— Me conta, de que família é o sortudo?Beatriz pensou que, de qualquer forma, já era público, apenas não havia sido amplamente divulgado, então a notícia se espalhava lentamente. Afonso só pensava que ela tinha se envolvido com Daniel, sem saber que os dois já estavam casados.Beatriz não escondeu e revelou o nome de Daniel.— O neto do Fernando? — A avó fez uma careta: — Fernando é um lixo, mas o neto dele não.— Avó conhece o avô Fernando?— Claro que sim, hum, lixo...— Velha, novamente falando mal de mim! — Foi nesse momento que o avô Fernando apareceu.— Ora, o que eu disse sobre você?Os dois começaram a discutir.Beatriz ficou perplexa assistindo à cena, ela não sabia que eles se conheciam, mas, pensando bem, ambos faziam parte de famílias tradicionais, certamente tinham interações comerciais e sociais, era óbvio que se conhecessem. No entanto, enquanto cuidava da avó na casa de repouso, ela nunca tinha visto os dois juntos.Enquanto estava confusa, ouviu passos familiares atrá
Ela finalmente recuperou a consciência, pálida como papel, com umidade brilhando em seus olhos. Ela lutou com todas as suas forças.— Daniel, me solte, o que você está fazendo? Isso é estupro...— Estupro? Somos marido e mulher, é completamente legal, ninguém pode dizer nada contra. Beatriz, você brincou comigo, essa é a consequência! — Daniel riu zombeteiramente.Beatriz olhou para ele, aterrorizada e assustada. Esse era o Daniel que ela conhecia? Naquele momento, ele parecia completamente um vilão.— Me solte... solte... — Ela continuou lutando, arranhando suas mãos, mordendo seu ombro, mas sem sucesso.As roupas se rasgaram ao som. O belo e puro corpo da mulher foi exposto diante dele.Ela era completamente incapaz de resistir, sentindo-se como naquela noite. Seu rosto pálido, seu coração afundando em um abismo, mãos e pés gelados.Ela desistiu de lutar. Fechou os olhos, não querendo ver mais aquele rosto.Daniel a beijava, movendo-se para baixo, até notar que ela não resistia mais
Ele passou a mão no canto da boca e de repente soltou uma risada. — Você tem ficado mais forte recentemente, a maioria das pessoas não seria páreo para você, parece que ensinei bem.Nesse momento, Daniel ainda tinha ânimo para brincar. Ele fechou os olhos e soltou um suspiro aliviado. — Eu concordo com o divórcio.Ao abrir os olhos, seu olhar estava excepcionalmente claro, como se tivesse tomado uma grande decisão. — Beatriz, eu te libero, como você deseja.Beatriz mordeu o lábio, sem dizer nada. Daniel dirigiu o carro de volta para casa.Beatriz se refugiou em seu quarto e pegou a certidão de casamento deles, havia ainda uma cópia com Daniel.Olhando para a foto dos dois, naquela época eles realmente não se conheciam bem, a foto estava muito desajeitada, e eles estavam distantes um do outro.Deveria ela aproveitar esta oportunidade para se divorciar de Daniel? Ele é muito perigoso, nos bons momentos é melhor do que tudo. Mas nos maus momentos, é mais assustador do que qualquer pessoa.
