CRISTALLUM - PALÁCIO REAL...Os empregados do palácio corriam de um lado para o outro, preparando tudo para a grande coroação do novo rei de Cristallum! Os aperitivos, vinhos dos mais variados e as mesas para os convidados aproveitarem a festa em seguida, eram posicionados nos jardins do palácio, já que a coroação seria na sala do trono. Era um grande dia para todos, a correria não cessaria um segundo enquanto a festa não acabasse, afinal provavelmente festejariam durante parte da noite também. Perto do final da tarde os portões foram abertos e os convidados iam direto a sala do trono onde eram muito bem recebidos pelos empregados. Logo o bispo se posicionava próximo ao trono com o cetro e a coroa sobre uma almofada nas mãos dos monges. O rei esperava ansioso ao lado da rainha, do príncipe e da princesa. Seria a hora de passar o seu reinado ao filho mais velho, como tem sido ao longo dos séculos anteriores e será durante muito temo. — Por favor, peço silencio, a coroação começará!
O Sombra do Oceano navegava tranquilamente pelo Mar Nevoento, a fumaça branca que cobre a face das águas dava um ar assustador ao navio. A calmaria inquietante tornava a viagem chata e fatigada, não havia um só homem no navio que não sentisse falta da emoção e da aventura, proporcionada aos piratas. — Quanto tempo para aportarmos? — a capitã pergunta ao seu braço direito, Sr. Willians. — Não muito, já estamos perto do porto, capitã! — ele responde prestativo. — Ótimo! Acorde esses imprestáveis, temos muito trabalho a fazer. — ela diz antes de se dirigir ao timão. Sr. Willians corre o máximo que sua perna de pau permite, para o convés. — Acordem seus preguiçosos! — ele grita respirando pesado. — Já chegamos? — Monty, um pirata baixinho pergunta. — Não, mas estamos quase lá. Todos de pé, agora, a Capitã tem um pronunciamento a fazer. — ele diz antes de se voltar para o timão. — É melhor ela falar logo. — Monty resmunga. — Quer andar na prancha, marujo? — a capitã pergunta em um
PORTO DE BANCROFT - 15 ANOS ATRÁS... O Pesadelo Marinho, navio do capitão Julius Black, ancorou mais uma vez no porto de Bancroft... A manhã encontrava-se fria e cinzenta, uma ótima pedida para um chocolate quente com biscoitos e cobertas fofinhas. Como sempre a tripulação, mesmo que insatisfeita, se mantinha no navio. Não é visto com bons olhos, um romance entre um capitão pirata e uma duquesa. Encontravam-se a sua espera, sua mulher e sua sogra, Angeline e Amélia Bancroft e suas duas filhas pequenas. A menor de olhos azuis, cabelos negros e pele pálida, chamada Alicia e a outra, um pouco mais alta, loira de pele rosada com olhos castanhos, de nome Yasmim... Havia uma grande rixa entre as duas meninas, que possuíam a mesma idade, porém, personalidades totalmente distintas, e estranhamente não eram gêmeas. — Papai, eu estava morrendo de saudades! — Yasmim gruda na cintura do capitão com um sorriso estampado no rosto. Mas claro que a outra menina se enfureceu, sempre fora a prime
Um garoto, na faixa dos sete anos escutava apavorado os gritos desesperados de pessoas ao longe, pela enorme janela. Ele se encontrava confuso diante da situação, sem saber o que acontecia, apenas permanecia imóvel por longos minutos, tentava considerar se saía para fora do quarto ou não. Suas vistas encontravam-se enevoadas... Ao tocar a maçaneta da porta, constata que a mesma se encontra um pouco quente, abre devagar e surge no corredor abafado e vazio. Fumaça tomava conta do ambiente, há alguns metros um quarto queimava com força, e vozes podiam ser ouvidas próximas dali. Adentrando a sala do gabinete de seu pai, encontra sua mãe perto na porta, apavorada, diante de dois homens que apontam espadas já manchadas de sangue para a garganta do pai do garoto. — Mamãe, o que está acontecendo? — pigarreia de cenho franzido. Sobressaltando-se no lugar, a mulher vira para o garoto, visivelmente assombrada. Ela torna a olhar para o marido antes de tomar uma decisão impensada, tomando o g
