Helena
Após sair do hospital volto para o escritório e antes mesmo de chegar na porta da minha sala tenho um sobressalto com o susto que Brenda me dá me empurrando para dentro.
-O que foi isso? -Pergunto com a mão no peito.
-Eu quero saber tudo sobre o padrinho de aluguel. -Fala erguendo as sobrancelhas. - Ele é bonito?
-Padrinho de aluguel Brenda? -Balanço a cabeça em negativo. -Está mais do que na cara que é garoto de programa. -Enfatizo as últimas palavras.
-Já disse que detalhes a parte Helena, pare de ser chata. -Se j**a na poltrona suspirando. -Achei que ele iria responder, mas que droga viu. Essa era a solução dos nossos problemas. - Diz chateada.
-Meus problemas. -Afirmo.
-Se são seus são meus também mal-agradecida. -Faz um bico me fazendo rir.
-Você sabe que eu te amo.
-Ama nada. -Nega com a cabeça. -E o moço atropelado? Está bem? Espero que tenha quebrado pelo menos um dedo para aprender a olhar por onde anda.
-Credo Brenda. -A repreendo negando enquanto sento para olhar os e-mails.
-O que foi? Passamos o maior susto ontem e você ainda tem que ficar cuidando do playboyzinho? Fala sério, a culpa foi dele, maluco suicida.
-Jonathan, Brenda, ele se chama Jonathan e pare de falar assim. Foi um acidente e graças a Deus ele está bem, algumas escoriações e uma torção no tornozelo, só permanece hospitalizado pela pancada que levou na cabeça, mas parece que terá alta ainda hoje. -Afirmo.
-Uma dor de cabeça a menos.
-Com isso tenho que concordar. -Faço uma careta.
-Se tivesse cabelo tinha amortecido a pancada. –Brenda diz séria e sou obrigada a tampar a boca para conter a gargalha que quer escapar, mas meus olhos chegam a lagrimejar enquanto rio do seu comentário absurdo, porém engraçado.
Brenda permaneceu na minha sala por mais ou menos meia hora, só saiu quando precisou atender um casal que havia marcado horário.
Termino de ler meus e-mails e agendo algumas reuniões pelo resto da tarde e ou outra ria do comentário de Brenda. Quando vejo já está na hora de ir embora e isso era tudo que eu precisava.
Antes de ir ao encontro de Brenda dou uma olhada no celular e ergo as sobrancelhas ao ver uma mensagem de um número desconhecido.
Antes de sair abro a mensagem e surpreendo-me ao ver que era o tal acompanhante que Brenda havia falado mais cedo.
O número era outro e curiosa para ver sua foto de perfil clico em cima, mas aparece a foto de um Buldogue Alemão caramelo e branco com a língua de fora.
Desconhecido: O meu amigo recebeu a sua mensagem. Peço desculpas por estar respondendo de outro número, porém o número do cartaz não aceita mais propostas de acompanhantes, então ele repassa para mim os contatos interessados.
Como eu poderia te ajudar?Arregalo os olhos sentindo minhas mãos trêmulas ao observar aquela mensagem.
Meu Deus, e se isso for um golpe? Pergunto a mim mesma entrando em desespero.
Não deve ser, como ele saberia que enviei a mensagem para o outro número?
Como saberia que estou atrás de um acompanhante?
Pondero todas as situações possíveis e por fim resolvo responder.
Helena: Me desculpe a pergunta mais você é garoto de programa ou aceita outros tipos de trabalho?
Arrumo minha bolsa para ir para casa e encontro Brenda à minha espera na recepção. Resolvo não comentar nada sobre a resposta do homem, pois ela certamente pegaria o celular da minha mãe e tomaria a frente de tudo antes que eu pudesse pensar em meus atos.
A curiosidade de olhar a resposta do homem me consome, mas controlo meus impulsos até deixar Brenda em sua casa e seguir para minha.
Antes de comentar com a louca da minha amiga, ponderaria se realmente era certo o que estava fazendo.
Chego em casa jogando a bolsa sobre o sofá e os sapatos no canto da sala. Antes de seguir para o banheiro visualizo o celular e me surpreendo com a resposta.
Desconhecido: Sou o que você quiser que eu seja.
Por um longo tempo encaro o celular chocada e minha mente voa com a aquela resposta ousada e indecente.
