༺ Oliver Mourett ༻
O som da explosão e dos tiros ecoavam pela minha imensa mansão. Derick estava ao meu lado, após garantir a segurança de Mia e meu filho. Fui imediatamente até a minha sala de armas. Da última vez, utilizei uma metralhadora e não hesitaria em usá-la novamente.
Quando se trata da segurança do meu filho e da minha mulher, não penso duas vezes. Esteves vai se arrepender de ter invadido minha casa. Já me livrei de Mauro, porém ainda resta ele e esses parasitas dos meus sobrinhos, que resolveram buscar vingança pela morte de seus pais.
Assim que Derick pega as armas necessárias para o combate e eu também, nos preparamos para seguir para o salão principal da mansão. Ele me olha por um momento e comenta:
— Estou com o senhor até o fim, apenas me dê as ordens e minha equipe agirá imediatamente.
— Seja o que acontecer, espero que você mantenha nosso acordo de continuar fazendo a segurança da minha mulher e do meu filho. Eu não sei se vou sair vivo daqui Derick. — ele concorda com minhas palavras e responde.
— Eu sempre estarei aqui para o que precisar, senhor. Se acontecer algo, mando o último sinal para Gabriel fugir pela área de emergência, ele sabe o que fazer. Agora proponho colocarmos esses ratos para correr daqui! Que a guerra comece…
— Derick, precisamos acabar com tudo isso de uma vez por todas. Vamos dar um ponto final nessa guerra. Se Esteves não se render, eu o matarei sem pensar duas vezes! Estou cansado disso. — declaro, determinado em minha aflição.
Ele olha para mim sério, seu olhar refletindo o mesmo sentimento de determinação que eu sinto. Ele sabe que estou disposto a ir até o fim para proteger minha família.
— Compreendo seu desejo, senhor, e estarei ao seu lado em cada passo dessa jornada. Vamos fazer com que Esteves suma de uma vez por todas. — respondeu Derick com um tom decidido.
Enquanto seguimos em direção ao salão principal da mansão, minha mente divaga para o passado. Reflito sobre como tudo isso começou, como eles procuraram tomar o que era meu, como buscaram tirar a minha vida e a vida da minha mulher e meu filho.
"Esta guerra tem sido implacável e cruel", penso com amargura. "Mas tudo isso não é culpa minha. Porém, fui ingênuo em acreditar que poderia viver uma vida tranquila, longe das garras daqueles que invejam minha riqueza e poder.".
Chegamos ao salão principal e Esteves está lá, rodeado por seus capangas. O olhar que ele me lança é desafiador, cheio de ódio e sede de vingança. Ainda mais determinado, me aproximo dele e, com voz firme, digo:
— Esteves, chegou a hora de nosso acerto de contas final. Esta guerra tem que acabar, e se for necessário, acabo com você eu mesmo!
Esteves solta uma risada sarcástica, desdenhando das minhas palavras. Sua resposta é repleta de ódio:
— Você pode tentar, Oliver, mas eu nunca vou parar enquanto estiver vivo para me vingar pela morte dos nossos irmãos! O sangue se paga com sangue, lembra? Das velhas palavras do nosso pai?
Sinto uma mistura de raiva e frustração invadindo meu ser. Ele está certo, tudo isso é culpa nossa, culpa por termos permitido que essa disputa entre irmãos chegasse a esse ponto.
Mas agora não há mais volta. Se eu quiser proteger aqueles que amo e garantir um futuro seguro para meu filho, tenho que enfrentá-los e acabar com ele de uma vez por todas.
— Sim, Esteves, o sangue se paga com sangue. E é isso que farei agora mesmo. Acabarei com você e com todos os que ousarem me desafiar. Essa guerra termina aqui e agora! — afirmo, apertando o gatilho da metralhadora.
Enquanto nos encaramos, esperando pelo confronto final, sei que estamos prestes a entrar em uma batalha que mudará para sempre o destino de nossas vidas. Mas, desta vez, estou mais decidido do que nunca a vencer e pôr fim a toda essa violência que nos consome.
— Morra, seu desgraçado, e se junte de uma vez com os outros… — começo a disparar tiros e Derick e seus homens atacam junto comigo.
