Laura Martins:— Droga — esbravejo baixinho, para que Márcia não me ouça. A tensão é palpável, e meu coração bate acelerado.— Laura, está no banheiro? — Ela questiona, escuto seus passos se aproximando. Merda!— Sim! — Respondo, agindo rápido. Pego o saco de lixo do cesto. Ele está vazio, mas amarro de uma forma que o ar fique preso e ele pareça estar cheio. Olho para Fernando, que apenas me observa, seu rosto ainda pálido. Sei que não é por causa da chegada de Márcia. Respiro fundo e faço sinal de silêncio para ele, que acena em concordância.Pego na maçaneta da porta e, assim que a giro, dou de cara com Márcia, que estava prestes a abrir a porta. Apressadamente, saio do banheiro e fecho a porta, para que ela não veja Fernando ali dentro. Márcia olha para o saco na minha mão e para a porta fechada.— O que você quer? — Pergunto rispidamente, tentando manter o controle.— Por que demorou tanto? — Investiga, e seguro a vontade de revirar os olhos. — Sabe que não temos permissão de usa
Laura Martins: Saio do banheiro com os dentes trincados fortemente, sentindo toda a minha pele arrepiada por conta do banho gelado que acabo de tomar. Assim que termino de vestir o pijama, o som do chorinho de Maya chama a minha atenção. Viro-me rapidamente em sua direção, vendo-a deitada sobre a minha cama, seu pequeno corpo se remexe inquieto, o cobertor emaranhado em suas pernas, sinais claros de que novamente seus sonhos estão arrastando-a para o dia do acidente. Com o coração apertado, me aproximo dela, sentindo a angustia e urgência de conseguir acalma-la. Sento-me ao seu lado, observo seu rostinho contorcido na expressão familiar de desespero, seus olhinhos apertados enquanto lágrimas silenciosas escorrem por suas bochechas. Minha mão começa a deslizar suavemente por seus cachinhos castanhos. — Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado... Canto baixinho a canção que sempre acalma Maya, enquanto faço carinho em sua cabeça. — Foi meu amor, que me disse as
Laura Martins:— Laura, os seus resultados mostram que o seu câncer evoluiu para o estágio três.A notícia me atingindo como um soco no estômago. Tento processar suas palavras, mas tudo ao meu redor parece girar ao passo que o chão sob meus pés desaparece. Engulo seco, sentindo as lágrimas caírem de meus olhos sem nenhum controle, enquanto sinto a dor dilacerante no meu coração do meu medo se tornando realidade sendo concretizando.— Ainda — pauso e respiro profundamente, as palavras parecendo que ganharam uma tonelada na minha garganta. — Ainda tenho chances de me curar, não? De me manter viva?— Sim — responde o doutor Mendes, o suspiro de alivio que sai de mim é bem audível. — Com o avanço do seu câncer, não dará para fazer apenas a cirurgia, teremos que adotar um tratamento mais agressivo.— Como assim? — Investigo.— Primeiro, faremos um tratamento de quimioterapia neoadjuvante por três meses, veremos como o seu organismo irá responder — ele explica, seu tom firme, mas gentil.Le
Fernanda Mendonça:Deitada em minha cama, os olhos fixos na tela do laptop assistindo a terceira temporada de Brighton na Netflix. As intrigas e mistérios da série me distraem momentaneamente das minhas próprias preocupações.A voz sedutora de Colin e o jeito que ele toca Penélope me faz me imaginar no lugar da protagonista enquanto Pietro ocupa o lugar do protagonista. Minha respiração começa a acelerar enquanto me imagino de frente ao espelho, completamente nua, Pietro atrás de mim me tocando com seus dedos grandes e fortes deixando um traço de arrepio por onde passam e dizendo o quanto sou linda enquanto esfrega a virilha em mim dizendo o quanto eu o deixo de...De repente, o som da minha porta sendo aberta me puxa para a realidade, me fazendo puxar o ar com força. Viro o rosto e vejo a minha mãe parada na entrada. Sua expressão é serena, mas os olhos brilham com algo que não consigo identificar imediatamente.— O que foi? — Questiono, voltando a olhar para a tela em meu colo.— Na