Sem saber o que responder deixo o celular sobre a pia do banheiro e retiro minhas roupas tomando um demorado banho.
Por um momento minha mente se desliga do presente e voa em um passado não tão distante que me faz falta.
Uma grande tristeza e angústia se instala em meu peito ao me lembrar dos olhos castanhos claros brilhantes e cheio de vida de Rafael. O seu sorriso, suas piadas e o bom humor natural que somente ele tinha.
Algumas lágrimas escorrem dos meus olhos se perdendo entre as gotículas de água do chuveiro ao visualizar seu corpo magro, olhos opacos e fundos devido a trágica doença que lhe tirou a vida.
O câncer no pâncreas foi descoberto tardiamente e quando iniciaram os tratamentos já era tarde demais. O grande amor da vida resistiu apenas um mês e meio de puro sofrimento e dor.
Engulo o nó que se forma em minha garganta observando o dedo anelar da mão direita onde carreguei a aliança de nosso noivado por menos de três meses.
Em certos dias fingir que está tudo bem parece tão fácil e simples, mas em alguns momentos a dor é tanta que fingir passa a ser desgastante e cruel, passa a ser sufocante.
Eu tentei outro relacionamento, aproximação e novas amizades. Juro que tentei, mas as decepções não colaboraram, a vida as vezes é cruel demais com certas pessoas. Claro que cada um tem seu peso para carregar, mas em certos momentos o peso parece tão grande que desistir se torna a opção mais válida no momento.
Talvez é por isso que Brenda vive em minha casa, sei que é errado o que fiz depois da morte de Rafael, segui-lo não era a coisa certa a se fazer, mais eu tentei, mesmo que ele me fez prometer que viveria uma vida feliz e cheia de amor, tentei tirar minha própria vida várias vezes.
Como viver uma vida cheia de amor sem ele ao meu lado para me fazer sorrir de suas brincadeiras bobas?
Eu queria descobrir a resposta, mas ainda não encontrei e custo a acreditar que um dia encontrarei.
Brenda e meus pais me ajudaram muito. Ficaram ao meu lado, me deram apoio moral e psicológico, mas a dor ainda está aqui, enraizada em meu peito, sufocando minha alma e eu procuro apenas fingir que ela não existe ou pelo menos tentar.
Já se passaram mais de dois anos e a cada dia que se passa aprendo de alguma forma suprimir os sentimentos angustiantes que tentam me dominar.
Outros amores não apagam o passado, muito pelo contrário, às vezes só te j**a em buracos mais fundo e escuros.
Tiro isso pela chance que dei a André e me decepcionei como nunca imaginei.
Entreguei a ele os restos quebrados do meu coração e ele só terminou de massacrar o que já estava despedaçado.
É claro que é errado depositar em alguém a função de curar a algo incurável, mas jamais pedi para André ser Rafael ou falei algo do tipo.
Muito pelo contrário, nunca comparei os dois ou demonstrei a André a falta que Rafael fazia em minha vida, pois sei que cada um tem uma personalidade diferente e seria extremamente injusto depositar em André a função de ser um homem que ele jamais seria, cada um é cada um.
Na verdade, queria apenas ser amada e compreendida, e André só queria alguém para usar e esse alguém foi eu, pois mesmo machucada me entreguei por completo apenas para dar uma nova chance ao meu coração e a ele, mas a verdade é que nunca houve espaço para mim em sua vida e até hoje não entendo o objetivo dele ter insistido tanto em nosso relacionamento quando não fazia a mínima diferença para ele estar comigo.
Meu celular começa a vibrar sobre a pia do banheiro e somente agora percebo que havia permanecido ali mais do que o necessário.
Desligo o chuveiro e saio do banho me secando rapidamente. Observo a chamada perdida e vejo que era Brenda.
Somente ela para me salvar dos meus mais profundos pesadelos.
Não demora dois minutos e ela retorna à ligação, atendo no segundo toque e ela berra em minha orelha.
-Por que não atendeu o celular, sabe que me deixa preocupada quando demora tanto já estava me preparando para chamar um Uber e correr aí.
-Estava no banho. -Me defendo.
-Que susto. -Suspira aliviada.
-Faz muito tempo que não tento algo de tipo e já disse que estou bem. Não vou fazer nada, prometi a você, meus pais e Deus.
- Acho bom. -Resmunga.
-Aconteceu alguma coisa? - Pergunto.