O ambiente está tenso, e o ar está carregado com a energia da iminente troca de tiros. Meu coração b**e mais rápido enquanto segurava firmemente a metralhadora nas mãos, disparando. Derick está ao meu lado, segurando sua escopeta com a mesma confiança. Olho ao redor e vejo os inimigos se aproximando lentamente, com armas em punho e olhares de ódio. Eles são homens perigosos, seguidores de Esteves, que se uniram para nos derrotar.
Ao perceberem que estão em menor número, os capangas de Esteves começam a recuar. Por um descuido meu, quase ele me acerta, mas Derick me defende, atirando em seu braço. Esteves se esconde em uma das colunas da sala e comenta:
— Infelizmente, vou precisar me retirar, pois estou ferido, mas volto, seu desgraçado. Não sossego enquanto não meter uma bala no seu peito, matar aquela sua cadela e seu filho…
— E você acha que vou deixar um rato como você fugir depois de tudo que aconteceu? Homens, o capturem. Agora é melhor cortar o mal pela raiz imediatamente. — mando meus homens correrem imediatamente para segurá-lo, mas uma explosão acontece e uma rajada de fumaça surge, provavelmente alguma bomba, fazendo todos recuarmos, perdidos entre a fumaça.
Após alguns minutos, quando a fumaça some, só resta o rastro de destruição que ficou pela minha mansão. Que inferno, esse lugar não é mais seguro. Não posso deixar meu filho e a Mia aqui. Derick verifica tudo ao seu redor e depois volta me observando sério, comentando:
— Esse maldito infelizmente fugiu, mas já mandei outros homens irem atrás dele. Temos que localizá-lo e acabar com isso de uma vez, senhor. Essa guerra já passou da hora de terminar.
— Concordo com você. Dê um jeito de encontrá-lo. Faça o seguinte: coloque sua cabeça a prêmio e assim o encontraremos. Duvido que algum mercenário rejeitará uma oferta como essa de 500 mil. — dou um sorriso malicioso ao falar isso e Derick concorda com minhas palavras.
Ele vai até seus homens e comenta algo com eles. Continuo observando o rastro de bagunça que ficou na minha mansão. Me sento por um momento em um dos sofás, completamente destruídos. Teremos muita bagunça para os funcionários limparem. Eu também estou todo ferrado. Logo, meus pensamentos vão para Mia, e meu filho. Espero que eles estejam bem.
Vou para o meu quarto rapidamente, tomar um banho e troca de roupa. Em seguida, aperto o botão que chama Gabriel. Ele atende o telefone e peço para que ele traga a Mia de volta, pois a guerra havia acabado. Assim que ela volta para o quarto, percebo que está muito amedrontada. Nosso filho chora muito. Ao me ver bem, ela chora e parece aliviada, e me abraça enquanto comenta:
— Graças a Deus, isso acabou. Ainda bem que você está vivo e que não aconteceu nada mais grave.
— Falei que eu iria voltar para você, não disse? Não deixarei nada acontecer com você e com o nosso filho. Fique um pouco no quarto. Está uma bagunça lá fora, uma verdadeira zona de guerra! — ela concorda com minhas palavras e se senta na cadeira com meu filho.
O segurança nos dá privacidade. Mia queria amamentar nosso filho, então decidi sair para dar-lhe mais liberdade.
Ainda observo da sacada da escada tudo o que aconteceu na mansão. Só espero que Derick consiga colocar a mão nesse cachorro do Esteves que resolveu invadir minha casa e não deixar minha vida em paz. Por um momento, olho para o velho quadro, que está pendurado na parede da minha casa, um retrato do meu pai, e digo:
— É, seu Nicolae, você não errou quando me disse que eles tentariam me matar para colocar as mãos em tudo o que é meu. Mas é bom que o senhor saiba que não renuncio a nada. Espere, porque logo Esteves estará no inferno fazendo companhia aos outros ao seu lado.
Pode parecer loucura dizer algo assim para o retrato do meu pai, mas não acredito que um homem cruel como ele tenha ido para o céu. Provavelmente, está pagando por seus pecados no inferno. Respiro fundo, analisando toda essa situação. Vejo os funcionários limpando toda a bagunça. Agora preciso pensar em uma forma de me prevenir contra o próximo ataque.
