Capítulo11

 ༻ Mia Carrozzini ༻

Minha última discussão com Oliver não foi das melhores. Eu andava muito preocupada e tinha os meus motivos. A Noêmia partiu na mesma noite; precisava voltar ao trabalho e achava melhor que fosse assim, temia pela sua segurança ao meu lado. Novamente, eu estava sozinha, cercada de seguranças naquela pequena mansão. Os meus dias se tornaram tenebrosos diante de tudo que vem acontecendo. Como se eu estivesse presa pagando pelos meus crimes enquanto o verdadeiro bandido estava solto.

Eu jamais pensei que eu e Oliver acabaríamos nos afastando depois de tudo que aconteceu entre nós e dos vários desafios que passamos juntos. Mas, quando se trata da segurança do Nicolae, minha intuição de mãe fala mais alto e não consigo confiar que o Oliver nos protegerá. É como um instinto materno que indica que algo está prestes a acontecer. Porém, espero estar errada sobre isso. As minhas noites têm sido difíceis, sempre estou tendo um sonho ruim em que meu filho é levado de mim por Esteves. Nem gosto de pensar nessa possibilidade, pois isso acabaria comigo.

Decidi passar um pouco do meu tempo na piscina ao lado do meu filho e da babá. Nicolae estava cada dia mais lindo e saudável à medida que o tempo passava. Depois de uns minutos, a babá o retirou da piscina e eu também sai, colocando uma roupa mais confortável. Ficamos ali conversando, quando ouvi uma explosão e tiros. Imediatamente, Gabriel aproximou-se de mim e da babá, comentando:

— Senhorita Mia, precisamos lhe esconder com o bebê. A mansão está sendo atacada. Vem, não temos muito tempo. Por favor, Sofia, corra agora com ela. Vou tentar ganhar tempo. Não estava esperando por um ataque como esse. Senhorita, ligue para Derick…

Senti o meu sangue gelar quando ouvi aquilo. Parece que eu estava adivinhando que algo ruim iria acontecer hoje, e detesto quando acerto. Peguei meu celular na mesa e rapidamente saí em disparada ao lado de Sofia. Ao entrarmos no quarto, colocamos todas as coisas possíveis para empatar a passagem de quem quer que fosse entrar. Liguei para Oliver, mas ele não me atendeu. Que inferno! Decidi ligar para o número do Derick, que rapidamente me atendeu e comentou surpreso:

— Senhorita Mia? Aconteceu alguma coisa? Mas espera um momento, isso são tiros? O que está acontecendo aí?

— Derick, por favor, mande todos os seus seguranças possíveis. Estamos sendo atacados! Eu sabia que isso voltaria a acontecer. Não temos muito tempo, eles vão nos matar. — disse isso com bastante desespero na voz, enquanto olhava de relance pela sacada, vendo os homens atirando contra os meus seguranças e cada vez mais invadindo a casa.

— Fique tranquila, senhorita. Farei o que estiver ao meu alcance para impedir que isso aconteça com vocês. Mas que inferno! Eu deveria ter ficado hoje na casa. Onde está o Gabriel?

— Eu não sei. Ele ficou lá fora para tentar impedir os invasores. Não sei se ainda se encontra vivo. Meu Deus, eu morrerei com meu filho…

Comecei a chorar desesperadamente antes que pudesse imaginar, a porta foi simplesmente arrombada em um estrondo. Sofia se encolheu com o meu filho no canto do quarto e logo começou a chorar. Eu sabia que a qualquer momento eles iriam entrar, estavam cada vez mais destruindo a porta. Eu tentava impedir batendo com uma cadeira de madeira no braço deles, mas um dos homens só ficava mais furioso. Mais um estrondo ocorreu, fazendo a porta se abrir abruptamente, e eles entraram furiosos, comentando:

— Sua vagabunda, estava tentando se proteger? Você está sozinha, mas ainda não chegou a hora da sua morte. Queremos apenas o seu filho. O entregue para nós.