-Nada, só confirmando se você está bem. Te conheço Helena, sei quando Rafael começa a dominar seus pensamentos. -Afirma me fazendo rir.
- Estou bem. -Afirmo. - Foi uma pequena recaída no banho, chorei um pouco e a dor diminuiu, a saudade dói.
- Quer que eu vá dormir aí? -Pergunta preocupada e eu pondero se ela deveria ou não vir, mas sabia que não conseguiria dormir sem me agarrar a ela para me livrar dos pesados de ver Rafael em seus últimos dias de vida.
- Sim. -Sussurro.
-Chego em meia hora.
-Te amo amiga.
- Vou levar brigadeiro de colher que acabei de fazer. -Ri e eu acabo rindo também.
Ela se despede e logo desligo o celular para poder me trocar e pentear os cabelos.
Assim que me sento em frente ao espelho da escrivaninha de madeira o visor do meu celular indica novas mensagens no W******p.
Clico na mensagem e suspiro pesadamente.
Desconhecido: Desculpe pela forma que respondi, talvez tenha te assustado, mas trabalho conforme a vontade dos meus clientes. Se for da sua vontade podemos marcar um encontro para conversarmos melhor, mas se quiser deixar uma data específica marcada sugiro que faça logo minha agenda para esse mês está quase fechada.
Arregalo os olhos ao perceber que estava deixando a oportunidade passar.
Helena: Gostaria de saber quanto você cobra para me acompanhar como padrinho em um casamento. Pura aparência, você só precisa fingir me amar incondicionalmente.
Mal envio a mensagem e ele visualiza.
Helena: Por mais estranho que isso soe.
Concluo e logo surge uma risada.
Desconhecido: Na verdade, isso não é nada estranho, você não é a primeira que me pede algo assim. Os valores dependem de vários fatores, se envolver sexo tudo fica mais caro, se for mera aparência consigo fazer por dois mil reais com uma entrada de 50% antecipado e 50% no final da festa.
Quase caio da cadeira ao ver o valor pedido.
- P**a que pariu. -Coloca a mão na boca. - Que caro. -Arregalo os olhos. -Dois mil reais para um único dia.
Desconhecido: Esse valor está incluso tudo menos o sexo, quando envolve sexo o valor duplica.
Helena: Tudo? O que tudo envolve?
Pergunto sem saber.
Desconhecido: Tudo que você desejar, beijos, carícias, minha companhia ao seu lado e me apresentar a sua família semanas antes do combinado. Além disso tiraremos um tempo para conversar sobre tudo o que você gosta e não gosta, preciso te conhecer para parecer real e lhe falarei poucas coisas ao meu respeito que te dará base para as perguntas das suas amigas.
Helena: Surpreendo-me com a disponibilidade e tamanha mentira que estaremos inventando. Posso ver uma foto sua?
Desconhecido: Claro!
A curiosidade começava a dominar cada partezinha do meu corpo e arregalo os olhos quando ele envia uma foto do seu corpo livre de camisa com os botões e zíper da calça aberta mostrando a boxer preta e parte de seus pelos levando a um caminho proibido. O abdômen bem trabalhado com gominhos saltado e definidos prendem meus olhos por mais tempo do que deveria e com muito custo continuo a subir o olhar até chegar em sua boca onde a foto acabava dando um gostinho de quero mais. Ele estava meio de lado, encostado em uma parede de tijolos vermelhos com uma mão na cabeça permitindo ver parte de seu braço e uma tatuagem pequena em seu bíceps musculoso.
Helena: Nota 10.
Comento e envio alguns emotivos sorrindo para quebrar o clima constrangedor.
Desconhecido: Obrigado! Gosto de cuidar do meu corpo.
Helena: O casamento será no final do mês que vem, dia 27 de abril você tem disponibilidade para este dia?
Aguardo sua resposta.
Desconhecido: Para o dia 27 ainda tenho, mas temos que fechar a data logo, pois recebi algumas ofertas para esse dia. Dois dias depois tenho outro casamento agendado.
Faço uma careta ao perceber que ele era uma pessoa bem ocupada, mas aquilo de certa forma alivia meu coração, afinal isso prova que nesse mundo não existia somente eu a ponto de cometer tal loucura.
Helena: Entendo, então teria que depositar os mil reais o mais rápido possível?
Aguardo a resposta enquanto penteio os meus cabelos.
