Século XX, ano de 1990Chloé Era tarde quando cheguei à Mansão. Estava sozinha, mas tive uma estranha sensação de que Giocondo havia me acompanhando, mas por algum motivo, não queria mostrar sua presença como antes. Algo louco aconteceu comigo; senti um certo medo de que ele fosse embora e nunca mais quisesse estar comigo. Tipo: síndrome de Estocolmo do além. Eu não deveria estar pensando assim ao sair de uma palestra tão elucidativa. Portanto, quanto mais ele desaparecesse seria bom para mim. Mas por outro lado me sentia egoísta. Ele precisava de minha ajuda para descobrir quem o havia assassinado. Devia sentir-se preso nessa Mansão sem entender nada, e sem contar que por mais de 100 anos ficou vagando sozinho.Meu coração se enchia de piedade. Meus pensamentos começaram a culpar-me com indagações:Será que a palestra o tiraria daqui para sempre? Eu gostaria de ter a chance de expressar minha dúvida sobre tudo isso."Chloé estava visivelmente triste, Giocondo a observava. Então,subiu
Soluthur, ano de 1990Chloé realmente não sabia o que estava fazendo?! Giocondo não poderia ser instigado a estar ao seu lado dessa maneira. Ela estaria agindo totalmente contra os princípios de tudo o que havia escutado na palestra. Se continuasse assim, o espírito não a deixaria. Se o objetivo era fazer Giocondo encontrar a saída para sua inquietação, pondo o curso natural das coisas em ordem, o correto não seria incentivar a ficar. Seria perigoso. Tentar descobrir após um século quem o matou não o ajudaria muito, não desta maneira irresponsável. Mas Chloé, sentia pena dele; começara a gostar de sentir-se amada, cuidada e protegida; seria um tipo de situação em que ela achava ter sob controle, mas não tinha.Tudo leva a crer que essa situação se agravaria. Isso é o que veremos em breve!Chloé abre seu coração num diálogo solitário...-Ei, espero que ainda esteja por aqui. -Chloé fala em voz alta enquanto caminha pelos corredores da Mansão em direção a biblioteca.— Sabe, eu não sei s
Após o Richard sair da mansão apressado,Chloé encheu-se de dúvidas sobre a motivação daquela atitude no mínimo estranha. Eles pareciam tão entrosados que não dava pra entender. No mínimo exigiria uma explicação. Ela poderia jurar que ele havia sido surpreendido por uma visão tenebrosa. Uma coisa ela não podia negar, não importa o que ele tenha visto; e sim o que ela viu nele. O Richard soube mostrar como fazer uma mulher esquecer qualquer problema ao cair em seus braços. Além de atraente, inteligente e sedutor; passou no quesito "amante fatal", deixando-a com gostinho de quero mais. Mas Chloé não queria compromisso algum, somente uma boa companhia de vez em quando. Os tios do Richard eram muito prestimosos; ela não queria se indispor por causa dele. Melhor seria evitar comentários, isso poderia espalhar-se deixando-a envergonhada. Contar pra Amelie era algo a ser pensado, afinal das contas, ela o antipatizava. Infelizmente, Chloé ficou confusa: Será que o espírito do Giocondo prese
Século XIXUm mês havia-se passado desde que Isabelle partiu para a Itália. Giocondo continuava cuidando do seu pai desde o último episódio desastroso na fábrica. Seus funcionários ainda comentavam entre sí, sobre sua aparente embriaguez quando visitou as máquinas. Heringer havia combinado tudo com a ambiciosa secretária Abigail. Eles, haviam preparado uma situação para que Giocondo agisse de modo involuntário. Enquanto isso na Mansão, o Sr. Derek ficava mais triste a cada dia. Giocondo não queria tomar a decisão de ingressa-lo ao hospital para ser cuidado por pessoas especializadas. Ele já não se alimentava normalmente, sua condição era delicada. Enquanto Giocondo cuidava de seu pai, Heringer estava se ocupando em desviar dinheiro da fábrica falsificando os livros-caixa. Ele era um especialista em burlar regras. Logo acusaria o herdeiro por desvio de verba para seus próprios interesses, enquanto seu pai estava acamado. [...]Dias depois...Giocondo recebe a visita do médico que n
