ILHA DE BELLUM- PORTO DA DISCÓRDIA. Já havia anoitecido, o porto estava fechado, assim como não havia nenhum navio ancorado, salvo dois, pertencentes a Guarda do rei de Bellum. Os contrabandistas eram perigosos, porém não se atreviam a permanecer muito tempo na ilha quando o sol começava a baixar, e esse era o ponto chave para o sucesso da fuga, sem atrasos, nem espiões, teriam melhor desempenho. — Vamos nos dividir em dois grupos, cada um inspeciona um navio, nos encontramos em meia hora aqui, tomem cuidado, não sabemos se há armadilhas nas embarcações. — Robert grita para que todos o possam escutar. Com um aceno, se dividem, sendo Daniel e Robert os líderes de cada grupo. Os navios eram de porte médio, capazes de abrigar muitos homens e mulheres, serviriam para seus propósitos, mas não sabiam se suportariam a todos sem deixar ninguém para trás. Depois de mais ou menos meia hora, as inspeções haviam cessado. — O que acha, Robert? — Daniel questiona pensativo. — É capaz de abri
Ilha de Bellum - Porto da Discórdia. Por longos minutos um grande silêncio pairou sobre o ar, deixando a todos desconfortáveis. — O que querem de nós? — Robert questiona. — Eu procuro um homem chamado Robert, ele possui algo que eu quero e em troca, posso lhes dar passagem livre até onde desejarem. — Kira responde. Seu tom de voz era neutro, porém auto o suficiente para que escutassem. Robert e Daniel ainda desconfiavam do que estava acontecendo, porém era um pouco estranho saber que ali era uma mulher dando ordens a vários homens em um navio. — E o que quer com ele, mulher? — Daniel pergunta. — Kira, eu sou a capitã Kira, não mulher, e o meu interesse nesse senhor é puramente informativo. Por um momento Robert imaginou que soubessem que ele era, mas logo se deu conta de que a tal capitã Kira não podia conhecê-lo, não sem o mesmo ter se apresentado. — Eu sou Robert, — se apresentou — e o que lhes posso oferecer em troca da nossa saída daqui? — Já ouviu falar no capitão Julius
Os últimos suprimentos foram distribuídos entre os recém chegados. Alicia encarava os acontecimentos sem muito interesse aparente, mantinha a “pose” de moça rica diante dos criados que trouxera para ajudar, que iam de um lado para o outro descarregando tudo. — Isso deve ser o suficiente para se manterem durante um tempo. — diz alisando a saia do vestido. Daniel ainda a encarava um pouco confuso, enquanto Robert nem se importava muito, desde que todos os companheiros estivessem bem. As roupas e sapatos, entre outras coisas, eram bem mais do que eles imaginavam, além de perceber que o material em que os mesmos foram produzidos, era de ótima qualidade, e isso os surpreendeu, se tratando de ordens da capitã. — Duquesa — Willians a chama —, acho que devemos ir imediatamente. Ela assente com a cabeça já agradecendo por não precisar permanecer mais naquele local. Fora entediante para ela permanecer no local durante todo aquele tempo, convencer a todos de que ela estava ali apenas como
REINO DE CRISTALLUM No dia seguinte, Alicia acordou cedo. Colocou o vestido mais leve que encontrou e desceu a escada, recepcionada pelo cheiro maravilhoso do café de sua avó. Angeline estava bem melhor e Amélia estava arrumando a mesa do café, Yasmim adentrou em seguida e sentou o mais longe possível da irmã. A família Bancroft costuma acordar demasiado cedo, porém, naquela noite não conseguiram pregar bem os olhos, as três estavam com aparência cansada, enquanto Alicia se encontrava muito bem. — Bom dia mamãe, vovó! — diz pegando uma xícara — Como está, Yasmim? Ela a encarou com um olhar de ódio, mas não respondeu. — Minha própria mãe tecendo planos contra mim, e o pior... Tentando beneficiar alguém que nem se importa com ela. — provoca, falando o mais alto possível. Estava pondo seu plano em pratica, não precisava mais fingir que gostava daquele nobre bobão, ou aguentar seus caprichos. — Eu pensei durante parte da noite e cheguei à conclusão que não sou bem vinda aqui. Irei
