Mike Silva: — Vamos, Mike. Você está só o pó da rabiola, como depois de tantos anos você ainda é fraco para bebida? — Oliver pergunta, eu acho, enquanto me apoia em suas costas. — Cara, só foram três latinhas de cerveja. — Eu... é.. naum tou mal — tento dizer, mas minhas palavras não fazem sentindo nem para mim mesmo. — Mike, você é pesado demais, ganhou ainda mais músculos desde a ultima vez que tive que te carregar — Oliver reclama. Realmente, ultimamente ando treinando ainda mais, muitas coisas acontecendo e muita preocupação e confusão dentro da minha cabeça, pelo menos lá, eu podia me concentrar em algo que não fosse apenas mental. — Simm — minha voz sai arrastada. Mesmo Oliver sendo tão pequeno e magrinho, sempre me surpreendo em sua força. Ele me carrega nas costas como se eu fosse o mais fraco entre nós e não o contrário. Pisco os olhos, e, quando dou por mim, meu corpo está sendo jogado para dentro do meu carro. Minhas pálpebras ficam pesadas, sinto que palavras saem por
Laura Martins:— Olivia? — Abro a porta e a encontro do outro lado, com a roupa amarrotada e um semblante triste. Seus olhos parecem deprimidos. — O que aconteceu? — Pergunto, puxando-a gentilmente para dentro de casa. — Entre, vemos para o quarto.— Tio Oli, o que aconteceu? — Maya pergunta, em pé no sofá.— Só cansaço, querida — Olivia responde.— May, não fique em pé no sofá, sabe que não pode — a repreendo, ela faz carinho de cachorro sem dono e senta comportada. — Boa menina, continue assistindo.Deixo Maya assistindo TV na sala e levo Olivia para o meu quarto. Fecho a porta atrás de nós e a guio até a cama. Sentamo-nos lado a lado, não digo nada.— Você já comeu? — Pergunto, ela nega com a cabeça. — Vou pegar algo para tomarmos café.Faço menção de me levantar, mas Olivia segura meu braço, seus olhos cheios de lágrimas, sento novamente na cama. Fico em silêncio, esperando-a desabafa. Será que algo aconteceu com a mãe dela?— Ontem à noite... — Olivia começa, depois de longos seg
Mike Silva:Volto para casa tarde da noite, a mente ainda agitada com os eventos do dia. Ter passado o dia lutando contra os outros alunos da academia não me ajudou em nada, apenas fiquei com um olho roxo e um corte no nariz. Nem quis voltar com o carro, deixei-o com o meu mestre e vim andando, com a ilusão de que o ar frio da noite me ajudaria a pensar melhor, não adiantou.O caminho até a porta da frente parece mais longo do que o normal, meus passos são arrastados, minhas pernas e ombros pesados demais. Quando finalmente me aproximo da entrada, vejo Oliver... Olivia, foi assim que Laura a chamou, ela está sentada na calçada, suas mãos cruzadas no colo, a testa apoiada entre os joelhos. Ela levanta o olhar ao me ver, mas eu apenas passo por ela, ignorando-a completamente.— Mike, por favor, espera — sua voz urgente. Sinto sua mão agarrar meu braço, com ignorância me afasto de seu toque.Eu paro, mas não me viro. Fico de costas para ela, lutando contra a onda de emoções que me invade
Laura Martins:— O que aconteceu? — Fernando indaga, me tirando dos meus pensamentos.Olho para ele vendo-o me encarar preocupado, dou um sorriso fraco, desde que o senhor Pedro deu partida, eu não disse uma única palavra. Maya está sentada entre mim e Fernando em sua cadeirinha, assistindo vídeos infantis no meu celular, a única fonte de som aqui dentro.— Acidentalmente, Mike descobriu que Oliver é Olivia — começo, explico como Olivia foi para minha casa triste, de como tentei alegra-la com num vestido, mas nessa hora, Maya abriu a porta para Mike sem vermos e ele viu Olivia em roupa de menina e eu a chamando de Olivia. — Então ele foi embora e ela chorou a manhã inteira, e depois do almoço, disse que iria atrás dele, até agora não tenho notícias.— Eu sabia que tio Oli na verdade era menina, desde a primeira vez que a vi — Maya diz, arqueio as sobrancelhas, eu lembro dela questionando porque Oliver tinha rosto de menina, mas não achei que ela estivesse chegado a essa conclusão. — M