Siglo XIX, SoluthurnHavia-se passado alguns meses desde que Isabelle chegou a Veneza. Seu coração dizia que era hora de voltar. Escrevera a sua mãe informando o desejo de retornar, eles não se opuseram; diante de tudo o que estava acontecendo, não faria mais diferença. Isabelle também escrevera a Giocondo que viria em breve, ao menos por parte dele sua volta seria mais bem calorosa.A Chegada em Soluthur -Filha, estou feliz de estar aqui. Mas me pareceu imprudente que dejara a casa de seus tios tão cedo. Havíamos acordado mais alguns meses; assim a cidade esqueceria o falatório malicioso.-Mamãe, estou consciente das más línguas e de nossa situação financeira. O mais imprudente na minha opinião, seria permanecer por lá com Sra. Wanda alimentando gastos desnecessários. Itália é magnífica, porém custosa de se manter. Além do mais, Giocondo está numa situação similar a nossa. Seu pai está pior, logo o ingressará num hospital para voltar a fábrica antes que seu sócio o tire definitivame
Século XX, Ano de 1990SoluthurDuas semanas se passaram desde o último encontro com final desastroso, entre Chloé e o advogado, Richard. Certamente ele não estava nada cômodo em explicar sua saída repentina, na qual, quase rompia o pescoço ao escorregar da escada. Richard havia-se deparado com o espectro do Giocondo no quarto. Não podia dizer a verdade para Chloé; tinha vergonha em confessar que seus dons eram como dos tios-avós. Desde muito pequeno, sofria com vultos e arranhões pelo corpo feito por entidades maléficas. Richard não fora um garoto muito legal, gostava de trapacear em tudo, nisso atraia para seu campo formas indesejadas. Seus pais se foram cedo, ele fora criado com Emma e Frederik como um filho. Ele nunca revelou aos tios que era atormentado; mas o casal percebia vultos ao redor dele como se fora um hospedeiro. Não lhe faltou orações e pedidos aos irmãos de luz que o amparasse nessa trajetória. Richard sempre demostrou seu lado prático e muito sagaz, mas por outro lad
Século XX ano de 1990Richard saiu muito aborrecido por ter sido maltratado pela Chloé. Tão pouco ela parecia se importar.Ao entrar na Mansão jogando as sandálias para os lados, larga sua bolsa e sobe as escadas de joelhos, pois não se equilibrava bem estando de pé.-Ah, melhor assim! Queria mesmo é estar sozinha hoje.-Ela balbucia chegando ao quarto já arrancando suas roupas.Alguns metros próximo a cama estava Giocondo que a seguira. Chloé acende a lâmpada do abajour. Ao seguir para o banheiro, ela para em frente ao grande espelho. Estava somente de roupa íntima. Ficou parada por um tempo se observando; imaginando como seria Isabelle naquelas condições. De repente, sente seus pés esfriarem como se uma de corrente de ar passasse pelo piso. Fechou as janelas e a porta da varanda. Voltou para o espelho com um súbito desejo de olhar- se despida. Retirou seus acessórios: anel, pulseira e brincos. Por fim, ficou totalmente nua. Por um momento Chloé falou em voz alta o quanto arrependeu-
Século XX, Soluthurn 1990Falaremos de uma peça chave nesta história. Lucciano de Berna;um historiador de 45 anos nascido peregrino por natureza; vem recolhendo ao longo dos anos, diversos fatos dos lugares mais pitorescos que visitara. Sua mãe Mirna, neta do Johan de Berna; deu a luz a Lucciano que tem origem Italiana com descendência alemã. Sua mãe foi casada com um requisitado barítono que viajou o mundo encantando aristocratas e plebeus com sua voz. Mirna, abdicou de tudo para acompanhá-lo e Lucciano estava junto.Talvez por isso Lucciano ame desbravar o mundo. Eles sempre souberam da história de Johan, de como havia sido adotado pelos Ruchesl, mas que havia viajado a trabalho sem nunca mais retornar; deixando para trás uma herança que foi sendo degradada após a morte de seu irmão Giocondo.Provas sobre a autenticidade da adoção não faltam, inclusive nos acervos do museu e no livro do notário mais antigo do Cantão. Lucciano é um homem culto, perspicaz e silencioso. Possuidor de u