Capítulo 07

༺ Mia Carrozzini ༻

Notei que Oliver não estava nada contente com a chegada dessa tal Lúcia ao nosso apartamento. Eu podia perceber pela expressão séria com que ele a observava. Tenho a impressão de que essa mulher não veio com boas intenções até aqui. Quando ela revelou precisar de ajuda, acabei acreditando por um momento. Após alguns minutos, finalmente Oliver disse:

— Eu não consigo entender como você faliu e perdeu tudo. Até onde sei, a Lupíta comprou seu apartamento e escritório com algumas de suas economias e investiu em você. Depois disso, você nunca mais apareceu, e agora vem me pedir ajuda, Lúcia?

— Olha, aconteceram alguns problemas na minha vida, Oliver. Se eu não procurei minha tia antes, era apenas para protegê-la. Eu não queria que nada acontecesse com ela. Sei que ela pensa que sou ingrata, mas não é assim que as coisas são. — ele deu uma gargalhada, observando-a de cima a baixo, e respondeu de forma sádica.

— Você realmente acha que se fosse isso você já não teria retornado, Lúcia? Acha que sou algum otário? Você conhece muito bem o mundo em que vivo. Alguém que quisesse fazer algo contra minha nona teria que ser muito louco para tentar.

— Como eu disse anteriormente, você não entenderia as razões por trás, mas você não pode dizer que alguém não seria muito louco porque essa pessoa simplesmente matou a minha tia e você não a protegeu. — ela responde aquilo seriamente como se não se intimidasse com as palavras de Oliver.

— O que aconteceu com a nona foi uma fatalidade, mas não foi por falta de aviso da minha parte para ela. Um dos seus próprios filhos atirou contra mim, e ela, na tentativa de me proteger, se meteu na frente. Acredite, eu não pedi por isso. Lupíta me deu uma nova chance de viver, Lúcia. No entanto, o mesmo desgraçado que a matou está, neste momento, queimando no inferno.

— Meu Deus, me disseram que ela havia falecido, mas eu não imaginava o que acontecera. Pelo jeito, eu não sei de muita coisa que andava acontecendo naquela mansão, não é, Oliver? — ele dá um sorriso sarcástico e, ao mesmo tempo, ameaçador enquanto responde.

— Vou resumir para você compreender tudo o que aconteceu. Mauro inventou que tinha direito ao meu cassino e ficou com olhos gananciosos ao ver que ele se tornou um dos mais frequentados de Los Angeles. Ele induziu os outros a pensarem que tinham direito aos lucros gerados por eles, por serem filhos do meu pai. Uma guerra começou entre nós cinco e não terminou da melhor maneira possível. Matei Nicolas, em seguida Otto, e por último Mauro. Continuo travando uma guerra com Esteves, que me atacou recentemente, e é por isso que estou neste apartamento.

— Nossa, estou chocada! Então é por isso que você está aqui, se escondendo com essa garota? Sei que você deve estar querendo saber como eu te encontrei, mas eu conhecia bem este apartamento. Lembra que já morei aqui por um tempo alguns anos atrás, quando precisei, e você me cedeu este lugar?

Ela revela isso de maneira maliciosa. Posso sentir a tensão no ar e continuei apenas observando os dois. No entanto, Oliver se aproxima de mim, segurando minha cintura, e comenta de maneira debochada. Sinto que entre os dois há muito mais do que ela sendo apenas sobrinha de Lupíta.

— Claro que lembro, você estava passando por uma situação difícil, havia acabado de perder seus pais, e você não queria ficar na mansão. Agora, peço que não divulgue minha localização para ninguém. Não sei nem se é o momento certo para você ficar neste apartamento, pois agora não consigo confiar em ninguém, e é muito estranho seu aparecimento repentino.

— Vi apenas por que preciso de ajuda, nada mais que isso. Se me permitir ficar em um dos quartos do apartamento, eu agradeço! — ele olha para mim, esperando que eu diga algo. A mulher também parece suplicar com os olhos, observando-me. Analiso toda a situação, pois tenho medo de trazer um leão para dentro da minha própria casa, que pode vir a me atacar depois. Então, respondo.

— Olha, eu não sei o que dizer, porém, não quero você aqui. Sei que você é sobrinha da Lupíta, contudo, no momento, eu não confio em ninguém. As pessoas em quem mais confiava foram as que me traíram da pior forma. Entretanto, Oliver tem vários apartamentos. Tenho certeza de que ele não teria problema em ceder algum até você se estabelecer financeiramente. E é claro, arrumar alguma coisa para você na empresa dele. Mas aqui, no meu apartamento, na minha casa, eu não quero você. Não me leve a mal, não é rixa ou algo assim. No entanto, sou uma mãe que está protegendo seu filho.