MONTANHA ARDENTE – ILHA DO VULCÃOEm questão de poucas horas já estavam em Montanha Ardente ou popularmente conhecida como a ilha do vulcão. É uma ilha pequena, porém muito temida. De vez em quando a montanha que compõe a maior parte da ilha, ou melhor, o vulcão, despeja lava por sua boca destruindo tudo e deixando o ambiente quase insuportável. Todos desceram do navio e ficaram na praia que possuía a areia negra. — Oscar, fique de olhos nos prisioneiros do convés inferior e Pria, não deixe o garoto do mastro fugir. — diz autoritária — Sr. Willians e eu iremos descer, o resto, fiquem de olhos abertos, caso algum navio apareça. Todos assentem de prontidão, ainda um pouco abalados pelo que ocorrera mais cedo. — Capitã, o que estamos fazendo aqui, novamente? — Sr. Willians pergunta engolindo em seco. Kira apenas observava todo o local, enquanto caminhavam, para ter certeza de que nenhum outro pirata havia estado ali desde a sua partida, ou pior ainda, esteja a sua espera. — Tenho
O navio estava cada vez mais veloz, Kira enfeitiçara-o para que o mesmo navegasse mais depressa, em pouco tempo, aportariam em Turturem. — Você está indo rápido demais! — Sr. Willians grita por cima do barulho do mar — Capitã, iremos afundar se continuar assim. Kira o encara por um tempo, com olhar divertido, nem ao menos tinha percebido que a raiva que estava sentindo, colaborou para a velocidade ir aumentando a cada minuto. — Acredito que a conversa não tenha sido boa. — ele comenta. — Realmente... — sussurra, mesmo sabendo que não poderá ser ouvida. Ela começa a respirar profundamente e soltar o ar com calma, aos poucos o navio passou a navegar em uma velocidade mais aceitável. — Capitã, desse jeito, o Sombra do Oceano não vai aguentar. — resmunga respirando rápido. — Se continuar falando assim, ele vai te jogar para fora. — comenta. O velho pirata apenas gargalhou alto. A maioria dos navios são amaldiçoados, eles escolhem os mais cruéis para serem seus capitães, os navios p
TURTUREM- PORTO NEGRONo dia seguinte, Kira acordou totalmente disposta, como nunca tinha dormido antes. Se levanta levemente constatando que não está sozinha, e sim sobre o peito de Daniel, que ainda dormia. Engoliu em seco, não lembrava de tê-lo deixado entrar. Suspirou pesado e saiu da cama, vestindo suas roupas, pegou o jarro de água que estava sobre a mesinha e jogou sobre o rapaz, despertando-o num susto, ele sentou, passando as mãos no rosto, tentando entender o que se passava. — O que faz aqui? — questiona. — Você me deixou entrar... — diz sonolento. — Aconteceu algo entre nós? — sua voz parecia receosa. Daniel se levanta e caminha até ela, parando de frente, com um sorriso cafajeste nos lábios. — Quer saber se fizemos amor? — Não, acho que o mais provável é que tenha se aproveitado. — responde irritada. Ele fecha a cara e se dirige a porta. — Diferente do que você pensa sobre mim, não sou o tipo de homem que se aproveitaria de uma mulher. — diz amargo — Não a toquei
OPALA INSULA - MAR SOMBRIO - OCEANO ESCURO Costumavam se reunir apenas para manter as regras entre os piratas, mesmo os mais vis tinham seus limites, e para evitar que o mar se tornasse uma enorme bagunça, o Tribunal foi fundado. O fim do ano se aproximava e a maioria dos membros estavam preocupados em quem presidira pelo ano seguinte. Apenas Kira descera do navio, o resto da tripulação permaneceu, entraram na enorme construção esculpida na montanha central, tudo era rústico, porém muito confortável. Capitães Víbora, Electra, Samira, Barba de sangue e Águia, marujos Mamute e Arquibaldo, Corsários Álvaro Terror, Trevor, Mortalha, Tabata, Garra Afiada, Tubarão e Medusa. Cada um deles sentado em suas cadeiras designadas de acordo com a ordem de chegada. — Achei que havia reivindicado sua posição no TMCAMP. — Tabata comenta. — Qual é o motivo de sua volta? — Electra questiona apreensiva. Kira toma um farto gole de rum antes de responder. — Já ouviram falar sobre O capitão Darkson?