༺ Mia Carrozzini ༻ Assim que coloquei Nicolae no berço, vi a babá entrar para assumir seu posto. Digo para que ela cuide do meu filho, pois preciso sair um pouco desse quarto para respirar um ar puro. Ao seguir na direção das escadas, vejo ainda da sacada a grande destruição que se espalhou pela mansão. Estou completamente perplexa. Parece uma cena de filme de guerra.Cada parte da mansão estava completamente destruída por marcas de tiros e explosões, sem falar nas vidraças quebradas. Eu já previa isso, pois dava para ouvir o que estava acontecendo enquanto estava presa naquele quarto. Eu ouvia os impactos dos tiros e explosões. Quando estou no centro do salão, observando todo o cenário, sinto um arrepio na espinha, como se alguém estivesse atrás de mim. De repente, me virei e avisto o reflexo de Lupíta me observando seriamente. Engulo em seco, pois tenho certeza de que só pode ser uma alucinação que minha mente está me pregando.— Você está vendo o que causou, Mia? Destruiu toda a
༺ Oliver Mourett ༻ — Você pensa mesmo que vou deixar você levar o meu filho de perto de mim? Isso nunca! Não se preocupe, ele está seguro. Eu sabia o quanto Mia estava aflita com toda essa situação que estamos passando depois do ataque de Esteves, mas uma coisa que eu não poderia permitir, nunca, era que ela tirasse meu filho de perto de mim. Continuei observando-a seriamente. Então, ela respondeu ácida.” — Eu não estou pedindo permissão para você, Oliver. Estou te avisando: antes de você ser o pai de Nicolae, não se esqueça que sou a mãe e tudo que ameaça a vida do meu filho, se for para o bem dele, eu dou um jeito de sumir com ele no mundo. — Você não teria essa coragem de tirar o meu filho de perto de mim. Eu não permitirei isso, fique bem ciente. Eu já passei por muitas coisas, eliminei meu próprio sangue para ficar com você. Agora, se você disser que vai tirar o meu filho de mim, você vai criar uma grande guerra comigo também. — eu não gostava de ser duro com as minhas pala
༺ Mia Carrozzini ༻ Na manhã seguinte, acordei mais disposta. A noite anterior havia sido difícil, com a discussão com Oliver e as palavras que ele me disse ainda estava ecoando em minha cabeça. Mas eu estava determinada a mostrar que suas palavras não me afetavam da forma como ele pensava. Ao me aproximar do berço, percebi que Nicolae já estava acordado. Com um sorriso no rosto, eu disse: — Bom dia, meu dorminhoco! Você dormiu bem? Eu também estou de bom humor. Vem cá, quero encher você de beijinhos. Peguei Nicolae em meus braços e comecei a amamentá-lo, pois tinha certeza de que ele estava faminto. A conexão de mãe e filho é algo realmente incrível. Seu olhar sereno e dócil me transmitia gratidão, como se ele soubesse que estou aqui para cuidar dele e amá-lo incondicionalmente. Essa é a única conexão verdadeira que conheço. No entanto, às vezes, me pergunto como minha própria mãe teve coragem de me abandonar e me deixar com meu pai. Por que ela nunca sentiu saudades de mim? Será
༺ Oliver Mourett ༻Mia havia me ignorado durante todo o café da manhã, mantendo-se em silêncio. Não disse uma única palavra, assim como também não dei o braço a torcer. Quando Derick me chamou para me falar que já havia colocado as escutas, eu estava mais tranquilo, era uma questão de tempo até encontrarmos os traidores. Não estava suportando a situação entre mim e minha cherry. E precisava fazer algo.Estava decidido ir até ela pedir desculpas pelo ocorrido ontem. Sei que agir de uma forma rude e insensível não me importava com o que ela estava sentindo naquele momento. Era o seu lado de mãe falando mais alto querendo proteger o nosso filho. Quando me aproximei, ouvi a conversa do segurança com ela.Quando ela revelou estar cansada de tudo que vinha passando e que sua vida teria sido mais fácil se não tivesse se envolvido comigo, aquilo doeu. Sei que começamos com o pé esquerdo quando ela foi comprada por mim, mas nunca parei para pensar como ela se sentia em relação a tudo, já que e
