A pressão sobre Sarah e Thomas estava em seu ponto de ruptura.Com Anna intensificando os ataques nas redes sociais, planejando usar a justiça contra Sarah e movendo um pedido de guarda de Adrian, parecia que o mundo inteiro estava contra elesSarah mal conseguia dormir, assombrada por pesadelos e pela constante sensação de estar sendo vigiada.Cada notificação nas redes sociais era um novo ataque de Anna. Cada manchete sensacionalista distorcendo a verdade lembrava Sarah de como Anna era ardilosa.Thomas, por sua vez, dividia-se entre o trabalho, as reuniões com advogados e o cuidado com os filhos, enquanto buscava uma solução para o caso. A cada dia, ele sentia mais o peso do mundo sobre seus ombros.Sarah estava devastada, já não podia contar com o apoio de Thomas, que estava confuso e se deixando enredar pelas artimanhas de Anna novamente.Contudo, quando a esperança já se esvaía, um aliado inesperado surgiu: Dr. Arthur.Arthur havia retornado do exterior há poucos dias. Ele havia
Quando Thomas avistou a bebê abandonada na mesa de Arthur, uma recém-nascida irradiando uma doçura inexplicável, seu coração disparou. Ao olhar para ela e depois para o bebê de Anna, uma conexão visceral, quase mística, o invadiu.Era como se o destino, em um momento de caos, lhe apresentasse a chance de consertar um erro. Uma intuição poderosa o guiou.Ele não podia deixar que aquela inocente criatura vagasse sem um lar. Sem hesitar, decidiu adotá-la, unindo as duas crianças sob seu cuidado — um laço forjado em um pressentimento inabalável.Determinando-se a ajudar, Arthur decidiu investigar os arquivos do hospital. Ele precisava descobrir a verdade por trás das alegações de Anna. Após horas revisando relatórios e registros, encontrou algo que poderia mudar tudo: as gravações das câmeras de segurança daquela noite.As imagens mostravam uma mulher entrando pela emergência. Ela estava exausta e ferida, com as roupas chamuscadas e um olhar de dor. Mesmo naquele estado, carregava uma rec
Arthur sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando a verdade finalmente se revelou diante de seus olhos. "NoName", o nome pelo qual todos haviam conhecido a paciente que, cinco anos antes, chegara em estado crítico ao setor de voluntários onde ele trabalhava, não era outra senão Sarah.A mesma Sarah que agora estava no centro de uma tempestade emocional e legal que envolvia todos ao seu redor.A lembrança daquela noite fatídica invadiu sua mente: a jovem atendida às pressas, marcada pela violência e brutalidade. Arthur recordava-se não apenas do estado físico de Sarah, mas também do emocional ― uma alma despedaçada, lutando para sobreviver.Ele havia feito tudo ao seu alcance para ajudá-la a superar aquele momento, mas jamais poderia imaginar que o responsável por aquilo era Thomas.A revelação o abalou profundamente. Thomas, o homem que ele respeitara e considerara um amigo, era o autor de um ato tão desprezível? Era difícil conciliar a imagem do pai amoroso de Adrian e Aurora com
Thomas caminhava pelo corredor da mansão, os passos agora soando como batidas insistentes em seus ouvidos.Não era o silêncio da noite que o perturbava, mas um zumbido crescente de ansiedade sob a pele. O que o tirara da cama? Uma inquietação que ele não conseguia, ou não queria, identificar.Ao passar pela biblioteca, uma luz fraca escapando por baixo da porta o deteve. Ele ouviu vozes: a de Sarah, inconfundível, misturada a um tom grave que ele conhecia bem. “Arthur”.“O que ele estava fazendo ali com Sarah naquela hora? Só os dois na biblioteca?”Sarah e Arthur estavam sentados próximos, conversando em tom baixo, mas com uma intensidade que ele não podia ignorar. Hesitou, a mão pairando no ar antes de se decidir a espiar. Thomas hesitou por um momento, escondendo-se parcialmente na sombra da porta entreaberta.A proximidade deles, a maneira como Sarah sorria ― um sorriso que ele raramente via ultimamente ― acendeu um fogo frio em seu estômago. As palavras eram quase inaudíveis, mas