Desconhecido: Se for da sua vontade sim.
Helena: Mas quem garante que você não está mentindo para mim?
A pontada de dúvida surge e quanto vejo já mandei a mensagem, cogito a possibilidade de apagar para todos, mas quando vou fazer era tarde demais, ele já havia visualizado.
Desconhecido: Para que mentiria para você? Apenas respondi a sua mensagem, não tentarei extorqui-la, depois de me pagar o valor passarei um endereço de um restaurante bem frequentado para nós encontrarmos e assinar o contrato, assim você se sentirá mais à vontade em comparecer em lugar público e podemos nos conhecer com mais calma.
Sua mensagem me convence um decimo, mas as curiosidades ainda eram muitas.
Helena: Porque não mostra seu rosto na imagem?
Sei que ele tem um corpo dos deuses do olimpo, mas a pontinha de curiosidade para ver seu rosto e cor dos olhos falava mais alto.
Desconhecido: Porque é quebra de contrato com minhas outras clientes. Acabo sendo uma figura conhecida por participar de eventos com celebridades e não posso me mostrar para todos que me mandam mensagens, no nosso contrato terá uma cláusula específica onde você será obrigada a manter nosso contrato em sigilo.
Confesso que seu profissionalismo me surpreende e me sinto mais confiante em aceitar está loucura depois ter algumas das minhas dúvidas esclarecidas.
Helena: Agradeço a atenção, poderia por favor me passar o número da sua conta que pensarei com calma em minha decisão e se for positiva já depositarei o valor para reservar a data.
Desconhecido: Como desejar.
Se despede, mas antes envia o número da conta corrente para depósito do dinheiro.
Coloco o celular sobre a cômoda e assim que me levanto ouço a campainha tocar, como sabia que era Brenda, apreço em abrir a porta para contar as novidades e mostrar a foto do homem.
A minha amiga com toda certeza do universo surtaria.
-Mas que homem. -Brenda se abana com uma mão enquanto come o brigadeiro da colher sentada no sofá da sala.Permanece sentado no chão com o braço apoiada em cima do sofá espiando a foto como posso.-Não dá para negar que ele é lindo.-Se você tentasse tamanha afronta eu te levaria a um ocultista neste exato instante. -Me empurra com o pé me fazendo rir.-Exagerada. -Pego mais uma colherada de brigadeiro.-André vai roer as unhas quando ver esse homem ao seu lado e aquela piranha da Bruna vai ficar vermelha igual uma pimenta. -Brenda ri alto.-Para de ser boba, já faz meses que eles estão juntos, devem se amar de alguma forma.-Helena, para, pelo amor de Cristo. Todos nós sabemos que ele está com ela porque o pai dela tem um bem aqui e ali que ele quer herdar.-Você não tem piedade. -Comento rindo.-Fala s&e
Desconhecido: Aguardarei a senhorita as dez horas da manhã no Levisky Gourmet.Releio aquela mensagem pela centésima vez e a cada leitura o nervosismo me consome.Tudo parecia engraçado demais até não se tornar sério demais e era exatamente isso que estava acontecendo.Me encontrar com um homem que nunca vi e ainda por cima pagar para me acompanhar a um casamento?! É o fim do desespero de uma pobre alma solitária.Sorrio nervosa olhando a tela do celular mais do que deveria.Depois disso minha dignidade nunca mais será a mesma eu tenho certeza.Tento não focar os pensamentos naquele fatídico fato, mas o nervosismo começava a mexer com cada célula do meu corpo me deixando agitada e desesperada.Eu não sabia disfarçar, nunca soube, se algo me incomoda fica explícito na minha cara e isso é uma v
Agarrada ao corpo de Brenda choro copiosamente envergonhada. Não deveria estar assim eu sei, mas simplesmente não consigo me levantar.Me sinto fraca, frustrada e chateada, me sinto um nada nesta terra e talvez sejam pelas palavras tão reais de Jonathan.Isso vai além da solidão...Tenho vontade de rir e se a dor não fosse tão sufocante faria.Suas palavras trouxeram gatilhos que custei a superar e agora me vejo caída sobre uma cama envolta a uma bolha de depressão.É errado, sim é, mas quem explica isso e convence minha mente do contrário?Quem arranca o vazio do meu peito?Quem aplacao desespero e a angústia do meu coração?Ninguém.Chorar pelo menos alivia e diminui o nó que aperta minha garganta.-Amiga você precisa levantar desta cama, tomar um
