Alto Mar
Alto Mar
Por: Ketlin A Barros
Prólogo

O Sombra do Oceano navegava tranquilamente pelo Mar Nevoento, a fumaça branca que cobre a face das águas dava um ar assustador ao navio.

A calmaria inquietante tornava a viagem chata e fatigada, não havia um só homem no navio que não sentisse falta da emoção e da aventura, proporcionada aos piratas.

— Quanto tempo para aportarmos? — a capitã pergunta ao seu braço direito, Sr. Willians.

— Não muito, já estamos perto do porto, capitã! — ele responde prestativo.

— Ótimo! Acorde esses imprestáveis, temos muito trabalho a fazer. — ela diz antes de se dirigir ao timão.

Sr. Willians corre o máximo que sua perna de pau permite, para o convés.

— Acordem seus preguiçosos! — ele grita respirando pesado.

— Já chegamos? — Monty, um pirata baixinho pergunta.

— Não, mas estamos quase lá. Todos de pé, agora, a Capitã tem um pronunciamento a fazer. — ele diz antes de se voltar para o timão.

— É melhor ela falar logo. — Monty resmunga.

— Quer andar na prancha, marujo? — a capitã pergunta em um tom ameaçador — Ou está querendo dormir com os peixes?

— Não senhora! ─ ele responde.

— Iremos aportar em breve na ilha de Mortuum, devem checar cada gruta, cada caverna, cada lago, cada buraco, até encontrar o baú, o mapa deve estar lá dentro, assim não demorará muito para que tenhamos um destino. — ela diz sorrindo — Marujos, nossas vidas estão prestes a mudar, de uma vez por todas.

— Como vamos saber que é o baú certo? — Oscar, um marujo com uma enorme cicatriz no rosto, pergunta.

—Vocês saberão! E não se esqueçam de serem discretos, não queremos outros piratas fuçando onde não são chamados, entenderam? 

— SIM! — todos respondem juntos.

— Ótimo! Se preparem para ancorar, não percam tempo especulando besteiras. — resmunga.

— SIM, CAPITÃ!

No mesmo instante, os marujos começam a se movimentar pelo convés, em sincronia, em pouco tempo o navio atraca no porto mais afastado, onde não possa ser visto.

Rapidamente, cada pirata toma um rumo, para procurar o tal baú.

— Sr. Williams? Quanto tempo acha que levará, para que outros Capitães descubram sobre esse baú? — a capitã questiona caminhando pela floresta escura que cerca a ilha.

— Não muito, Capitã! — ele responde.

A névoa tornava a caminhada mais difícil, as botas de cano alto afundavam na lama, no céu, nuvens negras se agrupavam.

— Vai chover Capitã.

— Um pouco de água não vai nos matar.

— Onde estamos indo? A floresta está ficando mais densa e a lama mais espessa, vamos acabar em um pântano, desse jeito. — o marujo estava receoso.

— Essa é a ideia. Há uma caverna depois do pântano. Eu sabia que nenhum daqueles imprestáveis procuraria por aqui, então nós vamos.

— Mas existem tantas cavernas, por que escolhemos justo essa? — ele perguntou confuso.

— Porque, se meus instintos estiverem certos, o que eu sei que estão, é a caverna certa!  — responde pacientemente — Simples, não acha?

— Sim senhora!

Eles caminharam por mais alguns minutos, em silêncio, até avistarem uma área lodosa de cheiro forte. Ao fundo, estendia-se uma enorme projeção rochosa, uma caverna abria-se em seu interior e continuava por muitos metros, porém, a visão deles não era capaz distinguir isso.

— Viu? Eu estava certa.

— Mas ainda não sabemos se o baú realmente está lá!

— Sabemos! Há uma serpente sobre a entrada da caverna nos observando calmamente. — sorriu.

— Sempre há um protetor. — ele diz abismado com a competência de sua Capitã.

— Obviamente, assim é mais divertido.

— E como vamos vencê-lo? — questiona estupefato.

— Não vamos!

— O quê? — ele perguntou assustado.

— Não posso controla-la...

— Mas a senhora já controlou muitas criaturas antes.

— A situação é bem diferente aqui, essa não é uma serpente comum. — ela diz dando de ombros.

— És muito sábia, capitã! — uma voz sibila em seus ouvidos.