Laura Martins:Sentada dentro de um helicóptero, o som das hélices ressoa em meus ouvidos, o som quase ensurdecedor, mas a visão através da janela é de tirar o fôlego. Maya está ao meu lado, com os olhos arregalados e um sorriso de pura admiração estampado em seu rosto. Fernando, sentado à nossa frente.— É aquela ali — Fernando fala alta, e aponta para a ilha que se aproxima rapidamente, uma massa verdejante cercada pelo azul do mar.— Olha, mamãe! — Maya grita, apontando para fora. — A ilha, eu vejo!Fernando sorri, observando a alegria da minha pequena, sorriu também.— É realmente sua? — Pergunto, minha voz cheia de incredulidade, sei que tanto ele quanto a família são muitoo ricos, mas porra! Ter uma ilha particular? Em Dubai? Porra!Ele olha para mim e assente.— Sim — Fernando responde, com um sorriso orgulhoso. — Eu a comprei no meu primeiro ano depois de assumir a empresa como CEO no lugar da minha mãe, quando tinha vinte e cinco anos. Foi um presente para mim mesmo.— Uau —
Laura Martins:O sol está alto no céu, lançando seus raios dourados sobre a ilha. O ar é fresco, carregado com o cheiro salgado do oceano e o som relaxante das ondas. Fernando nos guia com confiança, sua mão firme segurando a minha, enquanto Maya corre na frente.— Uau, fico encantada com cada parte que vejo — comento, observando a beleza ao meu redor, mas atenta ao que Maya faz. A vegetação exuberante, com árvores altas e flores coloridas espalhadas por toda parte, é deslumbrante.— Estou feliz que você goste — Fernando responde. Sorrio em resposta para ele. Depois de mais alguns minutos de caminhada, chegamos a uma pequena vila, onde observo as casas de madeira pintadas com cores vivas. As pessoas nos cumprimentam com sorrisos calorosos e olhares curiosos. Vejo vários barcos de pesca chegando e partindo para o mar.— Mamãe, posso brincar lá? — Maya pergunta, apontando para um pequeno parquinho no centro. Assinto, e ela corre para se juntar às outras crianças. Ao chegar, ela fica me
Fernando Duarte:— Fernando? — Ouço Laura murmurar, sua voz embotada pelo sono.Termino de colocá-la suavemente sobre a cama e me sento ao seu lado. Laura abre os olhos lentamente, ajustando-se à escuridão do quarto.— Sim — respondo, acariciando sua bochecha com o polegar.— Onde estamos? Cadê Maya? — Ela pergunta, sentando-se rapidamente na cama, seus olhos vasculhando tudo o ambiente. Seu peito sobe e desce rapidamente, mas sua respiração se acalma ao reconhecer o quarto e ver Maya deitada ao seu lado na cama. — Como... — sua voz some, ainda grogue do sono.— Você dormiu na praia — explico, preenchendo a lacuna. — Não quis acordá-la, então a trouxe para dentro, pois o cansaço em seu rosto era nítido. No caminho, Maya também ficou com sono, então trouxe as duas para cá sem acordá-las.— Obrigada — Laura agradece, com um pequeno sorriso.— Disponha, amorzinho — crio coragem para chamá-la assim, com um apelido de namorados. Laura ergue ambas as sobrancelhas, surpresa, permanecendo em
Fernando Duarte:Caminho com Laura até a cama, sem parar o beijo nem por um momento, sentindo a urgência e o desejo crescerem a cada segundo dentro de mim. Ao chegamos, suavemente a deito no centro, de costas sobre os lençóis macios e me posiciono por cima dela, mantendo nossos lábios colados.O calor de seu corpo contra o meu é uma sensação inebriante, fazendo minha mente girar. Uma mão minha desliza pela lateral-esquerdo do seu corpo, explorando suas curvas, enquanto continuo a beijá-la com uma fome crescente.Laura geme suavemente contra meus lábios, suas mãos explorando meu peito, se aventurando por cada contorno. Sinto suas unhas arranhar levemente minha pele, enviando uma onda de prazer por todo o meu corpo. Meus lábios se movem dos seus, trilhando sua mandíbula e descendo para o seu pescoço, planto beijos quentes e molhados por sua pele macia.— Fe-Fernando — ela murmura, sua voz rouca de desejo enquanto vira a cabeça, me dando acesso.Paro o beijo e admiro o rosto dela corado,