Daniel afastou sua mão, irritado.— Despache-se, minha paciência tem limites. Não me faça mudar de ideia.— Mudar de ideia e pegar tudo de volta?Beatriz perguntou, curiosa. Daniel não respondeu, apenas a encarava. Ela se sentiu desconfortável sob seu olhar e evitou o confronto visual.— Talvez eu deva levar isso e pensar com mais calma?Daniel, por alguma razão, sentia-se extremamente irritado. Ele que havia proposto o divórcio, estava disposto a deixar ir, a facilitar as coisas. Mas não gostava do jeito hesitante de Beatriz, que lhe testava a paciência.— Agora. — Daniel a olhou descontente, autoritário.Beatriz parou e pensou seriamente.Melhor se divorciar.Ela achava Daniel mais perigoso do que qualquer um, e ainda assim, queria sondar seu coração. A atração que sentia por ele era indescritível.Sua profissão, seu senso de missão, sua imagem de herói... tudo isso era profundamente fascinante, irresistível, fazendo-a temer cair no mesmo erro, amar alguém que não deveria. Melhor cor
Afonso provavelmente não tinha visto, do contrário com certeza teria entrado em contato. Ela decidiu ir até lá e explicar a situação pessoalmente, para que pudessem seguir em frente, cada um para o seu lado.Beatriz saiu de casa sem perceber que um carro a seguia, até chegar à porta do tribunal. Afonso, de fato, estava esperando por ela lá.— Como você demorou tanto! — Afonso a olhou de forma sombria, com um olhar extremamente hostil, como se fosse devorá-la. Geralmente, as pessoas esperavam pelo Sr. Silva, nunca o contrário.— Por que você não atendeu o telefone?— Meu celular quebrou.Na verdade, ele mesmo o tinha quebrado. Naquela manhã, Débora havia ligado especialmente para ele, dizendo que entendia como era difícil para ele agradar a família, sabendo que ele era uma pessoa de bom coração, e que ela não o pressionaria a escolher entre ela e sua família difícil. Ela ainda desejou felicidades a ele e a Beatriz.— A Srta. Rocha é tão gentil e bonita, vai cuidar muito bem de você. Afo
— Afonso, eu estou grávida de um mês. Eu não vou interromper esta gravidez, quero ter esse bebê. Este é apenas o meu filho, não tem nada a ver com você...— O que você está dizendo? Nosso filho, como pode não ter nada a ver comigo? Se você não tivesse desmaiado no aeroporto, você planejava nunca me contar? Sua tola, você sabe o quão difícil é para uma mãe solteira, como você vai aguentar?Ao ouvir isso, Débora começou a chorar.— Eu não tenho escolha... Se você me permitir manter este filho, já estarei mais do que satisfeita, não ousaria pedir mais. Não importa o quão difícil, eu vou proteger nosso filho.No momento apropriado, Beatriz tossiu levemente, fazendo com que Débora finalmente a notasse, empalidecendo imediatamente. Ela saiu da cama e ajoelhou-se no chão.— Srta. Rocha, por favor, deixe-me manter este filho. Eu não vou voltar para o meu país, nem vou usar a criança para reivindicar qualquer propriedade, só quero manter uma lembrança, por favor, me conceda esse desejo.— Por q
— Você deveria pensar bem em como fazer com que Afonso não descubra o que você fez. — Beatriz disse sorrindo, e o rosto de Débora ficou ainda mais pálido. Ela se levantou, olhando profundamente para Afonso. — Afonso, você pode me acompanhar até em casa?— Claro.Agora, o olhar de Afonso para Beatriz também era muito complexo. Ela realmente o amava profundamente, até mesmo disposta a se humilhar, pedindo à avó para não os pressionar mais.Afonso seguiu Beatriz escada abaixo.Beatriz foi até a frutaria ao lado, escolhendo cuidadosamente uma cesta de frutas, e também comprou um buquê de flores.— Leve isso para cima. Embora ela não tenha se machucado, cair enquanto está grávida deve ter sido assustador, você precisa realmente consolá-la.— Eu não sabia... que você tinha um lado tão generoso.— Ah, as pessoas mudam, eu também quero o seu bem, não é?Beatriz quase sentiu náuseas ao dizer isso, mas se conteve.— Afonso, já que você me deixou por ela, você tem que persistir, não pode desistir
A respiração do homem estava desordenada, rápida, ardendo contra o peito dela. Era uma sensação formigante, como uma pluma sendo soprada para cima e para baixo.O rosto dela começou a queimar incontrolavelmente, e as orelhas lentamente se tornaram vermelhas.O olhar de Daniel era sombrio e profundo, como o de um lobo fixado em sua presa, pronto para devorá-la a qualquer momento.— Está nervosa?— Me solta, — ela disse, irritada.— Dê-me um beijo, e eu te solto.— Você... Daniel, você não tem vergonha? Quem é que está desconfortável aqui?— Eu posso aguentar.— Você...— E ficamos assim, nesse impasse.Beatriz olhou pela janela, notando os olhares curiosos dos transeuntes, claramente um espetáculo indecoroso sob a luz do dia.Ela baixou a cabeça, consumida pela vergonha e raiva.A autocontenção de Daniel era assustadora; mesmo nesse momento, ele permanecia imperturbável, embora o desejo em seus olhos fosse tempestuoso, pronto para transbordar. Mas ele observava com certeza de vitória, a