HelenaPassei o domingo na casa dos meus pais e confesso que estava com saudades deles, aproveitei para ajudar meu pai a replantar as roseiras da mamãe e curti cada segundinho que pude dos meus velhos, afinal durante a semana quase não nos vemos.A segunda já começou alvoroçada com Rogério gritando ordens e passando clientes para cada um de nós. O que é maravilhoso, não vamos reclamar do pão nosso de cada dia.Uma pequena batida na porta me chama atenção.-Entre.-Helena, tem um homem querendo falar com você. -Carolina a recepcionista diz.-Quem? -Pergunto franzido as sobrancelhas já que não tinha nenhum horário marcado para agora.-Disse apenas que precisava falar com você. - Ela balança os ombros.- Você deve perguntar o nome das pessoas antes de vir até nós Carol, as
Conto para Brenda o que aconteceu na entrada do fórum e a descarada gargalha alto chamando a atenção de metade das pessoas que passam ao nosso lado.-Cala boca sua infeliz, está querendo levar uns esporros de Rogério, você sabe que ele odeia quando ficamos papeando nos cantos do fórum. –Repreendo e ela balança os ombros.-Espero que o nariz dele fique roxo. –Ela volta a rir apoiando a mão na barriga.-Amiga, coitado, no fundo eu fiquei com dó, porque ele parecia realmente estar arrependido. –Confesso e não sei se estava sendo idiota por ficar com dó ou não.-Larga a mão de ser palhaça Helena. –Ela diz brava apontando o dedo no meu nariz e eu faço uma careta encolhendo os ombros.-Ele merecia muito mais do que um quase soco no nariz, você devia ter acertado as bolas dele por tudo que ele falou. –Ela ralha
Brenda quase surtou e teve um ataque quando contei sobre a ligação inesperada de Jonathan para ela.Claro que minha amiga fez questão de vir me ajudar a escolher a roupa que iria para o jantar e agora estamos aqui esperando o tal motorista chegar.-Você está linda amiga. - Ela afirma com os olhos brilhando.-Você me ajudou. -A abraço sorrindo.-Claro, jamais deixaria você usar aquelas cores gritantes ou vestidos cheios de flores. - Ela nega suspirando e esse era mais um fato sobre Brenda, ela odeia cores extravagantes, para ela cores escuras e únicas são o essencial, preto e cinza é praticamente sua vida. Não que ela não use tons rosa claro, mas cores vivas não faz muito seu estilo.Acabo rindo com esse pensamento.-Eu gosto de cores fortes. -Alego e ela balança a cabeça fazendo uma careta. -Amiga, esse vestido preto soltinho na cintu
-Hum, é um belo lugar. -Comento com sinceridade. -Na verdade, nem sabia que esse lugar existia. -Confesso. -É maravilhoso. Seus olhos estão em mim novamente e desta vez sustento seu olhar curioso. -É um bom lugar para uma conversa e alguns pedidos de desculpas. - Ele balança os ombros e um leve sorriso de lado dança em seus lábios. -A vista aqui sempre me surpreende, a noite é bela daqui de cima. -Seus olhos se voltam para a janela e tenho que concordar. Era realmente bela a vista que tínhamos daqui de cima. As várias luzes dos prédios, carros e altidore’s coloridos espalhados pela cidade tornava tudo ainda mais encantador, somado ao ambiente aconchegante e o rock suave de fundo tudo se normal deslumbrante. -Tenho que concordar. -Continuo observando as janelas e só percebo que seus olhos estão voltados para mim quando o garçom deposita minha bebida a minha frente. -Obrigada! -Agradeço e ele logo sai. Tomo um pequeno gole e só não gemo em satis
O garçom volta a nossa para recolher os pedidos e sem muita demora nossos pratos estão na mesa.Fazemos a refeição em um silêncio reconfortante e Jonathan parece perdido em seus pensamentos. Procuro não entrar nos assuntos que o torna um homem tão misterioso, pois só precisávamos saber do básico um outro, afinal, quanto mais nos aprofundarmos em nossas vidas pessoais, mais difícil será nossa separação e apego emocional é algo que não procuro.Terminamos o jantar e vejo ele se levantar estendendo a mão para mim. Incerta o observo sem saber