— Isso nunca… eu não vou permitir que vocês levem o meu filho. Antes vão ter que me matar para isso. — o outro capanga disse sem paciência alguma, mirando a arma para mim e disparando em seguida.

— Então, não seja por isso, seu Esteves disse que não era para matar você, mas caso mostrasse resistência, que atirássemos e tomássemos seu filho. Ele vai conosco, querendo ou não!

Coloquei-me à frente de Sofia e do meu filho para impedir que eles tentassem qualquer coisa. Então, um dos seguranças atirou na minha barriga, me fazendo ajoelhar, e me empurrou com um chute brusco, comentando:

— Avisei para você sair do nosso caminho, sua vagabunda. Mesmo assim, você insistiu em se meter onde não devia. Agora, saia da minha frente e você, garota, venha comigo e o bebê. Não tente resistir, ou sento a mão na sua cara.

— Não, por favor… não me machuque! Eu vou, não faça nada conosco, não temos culpa dessa guerra. — Sofia implorou, protegendo meu filho.

O homem acabou perdendo a paciência com ela e a agarrou pelo cabelo de maneira violenta, arrastando-a para fora, e meu filho começou a chorar sem entender toda aquela violência. Tentei-me levantar e, quando eles estavam saindo, agarrei em um deles e, segurando uma das suas pernas, disse:

— Eu não posso deixar que vocês levem o meu filho. Vocês terão que me matar para isso.

— Não me importo em conduzir isso de uma só vez, pois seria menos um problema para resolver. — observo o homem apontar arma para mim e o outro capanga comenta tirando a arma da minha direção.

— Não Scott! Você sabe que Nicolas quer o Mourett desesperado. Apenas dei uma correção para ela aprender. Vamos, não temos muito tempo disponível, em breve mais seguranças chegarão…

O homem me olhou com desprezo. Em seguida, chutou duas vezes o meu abdômen e me segurou pelo pescoço, empurrando-me com violência contra a parede, e disse antes de me retirar, enquanto eu sangrava pela boca.

— Agradeça que estou com pressa e sendo generoso só te dando pancadas, porque se dependesse de mim, eu já teria dado um tiro na sua cabeça. E seja grata também pela nova vida se sobreviver depois desse tiro na sua barriga, sua idiota.

Então, vi meu filho sendo levado por eles e comecei a entrar em desespero. Mesmo sentindo que a vida estava sendo ceifada de mim. Não tenho forças para ir atrás de ninguém nesse momento. Tudo começa a ficar embaçado na minha visão, sinto que a vida está saindo lentamente de mim. Quando vejo alguém entrar pelo quarto e comentar desesperado, está tudo embaçado, mas pela voz posso perceber que é Gabriel.

— Senhorita Mia? O que eles fizeram com você? Meu Deus, eles levaram o bebê. Me perdoe, eu não pude protegê-los.

Tudo parece embaçado na minha frente. Dizem que quando você está perto de morrer, a sua vida passa como se fosse um filme. Eu não quero acreditar que esse era o meu fim, mas estou começando a julgar que a minha hora tinha chegado. Gabriel desce as escadas desesperadamente comigo, tento acompanhar tudo de relance. Então, ele me coloca no carro e acelera. Eu não sei se vou conseguir chegar viva ao hospital, porém, se isso acontecer, eu agradeço a Deus. Cada vez sinto o sono da morte mais forte e Gabriel comenta:

— Por favor, seja forte! Aguente firme, nós chegaremos rapidamente ao hospital. Não morra, você precisa sobreviver para recuperar o seu filho.

Mas eu não consigo dizer nada, apenas sinto as golfadas de sangue saírem pela minha boca e ficarem cada vez mais fortes até sentir meus olhos pesarem ainda mais e, apenas ouvindo sussurros da voz de Gabriel antes de tudo escurecer.

— Senhorita Mia, por favor, acorde. Fique comigo, não desista. Por favor, seja forte…

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