Fernando Duarte:Suspiro, já se passaram dois dias desde o casamento do meu melhor amigo, infelizmente ele não pode viajar para a lua de mal por causa dos problemas de saúde de sua esposa. É triste ver como o meu amigo está infeliz, não tem muito tempo que ele me revelou o verdadeiro motivo por trás desse casamento: bebê.A família da esposa quer um herdeiro, já que ela é doente demais, porém, com o tempo a situação dela está piorando e querem que ele a engravidem logo, para que o bebê herde os negócios da família.Muito pesado.Outro motivo que está me tirando o sono é Laura, ela está angustiada, triste e preocupada com sua amiga, Olivia, e vê-la assim, me angustia também. Tem dois dias que ela vem tentando conversar com Mike, mas ele a ignora, falando que se não for assunto relacionado ao trabalho, não tem nada para conversar com uma traidora que mente para o amigo.Fiquei irritado com ele por a tratar assim, mas não vou dizer que não o entendo, em seu lugar me sentiria da mesma for
Fernando Duarte:— Sente-se, Mike — digo, apontando para a cadeira em frente à minha mesa. Mike entra na minha sala, fecha a porta atrás de si, sua expressão não revela nada sobre o que está pensando; Ele se senta, mantendo uma postura rígida.— Algum problema, chefe? — Ele indaga, os braços cruzados.Reclino-me sobre minha cadeira, também mantendo uma expressão neutra. Sinceramente, eu não queria ter essa conversa.— Mike, eu não gosto de me intrometer nos assuntos pessoais das outras pessoas...— Então é só não se meter — Mike me corta, seu tom seco, com certeza já sacou o motivo para chama-lo aqui. — Posso ir ou tem algo relacionado ao trabalho?Eu o encaro, e ficamos assim por alguns segundos, nos medindo. Desde que eu e Laura começamos a namorar e que eu pedi desculpas para ele, não viramos amigos, existe respeito apenas. E, por não ser próximo a ele, não me sinto no direito de dar minha opinião, mas foda-se.— Nesse caso, tenho que me meter — ignoro deliberadamente sua tentativa
Laura Martins:— Obrigada por sempre vim comigo nas sessões — digo, minha voz soando ainda mais cansada, mantenho meus olhos fixos no tento branco.Mesmo essa sendo a minha sexta sessão, o desconforto é ainda maior do que a das sessões anteriores. Impossível se acostumar com isso. A agulha fria penetrando minha pele, o líquido caído de gota em gota, dessa vez por soro.Sinto as mãos de Olivia sobre a minha, viro meu rosto em sua direção. O semblante dela tão cansado quanto o meu. Pobre menina, ter a mãe doente, uma irmã pequena, ter que ser a chefe da casa e ainda, está sofrendo de coração partido. Queria poder bater em Mike por fazer sofre-la assim, o único problema, é que eu também entendo o lado dela, e sei o quanto mentiras o magoam.“Também magoam o Fernando” — Minha consciência aponta mais uma vez, já perdi a conta de quantas vezes ela já jogou isso na minha cara.— Pode contar comigo, somos melhores amigas. Obrigada por está ao meu lado também, por ter ido visitar minha mãe e f
Olivia Gomes:— Mãe, cheguei em casa — guarda as chaves e tiro os sapatos. — Mãe, hoje eu vou pedir comi... Mike!?— Oi! — Ele diz, erguendo uma mão.— Filha, entre. Esse rapaz bonito disse que veio te ver — minha mãe aparece, segurando uma bandeja com bolo. Quem fez bolo?— Mãe, é...— O bolo está muito bom senhora, suas habilidades são incríveis — ele diz, com um sorriso torto, mania que tem quando mente. — Com certeza Olivia puxou o pai — o escuto murmura quando minha mãe volta para a cozinha.— O que você...— Moço bonito, moço bonito — minha irmã aparece correndo, passa por mim quase me derrubando e se senta ao lado de Mike. — Aqui a Oli, aqui é ela me segurando quando eu ainda era uma bebezinha — Carina aponta para a foto. — Aqui foi o papei dando banho nela quando bebê...— Já chega, já chega — tomo o álbum da mão dela. Não preciso que Mike veja o quanto eu era feia na infância.— Devolve! — Carina exige, estendendo a mão. — Quero mostra ao moço...— Carina, já fez o seu dever