༺ Mia Carrozzini ༻Notei que Oliver não estava nada contente com a chegada dessa tal Lúcia ao nosso apartamento. Eu podia perceber pela expressão séria com que ele a observava. Tenho a impressão de que essa mulher não veio com boas intenções até aqui. Quando ela revelou precisar de ajuda, acabei acreditando por um momento. Após alguns minutos, finalmente Oliver disse:— Eu não consigo entender como você faliu e perdeu tudo. Até onde sei, a Lupíta comprou seu apartamento e escritório com algumas de suas economias e investiu em você. Depois disso, você nunca mais apareceu, e agora vem me pedir ajuda, Lúcia?— Olha, aconteceram alguns problemas na minha vida, Oliver. Se eu não procurei minha tia antes, era apenas para protegê-la. Eu não queria que nada acontecesse com ela. Sei que ela pensa que sou ingrata, mas não é assim que as coisas são. — ele deu uma gargalhada, observando-a de cima a baixo, e respondeu de forma sádica.— Você realmente acha que se fosse isso você já não teria retor
༺ Oliver Mourett ༻Após minha brincadeira no banheiro com Mia, estou terminando de me enxugar com a toalha enquanto ela me observa de maneira maliciosa. Dou apenas uma risada baixa e vou até o closet pegar uma cueca. Ela continua passando seu hidratante e me observa curiosa. Decido alfinetá-la.— Por que você está me olhando assim? Quer repetir a dose, é isso? Se quiser, pode vir, saiba que estou aqui com todo gás!— Às vezes, eu me surpreendo com todo esse fogo que você possui, principalmente pela sua idade! — olho para ela confuso, sem entender o que ela quis dizer, e pergunto.— Não entendi o que minha idade tem a ver com isso. Você acha que, por eu ser 19 anos mais velho que você, não posso ser um homem viril? Saiba que você está enganada. Meu pai, até os seus 75 anos, era bastante viril. Então, isso vem de família. E treparemos muito…— Nossa, se for assim, bom, pelo menos sei que não vou ficar sem sexo tão cedo! — ela dá uma risada provocativa. Na mesma hora, me sinto desafiado
༺ Mia Carrozzini ༻Dias depois…— Você já escolheu o seu vestido ou ainda não pensou em nada? — Noêmia perguntou curiosa.Com tantas coisas acontecendo na minha vida, eu havia até mesmo esquecido do meu casamento. Não estava com cabeça para pensar naquilo. Respirei fundo e respondi com um semblante triste.— Ah, amiga, com todos esses ataques acontecendo, eu não posso pensar nisso agora. Primeiro estou preocupada com a segurança do meu filho.— Imaginei que você me diria isso, Mia! É porque vocês marcaram a data há dois meses, então eu julgava que seria rápido. Mas posso entender o quanto tudo isso está abalando você. — minha amiga sabia como eu estava sofrendo com toda essa situação, principalmente a preocupação com meu filho.Oliver resolveu trazê-la para passar o final de semana conosco na tentativa de me animar, já que eu andava muito triste pelos cantos da casa.— Ai, Noêmia, eu só queria que tudo voltasse a ser normal. Mas acredito que não é possível nada ser mais normal na minh
༺ Oliver Mourett ༻ As coisas entre mim e Mia não estavam fáceis, porém eu não esperava ouvir aquelas palavras da sua boca. Ela pensa que foi a única que perdeu tudo. Acabei perdendo muito mais nessa história do que ela. Se soubesse como é difícil ter que eliminar o meu próprio sangue para permanecer ao seu lado, não diria palavras tão cruéis. No meio de tudo isso, eu ainda perdi minha nona, a única pessoa que amei depois dela. Muitas vezes eu me sentia solitário e com muita falta da presença de Lupíta, principalmente quando lembro da nossa última discussão. Eu ainda sinto um certo remorso. Fui para o meu escritório ver se eu encontrava alguma coisa que me ajudasse a parar o sangramento na minha mão. De repente, vejo Derick bater na porta e entrar. Ao observar o ferimento, ele pergunta preocupado: — Senhor, eu vim passar as últimas informações. Nossa, o que foi que aconteceu com a sua mão? Caramba! Está sangrando muito. — Não se preocupe, é apenas superficial. Acabei me enfurecendo