— Claro, entendo perfeitamente o seu ponto de vista Mia, mas eu jamais faria mal a uma criança, eu não sou monstruosa assim como você pensa, sei que você ainda não me conhece direito, porém conheceu a minha tia! — concordei com suas palavras e respondi me sentando no sofá.

— Sim, conheci Lupíta. Era uma pessoa maravilhosa que, depois, se tornou a minha inimiga quando descobriu que Oliver matou um dos seus irmãos devido a mim. No entanto, não pense que essa guerra começou devido a mim. A disputa pelo cassino já estava acirrada entre todos. O problema é que o Nicolas queria uma coisa que ele não podia ter, no caso, era eu.

— Eu não me surpreendo com isso, Nicolas sempre foi assim. Quando uma mulher o rejeitava, ele fazia todas as artimanhas para conquistá-la. Ele tentou isso comigo no passado, mas a minha tia não deixou. No entanto, estou recomeçando do zero e espero que um dia possamos ser amigas, é claro. — continuo desconfiada dessa mulher por um momento, sinto que ela veio para trazer o inferno à minha vida. No entanto, ainda é cedo para ter essas suspeitas.

— Tudo bem, a gente conversa sobre isso depois. Oliver, mandei a empregada colocar a mesa e, é claro, Lúcia, você pode se juntar a nós. Depois, ele manda um dos seus seguranças levá-la a algum apartamento que ele possui na cidade.

Ela concorda com as minhas palavras e Oliver apenas continua observando de maneira séria na mesa. Ele não diz uma palavra, deve estar com a mesma desconfiança que eu. Com toda certeza, vai me contar alguma coisa quando ela sair daqui. Assim que o almoço termina e depois de alguns minutos de conversa com Lúcia, Oliver a despachou para um de seus apartamentos. Quando ela deixou o prédio rapidamente, ele me observou por um momento e disse:

— Vamos arrumar nossas coisas e sair daqui. Esse lugar não é mais seguro. Lúcia é tão traiçoeira como meus outros irmãos. Acredite, eu conheço bem essa mulher. Ela provavelmente deve ter sabido de alguma coisa.

— Eu já imaginava que você diria isso, mas dessa vez, a gente vai para onde, Oliver? Eu não aguento mais essa vida de ficar me escondendo e fugindo. — ele passa a mão na barba, me observando, e responde.

— Vamos para outra casa que eu tenho. Mas não se preocupe, essa ninguém sabe, nem mesmo Derick. E lá você estará totalmente segura até eu resolver tudo. Prometo que isso acabará logo. Já estamos no encalço de Esteves. Será por pouco tempo.

Apenas concordei com suas palavras, o abraçando. Eu não via a hora desse sofrimento terminar. Passamos quatro meses maravilhosos sem qualquer tipo de perturbação até que esse irmão do Oliver apareceu novamente, e agora essa mulher também. Eu não sei o que esperar disso tudo.

Amo Oliver de uma maneira que jamais podia imaginar que sentiria por alguém. No entanto, a incerteza e o medo de estar ao seu lado se instalaram em meu coração, principalmente fazendo o alerta de mãe em meu peito falar mais alto. Se eu descobrir que essa mulher é uma ameaça para o meu filho, eu não pensarei duas vezes em fugir, e Oliver não terá nenhum tipo de notícias minhas. Tudo o que eu fizer será apenas para o bem de Nicolae.

Quando finalmente terminamos a nossa mudança, a casa era muito elegante e confortável. Estávamos em um condomínio bastante requisitado. Eu esperava que, dessa vez, tivéssemos sossego. Meu filho, como sempre, dormiu após se alimentar, e eu decidi ir até o banheiro tomar um banho rápido. Precisava relaxar um pouco. Enquanto terminava de lavar meus cabelos com condicionador, senti mãos envolvendo minha cintura.

— Desculpa, mas eu não resisti. Vi você entrando no banheiro e decidi me juntar a você nesse banho.

— Não me surpreendo com isso, sabia? Espero que você tenha trancado a porta para nenhum funcionário entrar. — ele deu uma risada rouca perto do meu ouvido e respondeu, acariciando meus seios.

— Lógico que tranquei a porta, cherry. Não sou louco, até porque você fica bem barulhenta quando estou te fodendo com força…

— Ei! Eu não sou assim. Não lance calúnias contra minha pessoa. — Mourett bateu na minha bunda e disse de um jeito safado, enquanto se misturava com a água do chuveiro.

— Pare de falar e me beija. Quero sentir essa sua boca gostosa na minha. Não quero discussão.

Então, ele tomou minha boca de maneira feroz, explorando cada parte do meu corpo. Apenas fechei meus olhos por um momento, apreciando o prazer. Nessas horas, a melhor coisa que eu podia fazer era aproveitar o momento.

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