Eu disse, a curiosidade matou o gato. — Daniel falou de uma posição superior, visivelmente descontente.Beatriz podia adivinhar o que ele queria dizer, mas também achava impossível, Daniel, uma pessoa tão honrada e justa, como poderia ser obsessivo, sombrio
Bruna estava deitada na cama, abraçando um brinquedo, com lágrimas nos olhos, parecendo muito miserável.— Quem disse isso? Eu ainda cuido de você como antes, e agora tem mais uma pessoa para te amar e cuidar de você, isso não é bom?— Eu não quero o amor dela. Irmão, por que você não escolhe outra cunhada? Aquela que nossos pais encontraram para você é perfeita, eu gosto muito dela. Elegante e inteligente, muito adequada para você.— Mas é dessa cunhada que eu gosto. — Daniel disse, enfatizando cada palavra.Ouvindo isso, Bruna ficou com lágrimas penduradas nos cílios, incrédula.Ela conhecia Daniel muito bem; se ele dizia que gostava, era porque realmente gostava. Ele era teimoso e valorizava muito os sentimentos antigos; podia guardar um amor no coração por muitos e muitos anos.— Irmão... por que? O que ela fez para você gostar tanto dela? Ela merece?A expressão de Daniel ficou séria. — Bruna, preste atenção ao seu tom. Ela merece o melhor deste mundo.— E eu? Eu também quero o me
Talvez fosse o olhar intenso de Afonso que fez Beatriz se sentir desconfortável. Ela baixou a cabeça para beber seu café, evitando seu olhar.— Beatriz, você não deveria se destruir para me retaliar. Eu sei que te machuquei profundamente, se não fosse por Débora, eu teria escolhido você, mas infelizmente... Volte atrás, se estiver precisando de dinheiro, me diga, eu posso te ajudar.— Não é o que você está pensando.— Então é o que? Daniel já é casado, você não se envergonha de ser a outra? Você não consegue superar nem a mim nem a Débora, por que se rebaixar a ser amante de Daniel?— Vá perguntar ao seu grande amigo, não tenho mais nada para dizer, vou embora.Beatriz não queria continuar essa conversa. Ela se virou para ir embora, mas foi interrompida por ele novamente.— Se você está destinada a ser amante de alguém, que seja a minha.Beatriz parou bruscamente, olhando para ele com incredulidade: — O que você está dizendo?Afonso parecia ter ponderado profundamente antes de falar, o