Sarah observava a luz que atravessava as janelas do hospital, enquanto aguardava notícias dos exames de Adrian. Ao seu lado, Arthur distraía as crianças com uma conversa animada.— Aurora, você fez mais desenhos? — Arthur perguntou, sorrindo para a menina. — Adoraria ver artes suas.Aurora sorriu radiante e animada mostrando seu caderno com vários desenhos feitos por ela.Sarah sentia-se grata com Arthur, a forma como ele interagia com as crianças a tocava, mas também sentia um incômodo que não conseguia explicar.Enquanto isso, Thomas reunia-se com a equipe médica, sua tensão evidente. Ele não conseguia desviar o olhar da porta, consumido pela imagem de Arthur rindo com seus filhos.Um ciúme que ele sentia ser infundado o corroía, ameaçando o que havia construído, mesmo com Arthur sendo seu amigo desde a infância. Ele não gostava da proximidade entre ele e Sarah.Quando finalmente saiu da reunião, Thomas avistou Sarah e Arthur juntos, rindo enquanto Aurora mostrava seu desenho. O olh
Thomas ficou parado no jardim, lutando para controlar o turbilhão de emoções que o consumia.Finalmente, chegara o dia do julgamento de Anna. A sala do tribunal estava lotada. O burburinho do público era abafado pelas vozes graves dos advogados e pelo ranger das cadeiras. Thomas e Sarah estavam sentados na primeira fileira, com semblantes firmes. Adrian e Aurora ficaram em casa, protegidos do circo midiático que o julgamento havia se tornado.No banco dos réus, Anna sentava-se ereta, vestida com elegância, mas sem o brilho habitual nos olhos. Por trás da postura altiva, havia um medo latente. Seu advogado sussurrava instruções, mas ela não parecia ouvi-lo.A porta dos fundos se abriu, e Olívia entrou. Um silêncio tomou conta do ambiente. Ela caminhou com passos decididos até o banco das testemunhas. Seus olhos encontraram os de Sarah por um breve instante antes de se voltarem para o juiz.— A senhora se compromete a dizer a verdade, somente a verdade? — perguntou o juiz.— Eu juro — r
O clima na mansão estava tenso, era como uma corda esticada ao máximo.Durante a tarde, enquanto Sarah conversava com Arthur no jardim, as risadas de Adrian e Aurora ecoavam pelo ar, um som que antes trazia alegria, mas que agora soava como uma provocação.O sol da tarde dourava a cena, iluminando os cabelos de Sarah enquanto ela se inclinava para Arthur, rindo de algo que ele dissera. Arthur, com sua presença calma e acolhedora, ousou colocar a mão no ombro dela, um toque aparentemente inocente que, aos olhos de Thomas, queimava como fogo. Para qualquer observador desavisado, a cena transbordava cumplicidade, uma conexão que excluía qualquer outro. Mas para Thomas, parado à sombra da varanda, era uma tortura.Um ciúme ácido corroía suas entranhas, a possessividade gritando em cada fibra de seu ser. “Ela era dele,” sua mente urrava, mesmo sabendo que tal pensamento era irracional. Cada sorriso trocado, cada olhar cúmplice, era uma facada em seu orgulho ferido. O maxilar travado, os pu
Na quietude da noite, quando até as crianças já haviam se entregado ao sono, Sarah desceu em busca de água, tentando aliviar sua insônia. Ao entrar na cozinha, encontrou Thomas. A luz fraca mostrava um homem imerso em pensamentos obscuros, a solidão presente em cada expressão do seu rostoAo erguer os olhos e avistá-la, o silêncio entre eles pareceu se intensificar e se tornar ainda mais aterrador, como se a cozinha se transformasse em um cenário para seus temores ocultos e paranoias inabaláveis.Sarah tentou ignorar sua presença, pegou o copo e encheu-o na pia. Mas, ao tentar sair, Thomas bloqueou seu caminho.— Thomas — sua voz cortou o silêncio, carregada de uma tensão que parecia vibrar no ar. — Está bem, precisamos conversar.Thomas ergueu o olhar, e por um instante, o peso da noite pairou entre eles.— Sobre o quê? — ele respondeu, a frieza em sua voz denunciando a batalha interna que travava.Sarah hesitou, buscando as palavras certas, mas a dor e a frustração transbordavam.—