— Oh, esqueci-me de dizer... Ela fala!

— Capitã? Acho que deveríamos voltar. — Sr. Williams gagueja.

— Por quê? Acabaram de chegar. — a serpente solta uma risada esganiçada.

— Me dê o baú! — a capitã se aproxima com a expressão séria.

— Como? — a serpente pergunta confusa.

— O baú! Não se faça de desentendida, eu quero o mapa.

A serpente deslizou preguiçosamente até a ela, rodeou-a algumas vezes antes de pronunciar.

— Claro, minha querida!

— Assim? Tão fácil? — Sr. Williams pergunta.

— Se você achou fácil... — a capitã murmura.

A serpente a encara por um tempo olha dentro de seus olhos azuis e entra na caverna, minutos depois retorna, carregando um baú de madeira negra, o entrega a Capitã, junto com uma enorme chave.

— Ele será à sua destruição, não pense que, por ser diferente, terá mais chances de sucesso. — ela sibila antes de voltar à caverna e sumir em seu interior — Não é a primeira a tentar, o baú sempre retorna para mim.

— Eu não gostei disso, Capitã!

— Não se preocupe. — ela diz calmamente — Eu sempre conquisto o que quero, não importa o que aconteça.

Os dois retornaram ao navio para abrirem o baú e olhar o tal mapa.

A partir daquele momento, o destino deles estava traçado, um novo mundo lhes foi aberto, segredos serão descobertos e inúmeras possibilidades de um futuro repleto de aventuras.

O que os espera de tão ruim, para a serpente proferir tais palavras?

GUIA DOS PIRATAS

No antigo mundo, existiam três reinos: Cristallum (Reino das riquezas), Magicae (Reino da magia habitado por feiticeiros, bruxos e magos) e Bellum (habitado por guerreiros e carrascos sem honra).

Cristallum é o principal deles, sendo o reino da prosperidade, há várias ilhas espalhadas entre os reinos, dentre elas estão: Tereza do Norte, Tereza do Sul, Porto Dourado, Porto da Rocha, Caravela do Oeste e Caravela do Leste.

As ilhas piratas mais conhecidas e temidas são: Porto do medo, Terra Cruz, Turturem, Opala Insula, Mortuum, Immitis Pirate e a Cova da Serpente.

Há seis oceanos que cercam esses reinos e dez mares correspondentes.

1- Oceano de Diamante: possui águas cristalinas e calmas, é o oceano que se estende pelo reino de Cristallum. Há dois mares correspondentes a esse oceano, Mar de Pérola e Mar de Cristal.

2- Oceano Ilusório: possui águas perigosas, são habitadas por sereias, muitos barcos somem nesse oceano. Também é conhecido por confundir os marinheiros e piratas com uma fumaça roxa que cobre suas águas, é o Oceano que se estende pelo reino de Magicae, os mares correspondentes a esse oceano são o Mar Púrpuro e o Mar dos Encantos (ou das sereias).

3- Oceano Lamacento: Suas águas são difíceis de navegar devido às rochas pontudas ao longo do seu trajeto, muitos evitam passar por esse oceano, pois os barcos nem sempre conseguem, a maioria afunda, e quando passam é aos pedaços, é o Oceano que se estende pelo reino de Bellum, os mares correspondentes a esse oceanozão, o Mar de Pedras e o Mar Barroso.

4- Oceano escuro: suas águas, como o próprio nome já diz, são escuras e perigosas, existem vários relatos de criaturas lendárias passeando por essas águas. Todos os anos vários piratas somem sem deixar vestígios, é o Oceano que se estende pelas ilhas piratas, onde eles se refugiam, há dois mares correspondentes a esse oceano, o Mar Sombrio e o Mar Nevoento.

5- Oceano Fantasma: suas águas são desconhecidas, nenhum pirata corsário ou aventureiro se arrisca a navegar por esse oceano, dizem que suas águas são habitadas por criaturas horríveis e fantasmas amaldiçoados, tempestades e ondas gigantescas formam uma barreira natural que nenhum ser em sã consciência se atreve a quebrar, há dois mares correspondentes a esse oceano, Mar assombrado e Mar Turbulento.

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6- Oceano Infernal: Não há registros sobre suas águas, acredita-se que sua existência seja um mito!

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