Capítulo 7 - Alessandro

(Alessandro)

一 O que foi, por que essa raiva? - Chiara perguntou quando a afastei, vendo Larissa ir na direção do seu carro. 

一 Você sabe que não podemos nos relacionar dessa forma até o divórcio sair. 

Ouvi o som do carro sendo ligado e em seguida passar por nós, enquanto ela saía do estacionamento. 

A imagem dos seus olhos veio a minha mente, a tristeza que eles demonstraram. 

一  Sinto muito, eu… vi que estávamos sozinhos e não consegui resistir. Tem tanto tempo que desejo ter você, Alê. 

一  Eu sei disso, mas já esperamos tanto tempo, o que são três meses? 

Chiara deixa um suspiro dramático escapar de seus lábios e acena confirmando.

 一  Não farei novamente até que você permita.

一  Melhor assim. Vamos, vou deixá-la em sua casa. 

Entramos no meu carro e eu a deixei em casa, estava saindo em direção a minha quando uma ligação da minha mãe me fez parar. 

一  Oi, mãe. 

一  Querido, pode vir aqui em casa? Eu não estou me sentindo muito bem. 

一  Estou indo. 

Encerrei a ligação e fui para a casa da minha mãe. Ao chegar lá, o médico da família estava acabando de examiná-la. 

一  Tudo bem com ela, Dr. Marco?

一 Aparentemente é uma infecção internial. A sua febre está alta, ela tomou uns remédios agora e irá dormir. - Ele fechou a sua maleta. 一  Tem alguém que possa passar a noite aqui com ela?

一 Olhei para a minha mãe, que estava com um olhar cansado e acenei confirmando. 一  Irei ficar. 

一  Certo, se a febre voltar, a leve para o hospital para que possamos fazer exames. 

O acompanhei até a saída e voltei para o quarto, sentando-me ao lado da minha mãe, que já estava sonolenta. 

一 Sua esposinha não gostar de você dormir aqui. - Disse com a voz arrastada, mas mesmo quase inconsciente, demonstrando a raiva que tinha por Larissa. 

一 Não se preocupe com ela, mãe. Tente dormir. Vou tomar um banho e venho vê-la, tá bom?

Ela acenou já fechando os olhos e eu me levantei. Fui até o meu antigo quarto e peguei uma troca de roupa que sempre deixava aqui e na casa da minha avó. Tomei um banho e quando voltei para o quarto da minha mãe, ela já estava dormindo. 

Toquei sua testa, ainda sentindo uma febre um pouco alta. Voltei para o meu quarto e trabalhei a noite, ainda lembrando da interação de Larissa com Rafael. 

Não me era surpresa que ele estava interessado nela, disso eu soube desde o momento em que ele colocou seus olhos nela, quando ela começou na empresa. 

Não me importava que os dois se relacionassem, mas isso tinha que ser depois do nosso divórcio. Eu prometi à minha mãe que nunca trairia uma companheira e sempre cumpro com minhas promessas. 

No dia seguinte, levantei cedo e depois de ter a certeza que minha mãe estava melhor, fui para casa. Larissa já estava tomando café, então me apressei para poder conversar com ela sobre ontem. Mesmo que eu não lhe devesse explicações. 

Só que a senti um pouco diferente e antes que o clima melhorasse para iniciar o assunto, ela se levantou e saiu. Não demorou muito para que saísse de casa. 

Suspirando, decidi trabalhar um pouco mas quando deu 10hrs, fui atrás dela. Sabia os lugares que ela frequentava e o segundo em que procurei, achei. Ela estava parada, em frente ao bar que sempre ia, conversando com um cara. 

Não gostei da interação dos dois e mesmo depois de eu me aproximar, ele ainda teve a cara de pau de pedir o seu número e pior ainda, ela confirmou que o daria depois. 

Minha raiva subiu ao extremo, saber que ela poderia me trair com esses homens me cegou. Claro que não por ciúmes, eu não a amava, mas porque eu odiava traição. 

Larissa sabia que tinha apenas três meses para nos separarmos, porque não esperava? Ela queria se vingar por ontem?

Sabia que estava dirigindo de forma perigosa, mas eu queria atingi-la. Até que em um momento ela disse que o que teve com seu amigo, foi o mesmo que eu e Chiara. Isso nunca poderia ser verdade. 

O que tive com Chiara foi verdadeiro, forte o suficiente para que um esperasse pelo outro por 9 anos e outros mais, se fosse preciso. 

Larissa não sabe o que é amor de verdade, tudo o que ela precisa e gosta é de dinheiro e o conforto que está levando. A empresa do seu pai só está erguida até hoje por minha causa. Não queria ter aceitado esse casamento, mas achei que não encontraria Chiara outra vez e meu pai estava muito doente… Uma decisão por impulso que me arrependo até hoje. 

A observei sumir pelo espelho retrovisor enquanto voltava para a cidade. O sol estava escaldante, mas quem sabe uma boa caminhada não a faça criar vergonha na cara e perceber que nunca deveria ao menos pensar em me trair. 

Mas ao chegar na entrada da cidade, parei com o carro. E se alguém a raptasse? Por mais que eu não a amasse, Larissa ainda era minha responsabilidade e se meus avós descobrirem que eu a larguei na rodovia sozinha, eles me matarão. 

Mas ela já deve ter aprendido que não se pode brincar comigo. Liguei o carro novamente para voltar, mas meu celular tocou com o número da mãe de Chiara. 

一  Alessandro? - Sua voz parecia assustada. 

一  Sim?

一  Venha para o hospital agora. A Chiara sofreu um acidente, ela precisa de você. - A voz da mulher estava chorosa, fazendo meu coração errar as batidas no peito. 

一  Me mande a localização, eu estou indo. - Disse apressadamente, pronto para sair, mas olhei pelo espelho retrovisor e um incômodo apertou meu peito. 

Ignorei a sensação, que Larissa cuidasse de si mesma. Segui em direção ao centro da cidade, onde o hospital ficava. Assim que cheguei, encontrei Helen, mãe de Chiara, sentada em uma das poltronas na recepção. 

Ao me avistar, ela limpou as lágrimas e veio na minha direção. 

一  O que aconteceu?

一 Ela estava tentando pegar algo em cima do armário e caiu em cima do braço. Eles a levaram para a sala de cirurgia. 

Depois de quase uma hora, o médico veio nos avisar que ela havia quebrado o braço mas que ocorreu tudo bem. Fomos liberados para vê-la no quarto e ao chegar, Chiara estava dormindo tranquilamente por causa da sedação. 

一 Minha filha é tão teimosa. Sempre disse para tomar cuidado. 

一  Ela é assim mesmo. 

Olhei para o relógio, vendo que a essa hora, Larissa ainda deveria estar na rodovia.

一 Você pode ficar aqui com ela? - Helen perguntou e voltei a atenção para ela. 

一 Você não fica por quê? 

一  É que eu tenho um exame para agora. Quando sair de lá, venho para cá. Só não quero que ela se assuste ao acordar e ver que está sozinha. 

Voltei a olhar para Chiara e assenti. Helen agradeceu antes de sair e eu me aproximei, sentando na poltrona que havia no quarto, observando a mulher que sempre amei. 

Sei que é impossível que uma pessoa seja a mesma de nove anos atrás, mas mudar tão drasticamente assim assusta um pouco. Chiara mudou de alguma forma, mas eu sei que posso trazer a antiga Chiara de volta. 

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