ILHA DE BELLUM- PORTO DA DISCÓRDIA. Já havia anoitecido, o porto estava fechado, assim como não havia nenhum navio ancorado, salvo dois, pertencentes a Guarda do rei de Bellum. Os contrabandistas eram perigosos, porém não se atreviam a permanecer muito tempo na ilha quando o sol começava a baixar, e esse era o ponto chave para o sucesso da fuga, sem atrasos, nem espiões, teriam melhor desempenho. — Vamos nos dividir em dois grupos, cada um inspeciona um navio, nos encontramos em meia hora aqui, tomem cuidado, não sabemos se há armadilhas nas embarcações. — Robert grita para que todos o possam escutar. Com um aceno, se dividem, sendo Daniel e Robert os líderes de cada grupo. Os navios eram de porte médio, capazes de abrigar muitos homens e mulheres, serviriam para seus propósitos, mas não sabiam se suportariam a todos sem deixar ninguém para trás. Depois de mais ou menos meia hora, as inspeções haviam cessado. — O que acha, Robert? — Daniel questiona pensativo. — É capaz de abri
Ilha de Bellum - Porto da Discórdia. Por longos minutos um grande silêncio pairou sobre o ar, deixando a todos desconfortáveis. — O que querem de nós? — Robert questiona. — Eu procuro um homem chamado Robert, ele possui algo que eu quero e em troca, posso lhes dar passagem livre até onde desejarem. — Kira responde. Seu tom de voz era neutro, porém auto o suficiente para que escutassem. Robert e Daniel ainda desconfiavam do que estava acontecendo, porém era um pouco estranho saber que ali era uma mulher dando ordens a vários homens em um navio. — E o que quer com ele, mulher? — Daniel pergunta. — Kira, eu sou a capitã Kira, não mulher, e o meu interesse nesse senhor é puramente informativo. Por um momento Robert imaginou que soubessem que ele era, mas logo se deu conta de que a tal capitã Kira não podia conhecê-lo, não sem o mesmo ter se apresentado. — Eu sou Robert, — se apresentou — e o que lhes posso oferecer em troca da nossa saída daqui? — Já ouviu falar no capitão Julius
Os últimos suprimentos foram distribuídos entre os recém chegados. Alicia encarava os acontecimentos sem muito interesse aparente, mantinha a “pose” de moça rica diante dos criados que trouxera para ajudar, que iam de um lado para o outro descarregando tudo. — Isso deve ser o suficiente para se manterem durante um tempo. — diz alisando a saia do vestido. Daniel ainda a encarava um pouco confuso, enquanto Robert nem se importava muito, desde que todos os companheiros estivessem bem. As roupas e sapatos, entre outras coisas, eram bem mais do que eles imaginavam, além de perceber que o material em que os mesmos foram produzidos, era de ótima qualidade, e isso os surpreendeu, se tratando de ordens da capitã. — Duquesa — Willians a chama —, acho que devemos ir imediatamente. Ela assente com a cabeça já agradecendo por não precisar permanecer mais naquele local. Fora entediante para ela permanecer no local durante todo aquele tempo, convencer a todos de que ela estava ali apenas como
REINO DE CRISTALLUM No dia seguinte, Alicia acordou cedo. Colocou o vestido mais leve que encontrou e desceu a escada, recepcionada pelo cheiro maravilhoso do café de sua avó. Angeline estava bem melhor e Amélia estava arrumando a mesa do café, Yasmim adentrou em seguida e sentou o mais longe possível da irmã. A família Bancroft costuma acordar demasiado cedo, porém, naquela noite não conseguiram pregar bem os olhos, as três estavam com aparência cansada, enquanto Alicia se encontrava muito bem. — Bom dia mamãe, vovó! — diz pegando uma xícara — Como está, Yasmim? Ela a encarou com um olhar de ódio, mas não respondeu. — Minha própria mãe tecendo planos contra mim, e o pior... Tentando beneficiar alguém que nem se importa com ela. — provoca, falando o mais alto possível. Estava pondo seu plano em pratica, não precisava mais fingir que gostava daquele nobre bobão, ou aguentar seus caprichos. — Eu pensei durante parte da noite e cheguei à conclusão que não sou bem vinda aqui. Irei